Fala, meu aluno! Não há dúvidas de que muitos apresentam diversos impedimentos para o exercício da escrita. Poucos são detentores do privilégio que consiste em ter facilidade para redigir sem nenhum bloqueio. Vários apresentam dificuldades, obstáculos, inibições e restrições que atrapalham o processo criativo, impedindo de passar para o papel as ideias. Neste módulo, meu aluno, descobriremos quais são os principais impedimentos da escrita e como superá-los.
FALTA DE PRÁTICA EM ESCREVER
TREINE
Escrever pressupõe prática. Adquira o hábito de escrever algumas linhas, frases ou parágrafos todos os dias, apenas dessa forma, meu aluno, iremos aprimorar o processo de redação.
O QUE DEVO ESCREVER?
Você pode escrever simplesmente para se abrir, ou seja, para desabafar. Escreva como forma de terapia, coloque no papel as suas frustrações, seus problemas pessoais, suas desilusões amorosas e, também, seus momentos de alegria. Escreva inclusive como exercício de cidadania. Exponha suas críticas construtivas sobre a situação do seu país. Redija sobre os absurdos que afligem a sociedade como um todo. Você certamente não irá mudar o mundo com seus textos, meu aluno, mas estará exercitando a sua escrita. Esse é o foco agora.
DEIXE O TEXTO CORRER
O ideal é que você, meu aluno, tente escrever sem ficar preocupado, num primeiro momento, com a norma culta. Deixe o texto correr, ou seja, use a escrita automática por alguns minutinhos, deixe as palavras aparecerem, isto é, fluírem. Ao finalizar, aí sim, será o momento de analisar os quesitos gramaticais.
PARTICIPE DE CONCURSOS EM QUE A REDAÇÃO SEJA EXIGIDA
É muito bom participar de concursos militares e vestibulares em que a redação esteja presente. Dessa forma, meu aluno, você passa a treinar não apenas a escrita como também as condições de tempo e pressão que todo concurso pressupõe. Peça aos seus amigos, familiares e professores para avaliar seus textos produzidos, pois, às vezes, a depender do concurso, obtemos apenas a nota sem as devidas correções. Com o passar do tempo e com o acúmulo de experiências das provas, você irá adquirir mais maturidade para o processo de redação.
RESTRIÇÃO VOCABULAR
ENCONTRE AS PALAVRAS CERTAS PARA EXPRESSAR SEUS PENSAMENTOS
É muito comum encontrar alunos dizendo: “Eu sei falar desse assunto, mas não sei como colocar no papel”. Às vezes faltam palavras para concretizar as grandes ideias que surgem em nossas cabeças.
PRATIQUE MAIS A LEITURA
Habitue-se a ler mais, pois a leitura diária é o melhor meio para aumentarmos o nosso vocabulário e, também, para melhorarmos a nossa capacidade de expressão. Leitura é hábito, ou seja, algo com o qual podemos nos habituar. Se você adquirir esse agradável hábito, não irá perdê-lo nunca mais.
LEIA POR PRAZER E PARA ADQUIRIR CONHECIMENTO
Não há problema ler livros de que gostamos apenas por prazer; entretanto, é importante ler também para aquisição de conhecimento e cultura. O ideal, meu aluno, é que você consiga buscar o equilíbrio entre prazer, cultura e informação. Com o tempo e hábito, todos os livros, independentemente do grau de dificuldade, proporcionarão o mesmo prazer. Então busque esse equilíbrio. Leia os livros de que você gosta, mas leia também revistas, jornais, clássicos universais, brasileiros, portugueses, etc.
RACIOCÍNIO DESORDENADO
LIMITE AS IDEIAS
A dificuldade que temos em escrever, meu aluno, não decorre da falta de ideias, mas do excesso delas. Ideias não nos faltam!
DOMINE O ASSUNTO
Não é possível escrever bem sobre o que não se domina. Quanto mais conhecemos o assunto, mais teremos capacidade de escrever sobre ele. É evidente que não há a possibilidade de prevermos os assuntos que surgirão nas provas em geral; entretanto, é possível escrever sobre diversos temas atuais que nos circulam. Dessa forma, surgindo algum tema sobre o qual não sabemos escrever, iremos pesquisar sobre o assunto, mantendo-se sempre atualizados e informados.
ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS
Antes de você iniciar a redação sobre qualquer assunto, o ideal é separar em um rascunho quais pontos podem ser tratados acerca do tema excogitado pela banca. Depois esses pontos podem ser organizados em ordem cronológica, grau de importância ou relação de causa e efeito. Suponhamos que o tema da redação seja “Violência Urbana”. Podemos separar os seguintes pontos: descaso dos governantes, despreparo da polícia, temor social, lotação dos presídios, etc. Desses pontos, alguns podem ser apresentados como causas e outros como consequências. O descaso dos governantes, por exemplo, pode ser a causa do temor social.
Lista de livros que podem proporcionar um grau de cultura razoável e, consequentemente, um aumento do vocabulário.
Clássicos universais:
Hamlet, Macbeth, Romeu e Julieta → William Shakespeare
Humilhados e ofendidos, Crime e castigo, O idiota → Dostoiévski
Dom Quixote de La Mancha → Miguel de Cervantes
A ilíada, A odisseia → Homero
A República → Platão
A mulher de trinta anos → Honoré de Balzac
O vermelho e o negro → Stendhal
As vinhas da ira → John Steinbeck
O príncipe → Maquiavel
Guerra e paz, Anna Karenina → Leon Tolstoi
A divina comédia → Dante Alighieri
As aventuras do Sr. Pickwick → Charles Dickens
Os trabalhadores do mar → Victor Hugo
Os três mosqueteiros, O conde de Monte Cristo → Alexandre Dumas
O Decameron → Boccaccio
Clássicos brasileiros:
Quincas Borba, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro → Machado de Assis
O triste fim de Policarpo Quaresma → Lima Barreto
Macunaíma → Mário de Andrade
Grande Sertão: veredas, Sagarana → Guimarães Rosa
O coronel e o lobisomem → José Cândido de Carvalho
Senhora, Iracema, Guarani → José de Alencar
Memória de um sargento de milícias → Manuel Antônio de Almeida
O cortiço, O mulato → Aluísio Azevedo
Memória do cárcere, Vidas Secas, São Bernardo → Graciliano Ramos
Mar morto, Capitães de Areia; Gabriela, Cravo e Canela → Jorge Amado
A hora da estrela → Clarice Lispector
O quinze → Raquel de Queiroz
Menino de engenho → José Lins do Rego
Chapadão do Bugre → Mário Palmério
O tempo e o vento, O senhor embaixador → Erico Veríssimo
Quarup, A madona de cedro → Antonio Callado
A moreninha → Joaquim Manoel de Macedo
Clássicos portugueses:
Os Lusíadas → Camões
Os Maias, O primo Basílio → Eça de Queirós
Amor de perdição, Amor de Salvação → Camilo Castelo Branco
O auto da barca do inferno, A farsa de Inês Pereira → Gil Vicente
As pupilas do senhor reitor → Júlio Dinis
Viagens à minha terra → Almeida Garret
Eurico, o Presbítero → Alexandre Herculano
Clássicos contemporâneos:
Feliz Ano Novo, O cobrador, Mandrake → Rubens Fonseca
Viva o povo brasileiro, Sargento Getúlio → João Ubaldo Ribeiro
O vampiro de Curitiba → Dalton Trevisan
Meu querido canibal → Antonio Torres
Cidade de Deus → Paulo Lins
Perdas e ganhos → Lya Luft
Budapeste, Benjamin → Chico Buarque
Olga → Fernando Morais
A estrela solitária → Ruy Castro
Cidade partida; 1968, o ano que não terminou → Zuenir Ventura
Jaime Bunda, agente secreto → Pepetela
O Evangelho segundo Jesus Cristo, O memorial do convento → José Saramago
Malagueta, Perus e Bacanaço → João Antonio