O ministro espanhol Manuel Godoy acreditava que poderia tirar vantagem de uma aliança com Napoleão Bonaparte, no sentido de dividir o Reino de Portugal, ao permitir a passagem das tropas francesas em seu território para destituir a Monarquia de Bragança, que não respeitava o Bloqueio Continental de 1806. Napoleão I, entretanto, preferiu reafirmar sua posição de potência continental hegemônica e tratou o acordo com Godoy como se fosse um mero pedaço de papel sem valor. Como Napoleão I não obteve uma posição de total subordinação do rei Carlos IV, tampouco do herdeiro Fernando, decidiu encarregar seu próprio irmão da governança da Espanha. As colônias americanas não tinham mais metrópole.
A Revolução que provocou a independência da América Espanhola está na mesma trilha do processo de libertação da América do Norte, guardadas as devidas diferenças históricas. No processo espanhol, além de evidenciar a crise do Antigo Sistema Colonial, encontramos um forte eco iluminista e a vanguarda de uma elite local, denominada criolla. A proibição de ocupar cargos administrativos na América, limitados aos peninsulares ou chapetones, além das restritivas regras comerciais do Pacto Colonial, colocaram estes ricos descendentes de espanhóis nascidos na América contra a metrópole. Os criollos, reunidos em seus cabildos ou Câmaras Municipais, formariam Juntas Governativas contra o domínio espanhol.

(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Peru)