Assim, a relação do endividamento sobre PIB de muitas nações do continente ultrapassou significativamente o limite de 60,0% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro, se intensificando em 2011, levando diversas dificuldades econômicas para o continente europeu, marcando a crise econômica na União Europeia.
No caso da economia grega, exemplo mais grave de descontrole das contas públicas, a razão da dívida e do PIB é mais que o dobro deste limite. A desconfiança de que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas fez com que os investidores passassem a temer possuir ações, bem como títulos públicos e privados europeus.
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha que formam o chamado grupo dos PIIGS, são os que se encontram em posição mais delicada dentro da zona do euro, pois foram os que atuaram de forma mais indisciplinada nos gastos públicos e se endividaram excessivamente.
Além de possuírem elevada relação da dívida e do PIB, estes países possuem pesados déficits orçamentários ante o tamanho de suas economias. Como não possuem sobras de recursos de superávit, entraram no radar da desconfiança dos investidores.
A possibilidade de que governos e empresas da região tornemse insolventes faz com boa parte dos investidores simplesmente não queira ficar exposta ao risco de ações e títulos europeus. Na primeira metade do ano, o que se viu foi um movimento de venda destes papéis e fuga para ativos considerados seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano.
Tal movimento, de procura por dólares e abandono do euro, fez com que a cotação da moeda europeia atingisse valores historicamente baixos. As moedas também refletem a vigor das economias. Assim, argumentam os analistas, a tendência de longo prazo é de fortalecimento do dólar e das moedas dos países emergentes o real inclusive, enquanto a Europa não conseguir resolver seus problemas fiscais e criar condições para um crescimento econômico mais acentuado.