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A região geoeconômica – Nordeste

O Nordeste do Brasil é uma região de contrastes e riquezas. Com sua diversidade cultural, potencial agrícola e turístico, enfrenta desafios históricos como secas e desigualdades sociais. Sua economia, marcada pela agricultura, indústria e turismo, reflete uma busca contínua por desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda.

Nordeste: “O nordeste é o ponto de direção geográfica entre o norte e o leste, uma das cinco regiões geográficas em que é dividido o Brasil ou aquilo que se situa na direção nordeste”.

Fonte: Quino.

O Nordeste é a macrorregião que mais forneceu população para as demais regiões do país, em virtude de possuir uma alta concentração fundiária e o desenvolvimento industrial feito para atender as necessidades dos centros mais desenvolvidos economicamente do país, atualmente se desenvolvendo devido à desconcentração industrial ou deseconomia de aglomeração.

As estiagens que atingem o sertão nordestino nos últimos anos, vez por outra, não são resolvidas de forma satisfatória para a população, devido ao projeto de irrigação na bacia hidrográfica do rio São Francisco, vem ocorrendo o desenvolvimento da fruticultura irrigada, contribuindo para afiação do homem do campo nessa área, com a geração de empregos diretos e indiretos.

A vegetação da macrorregião nordeste se caracteriza pela ocorrência da mata atlântica, em pequenas áreas da região próxima ao litoral, na interface entre o mar e o continente, tem a ocorrência de extensos manguezais, do cerrado na porção oeste do estado da Bahia e sul do Maranhão, da caatinga xerófila na subdivisão do sertão nordestino, e da mata dos cocais, na parte dos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará.

A MACRORREGIÃO NORDESTE

A macrorregião do nordeste brasileiro é formada pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, marcados por apresentar atualmente um dos piores indicadores sociais e econômicos do país, junto com a macrorregião norte, vigorados em grande parte no Período Colonial com a introdução do sistema de plantation como estratégia de ocupação do território brasileiro, o que possibilitou diversas transformações na estrutura agrária da região, representada pela intensa concentração fundiária, e por uma relação de comercialização desigual com a metrópole portuguesa.

Essa região é o local onde mais percebemos os traços da colonização do Brasil, tendo sido colonizado com base na economia canavieira. A cana-de-açúcar era cultivada em grandes propriedades monocultoras, com a utilização do trabalho escravo, além de outros produtos como o algodão. A ocupação colonial, voltada para o enriquecimento de Portugal, deixou na macrorregião nordeste características marcantes, como a pouca vegetação original, devido ao intenso desmatamento pelo extrativismo vegetal, principalmente do pau-brasil e a grande presença da etnia negra na população.

Sendo no passado colonial, no processo de ocupação do país o polo mais rico da América Portuguesa, principalmente na zona da mata nordestina, que teve como base na monocultura da cana de açúcar, utilizando a mão de obra escrava negra nesse processo produtivo.

Fonte: Ilustração Percy Lau.

O relevo do nordeste brasileiro tem o predomínio de planaltos com a sua base cristalina de superfície sedimentar, com uma extensa planície costeira sedimentar, onde predomina grande parte do denominado solo de massapê. Entre essas regiões existem depressões, onde se situa o sertão nordestino.

O relevo do nordeste brasileiro é marcado pela existência de dois antigos e extensos planaltos:

I. Planalto Nordestino;
II. Planalto da Borborema.

A macrorregião é marcada pela irregularidade das chuvas no agreste e sertão nordestino e principalmente pela migração principalmente masculina para outros estados do país, principalmente após o processo de industrialização e urbanização, através do êxodo rural.

Em relação ao encontro de soluções que objetivassem minimizar com melhorias na questão socioeconômica da região, já problematizada desde a época colonial foi agravada com o decorrer dos anos, tem-se a criação da SUDENE, Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, em 1959, para tentar minimizar e concentrar o homem no campo.

A relação climática dessa região se manifesta em faixas de semiárido, no interior, de clima tropical no sul do estado da Bahia e centro do Maranhão, destacando-se também ambientes de clima litorâneo úmido em toda a faixa litorânea e equatorial quente e úmido, na porção oeste do estado do Maranhão.

Devido a sua diversidade do quadro natural, física e climatobotânica em cada sub-região se determinou um processo de ocupação humana diferenciada de desenvolvimento econômico e infraestrutura, favorecendo uma divisão em quatro sub-regiões:

I. Zona da Mata;
II. Agreste;
III. Sertão;
IV. Meio-Norte.

Fonte: Atlas Geográfico Escolar – MEC – IBGE.

I. Zona da Mata Nordestina, essa sub-região é uma estrita faixa de terra que se estende do litoral do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, apresenta clima tropical úmido, na vertente a barlavento, com chuvas mais intensas no outono e inverno do Recôncavo Baiano até o Rio Grande do Norte, com o predomínio da vegetação nativa da mata tropical atlântica, quase totalmente devastada. Possui belas praias e um litoral com extensas barreiras ou falésias. O relevo é composto predominantemente por uma planície litorânea, que apresenta inúmeras barreiras, com os tabuleiros litorâneos formados por terrenos sedimentares do terciário. Possui um solo de grande fertilidade, denominado Massapé, formado pela decomposição do gnaisse e do calcário. Com destaque na produção da agroindústria da cana de açúcar, em grandes latifúndios monocultores, além do cultivo de tabaco, na região do recôncavo baiano e o cacau no sul do estado da Bahia.

Na exploração mineral de sal marinho, no município de Macau no estado do Rio Grande do Norte. O litoral nordestino tem uma grande concentração populacional, com áreas altamente valorizadas e bolsões de pobreza, destacando-se a presença de duas metrópoles nacionais, Salvador e Recife.

Os maiores parques industriais se encontram nas regiões metropolitanas da Grande Salvador, com destaque para o Polo Petroquímico de Camaçari, o maior do país.

II. Agreste Nordestino, essa sub-região de transição entre a zona da mata nordestina e o sertão, estendendo-se dos estados do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, localizado basicamente no planalto da Borborema. Com o predomínio da policultura comercial de subsistência praticada em pequenas e media propriedades rurais, a principal atividade econômica dessa área e na pecuária leiteira. Com a expansão das monoculturas que avançam nesse espaço geográfico como a cana de açúcar. As áreas mais úmidas e aproveitadas para a agricultura são conhecidas como “brejos”. Possui solo essencialmente pedregoso, rios intermitentes ou temporários, com a vegetação rala de tamanho pequeno, com mirtáceas, combretáceas, leguminosas e cactáceas.

Abriga algumas das cidades mais importantes do nordeste, como Feira de Santana no estado da Bahia, Caruaru no estado de Pernambuco e Campina Grande no estado da Paraíba, polos turísticos e de produção de tecido, artesanato e jeans, além de ser considerada a maior manifestação comemorativa junina do São João do mundo. Possui a segunda maior densidade demográfica, destacando-se como principais centros urbanos, as chamadas cidades feiras.

III. Sertão Nordestino, essa sub-região é a mais extensa de todas, corresponde a uma vasta área castigada pela semiaridez de seu clima, com chuvas escassas e mal distribuídas durante o ano, com índices pluviométricos entre 500 a 800 mm anuais, submetido à frequentes secas prolongadas. As chuvas se concentram entre dezembro e maio, período conhecido na região como inverno. As secas sazonais são agravadas nos períodos de El Niño, quando então um poderoso centro de alta pressão atmosférica se instala na região do polígono das Secas, impedindo a penetração de ventos úmidos, provenientes do Oceano Atlântico.

Sua vegetação é constituída por árvores e arbustos recobertos de espinhos, com raízes profundas, denominada de caatinga, o prefixo caa, significa mata e tinga branca, com cactos de espécies xerófilas como o mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, facheiro, quipá e o xiquexique, as bromélias como a macambira e a caroá, na denominada caatinga arbórea lenhosa o destaque para o cumaru, angico catingueira, faveleira e a aroeira.

Desde o início de sua ocupação, a agropecuária é a atividade econômica mais importante. O cultivo da palma, espécie nativa da região servindo para alimentar o gado e o sisal no estado da Bahia, para a produção de fios de linha e roupas.

Recentemente com o processo de transposição das águas do rio São Francisco algumas cidades vêm se destacando nessa sub-região nordestina como Petrolina, Juazeiro, Balsas e Salgueiro na produção de frutas, como uva, manga, melão, melancia, goiaba, abacaxi e abacate, utilizando o controle de água no processo de irrigação, engenharia genética, biotecnologia, com o apoio da EMBRAPA, Empresa Brasileira de Agropecuária.

Como o clima dessa sub-região é sempre semiárido e a insolação é intensa e constante, com um controle rigoroso de água, praticamente não ocorre o desenvolvimento de pragas no processo produtivo agrícola, consequentemente não se utiliza pesticidas, herbicidas e agrotóxicos, só uma pequena correção do solo. Esse é um dos motivos dessa produção da fruticultura vem crescendo principalmente para a exportação.

Os efeitos danosos da estiagem prolongada levaram o governo federal no passado a adotar medidos para amenizar o sofrimento da população local, com a construção de açudes, poços artesianos e cisternas. As verbas públicas destinadas a atender necessitados costumam serem desviadas pelos políticos, fazendeiros e comerciantes locais. Este processo é conhecido como indústria da seca, para desviar os recursos destinados pelo governo municipal, estadual e federal, para o atendimento das pessoas afetadas pela seca. Esse dinheiro é desviado no superfaturamento das obras realizadas na região, nas frentes de trabalho, no desvio de alimentos e ainda em obras que acabam beneficiando os grandes latifundiários do sertão. A pobreza que afeta a maior parte da população dessa sub-região é causada pela injusta estrutura fundiária, responsável pela elevada concentração de terras, pela má distribuição de renda e pelo desemprego. Portanto, não é a seca a principal causa da miséria no sertão nordestino.

O seu relevo é formado predominantemente pela depressão Sertaneja, Planalto da Borborema e inúmeras chapadas. Parte da subregião apresenta solos de boa fertilidade, denominados Bruno não cálcico, rico na composição mineral, porém pobre em componentes orgânico e menos profundo.

A rede hidrográfica é composta predominantemente por rios temporários ou intermitentes. Em muitos desses rios foram construídos açudes para armazenar a água da chuva e em alguns casos perenizar os cursos dos mesmos, como o açude de Orós, no estado do Ceará, no rio Jaguaribe.

No interior do sertão nordestino encontram-se os Cariris, são ilhas úmidas ou denominados oásis nessa sub-região, localizados nos sopés das serras e chapadas. Nos cariris se desenvolve uma agricultura comercial, com destaque para os cultivos de feijão, milho, mandioca, café, cana-de-açúcar e algodão.

O único grande rio perene a cortar o Sertão é o São Francisco, que desempenha um importante papel na geração de energia, irrigação de lavouras e abastecimento de cidades.

Em algumas áreas da sub-região foram implantados importantes projetos de irrigação, que vêm transformando a economia de algumas cidades, como a do vale do São Francisco, nos municípios de Petrolina no estado de Pernambuco, Juazeiro no estado da Bahia e no vale do Pajeú no estado do Rio Grande do Norte, onde a fruticultura irrigada vem apresentando excelentes resultados.

Fonte: Ilustração Percy Lau

IV. Meio Norte Nordestino, essa sub-região corresponde a uma vasta área de aproximadamente, 480 mil km² e está localizada a oeste do sertão nordestino. Ela envolve praticamente todo o território do estado do Maranhão, toda área oeste do estado do Piauí, parte dos estados do Pará e Tocantins. O bioma dessa região funciona como um espaço ou área de transição entre a floresta pluvial amazônica, o semiárido do sertão nordestino e uma faixa de transição com o cerrado brasileiro. O seu relevo é composto por planaltos, planícies, chapadas, cuestas e serras. O clima dominante é o tropical úmido no litoral e subúmido no interior.

O principal tipo de vegetação dessa transição é a denominada mata dos cocais, recebe esse nome, pois sua folhagem é muito parecida com um cocar de índio ou com as espécies que produzem o seu fruto coquinhos.

Sua principal atividade econômica é o extrativismo mineral e vegetal, destacando-se a grande presença de palmeiras, nessa formação vegetal da mata dos cocais, principalmente o babaçu, buriti, buritana, oiticica e os coqueiros de carnaúba, nome que deriva do Tupi e significa árvore que arranha também denominada de palmeira sertaneja do nordeste brasileiro. O nome científico é  Copernicia prunifera, conhecida como a árvore da vida ou da providência.

Fonte: Ilustração Percy Lau.

Esse extrativismo vegetal emprega grande quantidade de mão de obra em sua coleta e produção de derivados. Seus produtos são empregados no artesanato local e como matéria-prima para as indústrias, principalmente de cera de carnaúba para móveis, para a beleza de cosméticos para a população.

A principal atividade produtiva do meio norte nordestino está relacionada atualmente com a expansão da agroindústria, principalmente por meio do avanço das plantações de soja, algodão, milho e arroz, além da pecuária extensiva de bovinos como forma de especulação da terra, no estado do Piauí. Um dos principais projetos econômicos da região é o minério de ferro, principalmente com o Projeto Grande Carajás, que apesar de ser localizado no estado do Pará, exerce forte influência em toda essa sub-região.

No oeste do estado da Bahia, dominada por um relevo planáltico, extensão do Planalto Central, clima tropical subúmido, com chuvas concentradas no período do verão e inverno seco e tem vegetação de cerrado. Esta região se transformou nas últimas décadas em um dos mais importantes polos de desenvolvimento do agronegócio do nordeste brasileiro, com destaque para as lavouras da soja, café, algodão, cana-de-açúcar e milho. A expansão do agronegócio na área levou o governo brasileiro a construir a Ferrovia Leste/Oeste para poder escoar a produção até o porto de Ilhéus no sul da Bahia.

No estado do Piauí, ocorrem muitos exemplares rupestres no Parque Nacional de Sete Cidades, situado entre as cidades de Piripiri e Piracuruca, no norte desse estado e o Parque Nacional da Serra da Capivara, situado entre as cidades de São Raimundo Nonato, São João do Piauí e Coronel José Dias.

As pinturas rupestres do Parque Nacional da Serra da Capivara são impressionantes, em uma análise superficial das pinturas, que os homens que habitaram aquela região num passado distante, apresentavam uma atividade comunitária bastante movimentada, registrada com óxido de ferro e sangue de animais nos imensos paredões calcários da região.

Fonte: Parque Nacional da Serra da Capivara

O SALTO INDUSTRIAL DA REGIÃO

A industrialização da macrorregião nordeste durante vários anos foi feita em função das necessidades principalmente da região sudeste. Nos anos 1990, esta situação mudou e a indústria nordestina vem se beneficiando do processo de desconcentração econômica ou deseconomia de aglomeração que vem ocorrendo no país, quatro fatores ajudam a explicar o rápido crescimento industrial dessa macrorregião geoeconômica:

  • Os governos estaduais atraíram empresas de outras regiões com benefícios fiscais que chegaram a reduzir até 75,0% no pagamento do Imposto de ICMS, Circulação de Mercadorias e Serviços, atraindo inclusive empresas de outros países como a de brinquedos da China, de peças de computadores dos Estados Unidos, Coréia do Norte e Japão, além de fábricas de sapatos do sul do país e a produção de jeans;
  • Mão de obra qualificada, farta, barata e com menor grau de sindicalização, favorecendo os contratos de trabalho mais flexíveis;
  • A infraestrutura necessária à implantação da indústria foi garantida pelos governadores e prefeitos que, além disso, contaram com o apoio da SUDENE, Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, na concessão de financiamentos, por meio do Banco do Nordeste do Brasil;
  • Com a construção de portos, como o de Suape no estado de Pernambuco, ainda em estágio de conclusão, favorece na exportação e a importação de peças e produtos, com tarifas mais baixas, além da proximidade do continente europeu e da América do Norte em relação às outras regiões do país, está em fase de conclusão à refinaria de petróleo, Abreu Lima, que vai impulsionar mais a economia dos estados nordestinos;
  • As leis ambientais nessa macrorregião são mais flexíveis e com pouca fiscalização.
     

A partir dos anos de 1990, ocorreu nessa região uma explosão industrial principalmente nas grandes cidades, ressaltando-se as produções de calçados, produtos elétricos e eletrônicos, petroquímica, com o polo petroquímico de Camaçari e tecelagem. Destaque também para o Distrito Industrial de Ilhéus, no sum do estado Bahia, complexo industrial de Suape, no estado de Pernambuco e Distrito Industrial de Maracanaú, no estado do Ceará. Na área de tecnologia, é importante enfatizar o Porto Digital do estado de Pernambuco, na cidade de Recife, com inovadora ênfase na produção de softwares.

A expansão do agronegócio nessa região tem alcançado cenários impressionantes e considerados inclusive impossíveis até alguns anos atrás. A demonstração óbvia disso é a tradução do interior nordestino num incrível corredor agrícola da soja, expandida desde o centro-oeste, na faixa conhecida como o MAPITOBA, uma abreviação que engloba os estados do MAranhão, TOcantins, PIauí e a BAhia.

Fonte: CVlog.com.br: Atlas Geográfico Escolar – MEC – IBGE.

O VALE DO SÃO FRANCISCO

A bacia hidrográfica do São Francisco, maior rio inteiramente nacional, destaca-se o complexo hidrelétrico da CHESF, Companhia Hidrelétrica do São Francisco, tendo como usinas principais as unidades de Sobradinho, Paulo Afonso, Três Marias e Xingó.

A região do vale do São Francisco tem apresentado acelerado crescimento de produção agroindustrial irrigado, destacando-se a manga, melão, melancia, abacate, goiaba e a uva fina de mesa, inclusive algumas vinícolas estão produzindo vinho de excelente qualidade nessa área do sertão nordeste, para o mercado interno e a exportação. O maior polo de fruticultura atualmente do país e o segundo maior polo vinícola, atrás do sul do país.

Empresas nacionais e estrangeiras se beneficiam das altas temperaturas, essenciais à produção, o processo de irrigação e à fatura da mão de obra, contribuindo para a fixação do homem no campo nessa sub-região brasileira. Essas culturas são responsáveis atualmente por mais de 20.000 empregos diretos e indiretos, várias empresas exportadoras de frutas vêm atuando no semiárido nordestino.

Como a insolação é constante no sertão nordestino e com o projeto de irrigação, o agricultor controla a utilização da água do rio São Francisco e do armazenamento da chuva, além da utilização da biotecnologia e da engenharia genética, não ocorre praticamente o desenvolvimento das pragas, com isso não se utiliza nesse cultivo, pesticidas, herbicidas e agrotóxicos.

Fonte: 2bp.blogspot.com – Atlas Geográfico Escolar – MEC – IBGE.

A TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO

O Projeto de Integração do rio São Francisco com as bacias hidrográficas do nordeste setentrional é um empreendimento do Governo Federal, sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, com verba principalmente do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, destinado a assegurar a oferta de água, a cerca de 15,0 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semiárida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários do semiárido será possível com a retirada contínua de 26,4 m3/s de água, o equivalente a 1,4% da vazão garantida pela barragem da hidrelétrica de Sobradinho, com 1.850 m3/s, no trecho do rio onde ocorre a captação da água por canais de concreto de irrigação.

Este montante hídrico será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro estados do nordeste setentrional. Nos anos em que o reservatório de Sobradinho estiver vertendo água, o volume captado poderá ser ampliado para até 127 m3/s, contribuindo para o aumento da garantia da oferta de água para múltiplos usos, como a irrigação de cultivos agrícolas, consumo da população e dos animais de criação.

OS ASPECTOS POPULACIONAIS DA REGIÃO

A região do nordeste brasileiro possui uma população de aproximada de 53.081.950 de habitantes, segundo o censo demográfico do IBGE de 2010. Essa quantidade populacional faz essa região a segunda mais populosa do país, superada pela macrorregião sudeste. No nordeste brasileiro ocorre uma grande disparidade populacional, com a zona da mata e o agreste densamente povoado, o sertão e o meio norte, com uma baixa densidade demográfica. 

Com o desaquecimento da economia da macrorregião nordeste após o denominado “ciclo” da cana de açúcar, deixando o status de economia mais dinâmica no período colonial para a de menor dinamismo econômico, houve uma grande migração da população local para diversas regiões, principalmente o centro sul do país, no denominado êxodo rural, atualmente a produção agrícola da cana de açúcar é uma agroindústria ou agronegócio, altamente capitalizado e mecanizado.

No decorrer da metade do século XX esse deslocamento populacional tornou-se mais intenso em direção à macrorregião sudeste, fruto de um dinamismo econômico muito maior decorrente do denominado “ciclo” do café, em especial na segunda metade do século XIX e o início do processo de industrialização e urbanização do país e na primeira metade do século XX do centro sul brasileiro.

Processo marcado pela grande oferta de empregos industriais atrelados ao modelo produtivo fordista e toyotista, além da expansão da construção civil, fazendo da macrorregião sudeste uma área de grande atração de mão-de-obra, em especial a nordestina.

Permitindo afirmar que efetivamente o que controla esses deslocamentos é de uma forma bem geral dois fatores:

  • de atração populacional, representado pela macrorregião sudeste e seu grande dinamismo econômico;
  • o de repulsão populacional, evidenciado pelo Nordeste e os seus contrastes socioeconômicos, dando margem para a identificação de disparidades regionais existentes no território nacional, pelo êxodo rural.
     

A segunda metade do século XX, especificamente nas décadas de 1980 e 1990, denominadas de década perdida, em função da crise econômica, observou-se uma desaceleração da produção industrial brasileira com a consequente perda da capacidade de absorção da mão-de-obra nos grandes núcleos urbanos, em especial na macrorregião sudeste, o que marcou o início do forte processo de desconcentração industrial ou deseconomia de aglomeração, e a configuração da migração de retorno populacional, geralmente para os estados de origem.

É a região que apresenta os maiores contrastes sociais e econômicos, com intensa pobreza, fome, desnutrição, mortalidade infantil, analfabetismo, baixos salários, grande concentração de renda e de terras, na maior parcela da população, constituindo, portanto na região mais problemática do país.

As indústrias começaram a se instalarem nessa macrorregião, viabilizado por inúmeras políticas de incentivos fiscais no nordeste e uma atual reativação do crescimento econômico de determinadas áreas que compõem o nordeste brasileiro, como a produção industrial e a fruticultura do vale do São Francisco. Essa macrorregião representa atualmente com cerca de 28,0% da população brasileira, a segunda maior concentração populacional do país.

O TURISMO NA REGIÃO

O nordeste brasileiro, manifesta uma ampla diversificação econômica. Nas cidades litorâneas destacam-se os serviços voltados principalmente para o turismo dotadas de uma ótima infraestrutura, com portos, aeroportos, hotéis, pousadas e parques. As praias se destacam pelas belezas naturais. Há também o turismo histórico-cultural, com cidades de arquitetura da época colonial, como Recife, Olinda e Salvador.

Nos últimos anos, o turismo é uma das atividades que mais se desenvolveu na macrorregião do nordeste, em todas as capitais e principalmente no litoral sul da Bahia, passou a ser muito procurado pelas belezas das suas praias e temperaturas elevadas na maior parte do ano. Os governos estaduais, junto à iniciativa privada, realizaram fortes investimentos em infraestrutura turística, melhorando a qualidade dos serviços hoteleiros e de comunicações. A mão de obra local foi qualificada para exercer as diversas funções ligadas ao turismo.

O OÁSIS NA REGIÃO DO AGRESTE

A cidade de Campina Grande, no interior do estado da Paraíba, destacava-se por ser a única cidade do interior nordestino a possuir uma loja da cadeia Mc Donald, até pouco tempo. No entanto essa cidade foi citada recentemente em uma revista americana como um dos polos tecnológicos emergentes do planeta. A cidade paraibana abriga dezenas de indústrias de informática e eletrônica, já que na Universidade Federal da Paraíba, em Campina Grande, formam-se anualmente 250 novos profissionais, além dos festejos juninos nessa cidade e ao redor, como a cidade de Caruaru.

CURSO EEAR 2023

ESA 2022

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