ÊXODO RURAL
É o deslocamento da população rural para os centros urbanos. Predominou no território brasileiro entre as décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980, no auge do chamado “milagre econômico brasileiro”, com o processo de industrialização e a acentuada urbanização desigual no país. Também se relaciona diretamente à introdução das relações capitalista no campo, processo denominado de capitalização do campo, com o uso de máquinas e equipamentos nas relações de produção agrícola, provocando diretamente um excedente de mão de obra, a forte concentração fundiária, a partir da degradação de determinadas estruturas de propriedade dos minifúndios e a consolidação das grandes propriedades com os latifúndios, atualmente as agroindústrias. O empréstimo de capital pelo governo para as grandes propriedades acaba dificultando o crédito aos pequenos proprietários rurais; ao mesmo tempo, alguns antigos latifúndios foram substituídos pelas grandes empresas capitalistas agroindustriais.
Podemos destacar também a deficiência de infraestrutura no campo brasileiro, como o saneamento básico, escola, moradia e emprego para fixar o homem no campo, a influência direta dos meios de comunicação atuando no campo nos últimos anos, incentivando a migração e o estatuto do trabalhador rural, expandindo as leis trabalhistas ao homem do campo.

Fonte: Jornal o Globo.
Esse movimento populacional acarreta sérias consequências nos centros urbanos, isto é, nas regiões de atração populacional, como um caótico crescimento desordenado das cidades, com um inchaço populacional, além da dificuldade de desenvolvimento da infraestrutura, saneamento básico e ambiental de parte da cidade, uma expectativa que o migrante teria um emprego permanente, bem como a sua família, quando ele se estabelece definitivamente em um centro urbano, um excesso de procura de emprego em relação à oferta favorecendo a segregação socioespacial, geralmente com a expansão das submoradias, favelização, periferização, a criação de um exército de reserva nos centros urbanos, com uma massa de trabalhadores disponíveis para o mercado de trabalho pressionando os salários dos que estão empregados.
O crescimento nas cidades dos setores de atividades modernas ou tradicionais, formais e informais vem marginalizando parte dessa mão de obra menos qualificada, favorecendo a expansão das periferias urbanas e da ocupação desordenadas das encostas, contribuindo para o crescimento da economia informal e hipertrofia do setor terciário de economia, com a perda do poder aquisitivo de parte dessa população e a macrocefalia urbana.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo.
MOVIMENTO PENDULAR
Os movimentos pendulares, também chamados de diários, são típicos dos centros urbanos, predominando nos países menos desenvolvidos, com a expansão desordenada das cidades. Constitui um movimento de trabalhadores ou estudantes, geralmente diário, de ida e volta de sua residência até o local de trabalho normalmente localizado longe de sua moradia.
Esse movimento populacional migratório vem se intensificando no território brasileiro, com o crescimento desordenado das cidades e suas periferias longe dos centros econômicos urbanos, nos subúrbios, cidades dormitórios ou satélites, se intensificando com a segregação sócio espacial e contribuindo com a macrocefalia urbana, além da deficiência de infraestrutura nas cidades, o sistema de transporte precário, que contribui para os grandes congestionamentos de automóveis, além de ser comum uma grande parcela da população gastar horas, param se deslocar de sua casa para o trabalho ou escola e depois retornar no final da jornada de expediente do trabalho ou escolar.
MOVIMENTO DE TRANSUMÂNCIA
É o movimento ou deslocamento reversivo de um determinado contingente populacional migrando periodicamente ou sazonalmente, ocorrem nas diversas partes do mundo, que durante uma época do ano um determinado contingente populacional se desloca de uma região para outra, retornando a área de origem quando a causa dessa migração cessa.
Esse tipo de migração no território brasileiro ocorre principalmente na região do Pantanal Mato-grossense, no período das cheias e vazantes dos rios, com o deslocamento da população, conduzindo o rebanho para os planaltos mais elevados em busca de pastagens para alimentar os animais, retornando às áreas de origem quando o nível da água retorna ao normal.
No nordeste brasileiro durante o período da seca, trabalhadores deslocam-se do sertão para o agreste ou para a Zona da Mata Nordestina em busca de trabalho, quando as chuvas recomeçam, eles retornam as suas cidades de origem.
Esse movimento migratório ocorre principalmente no período de plantio e colheita da produção de cana de açúcar na zona da mata nordestina. Esses trabalhadores se deslocam da zona da mata nordestina para o agreste ou sertão, retornando posteriormente, ou para a região do vale do São Francisco na produção da fruticultura. Também podemos mencionar os trabalhadores que deixam suas cidades periodicamente em busca de empregos, retornando posteriormente.

Fonte: IBGE – Atlas Escolar.
MOVIMENTO DE NOMADISMO
Consiste na forma primitiva de deslocamento populacional e de adaptação ao meio de ocupação, e se caracteriza pela migração constante de um determinado contingente populacional, sem uma determinada residência ou local fio. Ocorrem com maior intensidade nos dias de hoje no continente africano; atualmente, no território brasileiro, esse tipo de movimento populacional é pouco expressivo.
No território brasileiro os indígenas se deslocavam com mais intensidade, devido aos conflitos constantes pela posse da terra e no seu cultivo itinerante. Atualmente, com a criação das reservas ou parques, como o parque Nacional do Xingu, tais deslocamentos diminuíram. Podemos destacar também o deslocamento de alguns ciganos pelo território brasileiro, sem uma residência fixa, e a população circense, que se apresenta por todo o país, fazendo espetáculos.
MOVIMENTO DE TURBULÊNCIA
Esse tipo de movimento populacional tem a duração de alguns minutos ou poucas horas, denominado de “Hora do Rush”. Ocorre principalmente nos centros urbanos, no exato momento em que um determinado contingente populacional está migrando, no início ou saída do trabalho de uma determinada atividade, fazendo parte de o movimento pendular.