
(Fonte: https://www.slideshare.net/camilaabrito1/descolonizao-africana)
A decadência dos grandes “Impérios colonialistas”, isto é, Grã-Bretanha e França, auxilia no processo de independência estratégia de conceder a independência para as suas colônias como forma de manter laços econômicos, o que ficou sendo conhecido como “processo pacífico”. A França procurou manter suas colônias pela força militar, desencadeando guerras sangrentas na Indochina, sobretudo Vietnã e Argélia. Os historiadores denominaram este processo de “descolonização violenta”. Outros países, como Holanda e Portugal, também mantinham colônias nos continentes africano e asiático. No caso de Portugal, a descolonização ficou sendo conhecida como “tardia”, devido ao fato de Angola e Moçambique só conseguirem suas independências na década de 1970, quando a ditadura salazarista foi derrubada em 1974, na chamada “Revolução dos Cravos”, e a social-democracia de Mário Soares iniciou a negociação para a libertação destas colônias. Os movimentos de guerrilha marxista nestes países, entretanto, enfrentaram outras oposições armadas, levando os países a um longo período de guerra civil.
A descolonização foi ainda favorecida pelo princípio de “autodeterminação dos povos” estabelecido na Carta do Atlântico (1941), na Carta das Nações Unidas (1945) e na Conferência de Bandung (1955); esta última, reunindo os países denominados de não alinhados, condenou a Guerra Fria, a corrida armamentista e o racismo. Novos países surgiram da descolonização. Dezenas de novas unidades políticas na África e na Ásia passaram a participar de modo independente do mundo contemporâneo. O número de países-membros da ONU quase quadruplicou em cerca de 50 anos. Entretanto, nem sempre o processo se deu de modo pacífico ou ordeiro. O sonho de Gandhi de uma descolonização a partir da desobediência civil, isto é, da não agressão, que mantivesse a unidade indiana, revelou-se uma utopia, pois a Índia acabaria fragmentando-se em mais outros três Estados independentes: Bangladesh, Sri Lanka e Paquistão, este último de maioria muçulmana e enfrentando, ainda hoje, gravíssimos problemas de fronteira com a Índia hindu.

(Fonte: https://diversidadeafricana.wordpress.com/2012/06/09/as-fronteiras-etnicas-e-politicas-da-africa/)