“O poder incontrolado do átomo mudou tudo, exceto nossa forma de pensar e, por isso, caminhamos para uma catástrofe sem paralelo”.
Fonte: Albert Einstein – 1945.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, o muro de Berlim foi construído e dividiu o território alemão. Nesse espaço de tempo, Estados Unidos e a antiga União Soviética implantaram uma divisão política, econômica, ideológica e militar, onde os interesses divergentes destas nações levaram a humanidade a acreditar que um novo conflito iria acontecer.
No final da Segunda Guerra Mundial, já eram claros os interesses contrários entre as duas potências em relação à divisão e à ocupação da Alemanha. A atitude soviética de implantar o socialismo nas nações do leste europeu levou o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, a pronunciar um discurso histórico no qual afirmava que:
“do [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa central e oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sófia, todas estas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética, mas também a fortes e, em certos casos crescentes, medidas de controle por parte de Moscou”.
Fonte: Pronunciamento do Presidente Winston Churchill
O reconhecimento público das divergências entre os interesses norte-americanos e soviéticos foram explicitadas pelo presidente Harry Truman, em 1947. Diante do Congresso, o presidente norteamericano defendeu uma postura de oposição ao regime soviético. Segundo ele, o governo americano deveria agir em todas as frentes para evitar a expansão do regime socialista-comunista, chamado de Totalitário. Conhecida como Doutrina Truman, essa foi uma das primeiras iniciativas para a definição de uma política de contenção ao socialismo-comunismo, denominado posteriormente de “Cordão Sanitário”, pelo ocidente.
Como desdobramento dessa política, tivemos o Plano Marshall, que sistematizou a ajuda econômica dada pelo governo norte americano para a reconstrução da Europa e principalmente para a Alemanha Ocidental. Em 1949, com a explosão da bomba atômica soviética, foi criada a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar de defesa coletiva com a participação da maioria dos países da Europa Ocidental, além dos Estados Unidos e Canadá.
A reação soviética foi através do Pacto de Varsóvia, organismo de defesa militar em resposta a OTAN, congregando Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Albânia e União Soviética e do Comecon, Conselho para a Assistência Econômica Mútua, grupo de ajuda econômica mútua aos países socialistas europeus baseados em uma concepção de economia planificada.
A divisão do mundo em dois blocos, um liderado pelos Estados Unidos e o outro pela antiga União Soviética, levou o período de 1945 a 1989, após a segunda guerra mundial, a ser também chamado de mundo bipolar, ou então, 1º, 2º e 3º mundos. Aos dois mundos da ordem bipolar, somaram-se um terceiro mundo que reunia os países africanos, latino-americanos e asiáticos, que tentavam evitar a influência norte-americana ou soviética sobre os seus domínios, alguns países de industrialização retardatária ou tardia. Em 1955, na Conferência de Bandung, na Indonésia, os líderes das nações desses continentes declararam-se não alinhados a qualquer ideologia.
No contexto da guerra fria ocorreram diversos outros momentos de extermínio vinculados às guerras localizadas, cujo confronto subjacente determinou uma bipolaridade ideológica, entre o modo de produção capitalismo x socialismo, ou geopolítica do bloco Ocidental liderado pelos Estados Unidos da América e o bloco Oriental, liderado pela antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Podem ser dados como exemplos dessas guerras; a guerra da Coreia, a guerra da Indochina, depois Vietnã; as guerras no Oriente Médio; as lutas de descolonização na África e na Ásia etc.
O fim da segunda guerra deixou clara a necessidade de o mundo dispor de um órgão que evitasse os conflitos e criasse mecanismos que conduziriam os países a um processo de paz, a ONU, Organização das Nações Unidas, surgiu dentro deste contexto. Para resolver possíveis enfrentamentos militares, o estatuto da ONU criou o Conselho de Segurança que tem o poder de vetar ou autorizar a intervenção militar de um país em outro. Cinco países membros têm poder de vetar qualquer resolução adotada; a Rússia, China, França, Estados Unidos e Reino Unido.
Deve-se ressaltar ainda que 44 representantes dos países aliados na segunda guerra mundial decidiram em julho de 1944 criar uma forma de prevenir e evitar situações análogas ao caos monetário, o desastre financeiro entre as guerras e à grande depressão de 1929, com a denominada quebra da Bolsa de valores de Nova York, influenciando a questão monetária em todo o mundo.
A forma encontrada foi o Acordo de Bretton Woods ou Bretton Woods Agreement, que estabeleceu o dólar como moeda padrão para o mercado mundial e instituíram organismos internacionais como o FMI, Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Em 1947, foi criado o GATT, Acordo Geral de Comércio e Tarifas, com o propósito de regular as tarifas de importação e exportação cobradas nas transações comerciais entre países do modo de produção capitalista.
O Muro de Berlim tornou-se o símbolo da guerra fria e visava separar o lado oriental de Berlim socialista de sua parte ocidental e capitalista. Era um monumento de concreto com 159 quilômetros de extensão, protegido e vigiado militarmente, construído pelos soviéticos em agosto de 1961. Essa barreira dividiu a antiga capital alemã praticamente ao meio, consolidando os dois setores; o leste socialista, e o oeste capitalista.
O domínio soviético no leste europeu foi contestado em duas ocasiões:
- em 1956 uma rebelião popular na Hungria foi sufocada violentamente pelas tropas do pacto de Varsóvia,
- em 1968, na Tchecoslováquia, com uma revolução liberal tentava acabar com a influência soviética no país e foi sufocada de forma violenta pelos soviéticos.
O momento considerado mais tenso da Guerra Fria foi em 1962 quando aviões de observação dos Estados Unidos identificaram bases de lançamentos de mísseis soviéticos em Cuba. Durante alguns dias o mundo viveu a expectativa de um confronto nuclear entre as duas superpotências.
Em 16 de julho de 1969 o norte americano Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, chegaram e pousaram na Lua, como tripulantes americanos da missão da nave Apollo 11, no dia 20 de julho iniciaram a descida no satélite natural do planeta Terra, quando pisou no solo lunar no dia 24 de julho de 1969, disse a seguinte frase.
“Este é um pequeno passo para o homem, mas um gigante salto para a humanidade”.
Fonte: Neil Armstrong.

Fonte: 12bcerco.blogspot.com: Reporte GM7 – Estadão.
Tomando-se como base a conjuntura geopolítica em que se inscreveu aquele evento, a corrida espacial assinalava naquele contexto a supremacia dos Estados Unidos da América no campo das tecnologias e a manutenção das disputas ideológicas entre este país e a URSS.
Anteriormente a nave russa circulou em volta do planeta Terra e do espaço o astronauta russo Yuri Alekseievitch Gagarin e Gherman Stepanovich Titov, quando disse. “Que linda visão do espaço, a Terra é azul”.
Fonte: Alekseievitch Gagarin.
Eles foram os primeiros a sair da atmosfera terrestre e passava à frente na corrida pela conquista do espaço tão disputada com os Estados Unidos durante a Guerra Fria.
Nos anos 1970, a recuperação econômica da Europa Ocidental e do Japão diminuiu de forma expressiva a influência econômica dos Estados Unidos sobre aquelas áreas. O poderio norte americano ainda sofreria outro abalo com os choques do petróleo, na realidade, sucessivos aumentos nos preços do barril desse óleo afetavam a maior economia do mundo.
As reformas políticas e econômicas iniciadas por Mikhail Gorbachev em fins da década de 1980 na União Soviética foram acompanhadas de muitas transformações nos países do Leste europeu, aprofundando a crise do socialismo na região. A Perestroika e a Glasnost, elaborada pelo governo de Gorbachev demonstraram, na prática, a fragilidade do modelo de desenvolvimento adotado. A desestruturação da União Soviética deu origem a diversos novos países, posteriormente, na CEI, Comunidade dos Países Independentes, constituídos pela Letônia, Lituânia e Estônia.
Os fatores que levaram ao fim da guerra fria foram:
- a intensa emigração para a Alemanha Ocidental e a consequente abertura das fronteiras representou, na Alemanha Oriental, um fator importante para o colapso da autoridade do governo socialista;
- estagnação econômica e incapacidade da União Soviética e de seus aliados em acompanhar a revolução científica, informacional e tecnológica operada nos países centrais do capitalismo; EUA, Japão e Alemanha, em uma economia de mercado;
- contínua ampliação da luta por reformas democráticas nos países do Leste Europeu e, nesse mesmo sentido, a acolhida majoritariamente positiva das iniciativas renovadoras do governo Gorbachev;
- necessidade da URSS de desanuviar suas relações com os EUA e seus aliados, no sentido de reduzir os altos comprometimentos do orçamento com a produção bélico e militar;
- intensificação de movimentos nacionalistas e separatistas na antiga URSS, o que fortaleceu sua desintegração oficializada em 1991, com a fragmentação e formação de novos países;
- êxito da onda neoliberal, nucleada pela Inglaterra de Margaret Thatcher e os EUA de Ronaldo Reagan;
- fracasso da política de reestruturação econômica e perda da legitimidade interna do governo Gorbachev.
Na edição de setembro de 2009, a revista Carta Capital publicou um artigo sobre a Nova Ordem Geopolítica Mundial.
“Se a bipolaridade da guerra fria era assustadora e perigosa, a que surgiu após ela é menos ameaçadora, porém muito mais complicada. Não há consenso sobre qual tipo de ordem vivemos, mas ela parece bastante caótica. Pode, inclusive, dar vazão a países que nunca foram potências. Há ao redor do mundo um sem-número de conflitos mal resolvidos prestes a serem retomados. Falam-se, como tantas outras vezes, do declínio do império americano, mas o que se vê é a manutenção da hegemonia norte americana com uma economia que é três vezes maior que a segunda. E a antiga superpotência soviética, agora Rússia, detém ainda poder de fogo para uma destruição implacável, além da entrada da China nesse processo”.
Fonte: Professor Edilson Adão – Revista Carta Capital