Estude grátis

Os conflitos da Nova Ordem Geopolítica Mundial – A questão curda

A questão curda de fato está entre os problemas de mais difícil solução do Oriente Médio, já pródigo em terríveis impasses políticos. Os curdos constituem uma população de mais de 20,0 milhões de pessoas que não conta com um Estado Nacional. Para agravar o problema, estão dispersos por vários países, principalmente a Turquia, o Irã, o Iraque e a Síria.

Nenhum deles, é claro, está disposto a ceder território para a criação de um Curdistão independente. O contencioso maior é com a Turquia, onde curdos representam cerca de 20,0 % da população e onde uma atuante guerrilha terrorista, acompanhada de violenta repressão, levou a uma guerra civil de baixa intensidade.

Para agravar ainda mais a questão, os curdos tornaram-se uma espécie de arma com a qual os Estados da região pressionavam uns aos outros, a Síria deu abrigo a guerrilheiros curdos que atuavam contra a Turquia, o que levou Ancara a firmar aliança com Israel de forma a constranger os sírios. Esse já complexo xadrez se complica ainda mais quando se considera que existem importantes minorias curdas no Azerbaijão e na Geórgia, uma ex-república soviéticas onde Moscou ainda tem grande interesse.

As dificuldades para a criação de um Estado Nacional curdo são tantas que a tendência é que o “status quo” seja mantido. Resta saber se os curdos iraquianos vão se conformar em renunciar à independência agora que o regime de Saddam Hussein, que os perseguiu implacavelmente, terminou tragicamente.

O fiel da balança serão os Estados Unidos. A lógica sugere que Washington evitará contrariar Ancara e fomentar ainda mais a instabilidade na região. A verdade é que os curdos constituem um dos últimos grandes povos sem Estado. Pior ainda, a população curda vive espalhada pelos quatro Estados limítrofes, o Iraque, Turquia, Irã e Síria, os diversos partidos curdos sempre lutaram pela independência ou um alto grau de autonomia. Não é por nada que sempre foram vistos como uma ameaça para a integridade territorial dos países da região. A Turquia nem sequer admite que existam curdos no seu território, chamando-os de “turcos das montanhas”.

Mas o drama do movimento nacional curdo é a sua divisão. Uma situação que permitiu que várias vezes fossem manipuladas, não só pelas grandes potências, mas também pelos Estados da região que utilizam os combatentes curdos para desestabilizar e chantagear os países vizinhos. O próprio PKK já foi apoiado pela Síria contra a Turquia, até que o governo de Ancara conseguisse pressionar Damasco para que expulsassem o Partido dos Trabalhadores e entregassem o seu líder, Abdula Ocalan.

Hoje o PKK, que milita pela separação das zonas curdas da Turquia, utiliza o novo Curdistão iraquiano como base para atacar o inimigo turco. É, portanto perfeitamente legítimo que as autoridades de Ancara peçam ao governo iraquiano, aliás, presidido por um curdo, Jalal Talabani e aos americanos que têm tropas no Iraque, que acabem com os ataques, expulsem o grupo terrorista e entreguem seus líderes. Senão eles serão obrigados a fazer o serviço por conta própria. Nenhum Estado pode tolerar que um Estado vizinho sirva de santuário para grupos terroristas que matam seus soldados e colocam bombas no seu território. O problema é que mesmo se o PKK não é flor que se cheire, nem mesmo no Curdistão, não há nenhum partido curdo que esteja disposto a combatê-lo diretamente. Ovelhas desgarradas sim, mas ovelhas irmãs.

CURSO EEAR 2023

ESA 2022

de R$ 838,80 por R$ 478,80 em até 12x de:

R$ 39,90/MÊS

SOBRE O CURSO:

SOBRE O CURSO:

SOBRE O CURSO:

Precisando
de ajuda?

Olá ProAluno!
Em que posso te ajudar?