O ENGENHO
Inicialmente a palavra engenho referia-se ao equipamento utilizado para moer a cana de açúcar. Todavia, o termo passou a servir como nomenclatura para a estrutura fundiária brasileira, ou seja, engenhos eram as grandes propriedades rurais onde se produzia cana de açúcar. Quando o senhor de terra era reconhecido como dono de um engenho, significa que este homem era dono de um complexo latifundiário formado por casa-grande (morada do senhor), senzala (dormitório dos escravos), casa do engenho (local da produção de açúcar), capela e plantações.
A estrutura de um pequeno engenho poderia comportar até 50 escravos, nas grandes propriedades poderiam ter algumas centenas que trabalhassem no plantio da cana. Havia também os engenhos que possuíam destilarias, produzindo aguardente usada no tráfico de escravos.
EXPANSÃO DO CANAVIAL
A agricultura canavieira tinha um caráter extensivo o crescimento da lavoura não se dava pela melhoria técnica da produção, mas pela anexação de novas terras a zona de plantio do canavial. O aumento da produção permitia uma exploração e dominação das terras coloniais. Por outro lado, o aumento de terras também confrontava os interesses dos jesuítas, que não desejavam o desrespeito ou aprisionamento das populações indígenas, capturadas na grande maioria para suprir a escassez de mão-de-obra escrava. As manchas de massapé eram os indicadores de terras férteis para os portugueses.
ALÉM DO AÇÚCAR
O TABACO
No início do século XVII se desenvolveu na região da Bahia a produção de tabaco (produto de origem indígena) na Bahia. Produzido em larga escala pelos senhores de engenho e criadores de gado, o produto servia como moeda de troca para a realização do tráfico de escravos.
No século XVIII ocupa o segundo lugar das exportações para a Europa. Sua produção acabou crescendo na mesma demanda da mão- de-obra escrava. Além da Bahia, foi cultivado também em Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA
Para atender as demandas alimentícias da colônia, a produção de alimentos tinha um papel importante na manutenção da população colonial. Num primeiro momento, os colonos realizavam a troca de produtos com os índios, obtendo assim alimentos. Foi dessa forma que a mandioca se popularizou, se tornando um dos principais produtos na alimentação colonial.
Nos engenhos e fazendas eram reservados alguns espaços para a produção de alimentos, onde os escravos ficavam responsáveis por tal produção. Entretanto com o crescimento na demanda por açúcar, essa produção alimentícia era deixada de lado. Para continuar atendendo a produção alimentícia, foi surgindo na colônia pequenas propriedades familiares responsáveis pela produção de alimentos.
PECUÁRIA
O gado foi introduzido no Brasil com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza. Inicialmente o gado foi trazido para atuar junto dos engenhos, como força de tração para o maquinário ou para o transporte de lenha e caixas de açúcar, Com a ampliação do rebanho, o gado foi sendo utilizado como fornecedor de couro e na alimentação colonial.
Como a produção de açúcar era a prioridade colonial, com a ampliação dos rebanhos o gado teve que procurar outras regiões para se desenvolver. Por esse motivo a pecuária poder ser vista como como um dos fatores para a interiorização da colonização, estimulando a penetração no sertão nordestino.
DROGAS DO SERTÃO
As drogas do sertão tiveram uma dupla funcionalidade na realidade colonial. Além de garantir a ocupação da região amazônica, com a atuação de diversas missões jesuíticas no norte do Brasil colônia, os produtos recolhidos (cacau, cravo, canela, castanha-do-pará, urucum) tinham um amplo mercado na Europa, sendo valorizados e consumidos pelos europeus como artigos tropicais.
Essa atividade permitiu consolidar a atuação jesuítica na região norte, que conseguiu constituir inúmeras missões jesuíticas na localidade, tornando-se uma ferramenta importante no processo de colonização dos índios.