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A Revolução Constitucionalista de 1932

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um conflito armado ocorrido em São Paulo, onde a população se levantou contra o governo provisório de Getúlio Vargas, exigindo uma nova Constituição. Embora tenha sido reprimida, a revolta marcou a luta pelo restabelecimento da ordem constitucional no Brasil e o anseio por maior participação política.

Com o início do governo provisório, o Estado mais prejudicado com o fim da política dos governadores foi o Estado de São Paulo. Isso acabou acarretando a perda de poder político dos paulistas, enquanto não houvesse a formulação de uma nova constituinte. Os paulistas então começaram a pressionar o governo provisório, principalmente a figura de Getúlio Vargas, para a formulação de uma nova Constituição, pois não aceitavam o fim da participação das lideranças oligárquicas no governo, e o fato dos tenentes serem nomeados interventores do Estado desagradava os interesses econômicos das elites paulistas.

Para governar o Estado de São Paulo, o interventor federal escolhido por Vargas foi o tenente João Alberto, nascido em Pernambuco, o que desagradou as lideranças paulistas que estavam acostumadas a governantes paulistas governando o Estado de São Paulo. Por isso o Partido Democrático e o Partido Republicano Paulista uniram-se, formando a Frente Única Paulista, e sob a palavra de ordem interventor civil e paulista, exigiam também a imediata reconstitucionalização do país e a realização de novas eleições. O governo federal acabou cedendo com a nomeação de Pedro de Toledo, nomeado interventor de São Paulo, um nome civil. Como ainda controlavam o viciado sistema eleitoral da região, os ricos fazendeiros paulistas acreditavam que, com novas eleições, poderiam retomar o controle da situação.

Sob a influência do interventor paulista, instalou-se nas ruas um movimento constitucionalista protestando contra o governo federal. No dia 23 de maio de 1932, novas agitações acabaram levando a morte dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, como consequência de um confronto dos manifestantes paulistas contra membros da Legião Revolucionária, uma organização tenentista. As Iniciais de seus nomes, MMDC, tornaram-se símbolos da Revolução Constitucionalista, visto como as primeiras baixas do movimento Revolucionário.

Após a morte dos estudantes, no dia 9 de julho de 1932, teve início a chamada Revolução ou Revolta Constitucionalista, que mobilizou 30 mil homens armados em São Paulo para lutar contra o governo federal. Sob o comando do general Isidoro Dias e o general Euclides Figueiredo, as tropas paulistas eram formadas pelos soldados da polícia estadual (Força Pública) além de um grande contingente de voluntários. Muitas indústrias do estado contribuíram com a fabricação de material de guerra, enquanto isso, a campanha “Ouro para o bem de São Paulo”, ganhou as ruas da capital paulista, com as famílias paulistas doando suas joias para o financiamento da guerra.

Passeata no centro da cidade de são Paulo durante a revolução constitucionalista, em 1932.

Avelino Ginjo/Museu da Imagem e do Som, São Paulo, SP. 

As tropas oriundas de Mato Grosso, sob o comando do general Bertoldo Klinger, aumentaram as fileiras paulistas contra o governo federal. O governo de Vargas teve dificuldades em receber apoio do Exército para enfrentar os revoltosos, pois muitos generais negaram a missão de combater a Revolução Constitucionalista, e para isso Vargas teve que romper em definitivo com os movimentos tenentistas, para assim obter apoio do alto oficialato, o que possibilitou esmagar a Revolta dos paulistas.

Entre as medidas do governo federal para sufocar a rebelião, o porto de Santos foi bloqueado, evitando assim que os revoltosos paulistas pudessem receber qualquer tipo de material bélico do exterior. Após três meses de combates às vezes intensos, com um saldo de 600 a 900 mortos entre as forças paulistas, as tropas leais ao governo federal acabaram forçando os paulistas a se renderem. Para não se indispor com o estado mais poderoso do Brasil, o governo de Getúlio Vargas assumiu a dívida de guerra dos paulistas e em novembro de 1933 instaurou a Assembleia Nacional Constituinte, atendendo assim a principal reivindicação do movimento. No ano de 1934, ainda foi aprovada uma anistia geral por ordens de Getúlio Vargas, o que acalmou ainda mais os ânimos dos revolucionários paulistas.

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