Em 1970, a Líbia se estabelece como principal fornecedora do Ocidente graças à explosão do oleoduto Iraque-Líbano, e logo aplica um aumento de seus preços de venda. Os outros membros da OPEP, Organização dos Países Exportadores de Petróleo a seguiram e aplicaram outros aumentos, pressionando cada vez mais os consumidores. O resultado disto foi que, no curto intervalo de outubro de 1973 a janeiro de 1974, os preços tiveram uma elevação de, praticamente, quatro vezes.
Depois de certa tranquilidade mundial frente à estabilidade do preço do petróleo, novos fatos ocorreram desestruturando novamente as economias dependentes deste insumo, a Revolução Islâmica no Irã, de 1979, e posteriormente, a guerra Irã-Iraque que começou em 1980 e findou em 1988. Caracterizado por uma monarquia totalitária, que reprimia de forma violenta qualquer manifestação contra o governo e que tinha o objetivo principal de se desenvolver economicamente, tal qual o modelo ocidental, o governo do Xá Reza Pahlevi passou a perder popularidade após a recessão sofrida pelo Irã, em 1976.
A revolução iraniana derrubou o maior aliado dos Estados Unidos, pondo fim à ordem de mercado acordada entre eles e a Arábia Saudita e o Irã. Este último país teve sua oferta de petróleo interrompida, gerando uma queda de praticamente 8,0% da oferta global. Os outros países exportadores de petróleo, tentando reequilibrar o mercado, elevaram suas exportações, mas o aumento dos preços foi inevitável. O mercado internacional de petróleo voltava à fase de instabilidade.
Deterioração da balança comercial, intenso processo inflacionário, redução do ritmo de crescimento, desemprego, aumento do déficit em conta corrente agravado pelos juros altos e aumento da dívida externa foram as mais graves consequências do segundo choque do petróleo. A ideia de manutenção do crescimento através de empréstimos externos, de certa forma, piorou a situação desses países, à medida que os juros estavam altos e o setor externo estava repleto de restrições.