A caixa que encolheu a Terra
“Convencionou-se dizer que o avião, as telecomunicações e a internet viabilizaram a globalização ao derrubar as fronteiras e encurtar distâncias. Do ponto de vista do comércio mundial, no entanto, nenhuma invenção teve mais impacto que o contêiner, aquela grande caixa metálica com tamanho padronizado internacionalmente que pode ser transportada por trens, navios e caminhões, produtos tão distintos como grãos de café, soja e iPods etc. Os contêineres são uma espécie de herói esquecido da globalização”.
Fonte: Revista Veja. 04/04/2007.
Esse processo produtivo possibilitou uma redução nos estoques, racionalização da produção e uma produção conforme o consumo do mercado, a sua demanda, mas com o desenvolvimento da robótica e da informática, observa-se um novo padrão na qualidade do sistema produtivo e trabalhadores mais qualificados, onde as empresas adquirem somente a quantidade de matérias primas ou peças que necessitam para a produção.
Uma montadora é uma empresa ou firma que monta bens de consumo duráveis e não duráveis, como automóveis, computadores, eletrodomésticos, telefones celulares, aviões etc. A partir de peças ou partes do produto, produzidos nas diversas regiões do mundo, no processo de terceirização, que consiste em contratar atividades de outras empresas no processo produtivo ou dando suporte de serviços, limpeza segurança etc. Esse modelo de produção foi implantado em diversos países no mundo, não deixa de ser uma indústria ou montadora que tem como produto o resultado de uma linha de montagem no processo, utilizando uma tecnologia de ponta, favorecendo o just in time.
A relação do just in time é um método ou técnica de produção inventado no Japão e atualmente se difundindo por quase todo o mundo, que consiste em produzir no tempo certo e na quantidade exata, evitando desperdícios, desenvolvendo o controle de qualidade e levando em conta os interesses do cliente ou consumidor. Com esse procedimento, o desperdício diminui e também a relação produção consumo passa a ser mais igualitária, com influências recíprocas. Complementando essa mudança, temos a substituição da linha de montagem por uma produção mais flexível. Isso é facilitado pela informática, pela robotização e pelo uso de uma força de trabalho mais qualificada, que substitui a mão de obra especializada, técnica e repetitiva que predomina no modelo fordismo.
Esse novo modelo produtivo favoreceu a produção flexível, utilizando uma tecnologia mais avançada e novos métodos na organização da produção e das relações de trabalho. Um modelo associado ao neoliberalismo econômico, a partir da competitividade, do monopólio e oligopólio, cortando diversos custos e adaptando o produto ao mercado consumidor, mas produzindo conforme a demanda do mercado consumidor, visando aumentar a sua margem de lucro.
Neste atual quadro do sistema produtivo, predomina a terceirização de uma determinada parte dos serviços de uma empresa. Com isso, delega-se uma parcela da sua produção e serviços para outras empresas, desenvolvendo a otimização da produção e dos custos, visando um processo de desconcentração industrial ou deseconomia de aglomeração. Favorecendo a internacionalização da produção, onde o produto deixa de ser genuinamente nacional, passando à global, isto é, agora produzido em diversos países do planeta, terceirizando as indústrias que investem cada vez mais no desenvolvimento tecnológico e na pesquisa científica.
Fonte: Automação na linha de montagem Fonte: O Globo. Disponível em: http://www.fulltime.ind.br.
Nesse processo produtivo ocorre o emprego de poucos trabalhadores, uso de mão-de-obra altamente qualificada e bem adaptada as novas tecnologias, além de um elevado controle de qualidade na sua produção. Assim, uma parcela dos trabalhadores é levada a abandonar os seus sindicatos, enfraquecendo a sua organização e os deixando cada vez mais à mercê dos interesses patronais.
A terceira revolução industrial começou a se delinear após a segunda guerra mundial, com a introdução de novas tecnologias no processo produtivo, com a substituição e diversificação rápida de diversos produtos, tornando esses produtos obsoletos em um curto espaço de tempo, adaptando-o as necessidades dos consumidores, produzindo um grande problema atualmente que é o lixo tecnológico.
Com o desenvolvimento de software e hardwares, a conexão de computadores e a telecomunicação móvel, cabendo na palma da mão do usuário e conectando diversas pessoas ao mesmo tempo, com plataformas de integração com celulares e computadores, aliando uma integração entre o produtor e o consumidor. Recentemente esse processo ficou evidente com a pandemia da corona vírus ou covid19, onde o mercado ficou visível no comércio da internet.