Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda, globalização, “Ato ou efeito de globalizar ou globalizar-se, fenômeno ou processo mundial de integração ou partilha de informações, de culturas e de mercados. Reunir num todo ou apresentar elementos dispersos de uma maneira global, ficar universal. Inserir ou inserir-se na economia mundial ou na partilha global de informação”.

A globalização não é apenas a palavra da moda, mas a síntese das transformações radicais pelas quais vem passando a sociedade e a economia global, com o início na denominada Expansão Marítimo e Comercial Europeia dos séculos XV e XVI, denominado naquele momento de “Europeização do Mundo” e principalmente após a segunda guerra mundial, período da denominada guerra fria.
Quando os europeus se lançaram aos mares em busca de novas rotas comerciais e em regiões que pudessem exercer os seus domínios coloniais, introduzindo a denominada “Europeização do Mundo”, esta era uma forma de exercer uma ligação econômica similar às ações das empresas multinacionais e transnacionais atualmente.
Assim, a globalização faz parte do lento processo de evolução do modo de produção capitalista, uma etapa que busca reduzir custos, aumentar a produção, a distribuição de mercadorias, marcas e produtos em uma escala global mundial padronizada.
O FENÔMENO DO MODELO GLOBAL [NÃO INCLUIR TÍTULO, APENAS O CONTEÚDO]
O fenômeno da globalização da economia mundial resulta da conjugação de três forças poderosas;
- as revoluções tecnológicas, novas tecnologias ligadas à busca, processamento, difusão e transmissão de informações, dados, inteligência artificial e a engenharia genética,
- a formação de áreas de livre comércio e blocos geoeconômicos de poder integrados, principalmente como a formação e a relação dos Blocos Americano, Euroasiático-Africano e o da Bacia do Pacífico,
- a crescente interligação e interdependência dos mercados físicos e financeiros em escala planetária, através das multinacionais e transnacionais com as marcas e produtos, interligadas pelos sistemas de transportes modal e intermodal, além das telecomunicações, via rede mundial de computadores pela internet.

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Os avanços tecnológicos proporcionados pela terceira revolução científica e tecnológica ou modelo toyotista, foram fundamentais na conquista de novos mercados mundiais. Ao contrário de etapas anteriores, quando havia a necessidade de ocupação territorial, as empresas multinacionais e transnacionais oferecem mercadorias, serviços e capitais em uma velocidade espantosa e a competição por mercados consumidores estimula, cada vez mais, o avanço da tecnologia, das telecomunicações, dos sistemas de transportes e o aumento da produção tecnológica e industrial.
Com a Nova Ordem Geopolítica Mundial Global houve uma tendência à regionalização da economia e à formação de blocos econômicos de poder para que houvesse mais integração dos mercados nacionais. Aparentemente foi criada uma situação contraditória por que os países passaram a adotar medidas que pudessem defender os seus mercados, enquanto as empresas multinacionais e transnacionais exigiam maiores facilidades para atuarem dentro desses mercados integrados.
Em decorrência dos avanços tecnológicos as distâncias tornaramse curtas e os mercados se interligaram, logo, com as facilidades da informática, das telecomunicações, logística e dos sistemas de transportes. Essas empresas financeiras atuam em vários pontos do planeta. Os desenvolvimentos ocorridos nas telecomunicações e nos sistemas de transportes deram às multinacionais e transnacionais, condições de distribuir as várias etapas do processo produtivo de acordo com as suas conveniências.
Devido a essas três forças expostas, alguns ainda discutem qual o termo mais adequado para o momento que a economia mundial passou a vivenciar no final do século XX e início do XXI, a globalização ou mundialização do capital. E qual a diferença entre os dois termos atualmente.
Europeus, japoneses, norte-americanos e mais recentemente os chineses e coreanos concordam que a globalização e a mundialização são quase sinônimas. Os europeus preferem o termo mundialização e lembram que o comércio entre as nações é velho como o mundo, os transportes intercontinentais rápidos existem há algum tempo, as empresas multinacionais e transnacionais prosperam há mais de meio século, os movimentos de capitais não são uma invenção do século XXI, assim como a televisão, os satélites, os aviões, navios e a informática.
Enquanto isso, os norte-americanos admitem que a globalização represente a interligação dos mercados nacionais e qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado Nacional. Assim, passou a ocorrer à disseminação hegemônica dos padrões culturais norte-americanos, graças ao controle da mídia e dos meios de difusão da informação.
Não importa se o termo utilizado é globalização ou mundialização. Na realidade, quem lidera o processo é o modo de produção capitalista, atualmente monopolista, predominando os monopólios e oligopólios, com a tecnologia porque com o fim do socialismo e/ou comunismo passou a ocorrer um aumento no fluxo de comércio, de informações e de expansão das empresas multinacionais e transnacionais para mercados antes fechados, como Cuba, Rússia e a China. Os Estados nacionais não deixaram de exercer a soberania sobre o seu próprio território e cabe a eles:
- no aspecto geopolítico: exercer o controle autônomo do território e das relações políticas e jurídicas no plano nacional;
- no aspecto econômico: formação e execução de políticas macroeconômicas, na política industrial, agropecuária e ambiental, adaptando o produto ao mercado consumidor local;
- no plano cultural: formulação de programas que levem em conta a diversidade regional ou não, independentemente de posições de valores e padrões culturais externos.
As críticas ao processo de globalização se sustentam na argumentação de que a mesma gera interesses econômicos cujos reflexos sociais e ambientais podem ser conflitantes. Os críticos da globalização apontam os seguintes problemas;
- a globalização prioriza os interesses do capital mundial, das corporações e das grandes empresas em detrimento ao capital nacional;
- a atuação das empresas multinacionais e transnacionais nos países emergentes acentuou a concentração e a acumulação do capital. Elas usufruem assim da fragilidade de organização da força de trabalho e mão de obra;
- a transnacionalização representou um papel fundamental na industrialização retardatária ou tardia de países menos desenvolvidos, quando de interesse do mercado mundial, um modelo de substituição das importações;
- apesar da abertura de novos mercados, uma parcela significativa da população mundial encontra-se à margem da produção e consumo de produtos básicos, isto é, excluídos do processo produtivo econômico mundial.
As ONGs, organizações não governamentais, têm tido um papel fundamental na luta contra a globalização. Quando surgiram na década de 1970, representavam instrumentos de contestação aos efeitos danosos da industrialização crescente. No fim dos anos 1990, diante dos notórios desastres provocados pelo imperialismo e o neoliberalismo, pela desregulamentação e pela globalização, aumentaram as ações contra os órgãos ligados ao comércio e ao sistema financeiro mundial como o FMI, Fundo Monetário Internacional, BIRD, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial e a OMC, Organização Mundial do Comércio, que representam os interesses dos grandes grupos empresariais globais e dos governos dos países mais desenvolvidos ou centrais.

Fonte: blogspot.com – Charge Fito.