O MERCOSUL NA ECONOMIA MUNDIAL
Nesse contexto geoeconômico o bloco do MERCOSUL, tem um papel estratégico, mesmo com a fragilidade econômica dos países membros e associados, na América Latina. A existência do bloco também faz com que tais países possam, dentro das suas limitações, dialogar com outros blocos mais fortes. O MERCOSUL é o grande expoente brasileiro no cenário internacional, nas relações econômicas e até mesmo políticas, possibilitando uma maior estrutura de negociação ao gozar do status de bloco econômico. Atualmente, é possível apontar três formas principais de realizar trocas comerciais;
- O multilateralismo, onde os acordos comerciais multilaterais são feitos em escala global, entre blocos geoeconômicos,
- O regionalismo, onde os acordos comerciais regionais são feitos por blocos geoeconômicos de países,
- O bilateralismo, onde os acordos comerciais bilaterais são realizados entre dois países.
Devido à pandemia da covid 19, o comércio global está em desaceleração. A queda é fruto da crise de abastecimento atravessada por diversos setores da economia, com destaque para o de automóveis e de componentes eletrônicos, como o de celulares e computadores.

Fonte: PODER 360
No final do século XX e do XXI, o Brasil se movimentou dentro do MERCOSUL de forma econômica, financeira e comercial. De um lado, a política externa brasileira buscou a ampliação das parcerias comerciais e uma inserção agressiva do ponto de vista político e nesse ambiente geopolítico. Dois traços importantes dessa política são:
- A relação da China como principal parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL,
- A inclusão nos BRICS, Bloco econômico e países emergentes no cenário econômico, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul nas parcerias econômicas.
O Brasil sempre foi reconhecido por ter uma boa diplomacia com os parceiros comerciais, mas o prestígio do país no exterior perdeu força em meio à pandemia da covid-19 e devido ao avanço do desmatamento na Amazônia legal. Com dificuldades em avançar nas negociações com os parceiros do MERCOSUL para a redução das taxas para importar produtos de fora do bloco geoeconômico. O Brasil decidiu fazer isso por conta própria. Em nota conjunta, os Ministérios da Economia e Relações Exteriores anunciaram à redução em 10,0 % das alíquotas do Imposto de Importação de 87,0 % dos produtos do universo tarifário, em 2020, mantendo de fora bens como automóveis e sucroalcooleiros, que já têm um tratamento diferenciado pelo bloco do MERCOSUL.
Como as regras do MERCOSUL proíbem a redução de tarifas de forma unilateral, ou seja, sem o aval de todos os integrantes do bloco, o Brasil vai recorrer a um dispositivo que permite a possibilidade de adoção de medidas voltadas à proteção da vida e da saúde das pessoas.
O ministro da economia do Brasil Paulo Guedes voltou a defender avanço no acordo de redução da TEC, Tarifa Externa Comum que ainda tem resistência da Argentina. Qualquer mudança tarifária ou acordo comercial precisa ser aprovado pelos quatro países membros do bloco geoeconômico.
“O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, com muitos recursos naturais e mercado interno forte. Lamentavelmente, não houve evolução de desenvolvimento de comércio. Daí nossos esforços de acertarmos o MERCOSUL com a Argentina”.
Ministro da economia do Brasil Paulo Guedes