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Primeiro Reinado: Crise e abdicação de D. Pedro I.

A crise e abdicação de D. Pedro I, em 1831, representam um momento crítico na história do Brasil imperial. Pressões políticas, econômicas e sociais levaram à renúncia do imperador, precipitando um período turbulento de regências e instabilidade política no país.

Uma série de eventos e motivações que foram relevantes para o desgaste político de D. Pedro I ao longo de seu reinado. Abaixo será apresentado todas as motivações que contribuíram com a abdicação do Imperador, de maneira cronológica:

  • Constituição de 1824 – A imposição de uma constituição em 1824 acabou soando como um abuso de autoridade de D. Pedro I, sendo duramente criticadas pelos brasileiros, que viam neste absolutismo uma continuidade da realidade política do regime colonial, com um imperador português dominando o Brasil.
  • Fragilidade econômica do império – a balança comercial brasileira dependia do bom desempenho das exportações, e como o Brasil ainda comprava muitos produtos manufaturados, fez o governo tomar emprestado recursos de banqueiros ingleses, aumentando ainda mais a dívida externa.
  • Morte de D. João VI em 1826 – Com a morte de seu pai, D. Pedro I ficou interessado nos assuntos de Portugal. Uma tensão se iniciou no Brasil, pois D. Pedro I era herdeiro do trono. Para evitar qualquer polêmica, o imperador brasileiro renunciou ao trono em favor de sua filha, Maria da Glória. Em 1828, seu irmão D. Miguel assumiu o trono português como resultado de um golpe de Estado. A possibilidade de D. Pedro I enviar tropas brasileiras para derrubar o usurpador aumentou a sua impopularidade e trouxe novas inquietações, pois essa intervenção poderia acabar resultando a união das duas monarquias. 
  • Guerra da Cisplatina – 1825-1828 – Uma guerra entre Argentina e Brasil pela posse da região, levou a um conflito desgastante entre os países entre 1825 a 1828. Com uma indefinição na Guerra, a Inglaterra intercede um tratado de paz entre Brasil e Argentina, o que resultou na renúncia de ambos os países pela região. Assim, a Cisplatina se tornou independente em 1828, se tornando a República Oriental do Uruguai. Essa guerra acabou aprofundando os problemas financeiros do Império.
  • 1829 – falência do Banco do Brasil – Em 1821, D. João VI retornou para Portugal, e levou boa parte dos recursos presentes no Banco do Brasil. Com os gastos excessivos na Guerra da Cisplatina (1825-1828), D. Pedro I acabou emitindo papel moeda para suprir a falta de dinheiro, aumentando ainda mais a inflação no território brasileiro e prejudicando as camadas populares. Em 1829, com inúmeras dívidas e com a má gestão, o banco declarou falência. 
  • Aumento das rivalidades – Devido ao cenário de absolutismo, o partido português e o partido brasileiro ficaram em lados opostos. O partido Português criou a sociedade Colunas do Trono, com o objetivo de dar suporte a figura de D. Pedro I, enquanto que a oposição do partido brasileiro respondeu com a criação da Jardineira ou Carpinteiro de São José, uma organização maçônica que criticava duramente a atuação absolutista do Imperador.
  • Assassinato de Líbero Badaró – Líbero Badaró era uma jornalista de oposição, que dirigia o jornal paulista O Observador Constitucional, que divulgava diversas edições criticando a figura de D. Pedro I. Em 1830, Badaró acaba sendo morto por partidários do imperador. Meses depois, já em 1831 D. Pedro I visitava Minas Gerais, e devido ao assassinato do jornalista, D. Pedro I foi recebido com muita frieza pelos mineiros, que preferiram homenagear a memória de Líbero Badaró. Muitos mineiros acreditavam que D. Pedro I teria sido o mandante da morte de Líbero Badaró, causando ainda mais desgaste a figura do monarca. 
  • Noite das Garrafadas – Após o incidente em Minas, os “colunas” resolveram organizar uma manifestação de apoio a figura de D. Pedro I. Os “brasileiros” reagiram realizando uma manifestação contrária. Assim, partidários e adversários do imperador entraram em conflito no dia 13 de março de 1831, fato que ficou conhecido como “Noite da Garrafadas”. O confronto deixou inúmeros mortos em ambos os lados, criando um clima de guerra civil no Brasil.
  • Jornada dos Tolos − Com a crise econômica e as péssimas condições de vida no Brasil, as classes populares realizaram inúmeras manifestações, que foram as ruas exigindo a saída do Imperador e a ampliação do direito de voto. Com a saída do Imperador, a elite latifundiária removeu esses populares da cena política, que ficaram sendo taxados como os enganados.
  • D. Pedro I e a instabilidade Ministerial – devido às constantes tensões, para agradar a oposição do partido brasileiro, D. Pedro I foi forçado a reorganizar seu ministério. Em 19 de março de 1831, formou o Ministério Brasileiro, com brasileiros natos, porém sem prestígio político. Novos conflitos eclodiram entre “portugueses” e “brasileiros”.

Em 5 de abril, D. Pedro dissolveu o ministério e organizou outro, francamente absolutista, o célebre Ministério dos Marqueses ou Ministério dos Medalhões. Outra manifestação ocorreu no Rio de Janeiro, exigindo a reintegração do ministério brasileiro deposto. Apesar da insistência de setores civis e militares, D. Pedro manteve-se irredutível. Essa atitude determinou a passagem de Francisco de Lima e Silva, comandante das forças militares do Império, para a oposição. O Imperador ficou completamente isolado e sem apoio. Não contava nem com as tropas para reprimir as manifestações.

Devido a esse isolamento, no dia 7 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou ao trono e deixou de ser imperador do Brasil, em seguida, abandonou o país. Antes de partir, reconciliou-se com os irmãos Andrada, nomeando José Bonifácio como tutor do futuro D. Pedro II.

Abdicação do primeiro imperador do Brasil, pintura de Aurélio Figueiredo, do século XIX.

Reprodução/Palácio Guanabara, Rio de Janeiro, RJ.

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