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Classes de palavras: Vozes verbais

As vozes verbais são construções gramaticais que indicam a relação entre o sujeito e o verbo em uma frase. Em línguas como o português, as vozes principais são a voz ativa, em que o sujeito executa a ação, e a voz passiva, em que o sujeito sofre a ação. Essas vozes desempenham um papel importante na ênfase, na clareza e na estrutura das sentenças, sendo fundamentais para a comunicação eficaz.

VOZ PASSIVA

AGENTE DA PASSIVA – VOZES VERBAIS

É o termo que, na voz passiva analítica, pratica a ação verbal, sempre introduzido por uma preposição.

Observação: Antes de estudarmos esse termo, vamos aprofundar o estudo sobre a voz passiva.  A voz representa a forma como o verbo se apresenta para indicar se o sujeito irá praticar a ação, irá sofrer a ação ou irá praticar e sofrer a ação ao mesmo tempo. Como já ouvimos dizer, são três as vozes do verbo: ativa, passiva e reflexiva. Vamos tratar de cada uma delas agora.

ESTUDO DA VOZ PASSIVA

A voz passiva se divide em duas. São elas: voz passiva analítica (verbal) e voz passiva sintética (pronominal). É importante destacar que toda voz passiva é proveniente de uma ativa que, em geral, apresenta objeto direto, meu aluno.

CARACTERÍSTICAS DA VOZ PASSIVA ANALÍTICA

A voz passiva analítica é marcada sempre por uma locução verbal. Essa locução verbal é específica, ou seja, apresenta uma estrutura pré-estabelecida na qual o verbo auxiliar será composto pelo verbo SER, ESTAR ou FICAR e o verbo principal aparecerá no INFINITIVO. Veja: 

Locução Verbal da Voz Passiva Analítica → SER + PARTÍCIPIO
Locução Verbal da Voz Passiva Analítica → ESTAR + PARTÍCIPIO
Locução Verbal da Voz Passiva Analítica → FICAR + PARTÍCIPIO

Em geral, nas provas a que mais aparece é aquela locução verbal formada pelo verbo SER + PARTÍCIPIO. Vejamos alguns exemplos:

A diretora era rodeada pelos alunos. (SER +PARTICÍPIO)
A diretora estava rodeada pelos alunos. (ESTAR + PARTICÍPIO)
A diretora ficava rodeada pelos alunos. (FICAR + PARTICÍPIO)

Como já sabemos que toda voz passiva vem de uma voz ativa, é oportuno lembrar que o tempo e o modo dessas locuções verbais específicas deverão seguir o tempo e o modo da respectiva voz ativa, meu aluno.

CONVERSÃO DA VOZ ATIVA PARA A VOZ PASSIVA ANALÍTICA

O primeiro passo é identificar uma voz ativa. Como faremos isso? Eu prefiro que você fique atento à estrutura que você já conhece a ficar tentando descobrir se o sujeito está ou não praticando a ação do verbo. Como assim ficar atento à estrutura, professor? Você já sabe que para estarmos diante de uma voz passiva analítica é preciso identificar uma locução verbal específica (SER + PARTÍCIPIO / ESTAR + PARTICÍPIO / FICAR + PARTICÍPIO). E vai aprender logo mais que para estarmos diante de uma voz passiva sintética é preciso identificar a partícula SE desempenhando o papel de pronome apassivador (PA). Sendo assim, meu aluno, quando não identificarmos na estrutura da oração nenhuma dessas coisas citadas, não estaremos diante de uma voz passiva, seja analítica, seja sintética. Podemos concluir logicamente que será voz ativa quando não houver estrutura de voz passiva. Veja:

João levou um soco. (Voz Ativa)

Professor, o sujeito João não está sofrendo o soco? Prefiro que você se prenda à estrutura a ficar tentando descobrir se o sujeito está ou não praticando a ação do verbo. Na frase acima (João levou um soco.), existe alguma locução verbal específica, ou alguma partícula SE desempenhando o papel de partícula apassivadora (PA)? Não existe! Logo, a voz não pode ser passiva. Se ela não é passiva, nessa situação, ela será ativa. É bem mais fácil ficar preso à estrutura. Faça isso de agora em diante!

Depois de reconhecer a voz ativa, de acordo com o método tradicional, precisamos encontrar na estrutura da oração um objeto direto, pois ele é que será transformado em sujeito no momento da conversão da ativa para passiva; sendo assim, precisamos de verbo transitivo direto ou de verbo transitivo direto e indireto. E o sujeito dessa voz ativa, quando determinado, será transformado no famoso agente da passiva que estará presente apenas na voz passiva analítica. É mais fácil na prática do que na teoria. Vejamos:

A criança quebrou a mesa. (Voz Ativa)

A criança: sujeito agente. 
Quebrou: VTD. 
A mesa: OD.

A mesa foi quebrada pela criança. (Voz Passiva Analítica)

A mesa: sujeito paciente.
Foi quebrada: locução verbal específica (SER + PARTICÍPIO).
Pela criança: agente da passiva.

Os clientes entregaram as ferramentas ao marceneiro. (Voz Ativa)

Os clientes: sujeito agente.
Entregaram: VTDI.
As ferramentas: OD.
Ao marceneiro: OI.

As ferramentas foram entregues ao marceneiro pelos clientes. (Voz Passiva Analítica)

As ferramentas: sujeito paciente.
Foram entregues: locução verbal específica (SER+PARTICÍPIO)
Ao marceneiro: OI.
Pelos clientes: agente da passiva.

Pode ser que o sujeito esteja indeterminado na voz ativa. Quando isso ocorre, o agente da passiva também estará indeterminado. Veja:

Furtaram meu material. (Voz Ativa)
Meu material: OD.
Furtaram: VTD.

Meu material foi furtado. (Voz Passiva Analítica)

Meu material: sujeito paciente.
Foi furtado: locução verbal específica (SER + PARTICÍPIO).

Vovô verá a uva. (Voz Ativa)

Vovô: sujeito agente.
Verá: VTD.
A uva: OD.

A uva será vista por vovô. (Voz Passiva Analítica)

A uva: sujeito paciente.
Será vista: locução verbal específica (SER +PARTICÍPIO).
Por vovô: agente da passiva.

Observação: O agente da passiva, meu aluno, pode ser introduzido também por outras preposições, desde que não gere ambiguidade. Veja:

O professor estava rodeado de amigos.
Os carros eram movidos a gás.

AGENTE DA PASSIVA × ADJUNTO ADVERBIAL

Cuidado para não confundir agente da passiva com adjunto adverbial.

O carro foi arrastado pela rua. (Voz Passiva Analítica)

O carro: sujeito agente.
Foi arrastado: locução verbal específica (SER + PARTICÍPIO)
Pela rua: adjunto adverbial de lugar. Veja que a rua não arrasta ninguém, logo não pode ser termo agente. Agente é aquele que pratica a ação do verbo. Nesse exemplo, não sabemos quem praticou a ação de arrastar. Estamos diante de um caso de agente da passiva indeterminado.

Podemos adotar a seguinte tabelinha que vislumbra a conversão da voz ativa para a voz passiva, meu aluno.

Veja:

VOZ PASSIVA SINTÉTICA

A voz passiva sintética é marcada pela presença do pronome apassivador. Ela segue praticamente o mesmo modelo da conversão anterior. Decorre de uma voz ativa que tenha objeto direto que será transformado em sujeito, respeitando o tempo e o modo verbal da voz ativa. A única diferença, além da presença da partícula apassivadora, é que na voz passiva sintética não haverá agente da passiva. 

Entregaram as ferramentas ao marceneiro. (Voz Ativa com sujeito indeterminado)

Entregaram: VTDI.
As ferramentas: OD.
Ao marceneiro: OI.

Entregaram-se as ferramentas ao marceneiro. (Voz Passiva Sintética)

Entregaram: VTDI (no plural para concordar com o sujeito).
Se: PA.
As ferramentas: sujeito paciente.
Ao marceneiro: OI.

Percebem o erro da questão. (Voz Ativa com sujeito indeterminado)

Percebem: VTD.
O erro da questão: OD.

Percebe-se o erro da questão. (Voz Passiva Sintética)

Percebe: VTD (no singular para concordar com o sujeito).
Se: PA.
O erro da questão: sujeito paciente.

Além disso, vale apena ressaltar, meu aluno, que a oração na Voz Passiva Sintética pode ser transposta para a Voz Passiva Analítica. Confira:

Alugam um carro hoje. (Voz Ativa)
Aluga-se um carro hoje. (Voz Passiva Sintética)
Um carro é alugado hoje. (Voa Passiva Analítica)

PIS × PA (DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS)

Para não errarmos o reconhecimento da voz passiva sintética é importante saber identificar corretamente duas funções da partícula SE. São elas: PIS (pronome indeterminador do sujeito) e o famoso PA (pronome apassivador). O PIS também pode ser chamado de índice de indeterminação do sujeito.

PRONOME APASSIVADOR (SE)

Quando virmos o PA, três informações devem estar na ponta da língua. São elas:

  • a voz será passiva sintética;
  • o sujeito será determinado;
  • o verbo poderá ser flexionado no singular ou no plural.

PRONOME INDETERMINADOR DO SUJEITO (SE)

Quando virmos o PIS, três informações também devem estar na ponta da língua. São elas:

  • a voz será ativa;
  • o sujeito será indeterminado;
  • o verbo obrigatoriamente ficará no singular.

Vamos sistematizar essas diferenças por meio de uma tabela.

Então podemos alegar que essas são as diferenças entre o PIS e o PA; entretanto, meu aluno, existe uma semelhança bem interessante para analisarmos juntos. Você se lembra do que é termo AGENTE? Vamos relembrar! Agente é quem pratica a ação do verbo. Correto! O que isso tem a ver com a semelhança entre PIS e PA, professor? Enfim, sempre que estivermos diante de um PIS ou de um PA, o AGENTE da ação verbal será indeterminado. Cuidado para não confundir AGENTE com SUJEITO. Já sabemos que no caso de PA o sujeito será determinado; contudo o agente (praticante da ação verbal) estará indeterminado. Compreendeu? Espero que sim!

Dessa forma, vai ficar muito mais fácil o reconhecimento do PIS e do PA. Repare que até o presente momento não falamos acerca da transitividade do verbo como recurso para identificar o PIS e o PA. Portanto, quando estivermos diante de uma oração em que a partícula SE esteja presente, para descobrirmos se ela pode, ou não, ser PIS ou PA, devemos buscar o AGENTE da ação verbal, se ele estiver determinado, chegaremos a uma conclusão: a partícula SE jamais poderá ser PIS ou PA. Quando estivermos apenas entre PIS e PA, como faremos para descobrir corretamente a sua função? Analisando a natureza da transitividade verbal. Vejamos um caso, meu aluno!

Naquela região não se alugavam carros importados.

Quem pratica a ação de não alugar carros importados? Você sabe? Não! Sendo assim, o AGENTE (agente e não o sujeito) está indeterminado. Logo, nesse contexto, essa partícula SE será um PIS ou PA. Entendeu?

Ou seja, o PA tem de aparecer associado a verbo transitivo direto ou a verbo transitivo direto e indireto. Já o PIS tem de estar associado a verbo transitivo indireto, a verbo intransitivo, a verbo de ligação ou verbo transitivo direto com o seu objeto direto preposicionado. Porém, meu aluno, sugiro deixar para aplicar a natureza da transitividade apenas depois de analisar a possibilidade de a partícula SE poder exercer a função de PIS ou PA. Verifique primeiro se o AGENTE da ação verbal (agente e não o sujeito) se encontra determinado ou indeterminado. Vejamos novamente a frase acima: 

Naquela região não se alugavam carros importados.

Quem não alugava carros importados? Não sei! AGENTE (agente e não o sujeito) indeterminado. Logo, nesse contexto, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é transitivo direto, será PA.

Alugavam: VTD.
Se: PA.
Carros importados: sujeito paciente.
Naquela região: adjunto adverbial de lugar.
Não: adjunto adverbial de negação.

Repare que no caso do PA o agente é indeterminado, porém o sujeito é determinado. Não confunda sujeito com agente. O agente e o sujeito somente serão os mesmos na voz ativa; porém, isso não pode abrir precedente para dizermos que o sujeito e o agente serão sempre iguais. Basta analisar o exemplo acima. Vejamos outros casos:

Aqui se tinham encontrado duas moedas raras.

Quem tinha encontrado duas moedas raras? Não sei! AGENTE (agente e não o sujeito) indeterminado. Logo, nesse contexto, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é transitivo direto, será PA.

Tinham encontrado: locução verbal transitiva direta.
Duas moedas raras: sujeito paciente.
Se: PA.
Aqui: adjunto adverbial de lugar.

Avisaram-se os resultados aos alunos.

Quem avisou aos alunos o resultado? Não sei! AGENTE (agente e não o sujeito) indeterminado. Logo, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é transitivo direto e indireto, será PA.

Vive-se bem neste país.

Quem vive bem? Não sei! AGENTE indeterminado. Logo, nesse contexto, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é intransitivo, será PIS.

Vive: verbo intransitivo. 
Se: PIS.
Bem: adjunto adverbial de modo.
Neste país: adjunto adverbial de lugar.

É-se feliz na Finlândia.

Quem é feliz na Finlândia? Não sei! AGENTE indeterminado. Logo, nesse contexto, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é de ligação, será PIS.

É: VL.
Se: PIS.
Feliz: predicativo.
Na Finlândia: adjunto adverbial de lugar

Comeu-se do bolo.

Quem comeu do bolo? Não sei! AGENTE indeterminado. Logo, nesse contexto, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é transitivo direto com o objeto direto preposicionado, será PIS.

Comeu: VTD od. prep.
Do bolo: objeto direto preposicionado.
Se: PIS

Não se assiste a filmes violentos.

Quem não assiste a filmes violentos? Não sei! AGENTE indeterminado. Logo, nesse contexto, o SE será PIS ou PA. Nesse caso, como o verbo é transitivo indireto, será PIS.

Assiste: VTI.
A filmes violentos: OI.
Se: PIS.
Não: adjunto adverbial de negação.

Observação: É importante ter em mente a semelhança que existe entre PIS e PA para não ser induzido a erro. Observe a frase abaixo:

Houveram-se bem na prova os candidatos.

Quem se houve (saiu-se) bem na prova? Os candidatos! Logo, nesse casso, a partícula SE não poder ser PIS nem PA, pois o AGENTE é determinado. Percebeu a importância de observar essa semelhança para só depois aplicar a transitividade, meu aluno. Repare que o verbo é intransitivo e o SE não será PIS.

Houveram-se: VI.
Se: PIV (parte integrante do verbo).
Bem: adjunto adverbial.
Na prova: adjunto adverbial.
Os candidatos: sujeito.

VOZ REFLEXIVA

Nessa voz, o sujeito será simultaneamente o agente e o paciente da ação verbal, ou seja, o sujeito irá praticar e sofrer simultaneamente a ação verbal.

Ela se beijou. (Vos Reflexiva)

Ela: sujeito.
Se: pronome reflexivo e objeto direto.
Beijou: VTD.

Observação: Uma ação só pode ser considerada reflexiva se ela pode ser direcionada a um outro ser. No caso acima, a partícula SE é reflexiva, pois uma pessoa pode beijar alguém (ou algo); por escolha própria, beijou-se, isto é, beijou a si mesma. Na voz reflexiva, o pronome reflexivo tem de ficar na mesma pessoa do sujeito: eu/me/mim; tu/ te/ti; ele/se/si; etc.

A voz reflexiva pode ganhar caráter de reciprocidade quando o verbo é colocado no plural, exprimindo a ideia de um ao outro. Alguns gramáticos a chamam de voz reflexiva recíproca. Vejamos um caso, meu aluno:

No primeiro encontro, os amantes virtuais se abraçaram loucamente.

Os amantes virtuais: sujeito.
Se: pronome reflexivo recíproco e objeto direto.
Abraçaram: VTD.
Loucamente: adjunto adverbial.
No primeiro encontro: adjunto adverbial.

Observação: 

Vejamos a seguinte frase:

A professora se arrependeu.

Nessa oração, a partícula SE não pode ser PA, pois o agente é determinado e o verbo não tem natureza transitiva direta nem transitiva direta e indireta; não poder PIS, pois, nesse caso, tanto o agente como o sujeito são determinados (a professora); também não é reflexivo, pois a ação de arrepender não pode ser direcionada a um outro ser. Logo, quando isso acontece, o SE recebe o nome de Parte Integrante do Verbo (PIV).

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