COMPLEMENTO NOMINAL
Assim como existem os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), meu aluno, há também aqueles termos que complementam os nomes: complementos nominais. Primeiramente, é importante trazer à memória quais são esses nomes que serão complementados. São eles: substantivo, adjetivo e advérbio.
Dessa forma, podemos afirmar que o complemento nominal será o termo, em geral preposicionado, associado, como alvo paciente, ao substantivo abstrato, ao adjetivo ou ao advérbio.
O tirano sempre foi cruel com o povo. (CN ligado a adjetivo)
O tirano sempre agiu cruelmente com o povo. (CN ligado a advérbio)
O tirano sempre agiu com crueldade com o povo. (CN ligado a substantivo abstrato)
Os complementos nominais também podem ser representados por pronomes oblíquos átonos.
Que você sempre tenha respeito por mim. (CN ligado a substantivo respeito)
Que você sempre me tenha respeito. (CN ligado a substantivo respeito)
O aluno foi fiel a ele. (CN ligado a adjetivo fiel)
O aluno lhe foi fiel. (CN ligado a adjetivo fiel)
ADJUNTO ADNOMINAL
É o termo acessório da oração que tem por finalidade a caracterização ou a determinação de um substantivo. Além disso, é essencial saber, meu aluno, que o adjunto adnominal só pode se prender a substantivo, seja concreto, seja abstrato. Entretanto, quando estiver associado a substantivo abstrato, ele será termo agente, indicando posse ou simplesmente qualidade. Vejamos alguns casos:
A cadeira do escritório está quebrada. (Adj. Adn. ligado a substantivo concreto cadeira)
A invenção de Sabin foi importante. (Adj. Adn. ligado a substantivo abstrato invenção – repare que Sabin pratica a ação de inventar, logo é termo agente)
A punição de Deus foi forte. (Adj. Adn. ligado a substantivo abstrato punição – repare que Deus pratica a ação de punir, logo é termo agente)
Os adjuntos adnominais também podem ser representados por pronomes oblíquos átonos. Nesse caso, do ponto de vista da morfologia, exercerão a classe gramatical de pronomes possessivos. São eles: me, te, lhe, nos, vos, lhes.
Aquele monstro arrepiou-nos os pelos. (Arrepiou os nossos pelos.)
Vamos esquematizar o assunto agora a fim de evitar confusões. Vamos criar um quadro comparativo, meu aluno!

Sabemos que as questões de Língua Portuguesa, em geral, aparecem contextualizadas. Isso quer dizer que não é possível, em muitas ocasiões, realizar uma análise sintática eficaz sem a devida interpretação textual. Observemos a seguinte frase: “A compra do artilheiro motivou a torcida”. Para descobrirmos a função sintática do vocábulo “do artilheiro”, precisamos contextualizar a frase.
A. Ao ser comprado pelo mais famoso time de futebol europeu, Neymar se mostrou muito motivado, pois foi uma das transações mais caras desse esporte. A compra do artilheiro foi comemorada pela torcida.
B. Neymar, assim que chegou ao novo clube, resolveu comprar uma bandeira enorme para a torcida usar nos dias dos jogos. A galera ficou muito animada com essa nova aquisição. A compra do artilheiro foi comemorada pela torcida.
Em A, o artilheiro foi comprado, é paciente; portanto, é complemento nominal.
Em B, o artilheiro compra, é agente; portanto, é adjunto adnominal.
Por vezes, o complemento nominal pode aparecer como pronome possessivo. Veja:
Eu sinto saudades de você. Sinto saudades suas.
Podemos nos deparar com situações em que dois complementos nominas estarão ligados ao mesmo vocábulo. Os dois termos destacados na frase abaixo são complementos nominais ligados ao mesmo nome (entrega), ou seja, a ação de entregar recai sobre a medalha e os vencedores. Veja:
A entrega da medalha aos vencedores foi emocionante.
Há situações em que termos adjunto adnominal e complemento nominal ligados a um mesmo nome. Na frase abaixo, fica evidente que o vocábulo “do aluno” é termo agente (adjunto adnominal) de gratidão e o vocábulo “ao professor” é termo paciente de gratidão (complemento nominal).
A gratidão do aluno ao professor foi marcante durante o agradecimento.
APOSTO
O aposto é, em geral, a segunda de duas expressões de natureza substantiva que se referem ao mesmo ser ou ao mesmo elemento, ou seja, o aposto só pode ser representado por um substantivo ou por um correspondente (pronome). Ele serve para explicar, resumir ou identificar o termo principal. Vejamos os principais casos:
APOSTO EXPLICATIVO (OU IDENTIFICATIVO)
É muito comum decorar que o aposto explicativo é aquele termo que vem entre vírgulas; entretanto, não iremos decorar isso, meu aluno. O aposto explicativo pode vir entre vírgulas. Vai depender da estruturação do período. Veja:
Lula, ex-presidente do Brasil, foi preso. (Aqui está entre vírgulas o aposto.)
Foi preso Lula, ex-presidente do Brasil. (Aqui não está entre vírgulas o aposto.)
Ex-presidente do Brasil, Lula foi preso. (Aqui não está entre vírgulas o aposto.)
APOSTO ENUMERATIVO
Apresenta a mesma natureza do aposto explicativo. A diferença está mais na forma, ou seja, o aposto enumerativo apresenta uma enumeração, isto é, um a um é anunciado.
Encontrei alguns amigos: Luiz, Rafael, Renato e Vinícius.
APOSTO RECAPITULADO (OU RESUMIDOR)
É quase sempre representado por um pronome indefinido (ou locução).
As árvores, as plantas, as nuvens, os animais, tudo me fazia lembrar dela.
Observação: Nesse caso, o verbo irá concordar com o aposto resumitivo.
APOSTO ESPECIFICATIVO
Esse aposto vai especificar o termo genérico, ou seja, um nome específico se junta ao nome genérico de sua espécie. Perceberemos que esse termo específico vai atribuir um nome ao termo genérico. Vejamos:
A cidade de Paris. (Paris é o nome da cidade)
O poeta Machado de Assis (Machado de Assis é o nome do poeta)
O rei D. Manuel. (D. Manuel é o nome do rei)
Cuidado para não confundir com os adjuntos adnominais que apresentarão valor adjetivo e não irão atribuir nome algum. Veja:
O clima de Paris.
A crônica de Machado de Assis.
A casa de D. Manoel.
APOSTO DE UMA ORAÇÃO
Esse aposto se refere a uma oração inteira. Para identifica-lo de forma mais fácil, meu aluno, tente substituí-lo pelo vocábulo “coisa”, “fato” ou “algo”. Veja:
Você me deu um beijo, o que me deixou apaixonado.
Você me deu um beijo, fato que me deixou apaixonado.
Você me deu um beijo, coisa que me deixou apaixonado.
Você me deu um beijo, algo que me deixou apaixonado.
VOCATIVO
O vocativo aparecerá na interlocução, isto é, na comunicação entre locutor e interlocutor. Ele vai representar a segunda pessoa do discurso, ou seja, a pessoa com quem se fala.
– Tu, meu aluno, precisas estudar.
Quando se pretende realçar o vocativo, é possível fazer uso da interjeição “ó”.
-Tu, ó meu aluno, precisas estudar.
Observação: Quando modificamos a pontuação de determinadas orações, podemos mudar a função sintática de alguns vocábulos. Veja:
– Joaquim, o presidente do clube, perdeu a eleição. (Aposto Explicativo)
– Joaquim, o presidente do clube perdeu a eleição. (Vocativo)
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo acessório da oração que, com ou sem preposição, refere-se prioritariamente a um verbo, podendo também se referir a um adjetivo, a outro advérbio ou a uma declaração inteira. Em sintaxe, o adjunto adverbial é exercido pelos advérbios e pelas locuções adverbiais. Vejamos as circunstâncias transmitidas pelos adjuntos adverbiais:
Na cidade maravilhosa, eu encontrei meu amor. (lugar)
No período da ditadura, as pessoas se calavam. (tempo)
Não entrará neste país sem o passaporte. (condição)
Apesar da chuva, todos foram à praia. (concessão)
Iremos dançar conforme a música. (conformidade)
Viajarei para negócios. (finalidade)
Viajarei com meus irmãos. (companhia)
Eles falavam sobre o rebaixamento do time. (assunto)
As crianças morriam de fome. (causa)
Aquela mansão custa 900 mil reais. (preço)
Saiu de mansinho para ninguém ver. (modo)
Ele construiu uma porta de aço. (matéria)
Talvez ele vença nas próximas eleições. (dúvida)
De modo algum venderei meu voto. (negação)
Ele falou muito. (intensidade)
Estou cansado de fato. (afirmação)
Realmente, ele gabaritou a prova. (advérbio que modifica todo o enunciado)