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Região Nordeste: aspectos humanos

A Região Nordeste do Brasil é marcada por uma diversidade cultural e social significativa. Com uma população diversificada, possui uma rica herança histórica, influências indígenas, africanas e europeias. Além disso, enfrenta desafios socioeconômicos, como desigualdades e migração. Esses aspectos humanos contribuem para a complexidade e singularidade da região nordestina.

ASPECTOS HUMANOS 

Economicamente, o Nordeste manifesta ampla diversificação. Nas cidades litorâneas destacam-se os serviços voltados para o turismo, dotadas de uma ótima infraestrutura (aeroportos, hotéis, pousadas, parques, etc). As praias se destacam pelas belezas naturais. Há também o turismo histórico-cultural, com cidades de arquitetura da época colonial (Recife, Olinda, Salvador, entre outras).

A partir dos anos 90, outro segmento em explosão foi a industrialização. Existe uma forte presença de indústrias, nas grandes cidades, ressaltando-se as produções de calçados, produtos elétricos e eletrônicos, petroquímica (polo petroquímico de Camaçari) e tecelagem. Destaque também para o Distrito Industrial de Ilhéus (Bahia), Complexo Industrial de Suape (Pernambuco), Distrito Industrial de Maracanaú (Ceará). Na área de tecnologia, é importante enfatizar o Porto Digital do Recife, com inovadora ênfase na produção de softwares.

Na agricultura, observamos como principais produtos agrícolas a cana-de-açúcar, o tabaco, algodão, caju, manga, uva, acerola e cacau. A fruticultura, inclusive, teve crescimento recente estrondoso, guiada pela formação do amplo complexo frutícola do VALE DO SÃO FRANCISCO (maior polo frutícola do país e 2° maior polo vinícola). A cana-de-açúcar é cultivada, principalmente, na região litorânea, onde encontramos o massapé, solo escuro, argiloso e muito fértil. 

A expansão do agronegócio tem alcançado cenários impressionantes e considerados inclusive impossíveis até alguns anos trás. A demonstração óbvia disso é a tradução do interior nordestino num incrível corredor agrícola da sojicultora, expandida desde o centro-oeste, na faixa conhecida como o MAPITOBA (o acrônimo refere-se aos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

ANÁLISE DAS SUB-REGIÕES DO NORDESTE

ZONA DA MATA NORDESTINA

É uma estreita faixa de terra que se estende do litoral oriental do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. A região é dominada por um clima tropical úmido, com chuvas mais intensas no outono e inverno do Recôncavo Baiano até o Rio Grande do Norte. O sul da Bahia apresenta chuvas regulares durante o ano. A vegetação nativa era representada pela Mata Atlântica, quase totalmente devastada na região.

O relevo é composto predominantemente por uma planície litorânea, que apresenta inúmeras barreiras (tabuleiros litorâneos formados por terrenos sedimentares do terciário). Possui um solo de grande fertilidade, denominado Massapé (formado pela decomposição do gnaisse e do calcário).

A sub-região concentra a maior parte da população nordestina, destacando-se a presença de duas metrópoles nacionais, Salvador e Recife. A sua economia desenvolveu-se com base na agroindústria açucareira (em grandes latifúndios monocultores), cultivo do tabaco (Recôncavo Baiano) e cacau (Sul da Bahia). 

Os maiores parques industriais se encontram nas regiões metropolitanas da Grande Salvador, com destaque para o Polo Petroquímico de Camaçari (o maior do Brasil) e o Distrito industrial de Aratu, (onde hoje se encontra a moderna montadora da Ford) e os distritos industriais de Cabo, Jaboatão, Paulista e Igaraçu na Grande Recife.

AGRESTE

É uma área de transição localizada entre a Zona da Mata Nordestina e o Sertão, estendendo-se do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Parte do seu território está localizado no Planalto da Borborema.

Na proximidade da Zona da Mata o seu clima é mais úmido e os solos são mais férteis, já nas proximidades do Sertão, os solos são mais pobres e o clima é mais seco. 

No Agreste encontramos ainda os Brejos (áreas mais úmidas), onde as condições naturais favorecem as práticas agrárias.

Possui solo essencialmente pedregoso, rios intermitentes (temporários), vegetação rala e tamanho pequeno (mirtáceas, combretáceas, leguminosas e cactáceas). Tecnicamente o agreste junto ao sertão compõem o ecossistema denominado caatinga.

Possui, por ser marcadamente terreno de transição, áreas onde há maior umidade, os brejos. O principal acidente geográfico da região é o planalto da Borborema, que apresenta vegetação tropical e florestada, consorciada com o clima úmido nas áreas altas e região da encosta leste, e vegetação de caatinga, consorciada com o clima semiárido e seco, nas áreas baixas ao centro e oeste do planalto.

A sub-região possui a segunda maior densidade demográfica do Nordeste, destacando-se como principais centros urbanos, as chamadas cidades feiras, como exemplo: Campina Grande na Paraíba, Caruaru em Pernambuco e Feira de Santana na Bahia.

A sua economia está baseada na policultura comercial e na pecuária leiteira, estabelecidas predominantemente em pequenas e médias propriedades, com a finalidade de abastecer os mercados da Zona da Mata.

SERTÃO

É a mais extensa das sub-regiões nordestinas. O seu relevo é formado predominantemente pela Depressão Sertaneja, Planalto da Borborema e inúmeras chapadas. Parte da sub-região apresenta solos de boa fertilidade, denominados, Bruno não cálcico, rico na composição mineral, porém pobre em componentes orgânicos.

O clima é predominantemente semiárido, com chuvas escassas e mal distribuídas durante o ano (índices pluviométricos entre 500 a 800 mm anuais). As chuvas se concentram entre dezembro e maio, período conhecido na região como inverno. As secas sazonais são agravadas nos períodos de El Niño, quando então um poderoso centro de alta pressão atmosférica se instala na região do Polígono das Secas, impedindo a penetração de ventos úmidos, provenientes do Oceano Atlântico.

A vegetação dominante é representada pela caatinga (composta por vegetais xerófilos).

A rede hidrográfica é composta predominantemente por rios temporários ou intermitentes. Em muitos desses rios foram construídos açudes para armazenar a água da chuva e em alguns casos perenizar os cursos dos mesmos. Ex: Açude de Orós (Ce) no rio Jaguaribe. O único Grande rio Perene a cortar o sertão é o São Francisco, que desempenha um importante papel na geração de energia, irrigação de lavouras e abastecimento de cidades.

Projeto de transposição das águas do São Francisco

No ano de 2005 começaram as obras de transposição das águas do São Francisco. Tal projeto prevê a construção de 700 km de canais, abastecimento de aproximadamente 100 municípios localizados no sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e ainda a irrigação de mais de 100.000 hectares de terras na região mais castigada pela seca no país.

No interior do Sertão encontramos os CARIRIS (ilhas úmidas do Sertão), localizados nos sopés das serras e chapadas. Nos cariris se desenvolve uma agropecuária comercial, com destaque para os cultivos de feijão, milho, mandioca, café, cana-de-açúcar e algodão. 

O Sertão Nordestino apresenta uma baixa densidade demográfica, reflexo das condições geográficas adversas e da atividade econômica dominante, representada pela criação extensiva de gado.

Em algumas áreas da sub-região foram implantados importantes projetos de irrigação, que vem transformando a economia de algumas áreas, como por exemplo, a do vale do São Francisco, na região de Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia), vale do Pajeú (Rio Grande do Norte) etc, onde a fruticultura irrigada vem apresentado excelentes resultados, com destaque para os cultivos de uva, melão, melancia, manga etc.

A INDÚSTRIA DA SECA

É o nome que se dá ao esquema montado por políticos, fazendeiros e comerciantes para desviar os recursos destinados pelo governo para o atendimento das pessoas afetadas pela seca. Esse dinheiro é desviado no superfaturamento das obras realizadas na região, nas frentes de trabalho criadas pelo governo, no desvio de alimentos e ainda em obras que acabam beneficiando os grandes latifundiários do Sertão. 

A pobreza que afeta a maior parte da população do Sertão é causada pela injusta estrutura fundiária, responsável pela elevada concentração de terras, pela má distribuição de renda, pelo desemprego etc. Portanto, não é a seca a principal causa da miséria no Sertão.

MEIO NORTE 

É formado pelos estados do Maranhão e Piauí, trata-se de uma área de transição entre a Amazônia e o Sertão. 

O seu relevo é composto por planaltos, planícies, chapadas, cuestas e serras. O clima dominante é o tropical úmido no litoral e subúmido no interior. 

A vegetação dominante é composta pela mata dos cocais, onde destacamos a presença do babaçu e da carnaúba (esta última é conhecida como a árvore da vida ou da providência). 

O avanço da Agricultura nesta zona geográfica ocorre sobretudo com a soja, mas também com arroz, milho e algodão. A produção de soja, de algodão e de milho concentra-se no sul desta sub-região, que faz parte do cerrado nordestino. No Piauí destacam-se as cidades de Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves. No Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região para exportação. Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto de Ponta da Madeira, em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Companhia Vale do Rio Doce. O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare no Brasil. Tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu. Na Pecuária, vale destacar a criação de bovinos no Piauí, em áreas de cerrado. Devido ao seu clima, apresenta também uma vegetação típica, formada por palmeiras de babaçu e coqueiros de carnaúba (a Mata dos Cocais).

OESTE DA BAHIA 

Região dominada por um relevo planáltico, extensão do Planalto Central, clima tropical subúmido, com chuvas concentradas no verão e inverno seco, vegetação de cerrado.

Esta região transformou-se nas últimas décadas em um dos mais importantes polos de desenvolvimento do agronegócio do Nordeste, onde destacamos as lavouras da soja, café, algodão, cana-de-açúcar e milho.

A expansão do agronegócio na região levou o governo brasileiro a construir a Ferrovia Leste/Oeste para poder escoar a produção até o porto de Ilhéus no sul da Bahia.

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