Na segunda metade do século XVII, com o aumento da criação de gado extensiva, a ocupação do território nordestino avançou para o interior, nas regiões do agreste e sertão. Neste período começaram a surgir os currais, que eram grandes fazendas voltadas para a pecuária extensiva. Neste contexto, ocorreu a ocupação do vale do rio São Francisco.
A ocupação da região amazônica ocorreu com a presença de estrangeiros, nessa área do país, inicialmente no século XVII, a coroa portuguesa organizou e enviou para a região várias expedições militares para expulsar os invasores. Vilas, que mais tarde dariam origem a cidades, foram fundadas na região amazônica por integrantes destas expedições.
A expansão pela região amazônica também foi favorecida por uma atividade econômica muito lucrativa no século XVII, a exploração das denominadas drogas do sertão, com as ervas medicinais e aromáticas, além do guaraná, pimenta do reino, cravo e a castanha. Muitos colonizadores se embrenharam pela floresta amazônica para coletar estas drogas e vender para comerciantes que as comercializavam na região nordestina e também na Europa e Ásia.
A expansão de diversas atividades dos colonizadores avançou gradativamente das faixas litorâneas, do oceano atlântico para o interior do país. Para cultivar a cana de açúcar, espécie proveniente do continente asiático, os colonos europeus passaram a traficar escravos negros africanos. A primeira leva chegou já em 1532, num circuito perverso do comércio humano que durou até 1850.
A produção de cana de açúcar gerou atividades complementares, como a plantação do tabaco, na região do recôncavo baiano, a criação de gado nas zonas mais interiores e as culturas alimentares no chamado agreste nordestino, uma região de transição da zona da mata quente e úmida para o semiárido do sertão.
A pecuária desempenhou importante papel na ocupação do interior do país, aproveitando-se o rebrotar das folhas na estação das águas nas caatingas arbustivas mais densas, além dos brejos e dos trechos de matas. Com a exploração das minas de ouro descobertas mais ao sul, foram necessários também carne, couro e outros derivados, além de animais para o transporte desses novos recursos.
A organização do espaço geográfico do centro oeste brasileiro ganhou contornos mais nítidos com a exploração do ouro, diamantes e diversos minerais preciosos, especialmente nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, ao longo do século XVIII, o que deu origem ao surgimento de diversos inúmeros núcleos urbanos na rota da mineração. Nos séculos XVIII e XIX, a constituição do território começou a se consolidar com a ocupação da imensa frente amazônica. Por motivações mais políticas do que econômicas, na relação do discurso da defesa desse espaço territorial geográfico contra incursões de corsários estrangeiros.
A dinamização das fronteiras amazônicas ocorreu mais efetivamente com o surto do extrativismo da borracha, no fim do século XIX e início do século XX. O desenvolvimento da indústria automobilística, do modelo fordista, justificava a demanda por borracha para a fabricação de diversas peças e pneus. Esse período curto, mas virtuoso, foi responsável pela atração de mais de 1,0 milhão de nordestinos, que fugiam da terrível seca que se abateu sobre o semiárido nordestino em 1877.
A macrorregião amazônica teve um intenso processo de ocupação no século XX, mais especificamente no regime militar brasileiro, com o lema de “integrar para não entregar ao capitalismo estrangeiro”, com o desenvolvimento de grandes obras faraônicas, a construção de hidrelétricas, a rodovia transamazônica e Belém-Brasília, além dos projetos de integração nacional, pecuária, extrativismo e expansão da fronteira agrícola.
Os períodos econômicos indicados, em seus momentos de apogeu e crise, contribuíram para determinar um processo de regionalização do território, marcando a diferenciação de espaços geográficos distintos. Ao mesmo tempo, contribuíram para a integração territorial nacional.

Fonte: IBGE – Atlas Geográfico escolar. OS FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS