O principal deles na formação do solo é o clima, já que o solo resulta da decomposição das rochas pelo intemperismo. Mesmo a partir de rochas semelhantes haverá solos diferentes conforme o tipo de clima. Ao processo que origina os solos e seus horizontes dá-se o nome de PEDOGÊNESE.

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PROFUNDIDADE DO SOLO

Teixeira, W. er al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009 (adaptado)
A PROFUNDIDADE do solo é determinada pelo clima e pela topografia do terreno. Nas regiões de baixas latitudes, dominadas por climas quentes e úmidos, os solos são no geral mais profundos (dependendo da topografia do terreno). Nas regiões dominadas por climas mais secos (quentes ou frios), os solos serão mais rasos. Isso ocorre porque o processo de formação dos solos está relacionado à ação do intemperismo. Logo, em regiões de clima úmido predomina a decomposição ou intemperismo químico das rochas, e os solos costumam ser mais profundos e desenvolvidos (latossolos), com horizontes bem definidos; em regiões áridas e semiáridas predomina o intemperismo físico ou desagregação mecânica das rochas, com presença de solos rasos e pedregosos. No Brasil, apenas no sertão semiárido nordestino, onde as chuvas são escassas (seca prolongada), é que predomina o intemperismo físico, ou seja, a desagregação mecânica supera a decomposição química das rochas. Nele ocorrem solos pouco profundos (litossolos), presença de minerais ainda não decompostos (pobres em matéria orgânica) e mesmo o aparecimento de fragmentos da rocha na superfície. Nas áreas compostas por relevos íngremes ou escarpadas, os solos são comumente mais rasos, enquanto que nas planícies, por exemplo, os solos serão em média mais profundos, dependendo do clima dominante.
O conceito de FERTILIDADE do solo refere-se à sua importância econômica, à sua capacidade de permitir um eficiente desenvolvimento agrícola. Para ser naturalmente fértil, o solo precisa apresentar uma combinação de fatores: boa quantidade de húmus (matéria orgânica), pH neutro, boa quantidade e variedade de elementos nutrientes, minerais importantes para nutrição das plantas (nitrogênio – N, fósforo – P, potássio – K, cálcio – Ca, magnésio – Mg, manganês – Mn, ferro – Fe, entre outros), além de fácil penetração do ar e da água em seu interior (boa drenagem). A ausência de alguns desses elementos pode ser corrigida por adubos e fertilizantes, pela irrigação, pela calagem (adição de calcário ao solo para a correção da acidez) e por outros processos.
No Brasil, embora existam alguns solos de alta fertilidade natural, como a TERRA ROXA, o MASSAPÊ e alguns SOLOS ALUVIAIS, eles são, em geral – como todos os solos tropicais, – frágeis e requerem cuidados especiais para não sofrerem intenso processo de empobrecimento.
Em regiões intertropicais, naquelas que possuem clima úmido e estações chuvosa e seca alternadas, aparece a formação do laterito, uma rocha ferruginosa, propiciando o aparecimento de uma crosta endurecida. Também conhecido, popularmente no Brasil, como canga ou pedra-pará, constituem o processo final de lixiviação dos solos, que consiste em sua lavagem pelas chuvas, que por sua vez carregam por enxurradas ou infiltração no subsolo boa parte dos minerais solúveis, deixando no local os hidróxidos de alumínio, ferro e manganês. A concentração de hidróxidos no solo forma uma crosta ferruginosa, que o torna duro, com coloração avermelhada e inviável a agricultura. A retirada da cobertura vegetal e o estabelecimento de práticas agrícolas, sem os devidos cuidados com o solo, costumam acelerar o processo.
Outro problema dos solos no Brasil é a EROSÃO, ocasionada principalmente pelas chuvas, como, por exemplo, as voçorocas. As voçorocas formam-se basicamente de duas maneiras: erosão descontrolada sobre sulcos formados pela ação das águas pluviais na superfície e no subsolo, e solapamento das camadas inferiores do solo, provocando desmoronamentos e consequente aumento de tamanho dos sulcos. Sua formação impede o uso dos solos para agricultura, provoca assoreamento e degrada a paisagem.
A vegetação, em geral, protege o solo de uma erosão mais intensa, ao diminuir o impacto direto da água sobre o solo. A sua retirada facilita e potencializa a ação da erosão se não forem usadas técnicas para a conservação do solo – como as curvas de nível (consiste em arar o solo e depois semeá-lo seguindo as cotas altimétricas do relevo), terraceamento (prática que consiste em fazer cortes nas superfícies íngremes para formar degraus), associação de culturas (prática que consiste em plantar espécies, principalmente leguminosas, entre fileiras de culturas que deixam parte do solo exposta, favorecendo também o equilíbrio orgânico do solo) entre outras. Além disso, pode ocasionar sérios danos à agricultura e tornar quase impraticável o cultivo em certas áreas.