TEORIA DE THOMAS ROBERT MALTHUS
O Planeta Terra possui uma população que já ultrapassou os sete bilhões de habitantes, em 2020, dos quais mais de um bilhão e meio, segundo a ONU passa fome. Em 1798, Tomas Robert Malthus foi o primeiro demógrafo a desenvolver uma teoria populacional relacionando crescimento populacional com a fome.
Os primeiros efeitos da revolução industrial inglesa clássica foram sentidos de forma rápida e desordenada em todas as partes do mundo capitalista mais desenvolvido, contribuindo diretamente com o processo de urbanização e industrialização, favorecendo o aumento da pobreza e a concentração populacional nas cidades.
Durante o século XVIII principalmente no último quartel, houve um significativo crescimento demográfico no continente europeu, gerando nesse período diversas discussões entre os pensadores no campo das ciências política, social, econômica e humana. Nessa época, isto é, em 1798, período do imperialismo, foi publicado um ensaio por Thomas Robert Malthus, que se transformou no estopim do questionamento da relação entre o crescimento populacional e a produção de alimentos.
Tomas Robert Malthus foi um economista e demógrafo liberal da corrente pessimista europeia, que tem um lugar de destaque no que diz respeito ao estudo do crescimento demográfico, seu pensamento tem uma forte conotação individualista. Malthus foi pastor e ministro ordenado da Igreja Anglicana e escreveu a obra, Essay on the principle of population, na tradução em português, Ensaio sobre o princípio do crescimento da população e como esse processo afeta diretamente a melhoria futura da sociedade.
Em sua teoria populacional afirmou que os homens são movidos por um desejo insaciável do prazer sexual, como consequência disso, a população naturalmente não se submetia a uma redução populacional, sendo assim tende a crescer em proporção geométrica, isto é, a cada geração, a população cresceria em uma P.G 1, 2, 4, 8, 16…, assim por diante.
Em compensação, a produção de alimentos na melhor das hipóteses, cresce em uma proporção aritmética, isto é, em uma P.A, ou seja, a cada geração, na relação de 1, 2, 3, 4, 5…, assim por diante. Malthus alegava que chegaria um dia em que o homem não mais seria capaz de produzir os alimentos necessários para sustentar a humanidade, para fundamentar a sua Teoria, ele utilizou a tabela da lei dos rendimentos decrescentes.
Obviamente, segundo este raciocínio, torna-se indispensável submeter à população a algum tipo de mecanismo de redução das taxas de natalidade, como a sujeição moral e retardar o matrimônio, com um controle preventivo de abstinência sexual, utilizando como embasamento as restrições morais, praticar a castidade antes do casamento e somente ter o número de filhos que pudesse sustentar.
Para Malthus, somente com a redução do contingente populacional seria possível diminuir a fome, as guerras de extermínio, dominar as pragas, eliminar a miséria e as epidemias que conduziria a população a uma seleção de indivíduos, defendendo a teoria que a população mundial duplicaria a cada 25 anos, com essa teoria ele supunha que a sociedade em relação às gerações futuras estaria comprometida.

Disponível: Acesso em: 12 ago. 2020.
Sem essas medidas a população seria incapaz de respeitar as restrições morais e estaria condenada a viver para sempre a um nível de subsistência total das iniciativas paternalistas por parte dos governos e as diversas caridades religiosas. Sendo assim, estaria condenada a uma seleção natural, onde segundo Malthus, relacionou que;
“No banquete da natureza não há lugar à mesa para todos, ela ordena que alguns se retirem, isto é, serão excluídos pelos homens ou pela própria natureza”.
Desde a publicação do ensaio de Thomas Robert Malthus, ocorreram guerras, conflitos sociais e epidemias, mas nenhum desses acontecimentos foi causado ou relacionado pelas razões propostas por ele.
Diversas críticas foram feitas pelos pensadores da época às teses de Malthus. O fundamento delas residia na ideia de que o crescimento populacional, não foi linear em todas as partes do mundo, nos séculos XIX, XX e agora o XXI.
Além disso, ele não considerou os avanços técnico, científico e mecânico que serão aplicados posteriormente na agropecuária, consequentemente ocorrerá um significativo aumento da produção de alimentos, sem necessariamente utilizar uma mão de obra numerosa no campo ou aumentar a área produtiva.
Ele também não considerou outras reservas de alimentos encontradas nos rios, lagos, mares e oceanos, não levaram em conta outras regiões do planeta, com extensas áreas de solos férteis, que vão produzir produtos agrícolas de uma forma mais intensa e com menos recursos.
Os principais questionamentos dos pensadores em relação à Teoria Malthusiana são:
- corresponde a uma teoria preconceituosa, em que só é permitido o relacionamento sexual a quem possua dinheiro;
- Malthus não levou em consideração o avanço tecnológico do homem no setor agrícola, como por exemplo, a mecanização do campo, irrigação da produção e o melhoramento genético dos alimentos;
- os estudos elaborados por Malthus restringiram-se à Inglaterra, país que se encontrava na primeira revolução industrial e o crescimento demográfico que ele observava nas principais cidades era fruto, principalmente, do êxodo rural e não do crescimento vegetativo ou natural;
- outro elemento que Malthus não conseguiu enxergar está associado ao fato do desenvolvimento econômico e social, que promoveria uma queda do crescimento populacional.
As maiores críticas às ideias malthusianas foram elaboradas pelo pensador Karl Marx, onde o maior responsável pela fome, miséria e pobreza está relacionado ao modo de produção capitalista, devido à péssima distribuição de renda e as injustiças sociais na sociedade moderna.
CRESCIMENTO POPULACIONAL

Fonte: http://www.geografiaparatodos.com.br
TEORIA NEOMALTHUSIANA OU ALARMISTA
Com o acelerado crescimento demográfico mundial, principalmente após a segunda guerra mundial, no século XX, na segunda aceleração do crescimento populacional, com os diversos avanços científicos e tecnológicos, o crescimento demográfico nos países mais desenvolvidos se torna mais lento, enquanto nos países menos desenvolvidos a população cresce rapidamente, com a redução da taxa de mortalidade principalmente infantil e a manutenção das elevadas taxas de natalidade, além do aumento da expectativa de vida, essa teoria foi idealizada por pesquisadores e estudiosos da população durante a conferência de São Francisco, em 1945 nos Estados Unidos.
Todo esse processo se deve principalmente a crescente industrialização e urbanização tardia nos países menos desenvolvidos, com a população concentrada nos grandes centros urbanos, fica mais fácil para os governos dos países investirem em medidas preventivas, como a vacinação em massa, o uso de antibióticos, contra uma série de doenças, saneamento básico e ambiental, além da expansão e desenvolvimento da infraestrutura das cidades.
Tais conquistas se difundiram pelos países menos desenvolvidos graças à atuação de entidades internacionais de ajuda e cooperação, como a OMS, Organização Mundial da Saúde e a Cruz Vermelha Internacional. Além disso, com o processo de expansão de empresas multinacionais, grandes laboratórios farmacêuticos se instalaram nos países menos desenvolvidos que se industrializavam tardiamente. Os remédios se tornaram mais acessíveis e baratos para a população nas farmácias.
Esse processo denominado revolução médico-sanitária, incluiu também a ampliação dos serviços médicos, as campanhas de vacinação em massa, a implantação de postos de saúde pública em zonas urbanas e rurais e a ampliação das condições de higiene social, com água tratada e esgoto sanitário, basicamente nos países menos desenvolvidos. Esse processo ocasionou um grande crescimento populacional, que atingiu seu apogeu na década de 1960, em todo o mundo e ficou conhecido como explosão demográfica ou Baby Boom.
Com todas essas medidas de desenvolvimento social e econômico contribuindo para o crescimento populacional nesses países menos desenvolvido na América latina e marcado também pelo surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos, tende a predominar o percentual de jovens e adultos, o que trará sérios problemas para o estado em relação aos encargos econômicos e sociais, com um maior investimento em educação e qualificação dessa mão de obra principalmente dos jovens, além da geração de novos empregos para absorver os adultos no mercado de trabalho.
Com isso se forma nesses centros urbanos um “exército industrial de reserva”, uma parcela da população com baixos salários e contribuindo com o crescimento do desemprego e subemprego como camelos, crescimento da economia informal e a hipertrofia do setor terciário de economia, como o que vem acontecendo nos países menos desenvolvidos como os latino-americanos nos últimos anos, com a formação e concentração de bolsões de miséria e pobreza.
Gerando uma situação de risco para o sistema capitalista monopolista internacional e favorecendo a expansão da economia planificada, isto é, do modelo socialismo influência da antiga União Soviética e chinesa em um mundo bipolar em meados do século XX, na chamada guerra fria, além da expansão da divisão internacional do trabalho ou da produção, principalmente em relação aos países menos desenvolvidos, segundo os neomalthusianos ou alarmistas.
Com o crescimento populacional, principalmente nos países menos desenvolvidos, recrudesceram algumas preocupações com a América Latina, Ásia e África em relação aos investimentos econômicos, políticos e sociais, onde um grande percentual de jovens trará sérios problemas em termos de investimentos para esses países, principalmente com os encargos econômicos. Sendo assim o estado terá de investir em um controle de natalidade, segundo os neomalthusianos ou alarmistas.

Fonte: WWW.humorpolítico.com.br – Apocalipsetotal.
Com esse conceito de crescimento populacional esses países menos desenvolvidos devem investir em um planejamento familiar, como não reprimir os abortos ilegais, incentivar uma esterilização em massa de mulheres, as laqueaduras, ligaduras de trompas, a vasectomia nos homens etc.
A tese central do pensamento neomalthusiano ou alarmista em relação a um rápido crescimento populacional principalmente nos países menos desenvolvidos, com um crescente percentual de jovens seria um obstáculo ao desenvolvimento econômico do país, acarretando sérios problemas de pobreza, fome e miséria ligada diretamente às elevadas taxas de natalidade. Sendo assim o problema da pobreza mundial está ligada diretamente ao número de filhos por mulheres, principalmente dos pobres ou menos favorecidos financeiramente.
O planejamento familiar é feito por entidades privadas e públicas, que se associam à indústria farmacêutica e à classe médica, e recebem apoio dos meios de comunicação. O controle populacional é realizado de várias maneiras, que vai da distribuição gratuita de anticoncepcionais até a esterilização em massa de populações pobres, como na Índia, Colômbia e Brasil.
As principais críticas à Teoria neomalthusianos ou alarmistas são:
- o elevado crescimento populacional não é a causa do subdesenvolvimento e sim uma consequência. Os países menos desenvolvidos foram no passado colônias de exploração, o que impedia o crescimento econômico e industrial desses países;
- não adianta controlar a natalidade, se esta política não for acompanhada de investimentos nas áreas educacionais, sociais, geração de empregos e distribuição de renda.
O crescimento populacional de um determinado país não é a causa, mas a consequência do seu subdesenvolvimento, esse é o discurso neomalthusiano ou alarmista, utilizado ideologicamente como estratégia para a manutenção do modelo de desenvolvimento socioeconômico capitalista dominante no mundo contemporâneo.
A Teoria Neomalthusiana ou alarmista relaciona a manutenção de dominação e dependência existentes no mundo contemporâneo, entre os países mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos, principalmente à exportação de produtos primários, isto é, matérias primas e produtos agrícolas.
Pois um rápido crescimento populacional de um determinado país seria um obstáculo ao seu crescimento econômico e não está ligado ao seu grau de pobreza, pois existem regiões superpovoadas na superfície terrestre, onde a fome, miséria e pobreza não estariam diretamente ligadas às elevadas taxas de natalidade ou de fecundidade.
Ainda hoje, muitos pensadores defendem as ideias de Malthus e dos Neomalthusianos ou alarmistas, insistindo que a pobreza é culpa dos pobres por terem muitos filhos e nada se pode fazer por eles, dependendo diretamente dos governantes.
TEORIA REFORMISTA, MARXISTA OU ANTINEOMALTHUSIANA
A teoria reformista tem na sua tese central uma contraposição à teoria Malthusiana e a Neomalthusiana ou alarmista, no que diz respeito, principalmente às questões sociais, especialmente nos países menos desenvolvidos, essa teoria também foi idealizada por pesquisadores e estudiosos da população durante a conferência de São Francisco, em 1945 nos Estados Unidos e se consolidou na década de 1970.
Essa corrente demográfica está relacionada principalmente à socialdemocracia europeia e aos partidos de esquerda no mundo capitalista, principalmente os seguidores do filósofo socialista Karl Marx, os teóricos desse pensamento afirmam que a causa da superpopulação é o modo de produção capitalista e que a sobrevivência do capitalismo, como sistema, exige um excesso relativo da população.
O argumento central é o de que as elevadas taxas de natalidade não são a causa do atraso e da pobreza dos países menos desenvolvidos, mas sim a consequência desse atraso econômico e da pobreza.
Os miseráveis não são responsáveis por sua miséria por terem muitos filhos, mas os baixos investimentos, principalmente na educação e saúde em alguns países menos desenvolvidos, que constituem as causas fundamentais desses problemas, favorecendo a péssima distribuição de renda.
Com a necessidade de reformas socioeconômicas nesses países que permitam a melhoria do padrão de vida da população mais pobre. Tais reformas por si só seriam capazes de promover a desaceleração do crescimento demográfico nos países pobres, não havendo, portanto, necessidade de adotar uma política rígida de controle da natalidade, como é proposta pelos neomalthusianos.
Nos países mais desenvolvidos economicamente, onde o padrão e a qualidade de vida da população são bem elevados, a redução das taxas de natalidade e fecundidade, ocorreu naturalmente e paralelamente à melhoria da qualidade de vida dessa população.
Ainda hoje, muitos pensadores defendem as ideias de Malthus e dos Neomalthusianos ou alarmistas, insistindo que a pobreza é culpa dos pobres por terem muitos filhos e nada se pode fazer por eles. Nos países desenvolvidos a relação do controle de natalidade ocorreu simultaneamente a uma melhoria sensível a qualidade de vida da população.
O maior e melhor anticoncepcional ou contraceptivo está relacionado aos investimentos públicos principalmente nas áreas sociais, especialmente na saúde, infraestrutura, saneamento básico, ambiental, principalmente no setor relacionado a educação, pois o atraso econômico e a pobreza também têm origens nos processos históricos desses países menos desenvolvidos, onde tradicionalmente as suas relações com os países mais desenvolvidos, sempre foi de dominação econômica colonialista, financeira e tecnológica, relacionado com a divisão internacional do trabalho ou da produção, em seus diferentes momentos da evolução do modo de produção capitalista.
Enquanto o Malthusianismo e o Neomalthusianismo alarmista relacionam que o crescimento da população compromete o crescimento econômico e aumenta a pobreza do país, utilizando métodos autoritários e impositivos de controle da natalidade. Os reformistas relacionam que as elevadas taxas de crescimento populacionais são resultado do atraso e da pobreza do grande contingente de jovens, nos países menos desenvolvidos, onde a melhor forma de redução das taxas de natalidade deve ser efetuada nos investimentos econômicos e sociais.
TEORIA ECOMALTHUSIANA
A tese central da teoria ecomalthusiana relacionada por alguns autores ambientalistas contemporâneos, está relacionado diretamente ao crescimento populacional mundial com a degradação do meio ambiente, questionando a relação de desequilíbrio entre o crescimento populacional e a disponibilidade dos recursos naturais. Essa proposta surgiu no final do final do século XX e início do XXI, com uma abordagem ligada ao meio ambiente e a questão da sustentabilidade.
De acordo com esses ambientalistas um rápido crescimento demográfico, em especial nos países menos desenvolvidos, se traduziria em uma maior exploração sobre os recursos naturais, principalmente as florestas equatorial e tropical, além da utilização de bens não renováveis da natureza e com o crescimento populacional, consequentemente aumentará o consumo de diversos produtos, em relação a um aumento da produção industrial mundial, em especial aos Estados Unidos, Japão e a China.
Um rápido crescimento populacional, principalmente nos países menos desenvolvidos, provocará uma degradação ambiental intensa e a produção de lixo. Sendo assim a preservação do meio ambiente e dos ecossistemas constituem alternativas viável, através do denominado desenvolvimento sustentável.
Seus fundamentos residem na formação de reservas extrativistas, na ocupação racional de algumas regiões, no controle do crescimento populacional, menor desperdício de água no projeto de reciclar, reutilizar, reproduzir etc. Relacionado e preservação no controle da extinção de espécies da fauna e flora, dos biomas terrestres e marítimos.
Com isso, os países mais desenvolvidos do modo de produção capitalista monopolista, utilizam as questões ecológicas para conseguir concessões políticas e comerciais dos países menos desenvolvidos, devido principalmente a carência educacional e social, sendo mais intensa que as preocupações ecológicas que estão quase restritas a algumas das camadas da população, como a lei de patentes, a utilização dos recursos minerais, a redução e repressão as queimadas e os investimentos na pesquisa científica. Os países mais desenvolvidos, principalmente o europeu, vêm degradando a natureza desde a primeira revolução industrial inglesa clássica, com a utilização dos combustíveis fósseis, no seu processo produtivo.
Utilizando essa deficiência dos países menos desenvolvidos, cada vez mais vem ocorrendo comercialização de aves e animais silvestres, com a biopirataria, alguns em extinção, intensificação dos desmatamentos, a poluição hídrica, atmosférica, a caça, pesca predatória, o uso inadequado do solo. Com isso segundo os neomalthusianos, um controle da natalidade seria uma forma de preservar o patrimônio ambiental e genético de espécies da fauna e da flora para as gerações futuras, além da redução do consumo de diversos produtos.