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Ideologias no século XIX

O século XIX testemunhou um turbilhão de ideologias, como liberalismo, nacionalismo, socialismo e conservadorismo. Essas correntes moldaram políticas, economias e visões de mundo, definindo o panorama ideológico e social do período.

CIÊNCIA

A industrialização que atingiu a Europa no Século XIX veio acompanhada da urbanização, do saneamento e do desenvolvimento da medicina e das ciências em geral. Os principais destaques foram:

  • A invenção da fotografia por Joseph Nicéphore Nièpce e Louis- Jacques Mandé Daguerre;
  • A invenção do cinema pelos irmãos Lumière (1895);
  • A invenção do automóvel;
  • A descoberta da vacina pelo francês Louis Pasteur;
  • As pesquisas genéticas por Gregory Mendel;
  • A criação do Positivismo por Auguste Comte, com sua obsessão pelo conhecimento científico, cujo lema era “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Segundo Comte, havia três etapas na evolução natural dos Estados: o Teológico (escravismo), o Metafísico (feudalismo) e o Positivo (capitalismo);
  • O estudo da Sociologia por Èmile Durkheim;
  • A criação da Psicanálise pelo médico judeu-austríaco Sigmund Freud;
  • A Teoria da Evolução das Espécies, elaborada por Charles Darwin.

Essas mudanças no século XIX trouxeram uma nova realidade de ideias, que alimentaram transformações na história global até o início do século XX.

ROMANTISMO

Um movimento muito heterogêneo que critica a nova sociedade capitalista e louva características da sociedade (tradição) do Antigo Regime e da Idade Média como a vida rural. Com um apego ao sentimentalismo, atingiu seu auge em meados do século XIX. O romantismo tem ideias que buscam a valorização do passado tradicional, condenando o racionalismo iluminista e tende para um sentimentalismo, em oposição ao racionalismo crescente daquelas sociedades. Desta valorização do pensamento tradicional, o romantismo vai retomar valores culturais que serão utilizados na construção de ideais nacionalistas e projetos de unificação.

SOCIALISMO UTÓPICO

O Socialismo utópico foi uma corrente de pensamento estabelecida por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier, e o socialismo utópico tinha como objetivo a criação de uma sociedade ideal, que seria alcançada de forma pacífica graças à boa vontade da burguesia.

O nome socialismo utópico surgiu graças à obra “Utopia” de Thomas More (obra do século XVI) sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma lenta e gradual.

O socialismo utópico surgiu como resposta aos abusos causados pelo liberalismo e capitalismo na altura da Revolução Industrial. Nesta ocasião, muitos trabalhadores (sendo muitos deles crianças) viviam em grande miséria e eram explorados, com horários de trabalho absurdos e sem condições.

Na Inglaterra, Robert Owen chegou colocar em prática alguns princípios do socialismo utópico em algumas das suas fábricas, reduzindo a carga horária, aumentando os salários e providenciando soluções de habitação para os seus trabalhadores.

SOCIALISMO CIENTÍFICO

Retrato de Karl Marx, de 1875, autoria anônima.
Erich Lessing/Album/Latinstock/Museu Karl Marx, Irier, Alemanha.

O socialismo científico, também conhecido como marxismo, era uma corrente oposta ao socialismo utópico. Criado por Karl Marx e Friedrich Engels, o socialismo científico tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo.

Os socialistas científicos criticavam o socialismo utópico porque viam nesta corrente uma passividade e uma utopia, pois a corrente utópica esperava que os indivíduos exploradores ganhassem uma consciência social para que as reformas fossem postas em prática.

O socialismo científico tinha objetivos semelhantes, mas previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada, ou seja, pela ação prática.

O socialismo científico teve sua origem a partir da publicação, no ano de 1848, do livro ‘Manifesto Comunista’, dos autores Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), portanto, os citados autores foram os principais teóricos do socialismo científico – também denominado marxismo.

O socialismo científico tinha como principais bases teóricas:

1)  materialismo histórico – toda sociedade é determinada por suas condições socioeconômicas, a infraestrutura. Adaptadas a ela, as instituições, a política, a ideologia e a cultura como um todo compõem o que Marx chamou de superestrutura.

2)  o materialismo dialético – os conceitos só surgem devido ao choque de antagonismos, como o exemplo de escravo e capitão-do-mato, e também de proletariado e burguês. Nos dois casos, a existência de um leva a existência do outro.

3)  a luta de classes – a sociedade capitalista se dividia em duas classes sociais: os exploradores (proprietários dos meios de produção, das fábricas, das terras), a burguesia; e os explorados (os despossuídos desses meios de produção), os proletários que vendiam sua força de trabalho para sobreviver. O antagonismo induz às lutas e às transformações sociais.

4)  a doutrina da mais-valia – A mais-valia seria o valor adicionado à mercadoria (produto) pela força de trabalho do operário (mão de obra). Ela se expressa na diferença entre o valor da riqueza que o trabalhador produzia (valor de mercado dos produtos produzidos) e o que ele recebia na forma de pagamento (salário).
Sendo assim, a mais-valia é a exploração do trabalhador em cima do que ele produz, ou seja, o trabalhador nunca recebe seu pagamento de acordo com a riqueza que produz com o fruto do seu trabalho.

5)  teoria da evolução socialista. – Segundo Marx e Engels, a tomada do poder (primeira fase) pelos trabalhadores daria início à ditadura do proletariado (segunda fase – transição entre o capitalismo e o socialismo) e o final do processo de transição seria o comunismo (terceira fase – sociedade sem classe, sem propriedade privada, sem donos dos meios de produção, sem Estado).

ANARQUISMO

Diferente do pensamento socialista, o Anarquismo prega a supressão de toda e qualquer forma de governo, defendendo a liberdade geral, sem nenhuma restrição. Entre seus precursores, destaca-se Proudhon (1809-1865), que enfatizou o respeito a pequena propriedade e propôs a criação de cooperativas e de bancos que concedam empréstimos sem juros aos empreendimentos produtivos, além de crédito gratuito aos trabalhadores. Propõe ainda uma sociedade sem classes, sem exploração, uma sociedade de homens livres e iguais. O Estado seria destruído e substituído por uma “república de pequenos proprietários”.

Tais propostas inspiraram o russo Mikhail Bakunin (1814-1876), que se tornou líder de outra visão do anarquismo, o terrorista. Para ele a violência era a única forma de alcançar uma sociedade sem estado e sem desigualdades, destruindo toda a forma de governo e instalando um comunismo durante o processo revolucionário, diferente dos marxistas que pensam na instalação da ditadura do proletariado antes da chegada do comunismo.

DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA – RERUM NOVARUM

A doutrina Rerum Novarum: sobre a condição dos operários (em português, “Das Coisas Novas”) é uma encíclica escrita pelo Papa Leão XIII no dia 15 de maio de 1891. Era uma carta aberta a todos os bispos, sobre as condições das classes trabalhadoras.

A encíclica trata de questões levantadas durante a revolução industrial e as sociedades democráticas no final do século XIX. Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores de formarem sindicatos, mas rejeitava o socialismo ou social democracia e defendia os direitos à propriedade privada. Discutia as relações entre o governo, os negócios, o trabalho e a Igreja.

A encíclica critica fortemente a falta de princípios éticos e valores morais na sociedade progressivamente laicizada de seu tempo, uma das grandes causas dos problemas sociais. O documento papal refere-se a alguns princípios que deveriam ser usados na procura de justiça na vida social, econômica e industrial, como por exemplo, a melhor distribuição de riqueza, a intervenção do Estado na economia a favor dos mais pobres e desprotegidos e a caridade do patronato à classe operária.

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