No espaço geográfico urbano observa-se uma intensa desigualdade social, com uma grande disparidade entre as classes sociais que ocupam esse espaço geográfico, o que contribui para a segregação socioespacial.
As classes sociais menos favorecidas, que não consegue adquirir um espaço geográfico, comprar ou alugar um imóvel nas áreas mais valorizadas das cidades, são obrigados a se deslocar para áreas ainda não ocupadas, como por exemplo; as encostas dos morros, mangues, margens dos rios ou espaços geográficos distantes do centro econômico e financeiro da cidade.
O crescimento das cidades, principalmente das regiões periféricas, quase nunca é acompanhado pelos investimentos públicos em infraestrutura, saneamento básico e ambiental urbano. O poder público, em geral, investe mais capital nas áreas onde está concentrada a população de maior poder aquisitivo, a classe média alta e os centros comerciais e de serviços, normalmente ignorando as periferias, carentes em diversos tipos de equipamentos urbanos, sofrendo com a segregação socioespacial nas cidades.
Uma das consequências da especulação imobiliária é a deficiência das moradias em locais mais bem localizados, fazendo com que as populações de baixa renda tenham que ocupar espaços geográficos menos valorizados, em áreas distantes do centro econômico e financeiro da cidade, o que contribui para o crescimento horizontal e vertical dessas cidades, geralmente de uma forma desordenada ou desigual.
A paisagem urbana é um reflexo direto da segregação socioespacial, relacionada diretamente com a distribuição de renda da sociedade que está estabelecida no processo produtivo.