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Conceitos e principais indicadores demográficos

A demografia corresponde à área da ciência geográfica que estuda a dinâmica da população humana. Já uma população é qualquer conjunto de pessoas que vivem em um determinado espaço, seja este sob a dimensão mundial, de um continente, de um país, de uma região, um estado ou uma outra área específica. Em geral, em uma análise demográfica, são considerados tamanho, distribuição, estrutura e crescimento da população.

Os fatores ecúmenos e anecúmenos influenciam diretamente o tamanho da população, isso é, o número de pessoas que residem em um determinado espaço. É possível medir o tamanho de uma população de forma absoluta e relativa.

População Absoluta: Total de habitantes em um determinado lugar. Utilizamos o adjetivo populoso quando nos referimos a um lugar com grande população absoluta e pouco populoso quando apresenta uma pequena população absoluta.

População Relativa (Densidade Demográfica): Média de habitantes de um determinado lugar, ou seja, o número de habitantes por quilômetro quadrado (km²). Para isso, basta dividir a população absoluta pela área territorial. Locais com grande população relativa são chamados de povoados e aqueles com pequena população relativa são nomeados de pouco povoados.

Exemplos de países muito povoados (2016)

Porém, dois países com população de tamanho igual podem ter estrutura demográfica bastante diferentes. Ou seja, o número total e a proporção de jovens, adultos e idosos varia muito de acordo com o país e a sua situação socioeconômica. Da mesma forma, os indicadores demográficos são bastante diferentes quando comparamos os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Os principais indicadores populacionais são as taxas de natalidade, mortalidade, mortalidade infantil, fecundidade e a expectativa de vida. Para analisar as condições socioeconômicas, usa-se também o IDH e o Coeficiente de Gini.

Taxa de Natalidade: Porcentagem que corresponde à relação entre o número de nascimentos ocorridos em um ano e a população absoluta.

Taxa de Mortalidade: Porcentagem que corresponde a relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e a população absoluta.

Taxa de Mortalidade Infantil: Trata da relação do número de crianças de até 1 (um) ano de idade que morrem para cada grupo de mil nascidas vivas.

Expectativa de Vida: Expressa a quantidade de anos que vive, em média, a população. Também chamado de longevidade ou esperança de vida, este é um índice muito utilizado para análise do nível de desenvolvimento dos países e tende a ser mais alto em países desenvolvidos.

Taxa de Fecundidade: Também chamada de Taxa de Fertilidade, corresponde ao número médio de filhos, por mulher, na idade de reprodução.

A taxa de fecundidade vem reduzindo desde a década de 1960. No Brasil em 1970 as mulheres tinham em média 5,8 filhos e hoje esse número não chega sequer a 2,1, que é a taxa mínima necessária para a reposição da população. O número de nascimentos caiu cerca de 13,3% entre 2000 e 2012. Em 2000 a taxa de fecundidade foi de 2,29 e em 2012 foi de 1,77.

Os motivos para essa diminuição são vários: maior escolarização, aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, uso maior de contraceptivos, entre outros. Em 2013, um em cada cinco casais brasileiros não tinha filhos. Especialistas alertam, no entanto, que a consolidação de famílias menores aliada ao crescimento da esperança de vida significará, em um futuro próximo, menos profissionais jovens no mercado de trabalho, mais custos com aposentadorias e um risco de queda no crescimento econômico.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda (PIB per capita), educação (taxa de alfabetização) e saúde (expectativa de vida). O indicador varia de 0 a 1. O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Em linhas gerais, quanto mais próximo de 1 estiver o IDH, melhor o desenvolvimento.

Entre 188 países avaliados, o relatório das Nações Unidas divulgado em 2017 coloca o Brasil na 79ª posição, com um IDH de 0,754. O número leva em consideração uma expectativa de vida no país de 74,7 anos; 15,2 anos esperados de escolaridade; média de estudo de 7,8 anos (para população acima de 25 anos); e renda nacional bruta per capita de US$ 14.145, indicador que em 2017 ficou mais baixo, num reflexo da crise econômica – já que antes, era de US$ 14.858. Em comparação aos demais países da América do Sul, o Brasil ocupa a 5° posição no IDH, ficando atrás do Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela. Já em relação aos Brics (grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), estamos na 2ª posição, atrás apenas da Rússia.

RANKING DO DESENVOLVIMENTO HUMANO POR PAÍS (2017)

Por fim, cabe citar que apesar de ter diminuído expressivamente nas últimas décadas em função de políticas públicas sociais, a desigualdade na distribuição de renda, saúde e educação entre os brasileiros continua a ser elevada no Brasil. Um dos indicadores que permite essa conclusão é o coeficiente de Gini, que consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a população receberia o mesmo salário) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem).

Nenhum país tem índices tão extremos como 0 ou 1, porém, quanto mais próximo de 0, melhor é a distribuição de renda; quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade. O último dado divulgado pela ONU (2017) aponta o Brasil como o 10º mais desigual do mundo e o quarto da América Latina, à frente apenas de Haiti, Colômbia e Paraguai. Segundo o levantamento da ONU, o percentual de desigualdade de renda no Brasil (37%) é superior à média da América Latina, incluindo os países do Caribe (34,9%).

O PAPEL DAS MULHERES NAS DIFERENTES SOCIEDADES

Até o ano de 1910, as mulheres tinham direito ao voto em apenas dois países do mundo: na Dinamarca, o voto foi instituído em 1908 e na Suécia, em 1909. Desde a segunda metade do século XIX até a primeira metade do século XX, diversas manifestações populares pelo direito ao sufrágio universal feminino foram desencadeadas, como por exemplo a famosa passeata de maio de 1912 em Nova York. De lá pra cá, ocorreram significativos avanços relacionados à participação feminina em diversos setores da vida em sociedade, incluindo a política. Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, com milhões de homens lutando nas frentes de batalha, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas, substituindo-os na produção de aviões e armas. Com o fim do conflito, foi crescente o número de mulheres que entraram no mercado de trabalho, o que tem colaborado para reduzir as taxas de fecundidade.

No século XXI, vemos as mulheres cada vez mais ocupando espaços antes destinados apenas aos homens. De modo geral, essas conquistas são mais perceptíveis no mundo ocidental, mas ainda há muitas sociedades onde os direitos femininos são restritos. Por conta disso, o empoderamento político das mulheres é uma das seis prioridades da entidade ONU Mulheres. Em 1990, o Conselho Econômico e Social da ONU recomendou, para 1995, a meta de 30% de participação das mulheres em cargos de liderança, e de 50% até o ano 2000. Com a ampliação da atuação feminina na política, busca-se contribuir para o reconhecimento dos direitos das mulheres no mundo, principalmente os que envolvem a discriminação por gênero no trabalho, sua atuação como chefe de família e a luta contra a violência de gênero, física e psicológica.

De maneira geral, as estatísticas mostram que grande parte das mulheres que desempenham as mesmas funções que homens recebem salários menores, ainda que tenham qualificação igual ou maior que seus colegas de trabalho. Na maioria dos países, a entrada das mulheres no mercado de trabalho fez com que elas tivessem duas jornadas: uma no trabalho e outra em casa, cuidando da família e dos afazeres domésticos. Isso ocorre porque a divisão do trabalho doméstico entre homens e mulheres ainda não foi incorporada em muitas culturas, e em outras tantas há um senso comum que garante ao homem o benefício de apenas ajudar, ao invés de dividir as tarefas de forma mais igualitária. Além disso, há também um elevado número de mulheres que são chefes de família, ou seja, que sustentam a si e a seus filhos sozinhas, sem contribuição financeira dos ex-maridos ou companheiros.

Por tudo isso, a desigualdade brasileira também é muito alta nas comparações de gênero. Embora as mulheres tenham maior expectativa de vida e mais escolaridade, elas ainda recebem bem menos que os homens no Brasil. A renda per capita da mulher é 66,2% inferior à de pessoas do sexo masculino. No índice de desigualdade de gênero, o país aparece na 92ª posição entre 159 países analisados, atrás de nações de maioria religiosa conservadora, a exemplo de Líbia (38ª), Malásia (59ª) e Líbano (83ª). Também é baixa a representatividade da mulher no Congresso Nacional. O comparativo entre número de cadeiras em parlamentos indica que as mulheres brasileiras ocupam somente 10,8% dos assentos. O número é inferior à média mundial (22,5%) e até mesmo ao de países com IDH baixo, como a República Centro Africana, última colocada do ranking, que tem 12,5% de seu parlamento ocupado por representantes do sexo feminino.

Em algumas sociedades, muitas vezes, o acesso da mulher à educação é muito limitado e o seu papel restringe-se a se casar, submeter-se ao marido e gerar filhos. O casamento arranjado entre famílias ainda é uma realidade em diversos lugares, e muitas vezes os noivos se conhecem apenas no dia da cerimônia. Esses modelos se repetem há gerações e tendem a valorizar mais o filho varão. Por conta disso, o abandono ou feminicídio de crianças acaba sendo mais elevado em muitos países, especialmente naqueles onde se aplica algum tipo de controle de natalidade, como ocorreu na China por décadas.

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