Diversas formas de resistência contra a escravidão existiram durante o Brasil colônia. Uma das formas existentes foi a criação de quilombos, fundados por escravos fugidos. Os quilombos eram o conjunto de mocambos (reunião de casas), que formavam núcleos fortificados no sertão, abrigando fugitivos, índios, colonos pobres e outras populações marginalizadas.
Dentre os quilombos mais famosos, destacou-se o Quilombo dos Palmares. Surgido no Estado de Alagoas, que na época fazia parte da capitania de Pernambuco, o quilombo chegou a reunir mais de 30.000 habitantes.
Em Palmares, os quilombolas criavam gado, cultivavam milho e realizavam comércio com os povoados próximos, além de realizarem frequentes ataques às fazendas da região, com o objetivo de libertarem pessoas escravizadas.
O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba, que governou de 1656 a 1678. Pressionado por diversos ataques contra o quilombo, Zumba firmou um acordo de paz com os senhores de engenho de Pernambuco. Esse acordo previa a liberdade para os negros nascidos em Palmares, com a condição de que os quilombolas deixassem de atacar os engenhos e de que fossem devolvidos aos colonos os escravos recém-chegados ao quilombo.
Nem todos concordaram com este acordo, o que causou tensões entre as lideranças de Palmares. Foi o caso de Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, que devido a essas desavenças, liderou um grupo que removeu seu tio do poder, assassinando-o. Dessa forma, Zumbi transformou-se no novo líder de Palmares, quebrando o acordo com os senhores de engenho e retomando os ataques às fazendas da região.
Diante disso, os proprietários de terra contrataram Domingos Jorge Velho (bandeirismo de contrato) para enfrentar as forças de Zumbi. No ano de 1694, com o apoio de seis mil homens, o bandeirante conseguiu invadir e destruir Palmares. Somente no ano seguinte, em 1695, Zumbi foi capturado, preso e morto, tendo sua cabeça exposta em praça pública, na cidade de Recife, como exemplo para todos aqueles que desejassem enfrentar as autoridades portuguesas.