Os pesquisadores relacionam que representar a superfície da terrestre em um plano, tem como objetivo se orientar ou proteger os recursos naturais é muito antigo e surgiu antes dos seres humanos aprenderam a se comunicar por meio das representações rupestres, da fala ou da escrita propriamente dita. Sendo assim o ato de confeccionar mapas é mais antigo que a própria história escrita da humanidade.

Fonte: Fonte: Atlas Histórico-Enciclopédia Britânica do Brasil
No período da Idade Média, as fronteiras dos países não existiam, a cartografia era financiada e controlada basicamente pela Igreja Católica, que a utiliza para representar as suas divindades e crenças, deixando de lado a representação da realidade feita pelos antigos gregos, justamente porque aquilo ia contra os seus preceitos religiosos, assim os mapas cartográficos em grande parte da Europa, são desenvolvidos com esse interesse.
Essas fronteiras atualmente estão relacionadas com a delimitação espacial do Estado Nação, no planisfério político administrativo, denominado de países, que são territórios submetidos a um conjunto de leis, fiscalização e instituições políticas diferentes de cada país, que exercem uma soberania a um poder político central, a fim de integrá-lo aos fluxos globais de capitais, mercadorias, pessoas e informações.
Esses países ainda não estão bem definidos, revelando a existência de um poder político, gerando conflitos e fragmentações com a formação de novos países, com diversas mortes e migrações forçadas.
O pioneirismo do processo de globalização da economia mundial, segundo alguns autores, teve como ponto de partida, o período das Grandes Navegações europeias dos séculos XIV ao XVI, denominado de Europeização do Mundo. O Estado contemporâneo foi desenvolvido e implantado pela civilização europeia, em todo o mundo por meio da colonização, favorecendo a centralização do poder político da Europa, com a introdução de hábitos e costumes.

Fonte: Atlas Geográfico escolar – MEC
No período das duas grandes Guerras Mundiais, a geopolítica da cartografia foi extremamente importante para o desenvolvimento dos mapas para dominação dos territórios invadidos, pois era necessário conhecer profundamente o território do inimigo para a invasão, visando à vitória nas batalhas e a conquista de novos espaços geográficos para o domínio capitalista ou socialista, no período da denominada “Guerra Fria”.

Fonte: Escuela Del Sur-Pintor Uruguaio Joaquim Torres Garcia-1943.
Diversos povos ao longo de seu desenvolvimento cultural e histórico utilizaram a confecção de mapas de diferentes formas, para exemplificar este fato, têm-se os romanos da antiguidade, que mapearam todo o seu Império, objetivando controlar melhor impostos cobrados dos povos dos territórios conquistados.
Na década de 1990, a cartografia se desenvolveu com mais intensidade, devido ao advento das tecnologias de informação, com a expansão dos computadores individuais pessoais, da fibra ótica, as imagens de satélites artificiais, às fotografias aéreas, utilização de drones, facilitando a confecção de mapas, projeções cartográficas e cartas em programas específicos de computadores, como o SIG, Sistema de Informação Geográfica.
As primeiras técnicas de fotografias verticais foram feitas por balões que datam de 1857. Com a expansão e desenvolvimento da aviação a aerofotogrametria torna-se um instrumento necessário para a representação da superfície terrestre.
Chegando ao século XXI com o desenvolvimento das novas técnicas e tecnologias, a cartografia institucionaliza-se como área de caráter científico e geopolítico de dominação através do poderio militar e bélico.
Favorecendo a dominação de alguns países através das empresas multinacionais e transnacionais dominando e controlando diversas marcas e patentes, em um mundo cada vez mais globalizado, onde a marca vai valer mais que o produto, mesmo utilizando mão de obra infantil ou em um modelo escravocrata.