Pronome é a palavra que substitui (pronome substantivo) ou acompanha (pronome adjetivo) o substantivo, relacionando-o às três pessoas do discurso. É um determinante quando acompanha o substantivo (neste caso, é chamado de pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o substantivo, é chamado de pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Essa é a visão da maioria dos gramáticos. Vejamos:
Ele deve ter tido algum motivo para faltar. (Pronome adjetivo, pois está acompanhando um substantivo.)
Muitos foram convocados. (Pronome substantivo, pois está substituindo um substantivo.)
O fato de um pronome ser considerado substantivo ou adjetivo não significa dizer que eles não receberão outra rotulação. Eles precisam ser nomeados pelas suas verdadeiras classificações. São elas: pessoais, possessivos, indefinidos, interrogativos, demonstrativos e relativos.
PRONOMES PESSOAIS
Esses pronomes são os responsáveis por identificar as três pessoas do discurso, no singular e no plural. Sempre estarão substituindo um substantivo, portanto serão considerados pronomes substantivos. Eles se dividem em retos e oblíquos. Os pronomes pessoais do caso reto podem exercer a função sintática de sujeito ou de predicativo; já os pronomes pessoas do caso oblíquo podem exercer a função sintática de complemento verbal ou nominal, e, em alguns casos, a função de adjunto adnominal. Não podemos nos esquecer dos pronomes de tratamento que também são considerados pessoais por indicaram pessoas discursivas, normalmente de forma polida, cerimoniosa. Vejamos uma tabelinha elucidativa desses pronomes:

Observação: Os pronomes retos não podem vir preposicionados se não estiverem exercendo a função sintática de sujeito. Vejamos:
Entre eu e tu jamais haverá verdadeiro amor. (Construção errada, pois os pronomes retos não são sujeitos).
É por isso que devemos usar a forma oblíqua tônica neste tipo de construção, pois já sabemos que a forma oblíqua tônica vem antecedida de preposição:
Entre mim e ti jamais haverá verdadeiro amor. (Construção correta).
Os pronomes retos só poderão vir antecedidos de preposição se estiveram exercendo a função sintática de sujeito; afinal essa é a função principal exercida por tais pronomes. Vejamos:
Entre eu sair e tu saíres, saio eu. (Construção correta, pois os pronomes retos estão sendo empregados como sujeitos dos respectivos verbos.)
Vale a pena trazer à memória a tabelinha dos pronomes oblíquos átonos (POA):

Usaremos lo, la, los e las apenas para Verbos Transitivos Diretos terminados em –r, –s ou –z. Essas letras finais irão sumir, e os pronomes oblíquos átonos substituirão os respectivos objetos diretos, respeitando o gênero e o número. Veja:
Cantar a música. → Cantá-la.
Pus o caderno aqui. → Pu-lo aqui.
Fiz as canções. → Fi-las.
Usaremos no, na, nos e nas apenas para Verbos Transitivos Diretos terminados em – ~ (til) ou -m. Agora, nada sairá do verbo, apenas iremos acrescenta o pronome oblíquo átono, respeitando o gênero e o número. Veja:
Cantaram a música. → Cantaram-na.
Põe o livro aqui. → Põe-no aqui.
Quando não há essas terminações específicas, as substituições são feitas diretamente. Veja:
Cantei a música. → Cantei-a.
Faço materiais. → Faço-os.
Obedeci ao policial. → Obedeci-lhes.
Cuidado!
Não saia por aí dizendo que o pronome oblíquo tônico “mim” antes de um verbo está empregado de forma errada. Precisamos analisar cada situação. Vejamos:
Para mim subir a escada foi difícil. (Construção correta.)
Você talvez tenha pensado que o “mim” antes do verbo está errado no exemplo acima, pois “mim” não pode conjugar verbo. Não é verdade?! De fato o pronome “mim” não pode ser o sujeito de um verbo e na frase acima o pronome “mim” não está exercendo a função sintática de sujeito. Veja como é fácil identificar a estrutura como correta quando modificamos a posição dele:
Subir a escada foi difícil para mim.
Foi difícil para mim subir a escada.
Essa mudança de posição não irá contribuir quando o pronome “mim” estiver tentando exercer a função sintática de sujeito. Vejamos:
Comprei apostilas para mim estudar matemática. (Estrutura errada, pois o “mim” não pode ser sujeito.)
Comprei apostilas para eu estudar matemática. (Estrutura correta.)
PRONOMES INTERROGATIVOS
Chamam-se interrogativos os pronomes QUE, QUEM, QUAL e QUANTO, empregados para formular uma pergunta direta ou indireta.
Exemplo: Que trabalho estão fazendo?
Diga-me que trabalho estão fazendo. (indireta)
Observação: Cuidado para não confundir o pronome interrogativo “que” com a conjunção integrante “que”. Tente substituir o “que” da estrutura pelo vocábulo “qual”, caso consiga de forma coerente, ele será pronome interrogativo. Vejamos:
Diga-me que trabalho estão fazendo. (Diga-me qual trabalho estão fazendo.)
Eu sei que você é romântica. (Eu sei qual você é romântica. Repare que não faz sentido, logo será conjunção integrante.)
Um outro recurso a ser utilizado, é a tentativa de se fazer uma pergunta usando o próprio “que”, sendo possível será pronome interrogativo. Vejamos:
Diga-me que trabalho estão fazendo. (Que trabalho estão fazendo? Pergunta possível, pronome interrogativo)
Eu sei que você é romântica. (Que você é romântica? Pergunta impossível, logo conjunção integrante.)
Conclusão a que chegamos: nem todo “que” introdutor de oração subordinada substantiva será conjunção integrante. Não decore isso.