A AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA
A agricultura de subsistência é um sistema agrícola aplicado nos países onde o processo de capitalização do campo, basicamente se desenvolve lentamente, à utilização de máquinas e equipamentos é deficiente em relação ao acesso de novas tecnologias, produzido geralmente em pequenas e médias propriedades, tendo o processo produtivo da base familiar, geralmente com técnicas rudimentares, como o arado manual ou com animais de tração, enxada e foice braçal.
Nesse processo produtivo, geralmente a produção destina-se para abastecer as famílias produtoras, tendo um excedente ele é vendido ou trocado no mercado com outras famílias. Essa produção de alimentos agrícolas pelas famílias para basicamente o seu sustento é caracterizada por uma baixa produtividade, como milho, arroz, mandioca, feijão, batata, verduras e legumes.
Esse processo produtivo é caracterizado pela baixa produtividade e recursos técnicos, empregando instrumentos tradicionais, nas pequenas e médias propriedades rurais ou sítios.
A AGRICULTURA DE INTINERANTE
A agricultura itinerante é uma técnica de cultivo milenar, inclusive utilizada pelo primitivo habitante do continente americano do Sul, como por exemplo, os indígenas, antes do processo da colonização europeia. Esse termo tem origem no latim, relacionado com o ato de percorrer itinerários, se deslocar ou viajar, como uma mudança constante de lugar, não tendo uma região fixa. Esse processo é utilizado atualmente nas feiras e exposições.
Esse tipo de cultivo está relacionado em retirar a cobertura vegetal nativa, normalmente através da queimada para aumentar a área de produção ou novas regiões de cultivo, favorecendo o empobrecimento rápido do solo com a remoção destruição superficial dos seus nutrientes, do material orgânico, além de intensificar a lixiviação e consequentemente a erosão, principalmente nas regiões quentes e úmidas, com a formação de ravinas e voçorocas no relevo mais íngreme.
Esse sistema produtivo agrícola é mais utilizado nos países menos desenvolvidos, caracterizado pela rotatividade das áreas cultivadas com a policultura de subsistência. Um sistema de rotação da terra e devido ao seu rápido empobrecimento ela será abandonada posteriormente, continuando o processo em outra região que será desmatada e o ciclo continua.
Esse tipo de cultivo é uma alternativa para as famílias de agricultores com baixos investimentos de logísticas e subsídios para cultivar seus próprios alimentos, sem está relacionado com a produção em larga escala e sem um vínculo direto com o mercado consumidor.
A AGRICULTURA DE JARDINAGEM
O termo agricultura de jardinagem tem a sua origem no sul e sudeste asiático, com a produção de arroz nas planícies de solos alagados, com a utilização da mão de obra numerosa ou familiar, onde anualmente sua fertilidade é renovada através dos ventos e chuvas das monções, provocando pluviosidades torrenciais, com longos períodos do verão nessa região, favorecendo o transbordamento dos rios, com a fertilização dos solos de várzeas nas suas margens.
Esse tipo de prática agrícola pode ser praticado em planícies, planaltos ou em um relevo montanhoso através do terraceamento, com degraus ou terraços nas encostas dos morros, que são camadas sulcadas pela atividade do agricultor, denominado de curvas de nível ao longo de encostas férteis para reduzir o escoamento superficial da água, evitando a lixiviação e erosão e facilitam a absorção da água pelo solo em uma maior quantidade.
- Desenvolve-se em pequenas propriedades.
- Emprega numerosa mão de obra.
- Apresenta elevada produtividade.
- É cultivada nas planícies aluviais, deltas dos rios e nas encostas das montanhas, onde se adota o sistema de terraceamento.
CAI’S
O CAI’s, conceito de complexo agroindustrial está associado à base da construção de atividades agropecuárias modernas no meio rural. Nesse sentido, o processo de integração entre agricultura, pecuária e a indústria são evidenciados também na ampliação das relações intersetoriais que culminaram na estruturação de um novo padrão agrário. Nele, a agropecuária se constitui em mais um elo da dinâmica produtiva geral e o espaço agrícola passa a ser comandado pela lógica da ampliação das relações capitalistas no campo.
A AGRICULTURA DA ÁSIA DAS MONÇÕES
A agricultura tradicional do sul e sudeste da Ásia das monções, também conhecida como rizicultura inundada, é praticada em pequenas áreas com mão-de-obra numerosa. O sistema é tradicional com técnicas aprimoradas de terraceamento, adubação e irrigação. Neste trecho do mundo, o arroz é o principal gênero e cultivado há milênios, atualmente vem se obtendo nessas regiões da China, Filipinas, Tailândia e Indonésia, alta produtividade, devido a utilização de fertilizantes, avanços biotecnológicos na pesquisa científica etc.
Em alguns países do sudeste asiático, que apresentam uma densidade demográfica elevada as condições de cultivo são precárias. O arroz é semeado durante a época chuvosa de junho a outubro, pois as variedades de arroz mais comuns neste trecho do mundo são dependentes da abundância de água. Embora seja uma agricultura milenar, a rizicultura tem sofrido significativas inovações tecnológicas com a introdução de variedades de arroz melhoradas geneticamente e de novas técnicas de adubação.
Com a revolução socialista chinesa de 1949, a agropecuária da China passou a ser relacionada como a base do desenvolvimento econômico do país. As terras foram coletivizadas e as tradicionais práticas de agricultura comunitária foram substituídas pelas cooperativas agrícolas e na década de 1957 pelas comunas populares ou comunidades agrícolas coletivas.
Na década de 1984, o governo chinês anunciou um conjunto de reformas econômicas agrícolas que já vinham sendo experimentadas desde a década de 1970, dando a permissão para a exploração familiar ou individual, favorecendo o lucro da atividade rural, com a adoção de novas tecnologias e um estímulo a produtividade, além da flutuação dos preços dos produtos no mercado mundial das bolsas de valores e o incentivo ao consumo pela sociedade, com essas medidas atualmente a China é um dos maiores produtores mundiais de alimentos.

Fonte: WWW.UOL
A AGRICULTURA DE PLANTATION
O sistema agrícola de plantation predominou no período de exploração colonial europeia entre os séculos XVI e XIX, principalmente nas colônias da América, utilizando a mão de obra escrava negra, trazidos do continente africano, para as colônias de destino, além de alguns indígenas. Atualmente esse cultivo é utilizado em alguns países, como no continente africano e asiático, exceto com a utilização da mão de obra escrava, mas empregando trabalhadores que vivem em condições análogas à escravidão. O governo brasileiro nos últimos anos vem se empenhando para minimizar essa realidade no campo no país.
Um sistema produtivo onde predomina as grandes propriedades, denominados de latifúndios, com o cultivo de produtos tropicais que se adaptavam com mais facilidade ao clima das mais variadas espécies vegetais, além das condições do solo, como a cana de açúcar, cacau, chá e o café. Utilizando uma mão de obra numerosa, geralmente de baixa qualificação, com monoculturas, técnicas rudimentares, com gastos menores no cultivo, basicamente para a exportação, para atender aos mercados consumidores internacionais e favorecendo o empobrecimento rápido do solo.
A prática agrícola de plantations colonial no território brasileiro foi responsável pela significativa modificação no espaço geográfico, principalmente no nordeste brasileiro, com a introdução da monocultura da cana de açúcar, espécie nativa do continente asiático e introduzida no país, contribuindo para degradar grande parte da mata atlântica, com uma estrutura econômica fundiária fundamentada nas capitanias hereditárias, seis Marias, nos grandes latifúndios para a exportação, destruindo a produção agrícola itinerante de subsistência, da população nativa do país.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo
A AGRICULTURA IRRIGADA
Segundo dados da FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, apontam que o mundo terá de produzir para alimentar uma população mundial, que irá ultrapassar os 10 bilhões de habitantes em 2050, com uma renda maior de consumo, principalmente na América do Norte, Europa e Ásia, além de países menos desenvolvidos no continente africano e América Latina.
A demanda mundial de grãos e carnes para a alimentação humana e animal deve aumentar para 3,0 bilhões de toneladas, além de produzir matérias primas para as indústrias e energia no setor de etanol e bicombustíveis, segundo nota divulgada por esse órgão.
O território brasileiro dispõe de enorme capacidade de produção agrícola e apresenta um grande potencial de uso dos solos, de água e de radiação solar, poderá contribuir para a segurança alimentar mundial, atendimento dessa demanda para o mundo, sendo esse um dos motivos que levarão o país a experimentar uma forte pressão externa por aumento da produtividade agrícola, com destaque para a agricultura irrigada de soja e milho.
Agricultura irrigada está ligada ao aumento da produção de alimentos, com a demanda hídrica, na utilização do pivô central, gotejamento e aspiração de água com o objetivo de produzir mais alimentos, além da capacitação de produtores rurais na gestão do uso da água da irrigação através do manejo eficiente dos sistemas de irrigação existentes, promovendo uma sustentabilidade ambiental.
A irrigação da produção agrícola é fundamental não somente para o aumento na oferta de alimento, com melhor qualidade, mas também para a segurança alimentar e nutricional da população mundial, com menores danos aos recursos naturais e ao meio ambiente.
Nesse processo, a agricultura irrigada tem o desafio de melhorar a sua eficiência de uso de dois insumos estratégicos para a sociedade a água e a energia, apesar do imenso potencial que possui para a irrigação, o Brasil aplica a tecnologia em menos de 10% da área agrícola produzida.
O grande desafio do produtor rural brasileiro é produzir mais alimento utilizando cada vez menos água no incremento da agricultura irrigada, para melhorar a produtividade e utilizar novas técnicas de irrigação de precisão. Para se conseguir o uso eficiente da água na produção de alimentos é necessário conhecer as técnicas de manejo da irrigação e a gestão dos sistemas, ou seja, é preciso fazer irrigação com base na necessidade hídrica das plantas e não na disponibilidade de água.
A paisagem na região do Vale do Rio São Francisco, no sertão nordestino vem mudando nos últimos anos com a fruticultura irrigada, principalmente com a água da hidrelétrica de Sobradinho no sertão baiano e pernambucano, com a captação de água e o bombeamento nos diversos canais de irrigação, transformando parte da caatinga xerófila em um imenso tapete verde de uva, melão, goiaba, banana, abacaxi, manga, maracujá, melancia e abacate.
A fruticultura vem se expandindo nos municípios de Petrolina e Salgueiro no estado de Pernambuco, Juazeiro na Bahia, e Balsas no Maranhão, com mais de 700 mil quilômetros de tubos e cerca de 160 quilômetros de canais de irrigação, com mais de 2.600 produtores rurais, na grande maioria familiar, gerando mais 100 mil empregos diretos e milhares indiretos, contribuindo para a fixação do homem do campo nessa região, reduzindo o êxodo rural, em uma área onde predomina o clima semiárido, com uma precipitação média anual de 450 milímetros.
Essa região da caatinga nordestina possui um solo fértil, onde o processo de irrigação por gotejamento torna essa produção mais econômica e sustentável, além da biotecnologia e a engenharia genética desenvolvida pela EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Como o homem controla a quantidade de água utilizada na produção e a insolação é constante devido ao clima semiárido de latitude baixa e média, as pragas praticamente não se desenvolvem consequentemente quase não se utiliza pesticidas, herbicidas e agrotóxicos. As frutas produzidas nessa região vêm obtendo uma grande aceitação no mercado externo, como nos Estados Unidos, Japão e Europa, principalmente para a produção de suco.