As consequências imediatas, entretanto, foram muito comuns: extermínio das populações americanas originais, importação do cristianismo católico ou protestante, tentativa de manutenção de sistemas de exclusividade comerciais, pirataria, tráfico negreiro para as plantations (latifúndio monocultor agroexportador) das colônias ibéricas e sul das treze colônias inglesas, busca de metais preciosos como formas de enriquecimento das metrópoles.
A colonização europeia na América seguiu, como citado acima, dois modelos básicos: o ibérico, denominado “exploração”; e o inglês, conhecido como “povoamento”. O fator determinante para estes diferentes modelos foram basicamente os diferentes climas existentes nas respectivas regiões e a presença ou ausência de metais preciosos. As colônias de Espanha e Portugal encontravam-se em uma faixa entre os trópicos de Capricórnio e Câncer, isto é, em uma região de clima quente que favorecia o desenvolvimento de uma agricultura de exportação de produtos primários que não eram obtidos da Europa, como, por exemplo, cana-de-açúcar, e que por isso tinha alto valor no mercado do Velho Mundo. A América inglesa estava localizada em uma região de clima temperado frio na qual não era possível adotar o sistema agrícola ibérico, o que não justificava uma empresa de colonização que aplicasse grandes somas. O metal precioso foi encontrado em abundância na América Espanhola ainda no século XVI, enquanto o ciclo minerador na América portuguesa ocorreu nos três primeiros quartos do século XVIII. Na América inglesa, o metal precioso seria encontrado na costa da Califórnia e apenas na metade do século XIX, ou seja, após concretizado o processo de independência.
As diferenças apontadas no parágrafo anterior explicam os motivos que levaram as Américas a possuírem projetos de colonização tão distintos. Enquanto na América ibérica assistiremos a um modelo denominado “Pacto Colonial” ou “exclusivismo metropolitano”, na América inglesa a ausência de um rígido Pacto Colonial criou uma experiência de autogoverno (self-government) conhecido também como “negligência salutar”. A presença católica foi um dos traços marcantes da colonização de espanhóis e portugueses, enquanto na América Inglesa a regra foi a tolerância religiosa entre os grupos que fugiam das guerras e perseguições da Europa no século XVII.

(Fonte: https://aulazen.com/historia/colonizacao-espanhola-da-america/)