BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
BACIA DO RIO AMAZONAS (AMAZÔNICA)
A maior bacia hidrográfica do planeta estende-se por uma área de cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul. Drena 56% do território brasileiro, o equivalente a 3,8 milhões de km 2, suas vertentes são delimitadas pelos divisores de água da cordilheira dos Andes, pelo Planalto das Guianas e pelo Planalto Central.
O rio Amazonas é considerado o mais extenso do mundo com 6992 km no total (INPE) e o mais importante em vazão (descarga fluvial ou volume de água). É na verdade, um grande coletor das chuvas que ocorrem na região de clima Equatorial, na porção setentrional da América do Sul, o que lhe confere dupla captação das cheias de verão, explicado pela presença de afluentes nos dois hemisférios. Seus afluentes provêm tanto do hemisfério Norte (oriundos do Planalto das Guianas e que deságuam na sua margem esquerda), quanto do hemisfério Sul (originário do Planalto Central e que deságuam na sua margem direita).
É um típico rio de planície, uma vez que, nos seus mais 3 mil km que percorre em território brasileiro, da divisa com o Peru até a foz, sofre uma variação altimétrica de apenas 65 metros, sem a ocorrência de quedas d´água. No passado, chegou-se a pensar que a bacia do Amazonas, embora excelente para a navegação (mais de 20 mil km de hidrovias naturais), seria inapropriada a obtenção de hidroeletricidade. Essa ideia totalmente descabida, foi superada, pois observou-se que seus afluentes, especialmente os da margem direita, provêm de áreas mais altas que as planícies e terras baixas da Amazônia, onde se estende o leito do seu rio principal. E quando esses rios saem do Planalto Central e penetram terras baixas, há ocorrência de cachoeiras e quedas d´ água, principalmente nos rios Xingu (usinas hidrelétricas de Belo Monte e São Félix), Madeira (usinas de Jirau e Santo Antônio), Tapajós e Curuá-Una. Os seus afluentes das margens direita e esquerda, conferem à bacia Amazônica o maior potencial hidrelétrico disponível do país.
O AQUÍFERO ALTER DO CHÃO

Fonte: Faculdade de Geologia/ Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará
O Aquífero Alter do Chão é uma reserva de água subterrânea localizada sob os estados da Amazônia. Abastece a totalidade de Santarém e quase a totalidade de Manaus através de poços profundos. Dados iniciais revelam que sua área é de 437,5 mil Km² com espessura de 545 metros. O aquífero Alter do Chão já era conhecido dos pesquisadores. Eles só não sabiam que era tão grande. Debaixo da terra existem lagos gigantes, de água potável, chamados aquíferos. Até agora, o maior do planeta era o Guarani, que se espalha pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Mas, um grupo de pesquisadores acaba de revelar que o aquífero Alter do Chão, que se estende pelo Amazonas, Pará e Amapá, é quase duas vezes maior. Isso representa um volume de água de cerca de 86 mil quilômetros cúbicos de água subterrânea, uma quantidade capaz de abastecer toda a população mundial durante cerca de 100 anos – se mantido o atual consumo.
BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA
Possui uma área de 922 mil km², o equivalente a 11% do território nacional, abrange os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e o Distrito Federal, com uma vazão média de mais de 13 mil m³/s é a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira. Na Região, estão presentes os biomas Floresta Amazônica, ao norte e noroeste, e Cerrado nas demais áreas. Possui um enorme potencial turístico: pesca esportiva; turismo ecológico; praias fluviais; o polo turístico de Belém, o Parque Estadual do Jalapão (TO); o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO); e a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal (13mil km²), no rio Araguaia. O Rio Tocantins, além de destacar-se pelo seu potencial hidrelétrico, com a presença da usina de Tucuruí, a segunda maior do país (em 2010), também é utilizado para escoar parte da produção de grãos (com destaque para soja) das regiões ao seu entorno.
BACIA DO SÃO FRANCISCO
Esta bacia drena 7,5% do território brasileiro (639 mil km²), abrange os estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e o Distrito Federal. É a segunda maior bacia totalmente nacional e possui vazão média de 2.800 m³/s. O Rio São Francisco nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, percorre o sertão semiárido nordestino e deságua no Oceano Atlântico, entre Sergipe e Alagoas. É aproveitado para irrigação (com destaque para os projetos de fruticultura irrigada em Petrolina – PE e Juazeiro – BA) e navegação (entre Pirapora-MG e Juazeiro-BA). Por ser tratar de um rio de planalto, o Rio São Francisco é intensamente utilizado como fonte de energia, destacando-se as usinas hidrelétricas de Xingó, Paulo Afonso, Itaparica, Três Marias, Luiz Gonzaga, Sobradinho e Moxotó. O aproveitamento hidrelétrico do Rio São Francisco representa a base de suprimento de energia do Nordeste.
O projeto de transposição das águas do São Francisco

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BACIA DO RIO PARNAÍBA
Drena 3,9% do território brasileiro (333.056 km²), abrange os estados do Ceará, Piauí e Maranhão. Depois da Bacia do São Francisco, a região hidrográfica do Parnaíba é, hidrologicamente, a segunda mais importante do Nordeste. Como parte dessa bacia está localizada em região de clima semiárido, com precipitação média anual muito abaixo da média nacional, apresenta pequena vazão média ao longo do ano (763 m³/s). O principal uso da água na região é a irrigação.
BACIAS DO PARANÁ, PARAGUAI E URUGUAI
São subdivisões da Bacia do Rio da Prata ou Platina, a segunda maior bacia hidrográfica do planeta, e que drenam 16% do território nacional, o equivalente a 1,4 milhões de km².
BACIA DO RIO PARANÁ: principal rio da Bacia do rio da Prata, é formado pela confluência dos rios Grande e Paranaíba, na junção dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Com vazão média de 11,4 m³/s ocupa 10% do território brasileiro, abrangendo a região mais populosa e de maior desenvolvimento econômico do país. Por isso, possui as maiores demandas por recursos hídricos, principalmente para o uso industrial. É também a região com maior área irrigada e o maior potencial hidrelétrico instalado, com destaque para as usinas de Itaipu (2° maior do mundo), Ilha solteira, Itumbiara e Porto Primavera.
Além de abastecer com energia elétrica a principal região geoeconômica do país, o Centro-Sul, a Bacia do Paraná transformou-se, com a implementação de uma das principais vias hidroviárias em funcionamento no país, a hidrovia Tietê-Paraná. Situada entre as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, permite a navegação e, consequentemente, o transporte de cargas e de passageiros ao longo dos rios Paraná e Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos desníveis das muitas represas existentes nos dois rios. A hidrovia possui uma extensão de 2.400 km, sendo 1.600 km no rio Paraná e 800 km no rio Tietê, conectando, no sentido do interior, os principais centros do Mercosul.
A bacia do Paraná abriga ainda o vasto reservatório de água subterrânea, conhecido como Aquífero Guarani.

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As regiões Amazônica e Centro-Sul do país concentram a imensa maioria da água subterrânea conhecida do Brasil, sendo a região Nordeste a mais carente, com menos reservas conhecidas. No sul do país, do Paraná até o Rio Grande do Sul e prolongando-se por Argentina, Paraguai e Uruguai, existe o Aquífero Guarani, considerado até 2010 o mais extenso aquífero conhecido do globo. Essa reserva de água subterrânea tem cerca de 1,2 milhão km² de extensão, mas não se sabe com precisão a quantidade de água armazenada. Estima-se que seja cerca de 45 mil km³ e que, desse total, 67% se localizem no Brasil (840 quilômetros quadrados).
BACIA DO RIO PARAGUAI: O segundo dos grandes rios da Bacia Platina, o rio Paraguai, nasce em território brasileiro, na serra de Araporé, no estado do Mato Grosso, atravessa o relevo plano do pantanal (considerado Patrimônio Nacional pela constituição de 1988 e reserva da Biosfera pela Unesco no ano 2000), avança pelo Paraguai e desemboca no rio Paraná. Com uma área de cerca de 360 mil km² de extensão, tipicamente de planície e uma vazão média de 2,4 mil m³/s, é utilizado como hidrovia para escoar o minério de manganês do maciço do Urucum. Seu maior porto fluvial é o de Corumbá (MS), mas a navegação é internacional, visto que o rio banha também o Paraguai, a Bolívia e a Argentina.
Desde os anos 70, com a ampliação das áreas de cultivo da soja e a expansão da pecuária, muitos rios da Bacia do Paraguai estão enfrentando intenso processo de assoreamento. Um outro problema é a contaminação por mercúrio utilizado nas áreas de garimpo, além dos fertilizantes e agrotóxicos empregados em atividades agrícolas.
BACIA DO RIO URUGUAI: O rio Uruguai é formado pelo encontro dos rios Canoas e Pelotas na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. Com uma vazão média de 4,1 mil m³/s, o rio Uruguai, apresenta trechos de planalto em seu curso superior, o que lhe confere um relativo potencial hidrelétrico, destacando-se as usinas de Garibaldi (rio Canoas), Socorro (rio Pelotas), Irá, Pinheiro e Machadinho (rio Uruguai); e trechos de planície entre São Borja e Uruguaiana (RS), que permite a navegação até o rio da Prata.
BACIAS ATLÂNTICAS OU COSTEIRAS
O território brasileiro apresenta cinco conjuntos de rios, denominados de Bacias hidrográficas do Atlântico: Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Leste, Sudeste e Sul. As bacias que compõem cada um desses conjuntos ou agrupamentos são independentes, ou seja, não possuem ligação entre si; agrupadas por conta de sua localização geográfica ao longo do litoral. O rio principal de cada uma delas tem sua própria bacia hidrográfica. Por exemplo, as bacias do Atlântico Leste são formadas pelo agrupamento das bacias do Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha, Pardo, Contas e Paraguaçu.