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O mundo da chamada Guerra Fria ou mundo bipolar

O mundo da denominada guerra fria foi aquele compreendido no final da segunda guerra mundial, quando em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram de um avião nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no território japonês as bombas atômicas, utilizadas pela primeira vez na história.

“O poder incontrolado do átomo mudou tudo, exceto nossa forma de pensar e, por isso, caminhamos para uma catástrofe sem paralelo”.

Fonte: Albert Einstein – 1945.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, o muro de Berlim foi construído e dividiu o território alemão. Nesse espaço de tempo, Estados Unidos e a antiga União Soviética implantaram uma divisão política, econômica, ideológica e militar, onde os interesses divergentes destas nações levaram a humanidade a acreditar que um novo conflito iria acontecer.

No final da Segunda Guerra Mundial, já eram claros os interesses contrários entre as duas potências em relação à divisão e à ocupação da Alemanha. A atitude soviética de implantar o socialismo nas nações do leste europeu levou o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, a pronunciar um discurso histórico no qual afirmava que:

“do [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa central e oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sófia, todas estas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética, mas também a fortes e, em certos casos crescentes, medidas de controle por parte de Moscou”.

Fonte: Pronunciamento do Presidente Winston Churchill

O reconhecimento público das divergências entre os interesses norte-americanos e soviéticos foram explicitadas pelo presidente Harry Truman, em 1947. Diante do Congresso, o presidente norteamericano defendeu uma postura de oposição ao regime soviético. Segundo ele, o governo americano deveria agir em todas as frentes para evitar a expansão do regime socialista-comunista, chamado de Totalitário. Conhecida como Doutrina Truman, essa foi uma das primeiras iniciativas para a definição de uma política de contenção ao socialismo-comunismo, denominado posteriormente de “Cordão Sanitário”, pelo ocidente.

Como desdobramento dessa política, tivemos o Plano Marshall, que sistematizou a ajuda econômica dada pelo governo norte americano para a reconstrução da Europa e principalmente para a Alemanha Ocidental. Em 1949, com a explosão da bomba atômica soviética, foi criada a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar de defesa coletiva com a participação da maioria dos países da Europa Ocidental, além dos Estados Unidos e Canadá.

A reação soviética foi através do Pacto de Varsóvia, organismo de defesa militar em resposta a OTAN, congregando Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Albânia e União Soviética e do Comecon, Conselho para a Assistência Econômica Mútua, grupo de ajuda econômica mútua aos países socialistas europeus baseados em uma concepção de economia planificada.

A divisão do mundo em dois blocos, um liderado pelos Estados Unidos e o outro pela antiga União Soviética, levou o período de 1945 a 1989, após a segunda guerra mundial, a ser também chamado de mundo bipolar, ou então, 1º, 2º e 3º mundos. Aos dois mundos da ordem bipolar, somaram-se um terceiro mundo que reunia os países africanos, latino-americanos e asiáticos, que tentavam evitar a influência norte-americana ou soviética sobre os seus domínios, alguns países de industrialização retardatária ou tardia. Em 1955, na Conferência de Bandung, na Indonésia, os líderes das nações desses continentes declararam-se não alinhados a qualquer ideologia.

No contexto da guerra fria ocorreram diversos outros momentos de extermínio vinculados às guerras localizadas, cujo confronto subjacente determinou uma bipolaridade ideológica, entre o modo de produção capitalismo x socialismo, ou geopolítica do bloco Ocidental liderado pelos Estados Unidos da América e o bloco Oriental, liderado pela antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Podem ser dados como exemplos dessas guerras; a guerra da Coreia, a guerra da Indochina, depois Vietnã; as guerras no Oriente Médio; as lutas de descolonização na África e na Ásia etc.

O fim da segunda guerra deixou clara a necessidade de o mundo dispor de um órgão que evitasse os conflitos e criasse mecanismos que conduziriam os países a um processo de paz, a ONU, Organização das Nações Unidas, surgiu dentro deste contexto. Para resolver possíveis enfrentamentos militares, o estatuto da ONU criou o Conselho de Segurança que tem o poder de vetar ou autorizar a intervenção militar de um país em outro. Cinco países membros têm poder de vetar qualquer resolução adotada; a Rússia, China, França, Estados Unidos e Reino Unido.

Deve-se ressaltar ainda que 44 representantes dos países aliados na segunda guerra mundial decidiram em julho de 1944 criar uma forma de prevenir e evitar situações análogas ao caos monetário, o desastre financeiro entre as guerras e à grande depressão de 1929, com a denominada quebra da Bolsa de valores de Nova York, influenciando a questão monetária em todo o mundo.

A forma encontrada foi o Acordo de Bretton Woods ou Bretton Woods Agreement, que estabeleceu o dólar como moeda padrão para o mercado mundial e instituíram organismos internacionais como o FMI, Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Em 1947, foi criado o GATT, Acordo Geral de Comércio e Tarifas, com o propósito de regular as tarifas de importação e exportação cobradas nas transações comerciais entre países do modo de produção capitalista.

O Muro de Berlim tornou-se o símbolo da guerra fria e visava separar o lado oriental de Berlim socialista de sua parte ocidental e capitalista. Era um monumento de concreto com 159 quilômetros de extensão, protegido e vigiado militarmente, construído pelos soviéticos em agosto de 1961. Essa barreira dividiu a antiga capital alemã praticamente ao meio, consolidando os dois setores; o leste socialista, e o oeste capitalista.

O domínio soviético no leste europeu foi contestado em duas ocasiões:

  • em 1956 uma rebelião popular na Hungria foi sufocada violentamente pelas tropas do pacto de Varsóvia,
  • em 1968, na Tchecoslováquia, com uma revolução liberal tentava acabar com a influência soviética no país e foi sufocada de forma violenta pelos soviéticos.

O momento considerado mais tenso da Guerra Fria foi em 1962 quando aviões de observação dos Estados Unidos identificaram bases de lançamentos de mísseis soviéticos em Cuba. Durante alguns dias o mundo viveu a expectativa de um confronto nuclear entre as duas superpotências.

Em 16 de julho de 1969 o norte americano Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, chegaram e pousaram na Lua, como tripulantes americanos da missão da nave Apollo 11, no dia 20 de julho iniciaram a descida no satélite natural do planeta Terra, quando pisou no solo lunar no dia 24 de julho de 1969, disse a seguinte frase.

“Este é um pequeno passo para o homem, mas um gigante salto para a humanidade”.

Fonte: Neil Armstrong.

Fonte: 12bcerco.blogspot.com: Reporte GM7 – Estadão.

Tomando-se como base a conjuntura geopolítica em que se inscreveu aquele evento, a corrida espacial assinalava naquele contexto a supremacia dos Estados Unidos da América no campo das tecnologias e a manutenção das disputas ideológicas entre este país e a URSS.

Anteriormente a nave russa circulou em volta do planeta Terra e do espaço o astronauta russo Yuri Alekseievitch Gagarin e Gherman Stepanovich Titov, quando disse. “Que linda visão do espaço, a Terra é azul”.

Fonte: Alekseievitch Gagarin.

Eles foram os primeiros a sair da atmosfera terrestre e passava à frente na corrida pela conquista do espaço tão disputada com os Estados Unidos durante a Guerra Fria.

Nos anos 1970, a recuperação econômica da Europa Ocidental e do Japão diminuiu de forma expressiva a influência econômica dos Estados Unidos sobre aquelas áreas. O poderio norte americano ainda sofreria outro abalo com os choques do petróleo, na realidade, sucessivos aumentos nos preços do barril desse óleo afetavam a maior economia do mundo.

As reformas políticas e econômicas iniciadas por Mikhail Gorbachev em fins da década de 1980 na União Soviética foram acompanhadas de muitas transformações nos países do Leste europeu, aprofundando a crise do socialismo na região. A Perestroika e a Glasnost, elaborada pelo governo de Gorbachev demonstraram, na prática, a fragilidade do modelo de desenvolvimento adotado. A desestruturação da União Soviética deu origem a diversos novos países, posteriormente, na CEI, Comunidade dos Países Independentes, constituídos pela Letônia, Lituânia e Estônia.

Os fatores que levaram ao fim da guerra fria foram:

  • a intensa emigração para a Alemanha Ocidental e a consequente abertura das fronteiras representou, na Alemanha Oriental, um fator importante para o colapso da autoridade do governo socialista;
  • estagnação econômica e incapacidade da União Soviética e de seus aliados em acompanhar a revolução científica, informacional e tecnológica operada nos países centrais do capitalismo; EUA, Japão e Alemanha, em uma economia de mercado;
  • contínua ampliação da luta por reformas democráticas nos países do Leste Europeu e, nesse mesmo sentido, a acolhida majoritariamente positiva das iniciativas renovadoras do governo Gorbachev;
  • necessidade da URSS de desanuviar suas relações com os EUA e seus aliados, no sentido de reduzir os altos comprometimentos do orçamento com a produção bélico e militar;
  • intensificação de movimentos nacionalistas e separatistas na antiga URSS, o que fortaleceu sua desintegração oficializada em 1991, com a fragmentação e formação de novos países;
  • êxito da onda neoliberal, nucleada pela Inglaterra de Margaret Thatcher e os EUA de Ronaldo Reagan;
  • fracasso da política de reestruturação econômica e perda da legitimidade interna do governo Gorbachev.

Na edição de setembro de 2009, a revista Carta Capital publicou um artigo sobre a Nova Ordem Geopolítica Mundial.

“Se a bipolaridade da guerra fria era assustadora e perigosa, a que surgiu após ela é menos ameaçadora, porém muito mais complicada. Não há consenso sobre qual tipo de ordem vivemos, mas ela parece bastante caótica. Pode, inclusive, dar vazão a países que nunca foram potências. Há ao redor do mundo um sem-número de conflitos mal resolvidos prestes a serem retomados. Falam-se, como tantas outras vezes, do declínio do império americano, mas o que se vê é a manutenção da hegemonia norte americana com uma economia que é três vezes maior que a segunda. E a antiga superpotência soviética, agora Rússia, detém ainda poder de fogo para uma destruição implacável, além da entrada da China nesse processo”.

Fonte: Professor Edilson Adão – Revista Carta Capital

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