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A ruptura oligárquica e a Revolução de 1930

A ruptura oligárquica e a Revolução de 1930 marcaram um ponto crucial na história do Brasil. Esse movimento político resultou na queda da República Oligárquica, encerrando décadas de domínio das elites agrárias e levando Getúlio Vargas ao poder, inaugurando a Era Vargas no país.

A CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA E A REVOLUÇÃO DE 1930

Com um clima inflamado nas ruas pelos movimentos tenentistas e pelas agitações sociais, o governo de Washington Luís foi marcado por inúmeras pressões ao regime oligárquico. Para enfrentar tais movimentos sociais, o governo tomou uma postura mais repressiva, censurando os jornais e reprimindo o direito de reunião entre os grupos sociais. A aprovação da famosa Lei “Celerada” foi direcionada principalmente para as organizações tenentistas e os movimentos operários, que viram nesta ação de Washington Luís uma provocação, o que causou ainda mais instabilidade ao seu governo.

Além disto, os problemas econômicos decorrentes da crise de 1929 levaram a uma queda drástica das vendas de café, o que acarretou uma crise para os vendedores de café brasileiros. Com a crise, houve uma retração do mercado, tendo como consequência a suspensão do financiamento externo para estocagem do café e a exigência da liquidação imediata dos débitos anteriores, caindo por terra toda a montagem da política de valorização do café.

Isso acabou levando a uma cisão oligárquica, o presidente Washington Luís quebrou com o rodízio da política do “Café com Leite”, o que levou a indicação de outro paulista, Júlio Prestes, para assim garantir a continuidade das políticas de proteção do café e beneficiar os produtores paulistas. Isso levou a uma quebra da aliança do Partido Republicano Paulista, o PRP, e o Partido Republicano Mineiro, o PRM, destruindo assim a base oligárquica da República Velha.

Na liderança do PRM, o governador de Minas Gerais Antônio Carlos, frustrado por não ser indicado para o cargo de próximo Presidente, lançou apoio para o gaúcho Getúlio Vargas e como vice o paraibano João Pessoa, formando com eles a Aliança Liberal. O grupo liderado por Antônio Carlos também recebeu apoio dos dissidentes do Partido Republicano Paulista, o Partido Democrático, criado em 1926 pelos paulistas que não concordavam com as fraudes eleitorais, por isso defendiam o voto secreto. Dentre o projeto de campanha dos aliancistas, destacam-se alguns pontos como: o voto secreto e a Justiça Eleitoral; o atendimento às reinvindicações dos operários e a anistia irrestrita aos inimigos do governo, esperando atrair os tenentes para a causa aliancista.

Além da proposta dos aliancistas, havia também o grupo dos operários que lutavam pela melhora de condições de vida e de trabalho, e o grupo dos comunistas do PCB, partido que estava na ilegalidade. Os grupos se uniram e formaram o Bloco Operário Camponês (BOC). Dentre as suas propostas constavam os seguintes pontos: crítica e combate ao poder das classes ricas sobre as classes pobres e trabalhadoras (plutocracia), imposto somente para os ricos, voto secreto e obrigatório, inclusive para as mulheres. Este grupo lançou o candidato operário Minervino de Oliveira, no Rio de Janeiro, a primeira vez na história que um candidato operário se candidatou a presidência.

As eleições foram realizadas, e sob o domínio da oligarquia paulista, o resultado no dia 1º de Março de 1930 foi a vitória do candidato paulista Júlio Prestes, derrotando o candidato Getúlio Vargas. Os líderes da Aliança Liberal recusaram-se a aceitar o resultado, afirmando que a vitória de Júlio Prestes não passava de uma fraude eleitoral.

O clima de revolta foi aumentando em várias regiões do país, atingindo diversos grupos sociais: operários, militares, profissionais liberais, etc. Atribui-se ao governador mineiro Antônio Carlos uma frase que simboliza a tensão existente na época: Façamos a revolução, antes que o povo a faça. A revolta ganhou maior intensidade quando João Pessoa, governador da Paraíba e candidato a vice-presidente pela Aliança Liberal, foi assassinado por motivos pessoas e políticos, em 26 de julho de 1930. Esse episódio levou à união das oposições contra o governo e o início da Revolução de 1930. A bandeira dos aliancistas era que João Pessoa teria sido assassinado por ordem dos políticos aliados a Washington Luís e Júlio Prestes.

Por isso, no dia 3 de Outubro de 1930, o movimento se iniciou no Rio Grande do Sul, sob o comando de Getúlio Vargas e foi se espalhando pelo sul do Brasil, que tinha como destino a capital federal. No Nordeste, sobre a liderança de Juarez Távora, a revolução recebeu adeptos e aliados de João Pessoa, e buscou unificar o movimento no encontro das duas vertentes, do Nordeste e do Sul, na cidade do Rio de Janeiro.

Em foto de 1930, os líderes da Revolução de 1930 estão num trem, a caminho de São Paulo: Miguel Costa, Góis Monteiro e Getúlio Vargas.

Reprodução/Revista da Semana

Quando o êxito da rebelião se tornou uma certeza, com a chegada dos revolucionários à cidade do Rio de Janeiro, as altas patentes militares do Rio de Janeiro aderiram à revolução. Devido ao perigo de uma guerra civil, Washington Luís foi deposto no dia 24 de Outubro de 1930 pelo general Mena Barreto e o general Tasso Fragoso, e pelo almirante Isaías de Noronha, que formaram imediatamente um governo provisório e impediram também a posse de Júlio Prestes. Washington Luís partiu para o exílio, e Getúlio Vargas foi colocado no poder, assumindo assim a chefia do Governo Provisório.

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