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Prosa pós-moderna

No módulo anterior, nós analisamos as principais manifestações em versos que surgem a partir de 1950. Agora, estudaremos os textos em prosa escritos no mesmo período para entender as transformações da Literatura Brasileira.

A PROSA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

O principal tema da literatura, nos dias de hoje, é o espaço urbano e as implicações de sua dinâmica acelerada, injusta e confusa. A produção literária em prosa nas últimas décadas sofreu clara influência do jornalismo e, por isso, assumiu um caráter mais realista e documental.

Escrever em um mundo acelerado e cheio de estímulos levou muitos autores a optarem por gêneros narrativos mais curtos, como o conto e a crônica. Os contos, além disso, adquiriram grande agilidade narrativa.

Dalton Trevisan, Rubem Fonseca, Marina Colasanti e Ignácio de Loyola Brandão são autores contemporâneos que ganham excelente projeção dentro do gênero conto.

Leia o conto de Marina Colasanti e entenda melhor a fragmentação discursiva.

NO BAR DO PHILLIES

É noite adiantada, e não faz frio. Um homem sai de um edifício, caminha pela calçada, cruza uma e outra rua, e numa esquina para. Chegou ao bar, entra.

O mesmo homem está agora sentado ao balcão. Não tirou o chapéu. Bebe. Veio em busca de sons e presenças, para quebrar a solidão da sua própria casa. É tarde, porém, o bar, como as ruas, está quase vazio. Assim mesmo ele fica, protegido pelas paredes de vidro como se num aquário. E, por baixo da aba do chapéu, olha.

Olha o casal que divide com ele o balcão. Tomaram café, as xícaras estão vazias à sua frente. E não se falam. Encostados quase, lado a lado, o vestido dela vermelho como uma plumagem, sorvem o silêncio. Não é uma briga nem um fastio. É uma ausência. Falta a ambos o desejo de falar. E de se ouvir.

O homem poderia ir embora, ninguém entra naquele bar, ninguém passa naquela rua. Mas ali são três, embora calados. E no bar, pensa o homem, não corre o perigo de estender a mão e apagar a luz.

(COLASANTI, Marina. Hora de alimentar serpentes. São Paulo: Global, 2013.)

O miniconto de Marina Colasanti dialoga com a pintura do artista norte-americano Edward Hopper. A artista economiza na linguagem ao utilizar frases curtas e palavras precisas e, ao mesmo tempo, expõe a solidão humana com forte racionalidade.

O ROMANCE CONTEMPORÂNEO

Apesar de os textos curtos adquirirem grande relevância, isso não significa que as narrativas longas desaparecerão. O romance policial e a sua brutalidade conquistam o público, dividindo espaço com os romances memorialistas.

Raduar Nassar e Milton Hatoum são nomes importantes dentro do segundo estilo. Seus textos recuperam o passado familiar por meio de análises das marcas do tempo na vida dos personagens.

De um modo geral, é possível perceber que as histórias são narradas de modo fragmentado. Com isso, os fatos não se apresentam na mesma ordem em que aconteceram, o que ocorreu no passado mistura-se com o que está acontecendo no presente.

O TEATRO BRASILEIRO NO SÉCULO XX

A partir de 1938, foi fundado o Teatro do Estudante do Brasil, o que estimulou a formação de outras companhias experimentais, cujas atividades se estenderam ao longo de alguns anos. O marco da renovação do teatro brasileiro ocorreu, no entanto, em 1943, com a estreia de Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues. Sob a direção de Ziembinski, a peça escandalizou o público.

Em 1948, surgiu o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), responsável pela formação de um sem-número de artistas. Em 1958, a peça Eles não usam black-tie de Gianfrancesco Guarnieri foi encenada pelo grupo do Teatro de Arena.

O Teatro Oficina e o Teatro de Arena foram duas importantes companhias teatrais que revolucionaram a maneira como os espetáculos eram feitos no Brasil.

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