Entre 1868 e 1893, os dois principais personagens da vida política inglesa foram William Gladstone, liderança do Partido Liberal, e Benjamim Disraeli, representante do Partido Conservador. Disraeli, ocupando a chancelaria britânica em 1874, impôs um aguerrido modelo imperialista na política externa britânica, que culminaria, dois anos depois, com a concessão do título de imperatriz da Índia para Vitória. O gabinete de Disraeli ainda obteve, em 1875, o controle acionário do canal de Suez no Egito, importante rota comercial entre o mar Vermelho e o Mediterrâneo. Em 1878, é a vez do Chipre ser anexado ao Império. O imperialismo britânico, entretanto, sofreu uma fragorosa derrota em 1879, quando a reação afegã evitou que Cabul sofresse o constrangimento de se tornar mais uma praça em que o pavilhão britânico acabaria tremulando em nome da glória do império em que o sol nunca se punha.
As sucessivas disputas entre Disraeli e Gladstone, que provocavam uma alternância entre conservadores e liberais no controle do Executivo, sofreria uma abrupta interrupção em 1880, quando os whigs conseguiram obter uma expressiva vitória nas eleições nacionais sobre os tories. Gladstone herdou uma série de problemas no mundo colonial britânico, como rebeliões no norte da África, quando toda a guarnição militar britânica, incluindo seu comandante, Horatio Herbert, foi massacrada por nacionalista sudaneses.
A Alemanha unificada sob o projeto de “sangue e ferro” de Bismarck, entretanto, começava a se tornar um sério competidor industrial e colonialista que incomodava as pretensões inglesas. Entre 1884 e 1885, Bismarck convidou os principais líderes do continente a participarem de uma conferência na capital do II Reich. A Conferência de Berlim, como ficaria conhecida esta reunião dos chefes de Estado da Europa, tinha como objetivo declarado estabelecer as linhas de partilha da África de tal modo a evitar choques imperialistas que pudessem conduzir a um conflito europeu. Bismarck, cônscio da unificação alemã tardia, procurava resguardar regiões coloniais para a Alemanha. O chanceler de ferro conseguiu garantir, basicamente, o domínio alemão sobre os territórios da Namíbia, Togo, Camarões e Tanzânia.
Em relação ao continente africano, os ingleses idealizavam um projeto denominado “do Cairo ao Cabo”, no qual intencionavam estender a influência de Londres sobre todo o território. O representante britânico na região, Cecil Rhodes, chegou a declarar que “o imperialismo é tudo, se eu pudesse anexaria os planetas”. A ação imperialista de Rhodes, que, posteriormente, seria homenageado com o batismo de uma região africana com o nome de “Rodésia”, levou ao conflito com os böers, colonos holandeses que viviam em Orange e Transvaal. Entre 1889 e 1902, britânicos e böers guerrearam pelas duas colônias, ricas em recursos naturais. Os ingleses, ao vencerem a guerra, unem Orange e Transvaal a Cabo e Natal, formando a União Sul-africana.
As deliberações da Conferência de Berlim não foram bem-sucedidas no sentido de evitar disputas entre as potências pelos territórios na África. O mais notável caso de conflito envolvendo os países europeus foi a sucessão de crises ocorridas no Marrocos, tendo como atores principais França e Alemanha.
Em 1905, o kaiser Guilherme II declarou a independência do Marrocos, contrariando o acordo informal anglo-francês que reconhecia a supremacia da França da região. Com isso, foi convocada a Conferência de Algeciras em 1906. Esta representou uma derrota diplomática para os alemães, visto que confirmou o domínio informal da França na região, não obstante o Marrocos mantivesse sua independência formal. O episódio minou o prestígio internacional do kaiser e aproximou ainda mais ingleses e franceses.
Em 1911, nova disputa entre os dois países quase levou a um conflito armado. No mês de maio, a França ocupou a capital marroquina, movimentou ao qual se seguiu o envio de canhoneiras germânicas para o porto de Agadir. O objetivo alemão era usar a força para obter dos franceses grandes concessões territoriais na África em troca do reconhecimento do Marrocos como protetorado francófilo, o que representaria uma grave derrota diplomática para os franceses. O apoio inglês fez com que a Alemanha recuasse sem grandes concessões, levando o Kaiser a ser extremamente criticado na imprensa nacionalista germânica.

(Fonte: Google Imagens)