Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda”, Sudeste: “Que está situado próximo ao centro de uma área ou região, ao mesmo tempo chegando ao sul. Uma região ou um conjunto de regiões que se estendem do centro ao sul de um estado, país, região ou continente”.

Fonte: Quino.
A macrorregião do Centro-Sul do país é a região mais industrializada e urbanizada do território brasileiro, onde se destacam cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Esta área também possui um notável desenvolvimento agrícola, muito embora registre cenas de lutas pela posse da terra e invasões de propriedades por aqueles que não possuem terras, com o apoio do MST, Movimento dos Trabalhadores sem Terra.
“A divisão regional do Brasil consiste no agrupamento de Estados e Municípios em regiões com a finalidade de atualizar o conhecimento regional do País e viabilizar a definição de uma base territorial para fins de levantamento e divulgação de dados estatísticos. Ademais, visa contribuir com uma perspectiva para a compreensão da organização do território nacional e assistir o governo federal, bem como Estados e Municípios, na implantação e gestão de políticas públicas e investimentos”.
“A divisão regional do Brasil faz parte da missão institucional do IBGE desde os primórdios do Instituto. A necessidade de um conhecimento aprofundado do Território Nacional, visando, na década de 1940, mais diretamente à sua integração e, nas divisões posteriores, à própria noção de planejamento como suporte à ideia de desenvolvimento, passou a demandar a elaboração de divisões regionais mais detalhadas do País, isto é, baseadas no agrupamento de municípios, diferentemente das divisões até então realizadas pelo agrupamento dos estados federados”.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
A MACRORREGIÃO SUDESTE
A macrorregião sudeste do Brasil possui a extensão territorial de 924.511 quilômetros quadrados, ocupando 11% da área total do país. O Sudeste é formado por quatro estados, o Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, a região de maior dinamismo econômico no território nacional, e possuidor dos maiores índices de industrialização e urbanização, estabelecidos com a transformação iniciada por Getúlio Vargas, onde nesse período o estado do Rio de Janeiro era a capital da República, e impulsionada pela crise de 1929, interferindo negativamente nas exportações do café brasileiro.
Como neste período a nossa principal característica econômica era a exportação extremamente dependente do café como produto de favorecimento da nossa balança comercial, tem-se nesse momento a quebra da nossa economia, onde Getúlio Vargas identifica como necessidade principal uma modifiação de cunho modernizador da economia brasileira, o que deu início ao processo de industrialização e urbanização, com investimento nas indústrias de base, produção ou capital, designada também como pesada no país, atrelada a adoção de uma política de substituição de importações que visava o fortalecimento do mercado interno, com uma forte intervenção estatal.
E posteriormente, com os planos de metas de Juscelino Kubitschek de Oliveira de 1956 até 1961, a sua política desenvolvimentista de associação ao capital internacional, transferindo a capital do país para Brasília.
Desde então, o sudeste brasileiro tem no desenvolvimento e diversificação industrial e urbana um ponto forte de sua economia, desenvolvendo na região o maior parque industrial da América Latina, o ABCDM paulista, abrangendo as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá, e a sua configuração de centro econômico e financeiro, possuidor das grandes metrópoles globais brasileiras, os estados de São Paulo que produz quase 50,0% do PIB, Produto Interno Bruto, brasileiro e o estado do Rio de Janeiro.
O relevo destaca-se com os Mares de Morros nas formações diferenciadas da denominada escarpa da serra do Mar e da Mantiqueira, ambas de origem geológica muito antiga, constituída basicamente por granito e gnaisse com formação na Era Pré-Cambriana.
A região sudeste é marcada pela variedade, não há uma uniformidade nos quatro estados que compõem a região, uma área que tem o relevo considerado como o mais dinâmico do país, onde se localizam as escarpas e serras da Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço, pertencentes ao Planalto Atlântico ou Oriental. Com basicamente, quatro os tipos que podem ser achados nessa região:
- planície e terras baixas costeiras;
- serras e planaltos do leste e do sudeste;
- planalto meridional;
- depressão periférica.
Assim como o relevo, o clima da macrorregião sudeste também é variado. Somente nessa região podem ser notados os climas tropical, tropical de altitude, subtropical e litorâneo úmido. A tropicalidade com um clima quente e úmido no período do verão, durante o inverno, é comum as ocorrências de baixas temperaturas com influência da mPa, massa Polar atlântica.
No que concerne à relação climatobotânica tem-se a Floresta ou Mata Atlântica, bastante devastada por diversas formas e atividades econômicas como extrativismo vegetal, mineral, agropecuária e a expansão urbana, antes do processo de ocupação chegava a ocupar cerca de 13,0% até 15,0% do território nacional, abrangia uma área de 1.315.460 km² de extensão, hoje ocupa uma pequena área e é classificada como uma vegetação em extinção.
Hoje, a maior parte dessa floresta quase não existe, restando apenas alguns trechos esparsos em encostas desse relevo como na escarpa da serra do Mar, que correspondem a 8,0% da vegetação original. O bioma da mata atlântica abriga uma das maiores diversidades biológico do planeta, sendo considerado como um dos 34 hotspots mundiais, ou seja, uma área prioritária para a conservação mundial com potencial de investimento.
A mata atlântica que se estendia no sentido do leste para o oeste nessa região, do litoral até o planalto atlântico, subdividia-se em dois tipos:
- A floresta tropical de encosta ou úmida, que se apresenta bastante densa e um grande número de espécies vegetais como a sapucaia, jatobá, jacarandá, figueira, pau brasil e o açoita cavalo;
- A floresta tropical de planalto ou semiúmida, menos densa e com menor número de espécies vegetais, como o cedro, peroba e o palmito juçara.
A mata tropical atlântica foi bastante devastada no período colonial, mas principalmente nos últimos anos, com a expansão urbana. No interior da macrorregião do vale do Paraíba do Sul e oeste paulista a lavoura cafeeira contribui fortemente, para o desenvolvimento econômico, industrial e urbano dessa área, com a construção de ferrovias, rodovias, diversas indústrias e montadoras.
No litoral, em algumas áreas de encostas, a vegetação ainda está preservada, como no Município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, nessa área do sul fluminense está situado a NUCLEP, usina Nuclear brasileira, na praia de Itaorna, que em tupi guarani, significa terra ou pedra podre, os rios encachoeirados garantem um grande potencial energético à região sudeste.

Adaptado Atlas Nacional do Brasil, IBGE, 1992/http:/www.sosmatatlantica.org.br
A HIDROGRAFIA DA MACRORREGIÃO
Nessa macrorregião o rio com destaque é o São Francisco, com a sua nascente no estado de Minas Gerais, nessa região ele é de planalto, tem em seu curso a usina hidrelétrica de Três Marias, que, além de gerar energia para a região, através da construção de barragens, contribui para a regularização do trecho do rio onde está localizada.
Outro rio importante do sudeste é o rio Paraná, onde se localizam as mais importantes usinas hidrelétricas do país, como as de Jupiá e de Ilha Solteira, que constituem o Complexo Hidrelétrico de Urubupungá. Um dos afluentes do rio Paraná, que atravessa quase todo o estado de São Paulo, é o rio Tietê. Esses dois rios formam a hidrovia Tietê-Paraná, a mais importante do Brasil, que já se encontra em funcionamento parcial.
Por essa hidrovia, milhares de toneladas de soja produzidas anualmente no estado de Goiás estão sendo transportadas de São Simão, cidade goiana, até Pederneiras, em São Paulo, numa extensão de 640 km pelos rios Parnaíba, Paraná e Tietê. Cada comboio com quatro chatas transporta carga equivalente a 135 caminhões, o que demonstra o baixo custo do transporte fluvial.
A bacia do Rio Paraíba do Sul abrange três estados da macrorregião sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A região é banhada pelo Rio Paraíba do Sul e seus afluentes. O Vale do Paraíba e a Zona da Mata Mineira são as principais regiões beneficiadas por essa bacia hidrográfica. Ela faz parte da região hidrográfica conhecida como Atlântico-Sudeste, ele tem a sua nascente no estado de São Paulo e deságua no oceano atlântico no norte estado do Rio de Janeiro, que o torna um rio pertencente à União.
Atravessando terras dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, encontra-se o rio Doce. Parte de seu vale possui grande importância econômica, pois dele se extrai o minério de ferro, que é exportado para inúmeros países.
Outros rios da região que merecem destaque são o Ribeira do Iguape, no sul do estado de São Paulo; e o rio Grande, entre São Paulo e Minas Gerais. Este último, com grande potencial hidrelétrico, comporta as usinas de Furnas, Itutinga e Marimbondo.
A OCUPAÇÃO DA MACRORREGIÃO
A descoberta de pedras preciosas, diamante, ouro e o plantio do café foram as atividades econômicas que deram início à ocupação de parte da região sudeste. Com elas foram ocupadas as regiões do estado de Minas Gerais, o Vale do Paraíba do Sul, o Oeste Paulista, a Zona da Mata Mineira e o Espírito Santo. Como a ocupação foi acompanhada de uma urbanização descontrolada, a região atraiu trabalhadores de vários pontos do país e, com isso, a favelização e periferização foi inevitável.
Os bolsões de miséria e o colapso na infraestrutura urbana são problemas que as autoridades não conseguem solucionar, em relação à violência urbana, expansão do tráfico de drogas, milícias etc.
Como a infraestrutura, saneamento básico e ambiental da maioria das cidades do sudeste brasileiro não acompanhou o processo de urbanização, problemas ambientais urbanos vêm crescendo assustadoramente como os congestionamentos devido à deficiência no transporte público de qualidade, onde predomina o movimento populacional pendular, com infraestrutura, saneamento básico e ambiental deficitária.
ASPECTO DA POPULAÇÃO
De acordo com dados do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, essa macrorregião possui 80.353.724 habitantes, sendo a mais populosa do Brasil. Esse contingente populacional corresponde a 45,2% da população total do país. O Sudeste do Brasil é a mais populosa do país. Aliás, se fosse um país, seria o décimo quinto mais populoso do mundo. Isso nos leva a um número aproximado de 928.000 Km em torno de 10,85% do território nacional e uma densidade demográfica de 78,09 pessoas por Km². Principalmente as cidades turísticas do Rio de Janeiro e São Paulo que são as mais industrializadas, urbanizada, populosas e com problemas típicos de cidades desenvolvidas, como congestionamentos, enchentes, por conta do excesso da produção de lixo. Um dado que mostra a importância do Sudeste para o Brasil é que em torno de 43,0% da população brasileira se encontra nesses quatro estados.
Atualmente uma parte parcela dessa população que se concentra na região sudeste tiveram como estado de origem em outras regiões, principalmente o nordeste brasileiro, ficando evidentes que o motor propulsor e controlador desses deslocamentos migratórios são as diferenças regionais, quando predominou o êxodo rural.
Permitindo afirmar que muitos dos migrantes chegaram ao sudeste no momento de expansão da lavoura cafeeira em direção ao Oeste Paulista, associados à introdução do sistema de transporte ferroviário viabilizando o escoamento de produtos agrícolas para o mercado externo, já que o modelo de arquipélagos econômicos pautou a nossa economia brasileira agroexportadora nesse período.
O crescimento populacional da região sudeste atinge a faixa de aproximadamente 1,3% ao ano, o que explica um crescimento do número de idosos com o acompanhamento do número de adultos na sua estrutura populacional, que se atrelado ao aumento de ofertas de empregos formais associados à melhor qualificação profissional da população brasileira, pode gerar um crescimento econômico muito maior, mas se esse envelhecimento da população e o aumento do número de adultos não forem acompanhados de todas essas medidas, certamente contribuirá para o aumento da informalidade com a intensificação da hipertrofia do setor terciário, verificando maiores gastos com o sistema previdenciário do que o número de contribuintes, gerando possivelmente déficit nesse sistema.
Atualmente se evidenciaria uma drástica redução dos deslocamentos migratórios tendo como destino o sudeste brasileiro, pela redução dos postos de trabalho, com a retração da capacidade de absorção de mão-de-obra e a violência urbana contribuindo com a migração de retorno. Porém, a saída de pessoas não supera em quantidade o número de entradas.

Fonte: Mapa da América.com – Atlas Geográfico Escolar- MEC-IBGE.
A LIDERANÇA ECONÔMICA
No aspecto econômico, a macrorregião sudeste se destaca por ser a região mais desenvolvida do país, abrigando o maior parque industrial brasileiro, o ABCDM paulista. A indústria é bastante diversificada, atuando nos segmentos siderúrgico, metalúrgico, automobilístico, informática, alimentício e petroquímico.
A macrorregião sudeste constitui uma das áreas de mineração mais importantes do Brasil. Os interesses da industrialização e da exportação associados ao desenvolvimento da tecnologia de pesquisa do subsolo propiciaram a descoberta de diversos tipos de minerais, que constituem importantes matérias-primas para a indústria. Um desses minerais é o ferro.
A jazida de ferro mais importante do país está situada numa área ao sul de Belo Horizonte, conhecida como Quadrilátero Ferrífero, constituída pelas cidades de Belo Horizonte, Mariana, Santa Bárbara e Congonhas. A exploração do minério de ferro é realizada pela companhia Vale do Rio Doce, onde recentemente ocorreu uma grande tragédia com os rejeitos dos resíduos dessa exploração.
O petróleo é uma importantíssima fonte de energia, que, juntamente com a energia proveniente das usinas hidrelétricas, fornece condições para o crescimento industrial dessa região. No estado do Rio de Janeiro, maior produtor nacional, ele é encontrado na região da plataforma continental da bacia de Campos. No estado do Espírito Santo, ele é extraído tanto na região da plataforma continental quanto no continente, nas proximidades de São Mateus.
Para refinar o petróleo extraído, transformando-o em vários subprodutos, existem importantes refinarias:
- Henrique Lages, no município de São José dos Campos no estado de São Paulo;
- Paulínia, no município de Paulínia no estado de São Paulo;
- Capuava, no município de Mauá no estado de São Paulo;
- Presidente Bernardes, no município de Cubatão no estado de São Paulo;
- Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias no estado do Rio de Janeiro;
- Gabriel Passos, no município de Betim no estado de Minas Gerais.
Duas razões básicas explicam a liderança econômica do Sudeste brasileiro:
- Foi uma área organizada como de atração de população e de capital, onde o mercado que se formou, através do desenvolvimento do modal rodoviário, os recursos naturais e a mão de obra qualificada do imigrante foi fundamental.
- A região produzia os bens industrializados e os negociava às demais regiões que, além de compradoras dos seus produtos, tornaram-se fornecedoras de matérias-primas e alimentos a preços baixos.
- Desde os anos 1980, o sudeste brasileiro vem diminuindo a sua participação no PIB, Produto Interno Bruto, nacional, devido a fatores como; a recessão da economia nacional naquele período, o longo e gradual processo de desconcentração industrial ou deseconomia de aglomeração, ligado à guerra fiscal, e agropecuária relacionada à expansão da fronteira agrícola em direção a outras regiões, principalmente ao centro oeste brasileiro.
Esse desenvolvimento econômico contribui para os bons indicadores socioeconômicos da região, que detém o segundo melhor IDH, Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. No entanto, essa região não está isento de problemas sociais. Existe uma grande desigualdade social nesses estados, além da violência, desemprego e déficit habitacional.
A MEGALÓPOLE EM FORMAÇÃO
O eixo da rodovia da Via Dutra, que liga os estados de São Paulo ao Rio de Janeiro, atrai atualmente um grande volume de investimentos produtivos em diversos setores industriais, com destaque para as montadoras automobilísticas, aeronáutica, metalúrgica, siderúrgica e química. Entre os fatores que podemos destacar como favoráveis à atração de empreendimentos industriais estão:
- Proximidade de fortes mercados consumidores e infraestrutura, saneamento básico e ambiental, com serviços urbanos para atender essa demanda;
- Disponibilidade de mão de obra qualificada graças à presença de centros universitários;
- Cidades de porte médio com redes de energia, água, esgoto e coleta de lixo;
- Rede de transportes com modernas rodovias e facilidades de acesso a aeroportos, ferrovias e portos;
- Uma rede densa de telecomunicações e bolsa de valor.
Atualmente, é impossível imaginar a região metropolitana de São Paulo e a região metropolitana do Rio de Janeiro de forma totalmente isolada, isso porque a reestruturação produtiva dessas duas regiões levou muitas empresas a abandonarem essas regiões em favor de novas localidades que se encontram justamente entre essas duas áreas metropolitanas. Logo, a fluidez da economia capitalista entre ambas vem se encarregando de desenvolver o processo de conturbação, atualmente bastante lento, segundo alguns autores esse processo não vai se concretizar.
Nessa região entre esses dois estados devido a diversos fatores com a distância entre eles, leis estaduais diferentes dificilmente se formarão uma megalópole, ficando mais fácil atualmente a formação de uma megalópole no estado de São Paulo, entre as regiões metropolitanas de Santos, Campinas e São Paulo.

Fonte: Atlas Geográfico Escolar – MEC-IBGE
A MACRORREGIÃO SUL
A macrorregião sul é formada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é região com a menor em extensão territorial com 577.214 Km2, ocupando 6,76% do território nacional, tendo uma densidade demográfica de 47,5 hab/km2, a população total soma quase 28,5 milhões de pessoas. A região faz fronteira com os países Uruguai, Argentina e Paraguai, os chamados Países Platinos.
É a única macrorregião do Brasil que se localiza fora da zona climática tropical, na zona temperada do hemisfério sul, com as estações do ano melhor definidas, variando nitidamente, porém na parte norte situa- se o Trópico de Capricórnio, que corta o norte do estado do Paraná, sul do estado do mato Grosso do Sul e praticamente todo o estado de São Paulo. No inverno, caem geadas e, em alguns momentos, neve nas áreas mais elevadas. Com um clima denominado de subtropical, com temperaturas que costumam ficar abaixo das médias do restante do país.
A região conta com uma amplitude térmica elevada, já que no verão as temperaturas podem alcançar 30,0 graus, principalmente no litoral, e no inverno temperaturas menores que 20,0 graus. Na serra catarinense e gaúcha, temperaturas negativas são registradas, com as chuvas geralmente são bem distribuídas ao longo do ano.
O relevo sulista tem poucos acidentes geográficos, sendo dominado pela vastidão do planalto Meridional brasileiro, geralmente com pouca elevação, constitui-se principalmente de duas diferentes divisões do planalto brasileiro. Uma delas é o planalto Cristalino ou planalto Atlântico, que formam as elevações no leste da região, algumas até próximas ao litoral. Esta elevação é responsável pelo grande número de morros, conhecido como Mar de Morros. O planalto Meridional ocupa a maior parte da Região Sul, formando as conhecidas serras, como a serra Geral. As planícies também são encontradas na região.
O relevo é caracterizado por planaltos e chapadas de formação geológica de basalto e arenito, com o predomínio do denominado solo de terra roxa, na serra geral, parte do domínio do Planalto Meridional Brasileiro que apresenta três compartimentos, cada um com uma natureza geológica diferente. As depressões entre os planaltos na borda leste do rio Paraná e a depressão periférica Sul-Rio Grandense, com depósitos de sedimentos e arenito do período paleozoico rico nas reservas de carvão mineral e xisto betuminoso.
Os planaltos formados por um escudo cristalino, de formação geológica antiga, próximo ao oceano Atlântico, denominado de “serra do mar”, uma continuidade do relevo do estado de São Paulo, com a formação de escarpas e marres de morros, formado por granito e basalto. Sua formação de relevo é bastante desgastada pelos agentes externos ou exógenos, com isso, a sua altitude não é elevada, essa forma de relevo nessa região é conhecida como coxilhas.

Fonte: Atlas Geográfico Escolar – MEC
O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA MACRORREGIÃO
O seu processo de ocupação foi iniciada efetivamente na segunda metade do século XIX, atrelada a Lei Eusébio de Queirós de 1850, com a proibição do tráfico negreiro e a Lei de Terras, que foi caracterizada pela estatização de terras devolutas, posteriormente leiloadas pelo estado, beneficiando o grande proprietário rural, pois somente ele teria capital suficiente na época para fazer aquisições dessas terras, antes desse período, no século XVII, em 1680 foi fundada nessa região a Colônia do Sacramento, onde seus ocupantes dedicavam-se à pecuária extensiva, favorecendo o surgimento das denominadas estâncias do litoral.
Podendo-se afirmar que antes da Lei de Terras, a terra só tinha valor de uso, e posterior a Lei, a terra passou a ter valor comercial, isto é, de compra e venda. O que contribuiu para o crescimento da concentração fundiária nessa região, mediante ao processo de mercantilização, ou seja, com a atribuição de valores a essa terra.
A vegetação original onde predominava a Mata das Araucárias não resistiu ao processo de ocupação e foi bastante devastada, no oeste dos estados de Santa Catarina e sudoeste do Paraná pela exploração madeireira, praticamente esse bioma da denominada floresta dos pinhas desapareceu nessa região, pelas indústrias no estado do Paraná, ligadas ao aproveitamento dessa madeira como a produção de móveis, papel e celulose.

Fonte: Mata de Araucária – Araucária angustifólia – IBGE: Percy Lau.
Nas áreas mais elevadas são comuns, durante o inverno, temperaturas negativas, queda de neve e geada. Por estar sob o domínio da subtropicalidade, é possível distinguir no sul do Brasil temperaturas mais amenas em relação ao restante do país.
Devido a sua estrutura geológica e o relevo, a maioria dos rios dessa região segue em direção de leste para oeste. As duas principais bacias hidrográficas são a Bacia do Paraná e a Bacia do Uruguai. Os rios da região têm grande potencial hidrelétrico. A usina hidrelétrica de Itaipu Binacional, uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, localiza-se no rio Paraná, forma a extensa bacia hidrográfica platina, constituída pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
A vegetação da macrorregião sul é bastante variada, com a devastada mata das araucárias ou dos pinhas, nas regiões com o relevo mais elevado, com temperaturas baixas. Constituída também por outras espécies como imbuia, cedro, canela, gameleira, angico e tamboril. Com o desmatamento, para construção de casas para a expansão urbana, moinhos, fabricação de móveis, celulose e para dar lugar à prática da agropecuária, o pouco em que sobrou foi transformado em áreas de preservação ambiental.
A mata atlântica, uma grande cobertura vegetal primitiva, cobre parte da escarpa da serra do mar, que se estende no litoral das encostas nessa região. Nela encontram-se espécies como a figueira, canela, pinho-bravo, embaúba, pau-óleo, ipê amarelo, ipê da serra e o carvalho, que é um importante bioma local. No litoral, na interface dos rios, lagoas e lagunas, predomina a vegetação de mangues, praias e restingas.
Parte dessa região é ocupada também por uma grande extensão de campos limpos do pampa sulista da campanha gaúcha, denominado de pradarias ou pampa, os campos dos planaltos, que vão dos estados do Paraná até o norte do Rio Grande do Sul com uma camada de gramíneas e erva rasteira. Os campos sujos, com gramíneas e arbustos, classificado de cerradinho.
O denominado solo de terra roxa de grande parte dos trechos da campanha gaúcha vem sendo utilizado para criação de gado desde o século XVIII, sofre com a lixiviação, erosão e a degradação, especificamente no município de Alegrete, com 200 hectares degradados, formando atualmente o processo de arenização de São João, considerado o maior da região.
MAPA DOS ECOSSISTEMAS DE CAMPOS NO SUL DO BRASIL

Fonte: RadamBrasil – Atlas Geográfico Escolar- MEC-IBGE.
O aquífero Guarani é um grande reservatório de água subterrânea localizado a centenas de metros de profundidade no subsolo, constituído pelas formações Botucatu e Pirambóia, está localizado na região centro sul da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste.
Considerado o maior reservatório subterrâneo de água doce do planeta, possui cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná até a Bacia do Chaco–Paraná, estando presente em quatro países da América do Sul, no Brasil com 840.000 Km2, no Paraguai com 58.500 Km2, no Uruguai com 58.500 Km2 e na Argentina com 255.000 Km2.
Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro, com 2/3 da área total de água confinada, esse aquífero engloba e se estende pelo subsolo dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocupando basicamente toda a macrorregião sul.

Fonte: Atlas Geográfio Escolar – MEC. Aquífero Guarani.
A OCUPAÇÃO DA MACRORREGIÃO
Regida por uma política de incentivo à vinda de imigrantes para o país, com o objetivo de direcionar essa mão-de-obra imigrante para a expansão da lavoura cafeeira em direção ao Oeste Paulista, no denominado solo de terra roxa, notando-se uma modificação do sistema de trabalho, agora assalariado, estabelecendo-se, na época como colônia de povoamento, esses imigrantes foram os primeiros assalariados no país.
Os imigrantes europeus que chegaram a partir do século XIX introduziram novas formas de aproveitamento do espaço da terra. Enquanto os alemães ocuparam as regiões de relevo mais baixo desenvolvendo atividades agrícolas e industriais. Os italianos se concentraram na região serrana do estado do Rio Grande do Sul, dedicando-se ao cultivo da uva e à fabricação do vinho.
Em Santa Catarina, a ocupação foi feita ao redor do Vale do Itajaí. No norte do Paraná, o café atraiu brasileiros de vários pontos do país e do mundo, esse processo rápido de ocupação pela agropecuária e expansão urbana degradou a cobertura vegetal nativa. Com a expansão da agropecuária vem contribuindo com a formação de uma mancha de arenização como na região de Alegrete no estado do Rio Grande do Sul.
ASPECTO DA POPULAÇÃO
A estrutura populacional da região sul é composta por uma intensa imigração, principalmente de Italianos, Eslavos, Alemães e Japoneses, nas colônias de povoamento nas pequenas glebas de terras, onde passaram a praticar uma agropecuária de subsistência. Com isso essa região é marcada por um crescimento populacional na faixa de 1,4% ao ano, o que explica o crescimento do número de idosos, além da maior longevidade da população do país, com o predomínio de adultos nessa região.
Os imigrantes ocuparam algumas regiões específicas do sul do país como Curitiba e Ponta Grossa no estado de Curitiba, com os eslavos, Joinville e Itajaí-Açu no estado de Santa Catarina com os alemães, Blumenau e Brusque no Rio Grande do Sul, também o predomínio de alemães. Os italianos ocuparam principalmente as regiões mais elevadas dos planaltos nas cidades de Caxias do Sul, Garibaldi, Farroupilha e Bento Gonçalves, também no estado do Rio grande do Sul.
A PRODUÇÃO ECONÔMICA
Na macrorregião sul, a pecuária é praticada de forma extensiva e intensiva, com técnicas modernas, ocupa um importante papel para a economia da região. A criação de gado bovino de corte visa abastecer o mercado interno e a exportação. A produção de gado leiteiro, um dos melhores rebanhos do Brasil, beneficia as indústrias de laticínios. A região é uma das maiores produtoras e exportadoras de suínos e também frangos, com destaque para a cidade de Chapecó, no estado de Santa Catarina, município considerado a capital da agroindústria, onde estão localizadas grandes unidades industriais processadoras exportadoras de proteína animal de carne de suínos e aves.
Os estados do Sul do país ainda são chamados de “celeiros agrícolas” porque a região tem um forte destaque na agropecuária. O clima subtropical, o uso de técnicas modernas que propicia boa produtividade às culturas de soja, milho, trigo, feijão, arroz e tabaco, juntam-se à vegetação rasteira típica da região, que contribui para a criação de rebanhos bovinos e suínos principalmente na região da campanha gaúcha, sendo a região grande produtora de proteína animal, para o mercado interno e principalmente para a exportação, com grandes abatedouros e frigoríficos, a modernização da pecuária nessa macrorregião favoreceu o estabelecimento e desenvolvimento de grandes frigoríficos como Armour, Anglo, Wilson e Swift. Essa região é a maior produtora de proteína animal do país, inclusive aparecendo nas páginas do noticiário policial com o escândalo do frigorífico JBS.

A expansão da lavoura comercial de soja não impediu que essa região continuasse a desenvolver outras agriculturas de grande importância, como a erva-mate, o trigo, o milho, o café, o arroz, o feijão, alho, cebola e o tomate. No estado do Rio Grande do Sul, os imigrantes italianos dedicaram-se principalmente à plantação e industrialização da uva, com a produção de vinhos na serra gaúcha. Grandes vinícolas estão instaladas na região, que é responsável por 85,0% da produção nacional. A indústria do vinho é hoje uma importante fonte de renda para a região, cidades como Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi. No estado de Santa Catarina, os italianos se dedicavam a várias culturas, formando cidades importantes, como Nova Trento e Nova Veneza.
Na última década do século XX, através de uma agressiva política de incentivos fiscais, várias empresas estrangeiras e de outros estados do país instalaram-se nessa macrorregião. Com isso, montadoras de automóveis e indústrias de autopeças foram as que mais se beneficiaram das vantagens concedidas.
Grandes indústrias estão instaladas nessa região, entre elas, a Vivo e a Renault no estado do Paraná; a Bunge Alimentos, a Sadia, a Perdigão, a Seara, a Brasil Foods, a Weg e a Hering, no estado de Santa Catarina e a Refap e a Renner no estado do Rio Grande do Sul.
No estado do Rio Grande do Sul, o parque industrial se estende entre os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo, que é uma das principais áreas de produção de couro e calçados do país. No parque industrial de Caxias do Sul estão instaladas indústrias químicas e de materiais, transportes, tratores e carrocerias para ônibus.
Nas margens do rio Itajaí-Açu, no município de Blumenau que é o centro econômico e turístico do Vale do Itajaí. Um lugar de paisagens europeias em meio ao verde da mata atlântica, que ganha os contornos coloridos dos ipês roxos e amarelos na época da primavera. Além da Oktoberfest, que chega a receber mais de 500 mil visitantes em cada edição anual, há vários outros eventos ao longo do ano, fora os tradicionais passeios por seus parques. Na região do vale do rio Itajaí também se destaca a indústria têxtil, cujos centros econômicos são, Joinville, Blumenau, Itajaí e Brusque. Também a fabricação de cristais finos e softwares, com sedes próprias em Blumenau.
A RELAÇÃO DA MACRORREGIÃO E O MERCOSUL
Com a entrada em vigor do MERCOSUL, em 1995, os três estados sulistas ajustaram as suas economias à nova realidade, já que as suas estruturas produtivas eram diferentes dos países componentes do bloco econômico, e a macrorregião sul se tornaria a porta de entrada dos produtos dos países vizinhos.
De 1995 até 2000 as trocas comerciais foram altamente compensadoras para os estados sulistas, muito embora, em alguns setores, os produtos argentinos e uruguaios rivalizassem com os da região. Nos últimos anos, essas trocas sofreram abalos por conta de crises econômicas vividas pelos países vizinhos e velhas rivalidades entre argentinos e brasileiros.
A MACRORREGIÃO CENTRO-OESTE
A macrorregião centro – oeste é formado pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, sendo a segunda maior área do país, em torno de 1.606.403,5 km². Sua população, de 15,85 milhões de habitantes, segundo a estimativa do IBGE de 2018, é a menor entre as cinco regiões brasileiras, apresentando a densidade demográfica de 9,86 hab/km².
A macrorregião centro-oeste está localizada, em sua maior parte, no domínio do cerrado, podendo ser classificado de uma forma geral, como uma savana brasileira, que se divide em:
- O cerradão, localizado ao norte da região na transição com a floresta amazônica;
- O cerrado, predominando na porção central da região;
- O cerradinho, localizado ao sul da região na transição com a campanha gaúcha, denominado também de campos sujos.
A vegetação do cerrado é composta de árvores tortuosas, com a casca grossa e raízes profundas, entre as quais nascem gramíneas apropriadas para o pasto do gado. Ela possui espécies típicas como o ipê, o pau-serra, a lixeira e o pequi, cujo fruto é muito consumido na região. A constante exploração das formações vegetais principalmente para fabricação de carvão vegetal, usado nas indústrias da região e parte do Sudeste, destruiu grande parte desse bioma.

Fonte: Geomundo.com: Atlas Geográfico Escolar- MEC-IBGE.
Essa região brasileira teve a sua área reduzida em 1988, com a promulgação da nova Constituição, com a criação do estado de Tocantins, integrado a macrorregião norte, que até então era parte do estado de Goiás, que foi desmembrado.
Em 1943 essa região tinha apenas dois estados, Goiás e o Matogrosso em 1977, no governo do presidente Ernesto Geisel, teve início o processo de desmembramento do estado do mato grosso, que se consolidou em 1979, com a formação dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Nessa região se destacam o Planalto Central com suas chapadas e a Planície do Pantanal Mato-Grossense, com depressões nas suas bordas, é a área do país onde a tropicalidade mais se evidencia.
O Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, criado em 1981, tem 95,0% de seus 1.350 km2 em áreas alagáveis. Localizado no chamado complexo do pantanal, abriga paisagens de campos e florestas. Outros parques da região, como a:
- Chapada dos Guimarães no estado do Mato Grosso;
- Chapada dos Veadeiros e Emas no estado de Goiás;
- Serra da Bodoquena no estado do Mato Grosso do Sul.
O relevo dessa região é composto por chapadas e planaltos que segundo a classificação do geógrafo e professor Aziz Ab’Saber estão inseridos no planalto central brasileiro, sendo um divisor ou dispersor de águas. No curso médio dos rios Araguaia e Javaés, onde está situada a maior ilha genuinamente fluvial do mundo, a ilha do Bananal no estado de Tocantins, com cerca de 20.000 Km², atualmente com o desenvolvimento de projetos agropecuários. O rio Araguaia tem a sua nascente na serra do Caiapó, na cidade de Mineiros no estado de Goiás, sendo o segundo rio mais importante da bacia hidrográfica do Araguaia – Tocantins.
A IMPORTÂNCIA CLIMÁTICA
Na macrorregião Centro oeste a influência climática está condicionada principalmente com dois fatores climáticos a continentalidade, não sofrendo uma influência direta da maritimidade e as massas de ar Tropical continental, mTc, Equatorial continental, mEc, e a Polar atlântica, mPa, além da relação da latitude e do relevo planáltico. O verão é quente e chuvoso, com chuvas entre os meses de março a outubro, e o inverno menos úmido, com precipitações entre os meses de abril a setembro, com o clima denominado de tropical típico, com duas estações bem definidas, denominado também de tropical semiúmido.
Características principais do clima tropical típico:
- As temperaturas são mais elevadas;
- Um alto índice pluviométrico, com chuvas mais intensas no verão;
- Duas estações bem definidas no período do verão e do inverno;
- Elevada amplitude térmica anual;
- Verão quente e chuvoso;
- Inverno ameno, seco ou menos úmido.
Em Brasília, a capital federal e cidades vizinhas, o clima seco ou menos úmido faz a umidade do ar cair para 12,0% nos meses de agosto. Importante ressaltar que nas regiões mais elevadas do planalto central brasileiro predomina o clima tropical de altitude, onde nos meses mais frios pode ocorrer até geada.
A REDE HIDROGRÁFICA
A macrorregião centro-oeste é um divisor de águas, com nascentes de vários rios que deságuam e fazem parte da bacia hidrográfica amazônica, da bacia do Paraná e da bacia do rio Paraguai. Os rios Jurema, Arinos e o Xingu banham o norte do estado de Mato Grosso vindos da Bacia Amazônica. Os rios que formam a Bacia Hidrográfica do Paraná são os rios Paraná e o Parnaíba. São rios de planalto que se apresentam com grandes quedas d’água. Para tornar o rio navegável, foram construídas eclusas junto das barragens das hidrelétricas de Barra Bonita, Jupiá e Três Irmãos.
As regiões de planície do Pantanal são drenadas pelo rio Paraguai, que tem a maior bacia hidrográfica da Região Centro-Oeste. O rio Paraguai e seus afluentes cortam boa parte da região. São rios navegáveis e de reduzido potencial hidrelétrico como os rios Miranda, Taquari, Cuiabá e Aquidauana, que drenam a região do pantanal mato-grossense, nos períodos chuvosos, transbordam e ocupam vários quilômetros de suas margens.

Fonte: Atlas Geográfico Escolar – Ministério dos Transportes – MEC-IBGE.
Em relação à pedologia essa região é constituída por solos ácidos e ricos em ferro, que em função da concentração de chuvas no verão associado à expansão da agropecuária e ao seu uso inadequado, permitem o processo de laterização do mesmo.
A estiagem prolongada do inverno destrói boa parte da vegetação do bioma do cerrado, com solos naturalmente pobres em nutrientes, com latossolos e lixiviados.
A utilização de inovações tecnológicas por parte da EMBRAPA, Empresa Brasileira de Agropecuária, com o objetivo de neutralizar o solo pelo seu ph ser muito baixo, isto é, bastante ácido, com o processo de correção através da calagem, que é mais econômico para os agricultores, utilizar adubo orgânico reaproveitando a colheita para formar material orgânico e proteger o solo, levou uma maior ocupação dessa região, e possibilitou diversos cultivos no cerrado. A região Centro-oeste possui de umas formas gerais três principais ecossistemas ou biomas; amazônico, o cerrado que se divide em cerradão, cerrado e cerradinho e o pantanal mato-grossense.
O processo de ocupação dessa macrorregião é recente, com a expansão da fronteira agropecuária, através da produção agrícola da soja, principal produto cultivado, além do milho, algodão, arroz e a pecuária extensiva.
Esse processo foi intensificado com a transferência da capital do país do Rio de Janeiro para Brasília, no Distrito Federal com início da sua construção em 1959 e inaugurado em 1960, no governo de JK, Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocupando uma área inicialmente de 14.400 Km² nos anos 1970, a área atraiu muitos sulistas que vinham em busca de terras disponíveis, valorizando-as de tal forma que durante algum tempo foram comuns às lutas pela posse da terra nessa região, provocando uma intensa degradação ambiental do cerrado.
ASPECTO DA POPULAÇÃO
O crescimento populacional dessa região está na faixa de 1,6% ao ano, tornando a população predominantemente adulta, concentrada no centro-sul da região, onde a sua densidade demográfica atualmente é de 9,0 habitantes por Km2. Possuindo importantes correntes migratórias, com origem basicamente das regiões nordeste, principalmente essa mão de obra foi utilizada na construção de Brasília, além de migrantes do sul e do sudeste, em grande parte impulsionada pela expansão da fronteira agrícola, grandes empresas públicas e privadas que se instalaram na capital federal, da especulação da terra pela pecuária, com o barateamento das terras e inúmeros incentivos fiscais.
O Centro-Oeste brasileiro é a segunda região mais urbanizada do país, com a sua ocupação efetivamente iniciada na década de 60, em grande parte fruto de uma política integracionista e desenvolvimentista, pautada no Plano de Metas, marco do Governo de Juscelino Kubitschek.
Em relação ao processo de industrialização a macrorregião centro oeste é a menos industrializada, no final do século XX e início do XXI, vem-se instalando em algumas áreas dessa região indústrias ligadas ao agronegócio, com importantes incentivos e vantagens governamentais estaduais e federais, como a indústria frigorífica e de óleos vegetais, além de montadoras do setor automobilístico como a Hynday, no município de Anápolis e a Mitsubish, no município de Catalão, ambas no estado de Goiás, além de grandes revendedoras ligadas às máquinas agrícolas e caminhões.
No processo de ocupação dessa macrorregião, o fator geográfifco influenciou inicialmente com o isolamento e retardamento no processo de ocupação e desenvolvimento econômico, onde a sua dinamização ocorreu com a construção da capital federal e o melhoramento dos sistemas de transportes rodoviário e ferroviário, que ligaram definitivamente essa região ao centro sul do país, área mais industrializada e urbanizada, favorecendo a migração interna para o incremento do agronegócio.
A IMPORTÂNCIA DA AGROPECUÁRIA
A expansão da fronteira agrícola em direção ao cerrado brasileiro transformou o centro-oeste numa das mais modernas e desenvolvidas áreas produtoras de grãos do país e do mundo. Utilizando sementes especialmente selecionadas e adaptadas às condições do clima e solo do cerrado, as lavouras de soja, milho, arroz e, até mesmo de trigo e algodão, estão se desenvolvendo com um grande sucesso.
A acidez do solo foi corrigida com a aplicação do calcário, método conhecido por calagem. A pecuária extensiva é expressiva e se beneficia do relevo suave e a presença de campos naturais. O crescimento da agropecuária foi tão expressivo que a região que respondia por 4,8% do PIB, Produto Interno Bruto nacional em 1985 já participava com 7,0% em 2000, atualmente atingindo quase 10,5%.
Dentre as riquezas minerais dessa macrorregião pode se destacar o diamante, o cristal de rocha quartzo, ferro, manganês, nióbio e o fosfato. Em relação às riquezas do extrativismo vegetal, podemos destacar o capim dourado, borracha, erva mate, Quebracho e a ipecacuanha ou poaia.
O minério de ferro e o manganês da reserva do maciço do Urucum são de ótima qualidade e tudo que é extraído dessa região dos municípios de Corumbá e Ladário é destinado à China e Argentina. Das reservas brasileiras, o estado de Minas Gerais tem o produto com maior teor de ferro, seguido pelos estados do Mato Grosso do Sul e Pará, na reserva de Carajás. A China e Austrália são grandes produtores, mas seus minérios não apresentam a mesma qualidade.
A IMPORTÂNCIA DO MODAL DOS TRANSPORTES
Antes de sair de uma fazenda no Mato Grosso, a tonelada do grão de soja vale, em média, 100 dólares. Quando embarca num navio no porto de Santos, rumo ao exterior, já está custando quase 34% a mais. Casos como os citados estão próximos do fim. A hidrovia TietêParaná já proporciona condições de barateamento da circulação de produtos de grande volume que vinha sendo onerada pelo transporte rodoviário. Assim, o fluxo da produção de grãos para o porto de Santos aumentou em condições bem vantajosas.
Uma alternativa de escoamento dos grãos produzidos no cerrado é através da hidrovia do rio Madeira.
A produção vai por rodovia até Porto Velho, capital do estado de Rondônia e, a partir daí, vai através de balsas até o porto de Itacoatiara, em Manaus, posteriormente utilizando a ferrovia, que liga a cidade de Carajás, que anteriormente só exportava minério de ferro, até o porto de Itaqui ou Ponta da Madeira no estado do Maranhão, um intenso modal. Até o momento, a única ferrovia empregada somente para transportar grãos é a Ferronorte, trata-se de uma ferrovia privada, responsável pelo transporte, principalmente a soja, do centro-oeste até o estado de São Paulo, onde deverá integrar-se à Ferrovia Paulista para alcançar o porto de Santos, onde há um terminal de grãos e farelos, toda essa interligação de ferrovias faz parte do projeto ferroviário norte e sul, em construção há vários anos.
Destaque também para o modal ferroviário do Noroeste, no Sul dessa região, que interliga os estados do mato Grosso do Sul a São Paulo e a MRS Logística que liga os estados de Goiás até Minas Gerais. Essa região possui a segunda malha modal ferroviária menos extensa do país, superando apenas a da macrorregião norte do país.
O modal rodoviário na porção centro oeste do país vem crescendo devido principalmente à ampliação da demanda dos mercados da região sudeste, devido ao crescimento da demanda do crescimento da macrorregião centro oeste e o escoamento de parte da produção.
Destaque também para o modal ferroviário do Noroeste, no Sul dessa região, que interliga os estados do mato Grosso do Sul a São Paulo e a MRS Logística que liga os estados de Goiás até Minas Gerais. Essa região possui a segunda malha modal ferroviária menos extensa do país, superando apenas a da macrorregião norte do país.