Dentre as principais bacias hidrográficas, com os seus afluentes no território nacional, podemos destacar a bacia Amazônica, bacia do São Francisco, bacia Platina e a bacia Tocantins-Araguaia, além de diversas bacias secundárias.
Em grande parte do território brasileiro as condições de pluviosidade são elevadas, favorecendo o volume de água na sua rede de drenagem, com rios perenes, não secando superficialmente ao longo do ano, favorecendo o seu aproveitamento econômico, como a construção de hidrelétricas, pesca, laser, navegação etc. A única exceção é a região do semiárido nordestino, onde existem alguns pequenos rios temporários ou intermitentes, que secam superficialmente durante um período do ano, com o período de secas prolongadas.
BACIA AMAZÔNICA
Com 6992 km de extensão na medição realizada pelo INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o rio Amazonas é considerado o mais extenso do mundo, com cerca de 142,0 km, na sua forma de meandros, e tem maior volume d’água do mundo, principalmente no período das chuvas intensas, das cheias, a sua vazão na foz alcança 200.000 metros cúbicos de água por segundo. A bacia do Amazonas banha cerca de 4.000,000 km quadrados do território brasileiro, ou seja, quase 50,0% das nossas terras, sendo, portanto, a nossa maior bacia hidrográfica.
Essa bacia hidrográfica possui mais de 20.000 km de hidrovias naturais, possibilitando a ligação por via hidrográfica com a Bolívia, Peru, Colômbia e a Venezuela. Cerca de 80,0% das espécies de peixes que habitam o oceano Atlântico estão presentes na bacia do Amazonas, portanto, é a bacia de maior potencial pesqueiro de água doce do planeta.
BACIA DO TOCANTINS – ARAGUAIA
Até poucos anos atrás fazia parte da Bacia do Amazonas, porém, como o rio Tocantins deságua fora do canal principal do Amazonas, os geógrafos passaram a estudá-la de forma independente.
A bacia banha cerca de 814.000 km2, sendo considerada a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira. É uma bacia de planalto, detém o terceiro maior potencial hidrelétrico do país e é constituído por rio de planície, está se transformando em uma importante hidrovia, possuindo 3000 km de hidrovias naturais, que desempenhará um grande papel no transporte de grãos e produtos extrativos do cerrado brasileiro.
No rio Tocantins, encontramos a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a terceira maior usina do país, superada apenas por Itaipu na fronteira do Brasil com o Paraguai, localizada no rio Paraná e Belo Monte, a maior totalmente brasileira, inaugurada em Novembro de 2019, localizada no Rio Xingu.
BACIA DO SÃO FRANCISCO
Banha cerca de 645.000 km² do território brasileiro. O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, no sul do estado de Minas Gerais, nas proximidades com a divisa com o estado de São Paulo, atravessa a Bahia, separa a Bahia de Pernambuco e o Sergipe de Alagoas, sendo uma das mais importantes bacias hidrográficas do país, denominada no passado com de integração nacional.
É uma bacia hidrográfica tipicamente de planalto, detendo o quarto maior potencial hidrelétrico do país. Possui cerca de 1000,0 km de cursos navegáveis, somente entre Pirapora no estado de Minas Gerais, até Juazeiro na Bahia.
É o único grande rio perene a atravessar o semiárido nordestino, desempenhando um importante papel para o abastecimento de água nessas cidades, irrigação de lavouras, com maior destaque para os projetos de fruticultura irrigada, tais como; uva, melão, melancia, manga, goiaba, abacaxi e abacate, desenvolvidos principalmente nos municípios de Petrolina no estado de Pernambuco e Juazeiro na Bahia, além da geração de energia e pesca.
BACIA DO PARANÁ
O rio Paraná é formado pela confluência dos rios Grande e Paranaíba, na altura do Triângulo Mineiro. Esta bacia ocupa um lugar de destaque entre as bacias hidrográficas brasileiras, não apenas por ser a segunda maior em potencial hidrelétrico, mas é a primeira em potencial instalado, também pelos grandes projetos hidroviários que estão sendo implantados nos seus principais rios, destacando-se a hidrovia do álcool no rio Tietê e a hidrovia do contorno no rio Paraná.
Ela é uma bacia tipicamente de planalto. Na divisa dos estados do Paraná com o Paraguai encontra-se a Usina Hidrelétrica de Itaipu, que é considerada a segunda maior do mundo, perdeu a liderança para a usina de Três Gargantas, construída no rio Yang-Tsé na China.
Além de abastecer com energia elétrica a principal região geoeconômica do país a macrorregião Centro-Sul, a Bacia do Paraná transformou-se, com a implantação da hidrovia Tietê-Paraná, na espinha dorsal do sistema de transportes do Mercosul. Essa importante hidrovia, viabilizada com a construção das eclusas de Três Irmãos, Jupiá, Bariri e Ibitinga, integra cinco estados brasileiros o Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e o Mato Grosso do Sul, aproximando o Brasil dos seus parceiros do MERCOSUL. São cerca de 2.400 km navegáveis, ligando as localidades de Anhembi, nas proximidades do município de Piracicaba, no estado de São Paulo a Foz do Iguaçu, fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina.
BACIA DO PARAGUAI
O rio Paraguai tem a sua nascente na serra de Araporé no estado do Mato Grosso.
A sua bacia hidrográfica é tipicamente de planície, portanto, apresenta um baixo potencial hidrelétrico, porém os principais rios da bacia são importantes hidrovias. Através do rio Paraguai pode alcançar o rio Paraná, na fronteira do Paraguai com a Argentina e daí até o estuário da Prata. A hidrovia composta pelos rios Paraná e Paraguai recebe o nome de hidrovia Platina, da Prata ou do MERCOSUL, tal hidrovia desempenha um importante papel na integração dos países que formam esse bloco econômico.
Muitos rios da Bacia do Paraguai estão enfrentando um processo de assoreamento, resultante da erosão que vem se processando nas áreas agrícolas da região. Um outro problema que os rios da bacia têm enfrentado é a contaminação com o mercúrio, usado nas áreas de garimpo, e fertilizantes e agrotóxicos empregados na agricultura.
BACIA DO URUGUAI
O rio Uruguai é formado pelo encontro dos rios Canos e Pelotas na divisa dos estados de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. Ela banha cerca de 2,0% do território brasileiro, fazendo parte também da Bacia Platina.
Possui um pequeno trecho em planalto, que propicia a existência de um relativo potencial hidrelétrico e um trecho em planície que permite a navegação até o rio da Prata (via Paraná).
BRASIL: BACIAS HIDROGRÁFICAS
