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Os conflitos da Nova Ordem Geopolítica Mundial – Os conflitos atuais na África

A geopolítica dos conflitos atuais da África é motivada pela combinação de causas variadas, embora predomine, neste ou naquele caso, um determinado componente étnico em Ruanda, Mali, Somália e Senegal, religioso na Argélia e político em Angola e Uganda. Isto sem contar os litígios territoriais, muito frequentes na África Ocidental.

No meio desses conflitos que atormentam a África no final do século XX e início do século XXI, estão vários povos e nações que buscam sua autonomia e sua autodeterminação com poderes centrais autoritários, exercidos muitas vezes por uma etnia majoritária. Boa parte dos conflitos africanos resulta da partilha colonial promovida pelos europeus, que alterou as fronteiras entre as nações africanas, criando limites artificiais, que agruparam num mesmo espaço geográfico povos rivais.

Com o processo de descolonização ocorrido ao longo do século XX, muitos desses povos passaram a guerrear, motivados por disputas territoriais, conflitos étnicos, religiosos e mais recentemente, até mesmo pela posse dos recursos hídricos. Como exemplos podem verificar:

  • Na Somália, oito clãs disputam o poder numa guerra civil que dilacerou completamente o país;
  • Na Libéria, a guerra interna matou mais de 150 mil pessoas e produziu cerca de 700 mil refugiados;
  • A cifra semelhante pode ser verificada na vizinha Serra Leoa. A situação não é muito diferente em países como o Chade ou Sudão.

Esses conflitos, classificados genericamente de étnicos e que eclodem periodicamente em países da África Subsaariana, têm como tônica o envolvimento de povos vizinhos, cujas características são mais ou menos diferentes. Alguns desses conflitos são esporádicos e duram alguns dias ou semanas, como tem acontecido na Nigéria.

Outros, como na região da África Oriental, na região do planalto dos grandes lagos, no Sudão, na Somália, no Congo, mas também na África Ocidental, envolvendo a Libéria, Serra Leoa, Costa do Marfim, são bem mais graves e persistentes podendo durar vários anos e têm sido responsáveis por milhões de vítimas.

Na maior parte dos casos, os conflitos são internos, entre populações mais ou menos próximas, muitas vezes misturadas, como é o caso de tutsis e hutus em Ruanda e no Burundi. Todavia, tem sido cada vez mais comum que esses conflitos acabem envolvendo países vizinhos, como o que ocorreu recentemente na República Democrática do Congo, ex-Zaire, onde forças armadas de Ruanda, Uganda, Zimbábue e Angola não só tomaram partido das facções congolesas em luta, como acabaram se enfrentando em pleno território congolês.

A novidade dos conflitos recentes é que eles não são mais explicados apenas por razões geopolíticas de grande envergadura, do tipo capitalismo x socialismo, como acontecia no tempo da guerra fria. Por outro lado, a ação de grupos fundamentalistas islâmicos, fenômeno que pode ser considerado de grande envergadura no início do século XXI, tem importância pequena ou quase nula no contexto geopolítico do centro-sul do continente africano. Vale ressaltar que na região da bacia do Congo e do planalto dos grandes lagos, o número de muçulmanos é bem pouco expressivo e é justamente nessas regiões que os conflitos têm provocado muitas mortes e são mais duradouros.

A multiplicação dos conflitos pode ser explicada também pelo crescimento demográfico dos diferentes grupos étnicos e pela necessidade de cada um deles em estender suas terras cultivadas para compensar os efeitos da degradação dos solos. A exacerbação dos conflitos entre hutus e tutsis em Ruanda resultou, parcialmente, da luta por terras férteis num pequeno país cuja densidade demográfica é de aproximadamente 300 habitantes por km².

Ademais, a África Subsaariana tem sofrido, mais do que em outras partes, dos problemas ambientais inerentes ao mundo tropical, sobretudo porque as produções agrícolas se fazem principalmente sobre solos lateríticos pobres, degradados e frágeis. Na África, fora dos vales, os diferentes grupos étnicos que praticam a agricultura, cujos rendimentos declinam sistematicamente, se esforçam em estender seu território em detrimento dos grupos vizinhos.

Fonte: Atlas Geográfico Escolar – MEC.

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