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Morfossintaxe: Função da palavra “QUE”

A palavra “que” é um termo multifuncional na língua, atuando como pronome relativo, conjunção, advérbio e interjeição, dependendo do contexto. Ela desempenha um papel essencial na conexão de ideias, introdução de informações e construção de frases em uma variedade de contextos linguísticos.

Primeiro, vamos tratar da palavra QUE. Inicialmente, vamos conhecer as funções morfológicas dessa palavra, ou seja, as classes gramaticais que ela pode assumir na língua portuguesa.

A PALAVRA “QUE”

ADVÉRBIO

Quando estiver intensificando adjetivos e advérbios, o vocábulo QUE exercerá a classe gramatical de advérbio. Do ponto de vista da sintaxe, tal partícula atua como adjunto adverbial de intensidade. Equivale a “quão”, “quanto”.

Exemplos:

Que bela está você!
Que depressa passaram aquelas tardes!

PRONOME INDEFINIDO

Neste caso, é precedido de substantivos, isto é, sempre acompanha substantivos equivalendo a quanto(s), quanta(s). Do ponto de vista da sintaxe, tal partícula atua como adjunto adnominal. É comum aparecer em frase exclamativa.

Exemplos:

Que lugar maravilhoso!
Que raiva!
Que mulher chegou! 

PRONOME INTERROGATIVO

Nada mais é do que o indefinido QUE em interrogações diretas e indiretas. Quando acompanha um substantivo, apresenta função adjetiva, ou seja, é um pronome adjetivo com função sintática de adjunto adnominal; entretanto, quando substitui um substantivo, apresenta função substantiva, ou seja, é um pronome substantivo com função sintática que apresenta algum valor substantivo, como sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.

Exemplos:

Observação: Não sei que presente você quer. (Que = Adjunto adnominal)
Cuidado com o caso acima! Muitos erram a classificação da partícula QUE do exemplo acima, pois pensam em conjunção integrante apenas pelo fato de estar introduzindo uma oração subordinada substantiva. Nem todo QUE introdutor de oração subordinada substantiva será necessariamente uma conjunção integrante. Perceba o contexto da interrogativa indireta e verifique a possibilidade de trocá-lo pelo interrogativo QUAL. Vejamos:

Não sei qual presente você quer.

PRONOME RELATIVO

Refere-se a um termo antecedente que é um substantivo ou um pronome, conectando orações. Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, dependendo do gênero do antecedente. Não se esqueça de que todo pronome relativo exerce uma função sintática. Dessa forma, caberão análises para a sua descoberta.

Exemplo:

“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.” (Carlos Drummond de Andrade)

SUBSTANTIVO

Vem sempre precedido de um artigo, pronome, adjetivo ou numeral. Representa algo (fato, coisa etc.) de modo indeterminado, indefinido, equivalendo a “alguma coisa” ou “qualquer coisa”. Pode exercer qualquer função sintática de valor substantivo e será sempre acentuado.

Exemplo:

Um tentador quê de mistério tornava o seu rosto cativante.

INTERJEIÇÃO

Exprime emoção, sentimento, estado interior ou qualquer coisa sinônima. Aparecerá em contextos exclamativos, devendo ser acentuada.

Exemplos:

Quê! Ele era argentino?
Quê! Você praticando atividade física? Vai chover muito hoje!

PREPOSIÇÃO ACIDENTAL

Equivale às preposições essenciais a, de ou para, geralmente unindo os verbos auxiliares TER e HAVER a verbos principais em locuções verbais (indicando uma exigência, obrigação).

Exemplos:

Tenho que estudar.
Hei que estudar.
Não havia mais nada que fazer ali. (= a/para)

PARTÍCULA EXPLETIVA (REALCE)

Também chamada de partícula de realce, serve como recurso expressivo, enfático de alguma parte da oração. A retirada da palavra que não prejudica a estrutura sintática nem o valor semântico da oração.

Quase que o aluno desmaia!
Aqui é que me lembro de você. (Neste caso, há uma locução expletiva ou de realce: é que).

Observação: Cuidado, pois podemos inverter a ordem. Vejamos:

É aqui que me lembro de você.

Quando encontrarmos uma locução expletiva ou de realce, não iremos computá-la para efeito oracional. No exemplo acima, temos apenas uma oração.

CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA

Em geral, aparece entre dois verbos e, na maioria das vezes, esses verbos são idênticos.

Exemplos:

Raspa que raspa, mas a tinta não sai.
Estuda que estuda, e nunca aprende a lição.

CONJUNÇÃO COORDENATIVA ALTERNATIVA

Equivale a OU.

Exemplo:

Um aluno que outro até poderia gabaritar a prova.

CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA

Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a “mas”.

Exemplos:

Outro, que não o presidente, irá prestar depoimento.
Procure outra pessoa para fazer o serviço, que não ela, pois já vimos sua falta de prática.

CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA

Introduz oração coordenada sindética explicativa.

Exemplos:

Estudemos, que o concurso vem aí.
Não diga uma palavra, que eu quero dormir.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE

Introduz as chamadas orações subordinadas substantivas, equivalendo, em geral, a “ISSO”. 

Exemplos:

É bom que estudes.
Ocorre que a vida é curta.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA FINAL

Introduz orações subordinadas adverbiais finais, equivalendo a “para que”, “a fim de que”.

Exemplo:

Todos lhe fizeram sinal que se calasse.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONSECUTIVA

Introduz orações subordinadas adverbiais consecutivas., vindo normalmente após “tão, tanto, tamanho, tal”.

Exemplo:

Estudo tanto que desmaiou.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL

Introduz orações subordinadas adverbiais causais.

Exemplo:

Todos fugiram rapidamente, que o prédio estava em chamas.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONCESSIVA

Introduz orações subordinadas adverbiais concessivas. Equivale a “embora”, “ainda que”, normalmente.

Exemplo:

Que eu esteja cansado, continuaremos estudando.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA

Introduz orações subordinadas adverbiais comparativas.

Exemplo:

Eu sou mais forte (do) que o meu sono.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL

Introduz orações subordinadas adverbiais temporal, equivalendo a “desde que”.

Exemplos:

“Porém já cinco sóis eram passados que dali nos partíramos.” (Camões)
Já são cerca de dez meses que nosso acordo passou a vigorar.

FUNÇÕES SINTÁTICAS DO PRONOME RELATIVO

Já sabemos que todos os pronomes relativos exercem função sintática. Vejamos algumas funções: 

SUJEITO

[O professor corrigiu o aluno] [que fazia bagunça.]
O aluno fazia bagunça. (O aluno = QUE = Sujeito)

OBJETO DIRETO

[Recuperei o carro] [que eu perdi.]
Eu perdi o carro. (O carro = QUE = Objeto direto)

OBJETO INDIRETO

[Encontrei a bolsa] [de que você precisa.]
Você precisa da bolsa. (A bolsa = QUE = Objeto indireto)

PREDICATIVO

[Voltei a ser o rapaz] [que eu era.]
Eu era o rapaz. (O rapaz = QUE = Predicativo)

COMPLEMENTO NOMINAL

O projeto a que fiz menção foi aprovado.
Eu fiz menção ao projeto. (O projeto = QUE = Complemento nominal)

ADJUNTO ADVERBIAL

O professor examinou a sala em que os alunos farão as provas.
Os alunos farão as provas na sala. (A sala = QUE = Adjunto adverbial de lugar)

AGENTE DA PASSIVA

Denunciei o patrão por que fui molestado.
Eu fui molestado pelo patrão. (Pelo patrão = QUE = Agente da passiva)

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