“A notícia do assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln, em 1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar à Europa. A queda da Bolsa de Valores de Hong Kong, em outubro de 1997, levou 13 segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e Tel Aviv, Buenos Aires e Frankfurt, atualmente chega no tempo real, como a Guerra do Iraque transmitida ao vivo”.
Fonte: Jornal folha de São Paulo.
Os fatores que impulsionaram esta revolução foram os computadores, smartphone, as fibras óticas, cabos oceânicos intercontinentais e as transmissões via satélite. Para o capital mundializado era fundamental o avanço nestes setores que passaram a permitir a gestão à distância, com grande eficiência, das unidades das empresas multinacionais e transnacionais, instaladas em vários pontos do mundo. Para isso foi fundamental a produção de cabos de fibra óptica em escala industrial e o lançamento de satélites naturais, que possibilitou a transmissão de muito mais informações a uma velocidade bem maior do que os antigos cabos de cobre e as fotografias.
A internet veio acelerar esse processo porque através dela trocam-se informações, tais como a transferência de arquivos de som, imagem e texto. É possível conversar por escrito ou de viva voz, além de fazer compras em qualquer país conectado, em qualquer parte do mundo, inclusive na China, Cuba e Coreia do Norte. Com a pandemia do vírus da covid19, o mundo científico viu a evolução da doença em tempo real para todos os países, além de desenvolver um medicamento ou vacina com a integração de laboratórios nos diversos cantos do Planeta Terra.
A censura na internet é feita através do controle ou a supressão da publicação ou acesso de informação na rede mundial de computadores. A China, Coréia do Sul e diversos países do Oriente Médio nos dias de hoje, são apontados como os maiores inimigos da internet e fazem controle pelo seu governo sob a alegação de estarem protegendo seus valores nacionais, religiosos e culturais controlam o acesso às informações sobre a situação política e proíbem qualquer notícia a respeito de questões relacionadas aos direitos humanos.
Atualmente a Google não está operando diretamente na China, onde a rede é controlada com maior rigor pelo governo central, controlando as informações e manipulando dados, mesmo assim o projeto chinês da internet 5G, já está funcionando nesse país, com expansão para diversos países, quem sabe até o lançamento desse material, com a rapidez dessa evolução tecnológica, esse projeto estará obsoleto, em outro patamar, inclusive em relação à inteligência artificial.
A indústria da telecomunicação vive uma explosão sem precedentes, somada ao barateamento e à popularização da informática no contexto mundial, diretamente no celular, ipad, tablete, notebook e nos smartphones.

Fonte: https://t2.tudocdn.net/297181?w=660&h=505
Paralelamente, começa a se esboçar uma convergência entre a infraestrutura de comunicação e a indústria da mídia, principalmente como exemplo, a APPLE à medida que ambas se digitalizam. É essa conjunção que torna possível um mundo globalizado nos moldes do século XXI. Mas o mundo não ficou pequeno para todos. Apesar de uma complexa rede de cabos e satélites conseguir abraçar completamente o globo terrestre, as telecomunicações ainda são um privilégio de poucos, no mundo capitalista, provocando uma exclusão digital.

Fonte: Símbolo da Apple
Grande parte do continente africano tem menos de uma linha de telefone móvel para cada 100 habitantes. No Brasil, mais de 100 milhões de brasileiros acima de 10 anos não têm acesso à internet ou quase 50,0% do total dessa população, são os chamados excluídos digitais, esse processo ficou comprovado com a pandemia do vírus da covid 19. O mesmo não ocorre com a telefonia celular, a maioria dos brasileiros acima de 15 anos de idade têm celular no país. São mais de 90 milhões de pessoas possuidoras de um ou dois aparelhos de telefonia móvel.
O aparelho móvel, para muitos, representa a porta de entrada no universo da tecnologia. Os mercados mais saturados, com mais de 50 linhas para cada 100 habitantes estão na América do Norte, Japão, China, Coréia do Norte, União Europeia e Oceania.
Os avanços tecnológicos dos meios de comunicações e informações permitiu o aumento dos fluxos de capitais especulativos, o chamado smart money ou dinheiro esperto, principalmente através das criptomoedas, como o Bitcoin.
Esse processo acabou contribuindo para algumas das crises especulativas ocorridas no final do século XX e início do XXI, porque se tornou corriqueiro ver um país entrar em colapso já que os investidores de risco levaram seus dólares de volta para os países mais desenvolvidos ou investiram em paraísos fiscais, diante da suspeita de que aquele país passou a ser um risco para suas aplicações.
Em 1997, rapidamente um furacão financeiro veio da Ásia, passou pela Europa, Estados Unidos e chegou ao Brasil. Pessoas que não sabiam onde ficava a Tailândia ou Hong Kong logo tomaram conhecimento da sua existência e compreenderam que; “um resfriado nesses lugares pode virar uma gripe aqui”, especialmente se fizer uma escala em Nova Iorque.

Fonte: produto.mercadolivre.com.br
Outra forma de uso dos meios de comunicação para movimentação financeira está na prática conhecido como lavagem de dinheiro, que representa uma perda de receita pelos Estados Nacionais. Trata-se de um processo de legalização de capital líquido, dinheiro em espécie, obtido de maneira ilícita, como contrabando de armas, narcotráfico, terrorismo internacional, desvio de verbas públicas, corrupção institucional etc.
Isso é feito através da fuga direta do dinheiro pelas diversas redes materializadas no espaço, ou das brechas existentes no sistema financeiro e bancário oficial de cada país. Esse processo permite, via on line, em um tempo real e rápido que quantias expressivas sejam enviadas para territórios regulados por leis menos rígidas quanto à origem e à natureza dos capitais.
Esses países são denominados de paraísos fiscais, o que torna o seu sistema financeiro e bancário receptáculo de capitais originados pelas atividades ilícitas. Esse é, sem dúvida, um dos maiores problemas enfrentados atualmente por diversos países do mundo, principalmente por aqueles que têm sistemas de fiscalização menos eficientes, como o Brasil, presenciado recentemente na investigação da denominada operação lava jato, o maior escândalo de corrupção no país, um dos maiores do mundo.
A geografia dos sistemas de transportes modais e intermodais interfere na dinâmica de uma região, país ou mundial e é um dos fatores mais importantes para o seu crescimento econômico e do deslocamento de pessoas, cargas e mercadorias. Na etapa da mundialização econômica que atravessamos duas formas de transportes vêm se destacando; o aéreo e o marítimo de cargas.
O transporte aéreo é utilizado preferencialmente para movimentar passageiros ou mercadorias urgentes ou de um alto valor agregado. O transporte aéreo foi o que mais contribuiu para a redução da distância e do tempo, ao percorrer rapidamente distâncias longas, com um baixo risco de ser desviado ou roubado, porém o custo se torna bastante elevado, devido a sua logística.
O transporte de cargas foi revolucionado com a adoção do contêiner, principalmente no transporte marítimo. Está em andamento um processo de conteinerização. O contêiner é um recipiente construído de material resistente e de padronização mundial, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotada de dispositivo de segurança aduaneira, que atende às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação de cada país. Até então, a manipulação das mercadorias era realizada por meio da força humana, com riscos de danos à carga, ao manipulador e ao meio ambiente, além da facilidade de desvio ou roubo. Com os contêineres padronizados, foi reduzido o tempo de carregamento e descarregamento em portos altamente aparelhados e se aperfeiçoou os espaços de armazenamento, possibilitando, ainda, a utilização modal e intermodal nos transportes de cargas.
No quesito transporte de mercadorias, o Brasil está em posição diferente ao dos demais países mais desenvolvidos. Em nosso país, há um desequilíbrio na matriz de transporte, com um peso muito grande do modal rodoviário de alto custo de manutenção do veículo, do piso rolante e mais adequado às pequenas distâncias, nós somos o único a possuir a mais extensa rede de rodovias, apesar da pouca integração com outros meios de transporte e das péssimas condições para o tráfego de deslocamento desses veículos, nas estradas, a maioria não pavimentada, pessimamente sinalizada e construída de uma forma inadequada.
Percebe-se que as diferenças entre os países são gritantes, o Brasil é o campeão no uso da modalidade rodoviária para a transferência de cargas dificultando à logística e a competitividade de muitos produtos nacionais, principalmente pelo custo excessivo na relação do combustível utilizado, tonelada e tempo, como o nosso agronegócio.
Os Estados Unidos utilizam mais o modal ferroviário, com mais de 50,0% da sua malha do modal se comparados aos outros países além do hidroviário. Isto se deve, em grande parte, às suas políticas públicas para o setor e à proximidade das suas áreas produtivas de relevo, de rios e canais navegáveis, no processo de integração nacional.