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Processo de industrialização: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek

O processo de industrialização no Brasil, sob os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, marcou uma era de transformação econômica. Vargas promoveu a industrialização por meio de medidas como a criação da CLT, enquanto Kubitschek impulsionou o desenvolvimento com o Plano de Metas e a construção de Brasília, promovendo significativos avanços na infraestrutura e na indústria do país.

SURTO INDUSTRIAL

O café no século XIX, base de nossa economia, ao mesmo tempo em que preservava aspectos do passado colonial (latifúndio, monocultura e escravismo), tornava nossa realidade mais dinâmica, estimulando a construção de ferrovias e portos, além de criar condições favoráveis para o crescimento de outros empreendimentos, como bancos, atividades ligadas ao comércio interno e uma série de iniciativas empresariais. Nesse verdadeiro surto de desenvolvimento, destaca-se a figura de Irineu Evangelista de Souza, o Barão e Visconde de Mauá, principal representante do incipiente empresariado brasileiro, que atuou nos mais diversos setores da economia urbana.

Observação: Com a consolidação da atividade cafeeira, foi implantada, sobretudo em São Paulo, uma ampla infraestrutura – capital, mão de obra, ampliação do mercado consumidor, energia e rede de transportes – que contribuiu para o desenvolvimento do parque industrial brasileiro.

PRINCIPAIS FATOS QUE CONTRIBUIRAM PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO

I Guerra Mundial

Promoveu um surto de industrialização no país, apoiado na necessidade de substituirmos as importações (primeira fase de substituição das importações). A escassez de produtos industrializados no mercado internacional e os elevados preços desses produtos criaram condições para que a nascente indústria nacional pudesse se desenvolver, com maior destaque para o setor de bens de consumo.

Crise do Café

Foi responsável pelo deslocamento de parte do capital que anteriormente era empregado no setor cafeicultor para o setor industrial ao longo da década de 1930, beneficiando, principalmente, os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

II Guerra Mundial

Assim como na I Guerra Mundial, o fato contribuiu para a expansão da atividade industrial no país, mais uma vez apoiando-se na necessidade de substituirmos as importações, pelos mesmos motivos da I Guerra. O período marca ainda a implantação da primeira grande indústria de base no Brasil, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), implantada em Volta Redonda (Médio Paraíba Fluminense).

INÍCIO EFETIVO DO PROCESSO INDUSTRIAL BRASILEIRO: Getúlio Vargas (1930-1945/1951-1954)

Os dois períodos de governo de Getúlio Vargas na presidência da República caracterizaram-se por grandes investimentos estatais na implantação de indústrias de base no país, como a criação da CSN, importante centro de produção de aço, da Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale, empresa responsável pela exploração dos diversos minerais utilizados pelas indústrias (extração mineral), e da Petrobras (“o petróleo é nosso”), importante produtora de energia. Cabe lembrar, também, a sistematização da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), necessária para a organização das relações de trabalho que vinham sendo estabelecidas no país. Nessa época, os investimentos estatais nas áreas de siderurgia e petroquímica foram muito importantes para impulsionar o crescimento do parque industrial brasileiro, já que esses setores, por exigirem um capital alto e não garantirem um rápido retorno, não atraíam o capital privado.

Brasil – Taxas Médias Anuais de Crescimento da Economia 1920-1939

Fonte: Villela e Suzigan, 2001, p. 180.

Realizações do Governo Vargas no período

  • Criação do Conselho Nacional de Petróleo em 1938. No ano seguinte, foi aberto o primeiro poço de petróleo em Lobato, na Bahia.
  • Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1941, empresa instalada em Volta Redonda, Rio de Janeiro, para produção de aço.
  • Criação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em 1942, com a meta de cuidar da extração das riquezas minerais.
  • Criação da Companhia Nacional de Álcalis em 1943.
  • Criação da Fábrica Nacional de Motores em 1943.
  • Criação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco em 1945.
  • Durante o seu segundo mandato (1951-1954) foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em 1952. Em 1953 foi instituída a Petrobras (Petróleo Brasileiro S/A).

O DESENVOLVIMENTISMO: JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-1961)

JK participa da organização do espaço industrial brasileiro por meio da internacionalização da economia. Tal prática política abriu espaço para a entrada de capitais (investimentos) estrangeiros, em especial aqueles ligados à indústria automobilística (“motor” da economia). Esse período é marcado pelo tripé da economia: capital estatal alocado em indústrias de base e em investimentos em comunicação, energia e transportes notadamente, ao passo que o capital privado nacional concentrou-se no investimento de indústrias de bens de consumo não duráveis e o capital privado internacional voltado ao desenvolvimento de indústrias de bens de consumo duráveis. O slogan “50 anos em 5” marcou o período em questão, onde foram edificadas altas taxas de crescimento econômico à custa da abertura da dívida externa.

Plano de Metas

Teve como principais características os grandes investimentos estatais nos setores de energia e transportes (70% do orçamento do plano) e a maciça entrada de capital estrangeiro na implantação de novos setores industriais no Brasil: automobilístico, de eletrodomésticos, químico-farmacêutico, de máquinas e equipamentos.

Dentre as principais consequências desse plano, destacam-se:

  • Aumento da dívida externa e da inflação;
  • Concentração do parque industrial na região Sudeste;
  • Complementação do parque industrial brasileiro que, a partir do Plano de Metas, passou a dispor de indústrias de bens de produção e de bens de consumo duráveis e não duráveis.

Brasil: plano de metas, previsões e resultados – 1957-1961

AMÉRICO FREIRE et al. Adaptado de História em curso. O Brasil e suas relações com o mundo ocidental. São Paulo: Editora Brasil; Rio de Janeiro: FGV, 2004.

A industrialização do Brasil apoiou-se no TRIPÉ ECONÔMICO, que envolve o capital privado nacional, capital privado estrangeiro e o capital estatal:

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