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O MERCOSUL e a economia mundial

O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) tem um impacto significativo na economia mundial. Como um bloco econômico de importantes nações sul-americanas, suas políticas comerciais, acordos e relações com outros países influenciam o comércio global, as cadeias de suprimentos e a integração regional, tornando-o um ator relevante nas relações econômicas internacionais.

“Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda”, economia: “Está relacionado com o controle ou moderação das despesas, onde os interesses econômicos do povo estão sob a proteção jurídica do Estado”.

Fonte: Quino.

O principal objetivo na formação do MERCOSUL, a formação de um mercado comum do cone sul, na sua criação inicial era estabelecer a formação direta de uma zona de livre comércio com os países membros, garantindo inicialmente a circulação comercial de alguns produtos, eliminando os trâmites burocráticos comerciais na relação das exportações e importações.

Nessas relações comerciais do Brasil com seus parceiros diretos sul-americano foi significativamente aquém do que era de se esperar dado sua proximidade geográfica, na América do Sul e a fácil integração na relação dos modais de transportes. Por serem economias majoritariamente voltadas para a exportação de produtos primários, como as matérias primas e produtos agropecuários, as denominadas commodities. 

Apenas ao longo do século XX, quando essas economias periféricas sul-americanas passaram por um rápido processo de industrialização e urbanização, retardatária ou tardia, baseado no modelo de substituição de importações, deu-se início a ainda tímidos debates a cerca de uma maior cooperação econômica entre os países dessa região geoeconômica.

Fonte: IBGE – 2010.

Alguns dos objetivos principais econômicos do MERCOSUL

  • A formação de uma zona de livre comércio, com liberação da circulação de mercadorias,
  • A concretização de uma TEC, tarifa externa comum um imposto único para produtos que entram nos países-membros;
  • Formação de uma união aduaneira, que completa a TEC, tarifa externa comum.

A DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABADO E DA PRODUÇÃO

A organização da economia mundial está relacionada diretamente com a DITP, Divisão Internacional do Trabalho e da Produção, um conceito utilizado na relação econômica mundial, relacionado com os diferentes comércios e produções entre os blocos geoeconômicos de poder e nas áreas de influência econômicas e sociais entre os países mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos. 

A DIT, Divisão Internacional do Trabalho é o conceito utilizado para descrever a forma pela qual se dão os diferentes processos de produção nos países e áreas geoeconômicas nos blocos de poder. Cada território possui uma forma específica de produção e desenvolvimento, criando divisões e hierarquia entre os diferentes países.

Nesse contexto entre os países centrais e periféricos, cada região geoeconômica possui uma forma específica de desenvolvimento no processo produtivo industrial, tecnológico ou de produção primária, na relação das matérias primas e da agropecuária, para a produção de proteína animal, para alimentar a população mundial. Esse contexto cria uma separação entre os países mais desenvolvidos ou centrais que compõem os centros tecnológicos e econômicos e os países menos desenvolvidos ou periféricos, produzindo basicamente as commodities.

A relação da geopolítica mundial no final do século XX e início do XXI estão relacionados diretamente com o processo de Globalização e regionalização da economia mundial, formando uma grande aldeia global interligada entre os sistemas modais de transportes, favorecendo uma intensa mudança no modelo de produção, nos avanços técnicos nas telecomunicações interligadas na rede mundial de computadores, via internet e na logística, favorecendo uma abertura econômica entre os blocos geoeconômicos de poder, favorecendo a redução das barreiras alfandegárias de importação e exportação entre esses mercados.

O processo de globalização e regionalização da economia mundial, que corresponde à crescente integração das economias e mercados mundiais e nacionais, implicando a interdependência dos países e das sociedades no plano político, social e econômico.

Os diversos fatores que contribuíram para a evolução do processo de globalização e regionalização da economia mundial:

  • A expansão marítima comercial europeia,
  • As três revoluções industriais, com maior destaque para a revolução tecnológica e científica.
  • O fim da denominada guerra fria,
  • O surgimento da doutrina neoliberal,
  • A abertura dos mercados internacionais,
  • A desregulamentação da economia mundial,
  • A evolução dos sistemas modais de transportes,
  • A expansão e desenvolvimento das telecomunicações e da internet,
  • Surgimento das infovias,
  • A formação dos blocos supranacionais geoeconômicos regionais de poder
  • O processo de globalização gera o crescimento da regionalização e da fragmentação,
  • Processo de fragmentação foi fruto da eclosão de movimentos nacionalistas e separatistas ocorridos, sobretudo, a partir do final da década de 1980.

Os conceitos relacionados ao processo de globalização e regionalização da economia mundial: 

  • A expressão fábrica global indica que a produção e o consumo se mundializaram de tal forma que cada etapa do processo produtivo é desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as possibilidades de lucro que oferece,
  • A aldeia global reflete a existência de uma comunidade mundial integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação, que resultou dos avanços da mídia eletrônica, como o rádio e a televisão, e mais recentemente das infovias,
  • A denominada economia mundo relaciona em se difundir mundialmente, a empresa multinacional e transnacional, que rompeu as fronteiras nacionais e estabeleceu uma relação de interdependência econômica, com raízes muito profundas, inaugurando, assim, o que é chamado de economia mundo,
  • A interdependência no sistema globalizado e regionalizado, os conceitos de aldeia global, fábrica global e economia mundo envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais não conseguem resolver individualmente seus principais problemas econômicos, sociais e ambientais.
  • Os denominados países emergentes, de industrialização tardia, são os países periféricos industrializados ou em fase de industrialização.

A GLOBALIZAÇÃO CULTURAL

Assim como em outros aspectos, a cultura sofre a interferência do acelerado processo de globalização mundial. Uma vez que a disseminação da cultura não ocorre de maneira igualitária no mundo globalizado, os países que controlam a produção cultural em massa acabam por instaurar um padrão comportamental e produtivo.

Desse modo, há uma imposição desigual de valores específicos, coordenada por uma pequena parcela de nações. É o caso da hegemonia dos Estados Unidos, que ao se tornarem potência econômica e política, passaram a ditar modelos a serem seguidos pelo restante do mundo. Como exemplos, destacam-se o perfil do cinema de Hollywood, hábitos alimentares como o fast food, além da influência musical e da predominância do idioma inglês.

A globalização cultural é difundida através dos sistemas de telecomunicações, turismo, expansão do comércio mundial, viagens a trabalho, internacionalização e da economia. Esses fatores conjugados difundem diversos aspectos culturais no espaço geográfico mundializado.

Não é correto afirmarmos que a globalização cultural criará uma cultura universal, pois o próprio processo de globalização não ocorre de forma homogênea no espaço, havendo países, que por razões políticas ou religiosas, limitam a influência da cultura de outras nações dentro do espaço, além de movimentos espontâneos sociais que se difundem em várias partes do mundo preservando as culturas locais e combatendo a influência dos aspectos culturais externos.

A GLOBALIZAÇÃO E A TELEMÁTICA

Nenhum campo de estudo foi tão importante para a consolidação da aldeia global quanto à telemática. A telemática é a junção da telecomunicação com a informática, são a interação entre estas duas tecnologias que proporcionou à sociedade atual a quebra dos antigos padrões de tempo e espaço. O advento que revolucionou estas duas áreas do conhecimento foi à internet.

Criada pelo exército americano durante a guerra fria, a internet foi resultado de um esforço conjunto entre o exército e universidades americanas, que tinham como objetivo criar uma rede que possibilitasse a troca de informações de forma rápida e segura, através de computadores interligados pelo sistema telefônico móvel. Apesar de ter sido inventada na década de 1960, o grande ”boom” da internet só acontece na década de 1990, quando os usuários domésticos começam a utilizá-la em larga escala, acessando sites e criando eles mesmos os conteúdos para esta nova ferramenta. 

O grande diferencial da internet está justamente na quebra do antigo sistema unilateral de produção e difusão em massa da indústria cultural. Extremamente segmentada e interativa, a internet permite total liberdade de navegação e construção de conteúdo para seus usuários, que passam da condição de agentes passivos na produção de conteúdo cultural, para o patamar de agentes multiplicadores e inovadores deste novo sistema.

A GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA

A globalização e regionalização da economia mundial é a expressão máxima do processo de mundialização das relações entre as nações, ao mesmo tempo em que representa a mudança na concepção do papel dos estados nacionais. A formação dos estados nacionais tinha como pressuposto uma unidade territorial, comandada por uma autoridade política única e integrada por uma economia de base nacional.

O fim das barreiras comerciais entre alguns mercados tem ampliado os investimentos internacionais e a aliança entre países e empresas. Isso faz parte de um contexto mais amplo que tomou forma com a aplicação da tese neoliberal, desenvolvida na década de 1980, que defendia o princípio do denominado estado mínimo. O governo central precisava diminuir a sua participação direta nos setores produtivos, privatizando as suas empresas e cumprindo, segundo os princípios do neoliberalismo, o papel de agente regulador, fiscalizador e só devendo intervir na economia nos momentos de crises.

Ele precisava ainda diminuir as restrições ao capital a fim de que pudesse aumentar seus lucros e ter maior capacidade de investimentos, principalmente nos setores de tecnologia de ponta. A partir da década de 1980, os processos de fusão e incorporação de empresas tornaram-se uma regra em vários países do mundo, sendo mais intenso nos países centrais.

Atualmente, cada vez mais se torna expressivo o capital especulativo, denominado também de capital volátil ou de curto prazo. Destina-se à obtenção de lucros a partir da compra e venda de ações, de títulos públicos e de moedas, conforme variam seus valores.

Os capitais especulativos são investidos nos mercados financeiros de todo o planeta e podem sair do país de uma hora para outra, por influência de acontecimentos políticos, de especulação e até mesmo de boatos. Os diferentes espaços do planeta encontram-se interligados por uma rede de infovias, na rede mundial de computadores, via internet.

As grandes empresas multinacionais e transnacionais expandiram os seus negócios, tornando-se as unidades econômicas típicas do processo de globalização e regionalização da economia mundializada. Dominando tecnologias e com matrizes e filiais espalhadas em vários países do mundo, elas passaram a controlar a economia mundial, exercendo poder político sobre os governos, acelerando cada vez mais a internacionalização da economia, a globalização e regionalização implicam na fragmentação.

Sua dimensão econômica mostra novas formas de internacionalização da economia, apoiadas na alta tecnologia, a informação facilita:

  • As empresas comporem seus produtos, fabricando componentes em lugares geográficos distantes entre si, através da terciarização, uma forma de internacionalização da produção;
  • A rápida circulação dos ativos financeiros escriturados pelo mundo inteiro, seja para especulação, seja na busca do valor, que depende sempre de suas relações com o capital produtivo.
     

Os fluxos de capitais, bem como os fluxos de mercadorias, são os mais importantes da globalização da economia. Os fluxos de capitais produtivos, também conhecidos como IDE, Investimentos Diretos Estrangeiros, cresceram significativamente após a segunda grande guerra mundial. Seu crescimento é a face mais visível da globalização da economia, pois se materializa em instalações industriais, redes de lojas, supermercados e lanchonetes, estradas e hidrelétricas.

Os países empenham-se cada vez mais em atrair investimentos produtivos, porque geram riquezas e estimulam o crescimento econômico. Para os investidores estrangeiros, os lucros podem ser resultantes de custos menores de produção, transportes ou fretes, proximidade dos mercados consumidores e facilidades para driblar barreiras protecionistas.

Embora a globalização seja mais intensa e sentida na economia, ela também ocorre na informação, na cultura, na ciência, na política e no espaço. Não se pode pensar, contudo, que a globalização e regionalização tende a homogeneizar o espaço mundial. Ao contrário, ela é seletiva, pois escolhem algumas regiões para certas atividades, determinados setores e alguns grupos ou segmentos sociais para serem mundializados e desfrutarem de inegáveis benefícios. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se globalizam, outros, às vezes, bem próximos, ficam excluídos do processo produtivo e tecnológico. Por esse motivo, a globalização tende a tornar o espaço mundial cada vez mais desigual. Ela tem provocado uma imensa concentração da riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes ou segmentos sociais.

O MERCOSUL NA ECONOMIA MUNDIAL

Nesse contexto geoeconômico o bloco do MERCOSUL, tem um papel estratégico, mesmo com a fragilidade econômica dos países membros e associados, na América Latina. A existência do bloco também faz com que tais países possam, dentro das suas limitações, dialogar com outros blocos mais fortes. O MERCOSUL é o grande expoente brasileiro no cenário internacional, nas relações econômicas e até mesmo políticas, possibilitando uma maior estrutura de negociação ao gozar do status de bloco econômico. Atualmente, é possível apontar três formas principais de realizar trocas comerciais;

  • O multilateralismo, onde os acordos comerciais multilaterais são feitos em escala global, entre blocos geoeconômicos;
  • O regionalismo, onde os acordos comerciais regionais são feitos por blocos geoeconômicos de países;
  • O bilateralismo, onde os acordos comerciais bilaterais são realizados entre dois países.
     

Devido à pandemia da covid 19, o comércio global está em desaceleração. A queda é fruto da crise de abastecimento atravessada por diversos setores da economia, com destaque para o de automóveis e de componentes eletrônicos, como o de celulares e computadores.

Fonte: PODER 360

No final do século XX e do XXI, o Brasil se movimentou dentro do MERCOSUL de forma econômica, financeira e comercial. De um lado, a política externa brasileira buscou a ampliação das parcerias comerciais e uma inserção agressiva do ponto de vista político e nesse ambiente geopolítico. Dois traços importantes dessa política são:

  • A relação da China como principal parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL;
  • A inclusão nos BRICS, Bloco econômico e países emergentes no cenário econômico, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul nas parcerias econômicas.
     

O Brasil sempre foi reconhecido por ter uma boa diplomacia com os parceiros comerciais, mas o prestígio do país no exterior perdeu força em meio à pandemia da covid-19 e devido ao avanço do desmatamento na Amazônia legal. Com dificuldades em avançar nas negociações com os parceiros do MERCOSUL para a redução das taxas para importar produtos de fora do bloco geoeconômico. O Brasil decidiu fazer isso por conta própria. Em nota conjunta, os Ministérios da Economia e Relações Exteriores anunciaram à redução em 10,0 % das alíquotas do Imposto de Importação de 87,0 % dos produtos do universo tarifário, em 2020, mantendo de fora bens como automóveis e sucroalcooleiros, que já têm um tratamento diferenciado pelo bloco do MERCOSUL.

Como as regras do MERCOSUL proíbem a redução de tarifas de forma unilateral, ou seja, sem o aval de todos os integrantes do bloco,  o Brasil vai recorrer a um dispositivo que permite a possibilidade de adoção de medidas voltadas à proteção da vida e da saúde das pessoas.

O ministro da economia do Brasil Paulo Guedes voltou a defender avanço no acordo de redução da TEC, Tarifa Externa Comum que ainda tem resistência da Argentina. Qualquer mudança tarifária ou acordo comercial precisa ser aprovado pelos quatro países membros do bloco geoeconômico.

“O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, com muitos recursos naturais e mercado interno forte. Lamentavelmente, não houve evolução de desenvolvimento de comércio. Daí nossos esforços de acertarmos o MERCOSUL com a Argentina”.

Ministro da economia do Brasil Paulo Guedes

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