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Redação: Intertextualidade

A intertextualidade é um conceito-chave na análise textual, referindo-se às conexões e influências entre diferentes obras literárias, culturais e artísticas. Examinaremos como a intertextualidade enriquece a compreensão e o significado dos textos, revelando como autores dialogam e constroem seus trabalhos com base em obras preexistentes, criando uma teia complexa de referências e significados.

TEXTO E INTERTEXTO

Inevitavelmente, meu aluno, durante o processo de produção textual, nós nos valemos de outros textos para a criação de sentido. Percebemos claramente que a inserção de “velhos” enunciados em novos textos promoverá a constituição de novos sentidos. É verdade que o novo texto vai apresentar os ecos do(s) texto(s) de origem e estes se farão ouvir mais – ou menos – a depender dos conhecimentos do leitor. Entretanto, sem dúvida alguma, o sentido vai mudar com o “deslocamento” de enunciados de um contexto para o outro.

Em sentido amplo, a intertextualidade se faz presente em todo e qualquer texto, como componente decisivo de suas condições de produção. Isto é, sem ela não haverá novos textos, já que existe sempre uma informação prévia já criada que se antecipa a todo dizer. Segundo J. Kristeva, criadora do termo, todo texto é um mosaico de citações, de outros dizeres que o antecedem e lhe deram origem.

A intertextualidade se divide basicamente em duas: explícita e implícita.

INTERTEXTUALIDADE EXPLÍCITA

Ocorre quando há citação da fonte do intertexto, como acontece nos discursos relatados, nas citações e referências; nos resumos, resenhas e traduções, etc. Essa intertextualidade exige do leitor mais compreensão do que dedução, pois ficam claras as fontes nas quais o texto se baseou, fornecendo diversos elementos que nos remetem ao texto-fonte.  Podemos afirmar que a intertextualidade explícita pressupõe:

  • ser facilmente identificada pelos leitores;
  • estabelecer uma relação direta com o texto-fonte;
  • apresentar elementos que identificam o texto fonte;
  • não exigir que haja dedução por parte do leitor;
  • apelar para a compreensão de conteúdos.

Texto 1

Na tirinha, é possível perceber um caso de intertextualidade explícita, pois há uma citação direta do texto-fonte: a música – Sorte grande –, com a passagem “levantou poeeeira!”, e a indicação de quem a interpreta: a cantora Ivete Sangalo. Vejamos o texto-fonte:

A minha sorte grande
Foi você cair do céu
Minha paixão verdadeira
Viver a emoção
Ganhar teu coração
Pra ser feliz a vida inteira
É lindo o teu sorriso
O brilho dos teus olhos
Meu anjo querubim
Doce dos teus beijos
Calor dos teus braços
Perfume de jasmim

Chegou no meu espaço
Mandando no pedaço
Com o amor que não é brincadeira

Pegou me deu um laço
Dançou bem no compasso
De prazer levantou poeira
Poeira
Poeira
Poeira
Levantou poeira!
Poeira
Poeira
Poeira
Levantou poeira!

Texto 2

O cartum Vida de Passarinho, do cartunista Caulos, estabelece um interessante diálogo com um famoso texto-fonte de nossa literatura: No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade, evidenciando uma intertextualidade explícita. Vejamos o poema:

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA

Ocorre sem citação expressa da fonte, cabendo ao interlocutor recuperá-la na memória para evidenciar o sentido. Sem dúvida, essa intertextualidade exigirá dedução, inferência por parte do leitor. Normalmente, encontramos esse tipo de intertextualidade nas alusões, paródias, em certas paráfrases e ironias. Nesse caso, exige-se do interlocutor uma busca na memória para a identificação do intertexto e dos objetivos do produtor do texto ao inseri-lo no seu discurso. Quando isso não ocorre, grande parte ou mesmo toda a construção do sentido fica prejudicada. Podemos afirmar que a intertextualidade implícita pressupõe:

  • não ser facilmente identificada pelos leitores;
  • não estabelecer uma relação direta com o texto-fonte;
  • não apresentar elementos que identificam o texto fonte;
  • exigir que haja dedução por parte do leitor;
  • exigir que os leitores recorram a conhecimentos prévios para compreensão do conteúdo.

Texto 1

Se, na leitura do texto, não levarmos em conta que estamos diante de uma imagem que nos remete a uma outra imagem-fonte de forma implícita, a construção de sentido ficará prejudicada. O texto acima dialoga com o texto original que representa uma fotografia tirada dos Beatles no final da década de 60. Período em que a turma da Mônica estava sendo lançada em revistas. As revistas em quadrinhos também se tornaram muito famosas da mesma forma como a foto dos Beatles atravessando uma rua de Londres. Vejamos o texto-fonte:

Texto 2

Nesse texto, precisamos trazer à memória, meu aluno, a oração do “Pai-Nosso”. Estamos diante de uma propaganda baseada na famosa oração do “Pai-Nosso”, com a finalidade de divulgar a emissora de rádio 102,1. O autor já parte do pressuposto que o texto-fonte já faz parte do conhecimento textual do leitor.

TIPOS ESPECÍFICOS DE INTERTEXTUALIDADE

PARÓDIA

Esse recurso se destina à perversão de um texto original como uma finalidade jocosa, irônica, humorística ou contestadora. É muito comum encontrarmos esse tipo de escrita em programas destinados ao humor. Existem várias paródias que foram feitas, por exemplo, a partir da Canção do Exílio de Gonçalves Dias: Vejamos:

Essa paródia foi feita por estudantes da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Esse texto circulou bastante pela internet e causou muita comoção aos internautas.

CITAÇÃO

É a referência a uma passagem do discurso de outra pessoa no meio de um texto, geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Esse recurso é muito utilizado na produção de textos dissertativos em geral.

Segundo Albert Einstein: “Todos deviam ser respeitados como indivíduos, mas ninguém devia ser idolatrado.”

A sabedoria e a inteligência segundo Albert Einstein: “Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne.”

De acordo com Aristóteles: “O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.”

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