URBANIZAÇÃO DO BRASIL
Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda.
A urbanização “é o ato ou efeito de urbanizar, fenômeno demográfico que se expressa na tendência na concentração da população nas cidades, que se urbanizou ou que tem o caráter de cidade”.

Fonte: Quino (2003, p. 175, tira 4).
Nos países menos desenvolvidos, como o Brasil, onde o processo de industrialização foi retardatário ou tardio, nos últimos anos vem ocorrendo um intenso processo de crescimento urbano desordenado ou de urbanização desigual, contribuindo com a macrocefalia urbana. Mesmo que de uma forma desigual para uma parcela da população, o processo de urbanização não eliminou a miséria e a pobreza de uma parcela da população que ocupa esse espaço geográfico.

Jean Baptiste Debret, Negros e mulatos coletando esmolas para irmandades. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, 1834.
Na maioria dos países mais desenvolvidos ou nos menos desenvolvidos, a classificação de uma aglomeração urbana leva em consideração algumas variáveis básicas como a densidade demográfica, isto é, o número de habitantes por quilômetro quadrado, a localização e a presença de equipamentos como o mobiliário urbano, além dos serviços de comunicação, transporte, educação, lazer, saúde, coleta seletiva de lixo, tratamento de água, esgoto etc.
O planejamento urbano é a atividade que define as condições de uso e ocupação do solo urbano, como, por exemplo, o uso habitacional, industrial, comercial, bancário e de lazer. Ele define também a localização dos equipamentos públicos como escolas, parques, hospitais e conjuntos habitacionais, além dos investimentos em infraestrutura, saneamento básico e ambiental.
Os deslocamentos diários das pessoas e das mercadorias entre origens e destinos são diretamente influenciados pelas decisões do planejamento urbano. Essa atividade no território brasileiro está normalmente ligada à Secretaria de Planejamento do Município, embora possa estar sob a responsabilidade de outros órgãos Estadual e Federal.

Disponível em: <https://pt-static.z-dn.net/files/d01/1a20a9dc81ca211b0c6c1d44bfae28a3.jpg>. Acesso em: 18 de janeiro de 2021.
“Ele deixou sua mente viajar enquanto fitava a cidade, meio favela, meio paraíso, como um lugar podia ser tão feio e violento, mas bonito ao mesmo tempo.”
Fonte: Chris Abani, Granceland – 2004.
A urbanização brasileira é do tipo anômalo, ou seja, anormal ou desintegrada. O êxodo rural aumentou rapidamente a partir da década de 1940, transferindo ao longo dos anos milhões de trabalhadores rurais para as principais cidades do país, localizadas, principalmente, na macrorregião Sudeste. O desenvolvimento industrial brasileiro abriu vários postos nos setores secundário e terciário da economia, o que contribuiu para atrair a população rural. Como as nossas cidades não estavam preparadas para receberem um enorme contingente populacional, elas cresceram de forma desordenada, apresentando inúmeros problemas, como por exemplo:
- crescimento desordenado e falta de moradias;
- aumento da população marginalizada ou periférica;
- surgimento e expansão de favelas, cortiços, barracos e palafitas;
- crescimento do desemprego, subemprego, criminalidade, prostituição;
- segregação socioespacial;
- inchaço urbano e a macrocefalia urbana.