CARTOGRAFIA
Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda, cartografia é “Substantivo feminino, é a arte ou ciência de compor cartas geográficas ou mapas”.

Fonte: Quino (2003, p.31, tira 4)
FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
Devido à sua grande extensão territorial no sentido de leste para oeste em relação ao norte para o sul, o Brasil atualmente possui quatro fusos horários ou zonas horárias, todos atrasados em relação ao Meridiano Principal ou inicial de Greenwich.
O Brasil apresenta a maiores dimensões continentais, na América do Sul, pois com uma área de 8.511.996 km² ele se enquadra entre os cinco maiores países do mundo, limitando-se com quase todos os países da América do Sul, com exceção do Chile, Equador e Trinidad Tobago, apresentando uma extensa área marítima com 7.408 km de litoral, banhada pelo oceano Atlântico.
O Brasil está situado entre os paralelos 05° 16’ de latitude norte e 33° 45’ de latitude sul e entre os meridianos 34° 47’ de longitude e 73° 59’ a oeste do Meridiano Principal ou inicial de Greenwich. O país é cortado ao norte pelo Equador Terrestre nos estados do Amazonas, Pará, Roraima e Amapá e ao sul pelo Trópico de Capricórnio nos estados Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. O Brasil está localizado totalmente no hemisfério leste ou ocidental do planisfério terrestre, ocupa a porção centro-oriental da América do sul.

Fonte: IBGE – MEC: Atlas Geográfico Escolar
Em razão da dimensão continental do território brasileiro, o país possui mais de um fuso horário. As extremidades do território brasileiro no sentido de leste a oeste ficam a uma distância de 4.319,4 km, abrangendo quatro fusos horários, no sentido norte e sul com uma extensão de 4.394,7 km.

Fonte: IBGE – MEC: Atlas Geográfico Escolar- Mundo Educação.
Quando o território brasileiro não era muito populoso nem povoado, no início do século XIX, com uma concentração populacional maior somente ao longo da região litorânea, o país contava apenas com um fuso horário.
No ano de 1913, no entanto, o decreto nº 2.784, assinado pelo então presidente da república Hermes da Fonseca, instituiu um conjunto de quatro diferentes horários para o país medida que vigorou durante vários anos.
Desde o dia 24 de abril de 2008, o país passou a utilizar três fusos horários ou zonas horárias, lei sancionada pelo então presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, com o argumento que essa diferença horária traria problemas econômicos e sociais para os estados situados na porção oeste da região norte do país. Com essa mudança, os municípios que compõem o estado do Acre, na região Norte do país, ficaram com a diferença de uma hora em relação ao fuso horário de Brasília.

Fonte: IBGE-Atlas Geográfico Escolar.MEC.
Os municípios da porção oeste do estado do Amazonas, na divisa com o estado do Acre, sofreram a mesma mudança horária, o que igualará o fuso horário ou zona horária dos estados do Acre e do Amazonas. A mudança na lei também fez com que o estado do Pará, que tinha dois fusos horários ou zonas horárias, passe a ter apenas um. Os relógios da porção oeste deste estado serão adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o estado do Pará fique com o mesmo horário de Brasília. O projeto de Lei foi aprovado no Senado Federal no ano de 2007.
Ao tramitar na Câmara Federal, foi alvo de pressão e lobby principalmente das emissoras de rádio, televisão e da atividade bancária, foi por conta da entrada em vigor da portaria do Ministério da Justiça, que determinou a exibição do horário de alguns programas de televisão, obedecendo à classificação etária indicativa, atendendo e favorecendo também a atividade bancária nacional.
Essa alteração na relação do fuso horário provocou certa polêmica, uma vez que não houve uma consulta à população dessa região. Durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2010, foi realizado um referendo sobre qual a opinião da população sobre o horário local que deveria ser utilizado. A população, então, votou no restabelecimento do horário antigo, o que só foi executado em novembro de 2013, sendo assim, o país tem atualmente quatro fusos horários.
HORÁRIO DE VERÃO
O horário brasileiro de verão é uma alteração da hora oficial, em algumas regiões do país, por um determinado período, sendo que no seu término os relógios são atrasados em uma hora. O horário de verão no território brasileiro foi estabelecido e utilizado pela primeira vez oficialmente em 1931, através de um decreto de lei, pelo então Presidente da República Getúlio Vargas.
Atualmente horário de verão é uma determinação da presidência da república através da Casa Civil com o decreto Nº 6.558, de 08 de setembro de 1988. O decreto determina que o horário de verão deva ser encerrado no terceiro domingo de fevereiro, exceto se for o domingo que antecede o carnaval que então deverá ser encerrado no domingo posterior.
O horário de verão foi idealizado por Benjamin Franklin em 1784 nos Estados Unidos, mas o governo norte americano não gostou dessa ideia na época. Pois esse horário foi utilizado pela primeira vez com mais frequência em 1907, na Inglaterra por um construtor londrino membro da Sociedade Astronômica Real, chamado William Willett em 1856. Com o intuito de diminuir o consumo de luz artificial e ao mesmo tempo em que estimulava o lazer aos britânicos. O primeiro país a adotar oficialmente esse horário foi à Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial.
O horário de verão é a alteração do horário local de uma região, designado apenas durante um período do ano, adiantando-se, em geral o relógio em uma hora em relação ao fuso horário oficial local. O procedimento é adotado costumeiramente, anualmente durante o período do verão no hemisfério norte ou sul, quando os dias são mais longos em relação às noites, com o aumento da latitude, norte ou sul, em função da posição do Planeta Terra em relação ao Sol, quando ela se posiciona no seu Solstício de verão ou inverno, dependendo do hemisfério observado.

Fonte: IBGE-Atlas Geográfico Escolar. MEC.
O horário de verão contribui diretamente para reduzir o consumo de energia elétrica, mas essa medida só funciona nas regiões de latitudes médias e altas, isto é, nas regiões mais afastadas do Equador Terrestre, pois os dias se tornam mais longos em relação às noites, que são mais curtas. Porém, nas regiões próximas ao Equador Terrestre, os dias e noites têm praticamente a mesma duração o ano todo.
Como grande parte do território brasileiro, que está situado em uma latitude baixa, os dias e as noites têm praticamente a mesma duração ao longo do ano. A implantação do horário de verão nessas regiões traz muito pouco ou quase nenhum aproveitamento na diminuição do consumo de energia elétrica.
Contudo, seu maior efeito é diluir o horário de pico de consumo de energia elétrica, principalmente nos horários de maior consumo, evitando, assim, uma sobrecarga no sistema energético do país.
Estava tramitando no Congresso Nacional um projeto de Lei para acabar com a adoção do horário de verão no país, dividindo opiniões entre os cidadãos brasileiros. Esse debate chegou à Casa Civil no governo Michel Temer, para extinguir essa medida.
A confirmação em relação a essa decisão cabe agora ao Ministério de Minas e Energia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o horário de verão não tem surtido efeito na economia de energia elétrica do país, principal objetivo dessa adoção em algumas regiões.
O então presidente da República federativa do Brasil, Jair Bolsonaro extinguiu o horário de verão, que não entrou em vigor no ano de 2019-2020, esse projeto que foi sancionado pode ser revogado, retornando à utilização do horário de verão no país.
OS PONTOS CARDEAIS
Através dos pontos cardeais podemos localizar qualquer ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre, pois essa sempre foi à necessidade do ser humano de se localizar e orientar no espaço geográfico e de grande relevância para o homem e suas atividades sociais e econômicas, principalmente nos diversos períodos da humanidade.
Existem diversas formas de orientações na superfície terrestre, uma delas é a relação dos pontos cardeais, normalmente utilizamos o Sol como referência para a orientação e uma direção na superfície terrestre. Pois sabemos qual o lado de sua nascente bem como o lado em que se põe.
A nascente do sol é o Leste ou oriental (L ou E), o poente do sol é o Oeste ou ocidental (O ou W), o Norte, boreal ou setentrional (N) está localizado à frente e o Sul, austral ou meridional (S) às costas.
O verbo orientar está relacionado com o termo de busca ao oriente, indicando o Leste, palavra de origem do latim que significa “nascente”, relacionado diretamente com o nascer do Sol, consequentemente ele vai se pôr no ocidente, na porção oeste do globo terrestre. Com essa identificação se estender a nossa mão direita, isto é, o braço direito na direção onde o Sol nasce encontrará o lado leste ou oriental do globo terrestre.
Consequentemente o braço esquerdo esticado, indicará a posição oposta, isto é, na direção oeste ou ocidental, na porção frontal do corpo estará voltado para o norte, boreal ou setentrional do globo terrestre. Finalmente, nas costas do corpo indicará a porção sul, austral ou meridional do corpo, indicando diretamente os pontos cardeais, no denominado movimento aparentes do Sol relacionado na rosa dos ventos.

Fonte: Atlas Geográfico escolar-MEC
AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS
As coordenadas geográficas permitem a localização de qualquer ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre, através de um conjunto de linhas imaginárias constituída pelos paralelos e os meridianos, indicando a latitude e a longitude.
Para a localização de um ponto ou um lugar qualquer na superfície terrestre de forma exata e com o máximo de precisão é necessário usar duas indicações, uma letra:
Norte (N), Sul (S), Leste (L ou E) e Oeste (O ou W), e um número em graus, essa rede cartográfica ou geográfica indica a posição das coordenadas geográficas.


Fonte: Atlas Geográfico Escolar-MEC.
AS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
O termo projeção, na cartográfica, é utilizado no sentido de qualquer função matemática ligando diretamente ao globo terrestre, no plano cartografado. As diversas projeções cartográficas foram desenvolvidas para minimizar o problema da transferência das diversas informações da superfície curva terrestre em um plano, o que sempre vai acarretar distorções, incorreções ou deformações.
A elaboração de diversos mapas nasceu da necessidade de representar a forma do Planeta Terra, isto é, principalmente o contorno dos continentes, oceanos e mares. Também para medir as distâncias entre os diversos lugares na superfície terrestre. As distorções ou deformações cartográficas podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos, conforme o tipo de projeção utilizado.
As maiores alterações de uma representação cartográfica se localizam em uma ou outra parte do globo terrestre, conforme a região a ser representada como destaque. Podendo ser nas regiões polares, de latitude alta, nas equatoriais de latitude baixa ou nas tropicais e temperadas de latitudes médias. O cartógrafo define qual é a projeção que vai atender as necessidades e aos objetivos do mapa que será representado.
Toda e qualquer projeção cartográfica representada em um plano, contém distorções, incorreções ou deformações de direção, nos ângulos, na sua área original ou na sua forma. A representação mais precisa da superfície do Planeta Terra é o globo terrestre, não existem projeções cartográficas melhores ou piores, mas sim cada uma foi desenvolvida e cartografada com um determinado intuito ou finalidade, logo cada tema abordado em um mapa deve levar em consideração quais propriedades o mapa deve preservar, para sua melhor representação possível.

Fonte: Mundo dos mapas-wis.com – Globo Terrestre.
Nenhuma projeção cartográfica resolve o problema da representação da superfície da curvatura do Planeta Terra em uma representação plana. O termo projeção, na cartografia é utilizado no sentido de qualquer função matemática ligada diretamente a uma “esfera” ou Geoide em um plano, na folha de um papel.
A representação da superfície curva do Planeta Terra sobre um plano cartografado gera diversas distorções ou deformações, já que não é possível representar uma superfície esférica em uma superfície plana sem causar esses erros, deformações ou distorções na superfície original.
Assim todo mapa apresenta uma ou várias distorções ou deformações, a projeção cartográfica utilizada na confecção de um determinado mapa deve possuir as propriedades que atendam aos objetivos e necessidades da sua utilização. Como as distorções ou deformações são inevitáveis, em cada tipo de projeção cartográfica é classificado de acordo com a característica que permanece correta, assim temos as chamadas:
- Projeções Equidistantes que mantêm as distâncias corretas.
- Projeções Conformes são aquelas que mantêm a igualdade dos ângulos e das formas dos continentes.
- Projeções Equivalentes que mostram corretamente à distância e a proporção entre as áreas.
Nas projeções cilíndricas equidistantes, que também pode ser denominada de “projeção equiretangular”, é feito um ajuste no espaçamento dos paralelos para que a escala seja mantida em pontos determinados.