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Mobilidade espacial: migrações no Brasil

As migrações no Brasil têm sido um fenômeno histórico e multifacetado. Desde a colonização até os movimentos migratórios recentes, elas influenciam a demografia, a cultura e a economia do país. A mobilidade espacial reflete desafios e oportunidades que moldam a sociedade brasileira.

AS MIGRAÇÕES NO BRASIL

MOVIMENTO PENDULAR

É um movimento diário realizado por trabalhadores e estudantes que residem nos subúrbios, periferias dos grandes centros e nas cidades satélites ou dormitórios. Durante o dia os trabalhadores e estudantes deslocam-se dos seus lares para os locais de trabalho e escola, retornando aos mesmos ao final do expediente.

TRANSUMÂNCIA

É o movimento reversivo e sazonal realizado por trabalhadores que durante uma época do ano deslocam-se de uma região para outra, regressando a área de origem quando a causa da migração é interrompida.

Exemplo do caso nordestino: durante o período da seca, trabalhadores deslocam-se do Sertão para o Agreste ou para a Zona da Mata nordestina em busca de trabalho. Quando as chuvas recomeçam, eles retornam para as suas áreas de origem. Ou seja, no Sertão semiárido do Nordeste, os períodos de seca severa estimulam a migração sazonal para outras áreas. Todavia, a migração dominante na região é por motivação socioeconômica (pobreza, desigualdade e concentração fundiária), a seca é um fator agravante.

ÊXODO RURAL

Movimento definitivo realizado por trabalhadores que se deslocam do campo para as cidades. O êxodo-rural, verificado no Brasil a partir dos anos 1960, está diretamente ligado à atração exercida pelas cidades e à expulsão dos pobres do campo, por meio do processo de concentração de terras, da falta de emprego e das tímidas tentativas governamentais de promover a reforma agrária. A população rural pobre que se instalou na periferia das grandes metrópoles, onde os preços dos terrenos eram mais baratos, causou grande expansão da malha urbana brasileira. Esse processo obrigou grande número de pessoas a residir em uma cidade e a buscar trabalho em outra, enfrentando diariamente o transtorno da migração pendular.

MOVIMENTO URBANO-RURAL

É um movimento realizado por trabalhadores que estão se deslocando das cidades para o meio rural. PRINCIPAIS CAUSAS: a expansão da violência urbana; melhor qualidade e menor custo de vida no interior.

MOVIMENTO RURAL-RURAL

É realizado do campo para o campo acompanhando a expansão das fronteiras agrícolas, ou de áreas agrícolas decadentes para áreas agrícolas dinâmicas. A modernização das atividades agropecuárias, aliada à elevada concentração de terras expulsa trabalhadores rurais que buscam alternativas em áreas de ocupação recente. Essa migração também resulta dos trabalhos sazonais, sobretudo, em épocas de colheita, quando então trabalhadores temporários são contratados em várias regiões do país.

MOVIMENTO URBANO-URBANO

É realizado entre as cidades. Atualmente as migrações urbano/urbano têm promovido um aumento do fluxo populacional das grandes cidades para as pequenas e médias cidades, sobretudo, aquelas com mais de 500 mil habitantes. Tal fato pode ser explicado pelo aumento dos investimentos nos setores industrial, comercial e de serviços que tem ampliado a oferta de emprego nestas cidades. As indústrias são atraídas pela política de incentivos fiscais, melhor qualidade de vida, menor índice de violência, terrenos mais baratos, menor organização sindical etc.

MIGRAÇÕES DE RETORNO

São realizadas por trabalhadores que estão retornando às suas respectivas regiões ou áreas de origem. As migrações de retorno mais significativas no Brasil se destinam ao Nordeste, procedentes da Região Sudeste.

Fatores responsáveis: desemprego; alto custo de vida urbano; violência; expansão das atividades econômicas no município ou região de origem de origem.

Fonte: G1

Segundo o IBGE, na última década começou a haver um movimento de retorno da população às regiões de origem em todo o país. A corrente migratória mais expressiva continua a ser entre o Nordeste e o Sudeste, mas houve redução. A região Nordeste foi a que apresentou o maior número de migrantes retornando aos seus estados, seguida, em menor escala, pela região Sul. O IBGE investigou onde morava o indivíduo exatamente cinco anos antes da data das pesquisas, no período entre 1999 e 2009, quando aproximadamente 4,8 milhões de brasileiros migram entre estados e regiões do país.

Em 2009, os estados do Nordeste que apresentaram migração de retorno mais expressiva, conforme o instituto, superando os 20% do total de imigrantes, foram: Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Fonte: ibge.gov.br

AS MIGRAÇÕES INTERREGIONAIS

1. Fluxos migratórios do Nordeste para os grandes centros urbanos do Sudeste, mais intensamente após a década de 1950, sobretudo em direção ao estado de São Paulo.

2. Fluxos migratórios do Nordeste para a Amazônia em direção às novas áreas agrícolas e aos garimpos, após a década de 1960.

3. Fluxos migratórios do Nordeste e Sudeste para o Centro-Oeste, entre as décadas de 1960 e 1970, principalmente devido à construção de Brasília.

4. Fluxos migratórios dos estados do Sul, além de São Paulo e Minas Gerais, para o Centro-Oeste e o Norte, especialmente a partir da década de 1970, com a expansão das áreas de colonização agrícola na Amazônia.

Centro de Estudos Migratórios. Migrações no Brasil: o peregrinar de um povo sem terra. São Paulo, Paulinas, 1986.

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