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Morfossintaxe: Função da palavra “SE”

A palavra “se” é uma conjunção com diversas funções na língua. Pode introduzir condicionais, indicar ação recíproca, ser parte de locuções verbais, entre outros usos. Sua versatilidade é fundamental na construção de frases complexas e na expressão de nuances na linguagem.

Vamos agora entender quais são as principais funções morfológicas da palavra SE.

PRONOME OBLÍQUO ÁTONO

Este pronome oblíquo átono tem cinco classificações: pronome reflexivo (ou recíproco), parte integrante do verbo, partícula expletiva, partícula de indeterminação do sujeito e partícula apassivadora.

PRONOME REFLEXIVO (OU RECÍPROCO)

Um pronome é reflexivo quando o sujeito, ao mesmo tempo, exerce e sofre a ação verbal. Além disso, essa ação verbal pode ser sempre dirigida a outra pessoa, adquirindo, por vezes, caráter de reciprocidade em que há mais de um ser no sujeito e o verbo se encontra, em geral, no plural. Do ponto de vista da sintaxe, pode exercer a função de objeto direto, objeto indireto ou sujeito (com verbos causativos ou sensitivos), normalmente. Vale a pena destacar que essa função sempre vem acompanhada de verbo transitivo direto (VTD), verbo transitivo indireto (VTI) ou verbo transitivo direto e indireto (VTDI).

Exemplos:

O menino se olhou no espelho. (objeto direto)
Pai e mãe se olharam rapidamente. (objeto direto)
Porque não estuda nada, o aluno se prejudica muito. (objeto direto)
O atleta se permitiu um segundo de descanso. (objeto indireto)
Os alunos sempre se perguntam se a prova será fácil. (objeto indireto)
O aluno sentiu-se tremer diante da prova. (sujeito do infinitivo sentir)
O atleta deixou-se ficar ali por mais algum tempo. (sujeito do infinitivo deixar)

PARTE INTEGRANTE DO VERBO (PIV)

É a denominação dada ao pronome sem o qual um verbo não pode ser usado (suicidar-se, arrepender-se, queixar-se, etc.), ou sem o qual o verbo tem nítida alteração de sentido (debater-se não é o mesmo que debater). Essa partícula sempre vem acompanhada de verbo transitivo indireto (VTI) ou verbo intransitivo (VI). Não confunda, meu aluno, o PIV como o pronome reflexivo.

Exemplos:

O policial se suicidou com a arma.
A sogra se queixa de tudo.
Em crise, a senhora se debate.

Observação: Outros pronomes também podem ser parte integrante do verbo. São eles: me, te, nos, vos.

PARTÍCULA EXPLETIVA (REALCE)

Reconhece-se um se de realce quando sua retirada não prejudica a estrutura sintática da oração, nem altera o sentido original. Sua presença é apenas um recurso expressivo. Normalmente, essa partícula vem acompanhada de verbos intransitivos (VI).

Exemplos:

Já se passaram anos.
Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
Depois de uns goles, ela se ria de tudo.

PARTÍCULA DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO (PIS)

Aparece junto a qualquer transitividade (VI, VL, VTI ou VTD), sem sujeito explícito e sempre na terceira pessoa do singular. No caso de verbo transitivo direto, deverá haver objeto direto preposicionado para que a partícula se indetermine o sujeito. Todos os casos implicam um sujeito de valor genérico, impreciso. Vale a pena lembrar que a oração, em que se encontra presente tal partícula, não admite voz passiva.

Exemplos:

Fala-se muito aqui.
Vive-se bem naquele lugar.
Precisava-se de bons resultados.
É-se feliz nesta região.
Nunca se bebeu tanto de vinhos raros. (objeto direto preposicionado)

PARTÍCULA APASSIVADORA (PA)

Aparece na formação da voz passiva sintética com verbo transitivo direto (VTD) ou verbo transitivo direto e indireto (VTDI). Na prática, meu aluno, é possível reescrever a frase passando para a voz passiva analítica, ou seja, vai ser possível transformar o verbo naquela locução verbal específica da voz passiva analítica. Entendeu a dica? Além disso, nesse caso o sujeito vai estar explícito e o verbo deve concordar com ele.

Exemplos:

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA

INTEGRANTE

A exemplo da conjunção integrante QUE, sinaliza as chamadas orações substantivas, as quais, em geral, podem ser substituídas por ISSO.

Exemplo:

Eu sei se você mentiu.

CONDICIONAL

Introduz uma oração com valor hipotético (subordinada adverbial condicional), equivalendo semanticamente a “caso”.

Exemplos:

Se ventar muito, não sairei.
Caso vente muito, não sairei.

Observação: A construção se caso não existe, meu aluno! Ou você usa o se, ou você usa o caso.

CAUSAL

Equivale ao “já que”, “visto que”, “uma vez que”, “porque”, etc.

Exemplos:

Se somos eleitores, precisamos de atenção.
Se sou mulher, eu quero flores.
Se tenho moto, por que ir a pé?

CONCESSIVA

Equivale ao “embora”.

Exemplo:

Se ferido ele queria lutar, imagine, então, são!” (Sacconi)

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