Os setores de transportes no país têm se expandido e melhorado em diversos aspectos nas últimas décadas, o que não significa que esteja satisfatório. Pesquisas da ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres apontam para esses dados, sendo que cerca de 60,0% dos transportes no Brasil é realizado por rodovias, 20,0% por ferrovias, 13,0% por hidrovias e 4,0% por aerovias e dutovias, segundo dados de 2018 do IBGE.
SISTEMA DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO
As primeiras rodovias brasileiras datam do final do século XIX, mas a ampliação da malha rodoviária ocorreu no governo Vargas, com a criação do DNER, Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, em 1937 e, mais tarde, com a implantação da indústria automobilística, na segunda metade da década de 1950, a aceleração do processo de industrialização, urbanização e a mudança da capital federal para Brasília.
Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos no governo Vargas e Gaspar Dutra, se intensificando com o presidente Juscelino Kubitschek, se consolidando no período do regime militar no país.
Com o intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com o modelo desenvolvimentista no país, em especial no Brasil nos governos dos presidentes da república Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek de Oliveira, o símbolo da modernidade e do avanço no processo de industrialização e urbanização do país. Com o desenvolvimento dos sistemas de transportes no território brasileiro, em especial o modelo rodoviário. Isso provocou uma especial atenção desses governantes na construção de rodovias. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário.
O então presidente da república do Brasil, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que governou o país do ano de 1956 até 1961 e iniciou a construção da nova capital do país, Brasília, onde anteriormente a capital federal do país estava centrada no estado do Rio de Janeiro, com o seu modelo desenvolvimentista e incentivador das rodovias, principalmente no processo de integração nacional, foi responsável pela instalação e abertura do país para grandes fabricantes e montadoras de automóveis, como a Volkswagen, Ford e a General Motors, que chegaram ao Brasil durante o seu governo e um dos pontos utilizados para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção da infraestrutura em rodovias, incentivos fiscais etc.
Atualmente o país tem instalados no seu território outras grandes marcas de montadoras de automóveis, como a Fiat, Peugeot, Citroën, Chysler, Mercedes-Benz, Hyundai, Honda e Toyota. O Brasil é o sétimo país do mundo importante das indústrias e montadoras de automóveis.
Somos o único país a possuir uma das mais extensas redes de rodovias do mundo, com uma malha rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros de extensão, por onde passam em média 56,0 % de todas as cargas movimentadas no país, as estradas são as principais transportadoras de mercadorias, produtos e de passageiros no tráfego brasileiro. Apesar da pouca integração com outros meios de transporte e das péssimas condições para o tráfego de veículos, nas estradas. Percebe-se que as diferenças entre os países são gritantes, o Brasil é o campeão no uso da modalidade rodoviária para os transportes de cargas dificultando a competitividade de muitos produtos nacionais, principalmente pelo custo excessivo na relação do custo do combustível, na quantidade de tonelada transportada, na manutenção dos veículos, das rodovias e tempo de deslocamento.

Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Dessa extensa malha rodoviária nacional, cerca de 30,0% está muito danificada, inacabada ou com deficiência de pavimentação, pela falta de conservação e apenas 140 mil quilômetros estão pavimentados de uma forma satisfatória para o deslocamento. Parte considerável das ligações interurbanas no país, mesmo em regiões de grande demanda, ainda se dão por estradas de terra ou estradas com pavimentação quase inexistente.
Durante a época de chuvas, grande parte das estradas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, enchem-se de depressões asfálticas, sendo comuns, ainda que em menor quantidade, deslizamentos de terra e quedas de pontes, provocando muitas vezes prejuízos para o transporte de cargas bem como acidentes e mortes.

Fonte: Jornal o estado de São Paulo.
SISTEMA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Até a Segunda Guerra Mundial, predominou no Brasil, o sistema de transporte ferroviário, começou a funcionar em 1854 a ferrovia que tinha somente quatorze quilômetros de extensão. Ela foi construída pela imperial companhia de estradas de ferro, fundada pelo Visconde de Mauá, ligando o Porto de Mauá, na Baía de Guanabara, a Serra da Estrela, no caminho do município de Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro, com o nome de ferrovia Estrela e Fragoso.
A malha ferroviária brasileira possui uma extensão de 30.374 quilômetros e está presente nas mais diversas regiões do país. A construção da linha férrea ocorreu em períodos diferentes, o que ocasionou a falta de padronização de bitolas e consequente dificuldade na integração das vias.

Fonte: IBGE – Atlas Geográfico.
Isso mostra que o Brasil teve a chance de seguir o exemplo dos países mais desenvolvidos, que perceberam a importância tanto colonizadora, de integração nacional e quanto o modelo desenvolvimentista do transporte ferroviário, com o sistema da rede ferroviária federal, o sistema metroviário e o veículo leve sobre trilhos atualmente.
Essa malha ferroviária brasileira é pequena e bastante obsoleta, provocando diversos transtornos, principalmente para os passageiros que necessitam desse sistema de transporte, nos grandes centros urbanos do país.
Os Estados Unidos utilizam mais o modal ferroviário, com mais de 50,0% da utilização desse transporte se comparados aos outros países do mundo. Isto se deve, em grande parte, às suas políticas públicas para o setor e à proximidade das suas áreas produtivas de relevo de rios e canais navegáveis, além do processo de integração do país.
APOSTA NO TRANSPORTE

Adaptado de O Globo, 16/08/2012.
Em um esforço que superou as previsões mais ousadas da iniciativa privada, o governo federal anunciou ontem o que chamou de o maior plano de investimentos em transportes. da historia, envolvendo a concessão de ferrovias rodovias a iniciativa privada. O setor de ferrovias é o que deve receber o maior volume de investimentos. Serão R$ 91 bilhões em 10 mil quilômetros de novas linhas, para criar uma malha que ligue as principais regiões produtoras do pais aos maiores portos.
SISTEMA DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO
A navegação fluvial e marítima no Brasil está numa posição inferior em relação aos outros sistemas de transportes. É considerado o sistema mais barato e limpo, contudo, o de menor participação no transporte de mercadoria no país. Um modelo de transporte com um investimento elevado para o seu processo de implantação, porém com uma manutenção mais barata e transporta uma grande quantidade de mercadorias, produtos e passageiros, importante em um modelo modal.
O modelo de transporte fluvial no país tem um grau de dificuldade para a sua implantação, pois diversos rios do Brasil são de planalto, por exemplo, apresentando-se encachoeirados, com diversas quedas de águas, portanto, dificultando a navegação. É o caso dos rios Tietê, Paraná, Tocantins e Araguaia.
No país os rios de planície são facilmente navegáveis, como o Amazonas, São Francisco e o Paraguai, os quais se encontram afastados dos grandes centros econômicos do Brasil, distante dos grandes centros produtores, consumidores e dos centros urbanos.
Nos últimos anos têm sido realizadas várias obras, com o intuito de tornar os rios brasileiros navegáveis. Eclusas são construídas para superar as diferenças de nível das águas nas barragens das usinas hidrelétricas. É o caso das eclusas de Tucuruí no rio Tocantins, de Barra Bonita no rio Tietê e da eclusa de Jupiá no rio Paraná.
Os trechos hidroviários mais importantes, do ponto de vista econômico, encontram-se no Sudeste e no Sul do país. O pleno aproveitamento de outras vias navegáveis depende da construção de eclusas, grandes obras de dragagem e, principalmente, de portos que possibilitem a integração intermodal.
Entre as principais hidrovias brasileiras, se destacam duas:
- Hidrovia Tietê-Paraná.
- Hidrovia do Solimões-Amazonas.
PRINCIPAIS HIDROVIAS BRASILEIRAS

Fonte: IBGE – Atlas Geográfico: Ministério dos Transportes
O transporte marítimo hoje é responsável pela maior parte das relações comerciais internacionais do Brasil, transportando principalmente commodities agrominerais, veículos, máquinas, e equipamentos de ponta. Cerca de 75,0% das trocas comerciais internacionais brasileiras são transportadas via mar.
O transporte hidromarítimo de passageiros também existe, principalmente com ligação entre o continente às ilhas costeiras do país. A linha mais comum de transporte de passageiros é a de Natal com a ilha de Fernando de Noronha. Também existe o transporte intercontinental de passageiros, na maioria das vezes ilegal, principalmente entre o Brasil e a Nigéria, por exemplo.
O Brasil tem os portos marítimos mais movimentados da América Latina, com destaque aos portos de Santos, Paranaguá, Rio de Janeiro, Vitória e Itaqui. Há 37,0 portos, sendo que 11,0 desses são considerados grandes, no conceito de internacionais, de grandes embarcações, dentre os quais o maior é o Porto de Santos.
O Brasil tem mais de 4,0 mil quilômetros de costa atlântica, o que favorece o transporte marítimo, com diversas baías, para o desenvolvimento de portos. O transporte de carga e passageiros, como o de cabotagem

Fonte: IBGE – Atlas Geográfico: Ministério dos Transportes.
SISTEMA DE TRANSPORTE AEROVIÁRIO
Existem cerca de 4.000 aeroportos e aeródromos no Brasil, legais e clandestinos, sendo721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque. O país tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
O Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado nas proximidades do estado de São Paulo, é o maior e mais movimentado aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo.
O Brasil tem 34 aeroportos internacionais e 2464 aeroportos regionais. O transporte aéreo foi o que mais contribuiu para a redução da distância e do tempo de deslocamento, ao percorrer rapidamente distâncias longas. Rápido, cômodo e seguro o avião suplantou outros meios de transporte de passageiros a médias a longas distâncias, com um custo muito elevado de operação.
Este meio de transporte implica construção de estruturas muito especiais. Os aeroportos requerem enormes espaços e complicadas instalações de saída e entrada dos voos. Por outro lado, os custos e a manutenção de cada avião são bastante elevados. Tudo isto contribui para encarecer este meio de transporte.
SISTEMA DE LOGÍSTICA NO BRASIL
O sistema de logística vem crescendo em todo o mundo, no território brasileiro, com a nossa instabilidade econômica e financeira, o país tem que buscar novas ferramentas que possam auxiliar o crescimento desse setor importante nos dias atuais, nesse diferencial mundo competitivo, que já enfrenta grandes dificuldades no país.
No contexto mundial, grandes empresas estrangeiras, transnacionais vêm investindo nesse setor do mercado de logística, que utilizam a tecnologia e grandes depósitos como uma importante ferramenta aliada para o seu crescimento.
Um sistema de transporte eficiente, rápido e integrado de uma forma modal, é importantíssimo para o futuro econômico de um país e para o mundo, pois está ligado não somente a logística utilizada, mas envolvem diversos fatores, como deslocamento de pessoas com o transporte público coletivo, crescimento econômico, comércio, prestação de serviços etc.
O setor de logística no país vem crescendo, inclusive na pandemia da corona vírus, com a utilização de uma parcela da sociedade brasileira, utilizando a internet na relação comercial, através da compra de diversos produtos e mercadorias, do mais simples até a tecnologia mais avançada, exigindo uma melhoria desse segmento no país.
Esse segmento no país cresceu em 2020, cerca de 400,0%, principalmente devido a abertura de várias lojas virtuais de médio e grande porte, com as compras no denominado on-line. Isso faz com que o número de entregas de produtos e o manuseio de materiais em geral cresçam cada vez mais, gerando novos empregos, investimentos em tecnologia e no modal de transporte. Dos 22,1 bilhões separados para investimentos em logística, apenas 7,9 bilhões vão para melhorias em portos, aeroportos, rodovias e hidrovias.
Visto que os desafios da logística no Brasil são grandes, é imprescindível que as empresas do setor busquem estratégias para se mantiver a frente do mercado. Além da crescente demanda e da falta de infraestrutura, o segmento ainda precisa tratar dos altos custos operacionais e da falta de segurança no transporte, no rastreamento do produto.
Os fatores importantes para o funcionamento do sistema de logística funcionar no país:
- mensurar a produtividade da frota do transporte modal;
- melhorar a gestão dos diversos transportes disponíveis para a condução das cargas;
- controlar melhor os pedidos e verificar possíveis não conformidades;
- monitorar e transmitir em um tempo real o acompanhando de todo o trajeto desde a saída do estoque até a chegada ao destino fina do produto.
