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A industrialização pós-Segunda Guerra Mundial

A fase pós-Segunda Guerra Mundial testemunhou uma acelerada e global expansão industrial. Novas tecnologias, reconstrução e demanda impulsionaram o crescimento econômico, transformando países e gerando mudanças sociais e culturais significativas.

PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO MUNDIAL E DO BRASIL

INDÚSTRIA

Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda.

A indústria “é a conjugação do trabalho e do capital para transformar a matéria-prima em bens de produção e consumo”.

Fonte: Quino

O ESPAÇO GEOGRÁFICO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL

Até aproximadamente o início do século XIX, praticamente não havia indústrias no processo produtivo brasileiro, pois anteriormente predominava um processo de colonização baseado na exploração pela economia europeia, ou seja, um modelo colonialista de exploração, isso dificultou o desenvolvimento inicial da produção manufatureira no país. Com isso, o processo histórico se desenvolveu em uma situação de dependência econômica, tecnológica e financeira. A política que impedia basicamente o processo de industrialização do país foi eliminada com a chegada em 1808 da família real portuguesa, posteriormente em 1844 foi criada a Tarifa Alves Branco, que cobrava 30% sobre todas as importações.

No período colonial, o Brasil contava com pequenos empreendimentos fabris artesanais localizados em algumas regiões, mas a industrialização brasileira nesse momento histórico estava relacionada diretamente às dificuldades econômicas das metrópoles europeias. O país ingressou no processo produtivo e industrial no final do século XIX, com o desenvolvimento mundial da fase do capitalismo industrial monopolista. O nosso processo de industrialização foi denominado de retardatário ou tardio, obrigando o Estado a realizar uma política denominada de substituição das importações, para produzir internamente alguns produtos manufaturados ou semimanufaturados que anteriormente importávamos principalmente do continente europeu. O processo de industrialização e, posteriormente, urbanização do Brasil apresentou uma relação direta com a economia agroexportadora cafeeira do final do século XIX, muito marcante no sudeste brasileiro, principalmente no oeste paulista.

O café não é uma espécie nativa do país, ele foi trazido por Francisco de Melo Palheta, essa espécie é proveniente do continente africano, como a cana de açúcar foi trazida da Ásia e introduzida na América, na segunda metade do século XVIII, onde as primeiras mudas de café foram trazidas da Guiana Francesa para o país. Rapidamente essa cultura se espalhou pelo território brasileiro no século XIX, principalmente nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.  

Com a redução das exportações de alguns produtos produzidos no país como o açúcar, cacau, látex e algodão, os novos fazendeiros cafeicultores, deslumbraram elevados lucros com esse novo cultivo, denominado na época de “ouro negro”, rapidamente passou a ampliar a produção dos cafezais, se tornou o principal produto na pauta de exportação do país, principalmente para os Estados Unidos, que industrializava e exportava, era largamente consumido no mercado externo europeu e norte americano, além do aumento do consumo no mercado interno. Uma parcela da acumulação de capital pelos fazendeiros cafeicultores favoreceu o processo de industrialização do Brasil no final do século XIX e início do XX.

Fonte: Produção de café, Pintura de Câdido Potinari.

A abolição da escravatura e, em seguida, a Proclamação da República substituiu o trabalho escravo pela mão-de-obra assalariada e livre, colocando o Brasil em um novo patamar nas relações comerciais internacionais. A economia cafeeira contribuiu para o desenvolvimento da infraestrutura, como o crescimento do sistema de transporte ferroviário para escoar essa produção, além da obtenção dos primeiros imigrantes assalariados no país.  

A partir desse momento, começou a ocorrer à passagem da economia brasileira colonial, basicamente agroexportadora de produtos primários, para uma economia urbana e industrial. Só que ao final do século XIX o Brasil vivenciou uma crise de superprodução de café, acarretando a queda dos preços desse produto no mercado mundial. Colocando um fim na política denominada de café com leite, da supremacia governamental dos estados de Minas Gerais e São Paulo, no poder central. Outro evento mundial que favoreceu e desencadeou o processo de industrialização do país foi à crise de superprodução mundial de 1929.

A crise da produção de café foi responsável pelo deslocamento de parte do capital que anteriormente era empregado no setor cafeicultor para o setor industrial ao longo da década de 1930, bene ciando, principalmente, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

A primeira guerra mundial promoveu um surto de industrialização no país, apoiado na necessidade de substituirmos as importações. A escassez de produtos industrializados no mercado internacional e os elevados preços desses produtos criaram condições para que a nascente indústria nacional pudesse se desenvolver, com maior destaque para o setor de bens de consumo.

A segunda guerra mundial, assim como na primeira guerra mundial, o fato contribuiu para a expansão da atividade industrial no país, mais uma vez apoiando-se na necessidade de substituirmos as importações, pelos mesmos motivos da I Guerra. O período marca ainda a implantação da primeira grande indústria de base do Brasil, a CSN, Companhia Siderúrgica Nacional, implantada no município de Volta Redonda, na região do Vale do Paraíba no estado do Rio de Janeiro. Situada entre três grandes polos estaduais industriais em desenvolvimento na época, os do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A ERA MAUÁ

O Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá, foi a primeira pessoa proeminente na burguesia industrial na história do Brasil, nasceu no estado do Rio Grande do Sul em 1813 e viveu até 1889. Na adolescência se mudou para o estado do Rio de janeiro, onde começaram a trabalhar com a importação, seus investimentos produtivos no país incidiram sobre vários ramos, como a criação da Companhia de Rebocadores da Barra de Rio Grande, responsável por garantir o direito de tráfego no Rio Amazonas no período de 30 anos, investiu nas empresas de bondes no Rio de Janeiro.

Estimulou a implantação de ferrovias no país, com o objetivo principal de escoar os produtos produzidos na produção agrícola mais rápido. Inaugurou a primeira ferrovia do Brasil, oficialmente conhecida como Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis, conhecida como Estrada de Ferro de Mauá, ela foi inaugurada em abril de 1854, seu trecho inicial ligava o Porto de Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, além da abertura de um banco.

Principais fatores que contribuíram para o processo de desenvolvimento industrialização do Brasil:

  • A crescente exportação de café que gerou a acumulação de capital e um lucro elevado, permitindo os cafeicultores investirem na produção industrial, como a têxtil;
  • A infraestrutura no país para a exportação da produção cafeeira, como as ferrovias, produção de energia e comunicação;
  • A mão de obra imigrante assalariada qualificada europeia que trouxe as técnicas de produção de vários produtos fabris já produzidos na Europa;
  • Esse processo produtivo favoreceu a urbanização, consequentemente uma nova classe média urbana, com novos hábitos de consumo;
  • Com a primeira guerra mundial, ocorreu uma dificuldade de o país importar diversos produtos industrializados, estimulando o processo de industrialização interna, um modelo que ficou conhecido como substituição das importações;
  • O estímulo da necessidade da produção de bens de consumo no país devido à redução drásticas das importações;
  • A expansão da rede bancária desenvolvida pela exportação de café;
  • Esse processo intensificou a transição no país de uma sociedade agrária, um modelo primário e exportador, para um modelo de urbano e industrial de operários;
  • Modificação da paisagem urbana de cidades no território brasileiro como o Rio de Janeiro passou a ser a capital da república e São Paulo, um grande polo industrial.

Ainda assim, a produção de café no país vai alavancar o nosso processo industrial após 1930, com o desenvolvimento industrial proposto pelo então presidente da República Getúlio Dorneles Vargas, que governou o país nas décadas de 1930 até 1945 e posteriormente de 1950 até 1954. Um presidente que foi empossado pela denominada revolução de 1930, com o fim da denominada política do café com leite. Ele tem como meta principal um cunho modernizador, tendo como prática principal o intervencionismo estatal na economia, seguindo o modelo econômico proposto pelo Keynesianismo.

A industrialização brasileira foi marcada por indústrias tradicionais de bens de consumo, como a alimentícia e a têxtil, e pela importação de produtos industrializados. Uma parcela do capital acumulado oriundo do café foi investida na implantação de infraestrutura necessária ao impulso da atividade industrial, através principalmente de empréstimos bancários.

Com o “golpe ou revolução” de 1930, a oligarquia agroexportadora paulista e mineira foi desalojada do poder. Houve uma intervenção estatal na economia, investimentos nos setores de bens de produção com subsídio estatal e um modelo de substituição de importações com medidas fiscais e cambiais voltadas à produção interna de mercadorias, com a desvalorização da moeda nacional, além da implantação de leis e tributos que restringiam a importação de diversos produtos.

Foto oficial do Presidente Getúlio Dorneles Vargas

Em 1934, Vargas promulgou a nova Constituição e regulamentaram as relações de trabalho com as leis trabalhistas, beneficiando o trabalhador brasileiro com o salário-mínimo, férias anuais e o descanso semanal remunerado, tendo um grande apoio da classe operária da época basicamente nos centros urbanos. Uma fórmula populista para se mantiver no poder, pois a sua base de apoio para se manter no poder agora está situada nos centros urbanos.

O projeto econômico de Getúlio Vargas era o desenvolvimento capitalista industrial em bases nacionais, quer dizer, com autonomia, comando e administração direta do Estado Nacional, como foi caracterizado como o Estado Novo.

Os setores estratégicos para o desenvolvimento industrial e econômico para o país ficavam sob o controle do estado, como a energia elétrica, petróleo, rodovias, ferrovias, navegação e a mineração. A Companhia Siderúrgica Nacional foi o símbolo do processo de industrialização do Brasil e da implantação e desenvolvimento da indústria de base, produção ou capital, também denominada de pesada.

Fonte: Companhia Siderúrgica Nacional.

Caberia ao estado brasileiro reunir o capital nacional e estrangeiro, para buscar externamente tecnologia para a formação das empresas de capital misto, mas sob o controle do estado nacional, isto é, do governo federal. Com isso, a indústria de base e a produção de todo o tipo de energia eram essenciais para a autonomia nacional, Vargas governou o país de 1930 a 1945.

Getúlio Vargas voltou ao poder em 1951 vencendo nas urnas as eleições voltando democraticamente, para estimular a industrialização do país, investe na criação da Eletrobrás, Petrobras, Furnas, Fábrica Nacional de Motores, Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Hidrelétrica do são Francisco, BNDE, Banco Nacional de Desenvolvimento, atualmente BNDES etc.

No seu projeto nacionalista investiram também nos setores de transportes, comunicações, geração de energia elétrica e exploração de petróleo. Ele também iniciou a adoção de medidas fiscais e cambiais no país, na política de produção industrial voltadas para o consumo interno, que anteriormente eram produtos importados.

Fonte: Petrobras distribuidora – Governo Federal

Mas com um tiro disparado contra a lateral do próprio peito o então presidente Getúlio Dorneles Vargas, se suicidou em 24 de agosto de 1954, um episódio que comoveu todo o país, como ele mesmo escreveu em sua carta testamento, saía “da vida para entrar na história”.

Carta Testamento de Vargas

Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Fonte: Fragmento da carta Testamento de Getúlio Vargas.

O governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira, eleito presidente da República Federativa do Brasil em 1955, tendo como vice-presidente João Goulart, governou o país de 1955 até 1960. Seu governo foi marcado por um grande desenvolvimento industrial, com a transferência de capital e tecnologia estrangeira para o país, principalmente com as indústrias automobilística, química, farmacêutica e de eletrodomésticos.

Foto oficial do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Representou o início do rompimento com a política nacionalista de Getúlio Vargas e apresentou uma forte participação do capital externo. Esse período se caracterizou principalmente pelo tripé: o capital estatal, capital privado nacional e o capital externo.

Esse novo modelo de nacionalismo defendido por JK concentrava-se no estímulo à produção nacional, não levando basicamente em conta a origem dos investimentos. O Governo de Juscelino representou o apogeu do desenvolvimentismo, com uma proposta de crescimento acelerado, modernização da indústria e integração nacional. Estas foram às bases do denominado Plano de Metas, propondo 31 metas, com o objetivo principal o desenvolvimento econômico do país, acentuou a expansão do parque industrial na macrorregião sudeste do país, intensificando os contrastes regionais.

Fonte: Governo federal-ENEM

Para acompanhar esse desenvolvimentismo, o lema era “50 anos de progresso em 5”, que foi consolidado em um conjunto de 31 objetivos que seriam alcançados nos diversos setores da economia, denominado Plano de Metas ou Programa de Desenvolvimento Econômico. Foram realizados a partir de investimento estatal nos setores de produção energética, transportes, mineração, alimentação, educação e construção civil. Essas mudanças tornaram o Brasil um país atraente aos investimentos de capitais estrangeiros.

O parque industrial brasileiro passa a contar com a produção de bens de consumo duráveis e não duráveis, dando continuidade à política de substituição de importações. Esse modelo de industrialização acompanha um aumento da inflação e da dívida externa, e culminou com a construção de Brasília, transferindo a capital do Brasil da cidade do Rio de Janeiro para o planalto central brasileiro, além da expansão do sistema de transporte rodoviário, com a abertura de várias rodovias integrando o país, um plano de integração nacional.

A acentuada concentração do parque industrial no Sudeste brasileiro favoreceu e intensificou as migrações internas. Foi basicamente o início e auge do êxodo rural, que provocou o crescimento desordenado e o inchaço populacional principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o qual não foi acompanhado de investimentos em infraestrutura, saneamento básico e ambiental urbano.

O projeto econômico do Plano de Metas de JK dividiu as tarefas em três partes:

  • Estado: Investiu maciçamente na infraestrutura, transporte e energia, aumentando a produção de petróleo; construiu as hidrelétricas de Furnas e Três Marias; tomou pesados empréstimos externos e ampliou os gastos do governo,
  • Burguesia Nacional: Investiu nas atividades para o mercado interno que exigiam menores investimentos e eram menos lucrativas,
  • Multinacionais: Investiram intensamente nas indústrias de bens de consumo duráveis e não duráveis que exigiam uma transferência maior de tecnologia e capital e eram mais lucrativas, como os automóveis e eletrodomésticos.

Seu governo se destacou por combinar crescimento, democracia e maior liberdade sindical, justificando a aliança com o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro. Foi um governo marcado por uma grande euforia da classe média, denominado período dos anos dourados, e importantes novidades culturais como o Cinema Novo, capital nova e a Bossa Nova.

Fonte: Capa do disco Chega de Saudade, de João Gilberto. http://anos60.files.wordpress.com

No final do seu Governo houve o rompimento com o FMI, Fundo Monetário Internacional, e consequentemente a retração do crescimento econômico do país. Esse processo inflacionário aumentou no governo seguinte, agravando o conturbado período político, culminando em um Golpe Militar, em 1964.

O governo do vice-presidente da República João Goulart começou após a renúncia ao cargo do então eleito presidente Jânio Quadros, com uma campanha bem-sucedida Jânio venceu as eleições em 1960 com cerca de seis milhões de votos válidos, governou o país em apenas sete meses, ou 207 dias, de 31 de janeiro de 1961, quando renunciou em 25 de agosto do mesmo ano.  

Durante este curto período de governo, assumiu uma postura estranha e tomou medidas polêmicas de pouca importância para o país na época, como a proibição das rinhas de brigas de galo, do uso de biquínis de duas peças nas praias, do lança-perfume nas ruas e festas, condecorou o revolucionário argentino Che Guevara, que na época era ministro do governo cubano, com a medalha da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, no auge da denominada guerra fria, período da bipolaridade mundial, aproveitando a passagem dele por Brasília etc.  

Sofreu duras críticas e não conseguiu estabelecer uma relação harmônica com o Congresso Nacional, com isso, o seu mandato foi marcado pela crise do Estado populista e por uma elevada crise política profunda, com índices inflacionários altíssimos e uma dívida externa elevada, herdada do governo anterior de JK.

Fonte: Revista Manchete

Em relação a sua política externa, Jânio Quadros procurou romper com a dependência econômica com os Estados Unidos, criticando a política econômica desse país em relação a Cuba, se aproximando com os movimentos nacionalistas de esquerda, da antiga União Soviética, país socialista, de economia planificada.  

Inclusive ele enviou o seu vice-presidente, João Goulart, em uma missão oficial para a China socialista, enquanto condecorava Che Guevara, na nova capital federal. Esta política externa desagradou muito os setores conservadores da sociedade brasileira, os políticos de direita e as Forças Armadas do Brasil.

A radicalização política entre esquerda e direita comprometeu seu governo e promoveu uma forte politização de todas as relações políticas e sociais. Entre 1961 e 1963 o governo manteve a política externa independente e criou o Estatuto do Trabalhador Rural.  

Em 1963 um plebiscito aprovou a volta ao presidencialismo, com poderes presidenciais e apoio popular a Jango que iniciou a campanha para aprovar no Congresso as Reformas de Base, essência do seu Plano Trienal, formulado pelo economista Celso Furtado, continha as Reformas Agrária, Eleitoral, Tributária, Educacional e a Lei de Remessa de Lucros.

Entretanto, grupos conservadores e privilegiados com o velho modelo econômico tramaram o golpe contra o presidente, sendo apoiados pela alta burguesia industrial, financeira, latifundiários, multinacionais, transnacionais, pelo governo norte-americano, pela classe média e setores conservadores da Igreja Católica. Tudo isso culminou com a saída de Jango da presidência.

Fonte: Atlas histórico escolar: MEC – IBGE.

Com o regime militar no poder, com os Governos Militares, nas décadas de 1964 e 1985, algumas características foram marcantes como a violência e o arbítrio; no plano econômico, a integração profunda ao capital multinacional e transnacional. Durante o chamado milagre econômico brasileiro, de 1969 até 1974, teve início um novo e rápido surto de modernização da economia, autoritarismo político, crescimento da economia e da indústria, com o aprofundamento da dívida externa brasileira. Suas bases foram o modelo de intervenção estatal, complementação do modelo de substituição de importações, associação com o capital estrangeiro, endividamento externo e o arrocho salarial culminando com o recrudescimento da ditadura militar e uma intensa repressão política militar.

Fonte: Charge do regime militar – JAGUAR: 27 de janeiro de 1987.

O Estado brasileiro fez grandes investimentos em infraestrutura, transporte, energia, telecomunicações e petrolífera, necessários à nova expansão industrial, principalmente nos governos dos presidentes Médici e Geisel, de 1969 até 1979. As distorções desse modelo de crescimento econômico foram imensas, como o aumento da dívida externa e declínio da qualidade de vida da maioria da população brasileira, maior concentração de renda, o aumento da pobreza e o êxodo rural criaram uma terrível realidade social, para uma grande parte da população brasileira, principalmente nos centros urbanos.

De 1973-1979, ocorreu à denominada “MARCHA FORÇADA”.

Como afirmou Delfim Neto, então ministro da fazenda na época, “o bolo tinha que crescer para ser dividido”, algo que nunca ocorreu, pois a crise internacional do petróleo de 1973 produziu o ambiente para a volta da in ação. Acreditando que a crise era passageira, o governo buscou superar a crise no financiamento internacional, ou seja, aumentando a dívida externa do país.  

Medida que se mostrou trágica, já que a crise foi mais longa do que o governo brasileiro pressupunha. Apesar da forte prosperidade econômica obtida pelo “milagre”, foi constatada uma elevação sistêmica das desigualdades sociais. Os incentivos governamentais atenderam às exigências e preferências do grande capital, fazendo o PIB explodir. Contudo, as políticas de “arrocho salarial” tornaram maiores os abismos entre ricos e pobres, criando um hiato social expressivo no país.

Charge do “Milagre Econômico Brasileiro”.

Entre 1968 e 1973, o chamado milagre econômico brasileiro sustentou-se em grandes investimentos estatais em obras faraônicas como a ponte Presidente Costa e Silva, denominada de ponte Rio-Niterói, rodovia transamazônica, perimetral Norte, e diversas outras rodovias de integração nacional, as usinas hidrelétricas de Itaipu Binacional, Ilha Solteira e Sobradinho no Rio São Francisco etc. Nesse período o Brasil apresentou uma exorbitante taxa de crescimento econômico, superior a 10,0% ao ano.

O capital estrangeiro ocupou diversos setores estratégicos da economia, tais como a extração de recursos minerais;

  • Projetos Carajás, Trombetas e Jari; a expansão de monoculturas principalmente para exportação; as indústrias química e farmacêutica; e na fabricação de bens de consumo duráveis e não duráveis,
  • O poder de compra da classe média, principalmente a faixa de elevada escolaridade e qualificação técnica, cresceu com a ampliação do sistema de crédito bancário, enquanto a maioria dos trabalhadores sem qualificação perdeu o seu poder aquisitivo de consumo e de compra,  
  • Houve intensa degradação dos serviços públicos, sobretudo relacionados diretamente à educação, saúde e transportes,  
  • No período de 1973 e 1978, com a crise do petróleo, o mundo e o Brasil caíram em uma profunda recessão econômica e social, pois o país tinha uma grande dependência de importação dessa matriz energética.

A partir da segunda metade da década de 1970, o Brasil viveu os efeitos da crise do petróleo, que, por sua vez, foi responsável pela desaceleração do crescimento econômico e pelo surgimento de uma grave crise econômica que se abateu no país, na década de 1980 denominada como a “Década Perdida”, nesse período o país viveu elevada dívida externa, desemprego, superinflação de mais de 1000% ao ano, atraso tecnológico e social.

O período da década de 1980 ficou conhecido nesse contexto econômico e industrial como a “década perdida”, pois nesse momento o país vivenciou grandes índices inflacionários, com correções monetárias diárias e uma retração da atividade econômica industrial.  

Foto oficial do presidente João Batista de Figueiredo.

Com o presidente João Batista de Figueiredo na presidência da república, que nasceu no estado do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 15 de janeiro de 1918 no bairro de São Cristóvão e faleceu em 1999. Eleito indiretamente nas eleições legislativas de 1978, com a definição do então colégio eleitoral que escolheria o sucessor do presidente Ernesto Geisel, MDB e Arena praticamente empataram em número de votos, mas o partido do governo conseguiu obter maioria nas duas casas do Congresso, além do controle sobre o colégio eleitoral que conduziu o presidente Figueiredo a governar o país.

Assumindo a presidência da república em 15 de março de 1979 e teve a difícil tarefa de garantir a transição do regime ditatorial para uma democracia, deu prosseguimento ao já traçado processo de abertura econômica e política.  

Como a inflação crescia vertiginosamente e as greves operárias sacudiam todo país, envolvendo diversos sindicatos, com destaque para as greves dos metalúrgicos, liderada por Luís Inácio Lula da Silva na região do ABCDM paulista. O governo decretou intervenção em todos os sindicatos envolvidos nas greves trabalhistas e destituiu seus dirigentes.

No dia 28 de agosto de 1979, o governo sancionou a Lei da Anistia, que foi votada pelo Congresso. Em setembro começou a retornar do exílio líderes e militantes da oposição, entre eles, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Luís Carlos Prestes e Fernando Gabeira. Em 1980 foram restabelecidas as eleições diretas para governador, marcadas para 1982.

Entre 1980 e 1981, os grupos mais radicais e reacionários dentro das Forças Armadas, apelaram para diversos atos de atentados de terrorismo, com bombas e sequestros. Com destaque no dia 30 de abril de 1981, quando explodiram uma bomba no estacionamento do Centro de Convenções do Rio Centro, no Estado do Rio de Janeiro, onde se realizava um grande festival de música, com diversos artistas da música popular brasileira, no dia 01 de maio comemorando o Dia do Trabalhador.

Com a proximidade do fim do regime militar, na campanha Diretas Já mobilizou milhões de pessoas pelo país no ano de 1984. Em seguida, o presidente Tancredo Neves foi eleito indiretamente, pelo congresso nacional, vencendo Paulo Salim Maluf.  

Tancredo um dos articuladores das diretas já, se lançou candidato pelo PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, vencendo essa eleição indireta em 15 de janeiro de 1985, data que simboliza o fim de mais de vinte anos de ditadura militar.  

A tão esperada posse, desse presidente da república, no entanto, não aconteceu no dia 14 de março, véspera de assumir o cargo, ele teve de ser operado às pressas no Hospital de Base, em Brasília. Era o início de um pesadelo que exigiria outras seis intervenções cirúrgicas e se estenderia até sua morte, anunciada em 21 de abril de 1985, conduzindo o seu vice-presidente José Sarney a assumir o cargo.

No governo do presidente José Sarney, o primeiro governo civil após o fim da ditadura militar, os fatos relevantes foram o crescimento da hiperinflação e o chamado Plano Cruzado, com a troca da moeda nacional do cruzeiro por cruzado, além do aumento de 16% do salário-mínimo e o congelamento de preços e salários.  

Com o chamado Plano Cruzado II ocorreu reajuste das tarifas públicas, aumento nos impostos reduzindo o poder de compra da população brasileira e a invasão da Companhia Siderúrgica Nacional por tropas do Exército para reprimir a greve dos trabalhadores dessa indústria.

Foto oficial do presidente José Sarney

Seu governo ficou caracterizado pelo aumento da corrupção e pela Assembleia Constituinte em 1988, responsável pela elaboração e promulgação da nossa atual Constituição.

Nas primeiras eleições diretas para presidente da República após o regime militar, em 1989, foi eleito o presidente Fernando Collor de Melo, filiado a um partido considerado nanico o PRN, Partido da Reconstrução Nacional.

No início do ano de 15 de março de 1990, Fernando Collor de Melo era empossado presidente do Brasil, no dia seguinte já viria a anunciar uma série de medidas que tinham como principal objetivo estabilizar a economia do país, que se encontrava completamente desorganizada, quando a taxa de inflação, por exemplo, chegou a alcançar a marca de 1.764%.  

Foto oficial do presidente Fernando Collor de Melo

Ele deu início ao Plano Brasil Novo, também denominado de Plano Collor, tendo mentora a sua ministra da economia Zélia Cardoso de Mello, com o destaque para alguns pontos importantes, como, extinguiu a moeda, o cruzado novo e voltou com o cruzeiro, como moeda do país, bloqueou os depósitos nas contas correntes e poupanças bancárias acima de 50.000 cruzados novos, instituiu um congelamento de preços, produtos e salários foram congelados para tentar pôr fim à alta inflação, lançou o Programa Nacional de Desestatização, extinguiu vários órgãos do governo federal etc.

Após o sucesso desse primeiro plano, foi elaborado outro, que ficou conhecido como Plano Collor II, que seria mais uma continuação do primeiro. Os planos começaram a dar resultados dois anos depois, em 1992. Para esse resultado foi fundamental a abertura da economia do país.

As indústrias tiveram que aprender a se adaptar no novo cenário nacional e a investir na automação, o que contribuiu para o aumento do desemprego. Houve um grande aumento no número de empresas que fecharam suas portas e a produção enfrentou uma grande queda. Tudo isso graças ao homicídio do mercado interno, já que Collor congelou o dinheiro da população, dinheiro este que poderia ser utilizado para compras que iriam aquecer o comércio interno.

Nesse período, destacamos ainda, a modernização do parque industrial brasileiro, responsável pela crescente automação da produção industrial, com os empregos de robôs e máquinas industriais de última geração, no processo produtivo nacional, que por sua vez foram responsáveis pelo aumento do desemprego no setor secundário de economia, além de exigir trabalhadores mais qualificados e versáteis, restringindo assim as oportunidades no mercado de trabalho.

Após todos esses ajustes, o país passou por um momento conturbado, onde um grupo de parlamentares e partidos políticos, no Congresso Nacional pediu o seu impeachment, com isso ele renunciou antes de completar o seu mandato. O fato que marcou seu governo foi o chamado Plano Collor, com o confisco dos depósitos bancários.  

Em seu governo ocorreu à privatização de empresas estatais e a concessão de exploração de infraestrutura, como as rodovias, portos, ferrovias e hidrelétricas. Outro ponto relevante foi à modernização do parque industrial brasileiro, fato que contribuiu para o crescimento do desemprego estrutural e a falência de indústrias nacionais, o que favoreceu a ampliação e instalações industriais de montadoras estrangeiras, como Honda, Toyota e Peugeot no país.

Foto oficial do presidente Itamar Franco

No governo do presidente Itamar Franco, que complementou o governo de Fernando Collor, foi lançado em março de 1994 o chamado Plano Real, pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.

No ano de 1997, aconteceu um acentuado aumento do desemprego e da inflação, reduzindo ainda mais o poder aquisitivo dos trabalhadores assalariados no país, acompanhando a crescente onda de denúncias e investigações de corrupção no país. Em 1999 houve uma maxidesvalorização da moeda, o real, provocando aumento das exportações e redução das importações.

O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, conhecido como FHC, eleito em 1994, tomou posse do seu primeiro mandato de 1995 até 1998, e no segundo de 1999 a 2002. Seu governo apresentou baixos índices de crescimento econômico e o desemprego no país atingiu índices elevados, mas com a consolidação do Plano Real o presidente conseguiu frear e interromper a escalada inflacionária no país, mantendo a estabilidade econômica.  

A nova moeda, o Real, ganhou o apoio e a confiança da população brasileira, cortando os vínculos com a inflação dos governos anteriores. Implantou no país um programa de reformas e privatizações de estatais no Estado Brasileiro e a criação de agências regulatórias. O grande programa desse governo foi o projeto de transferência de renda com a bolsa escola.  

Foto oficial do presidente Fernando Henrique Cardoso

O presidente Luís Inácio Lula da Silva, o primeiro operário metalúrgico eleito em 2002, tomou posse no país do seu primeiro governo em 2003 até 2006 e reeleito em 2006 toma posse para o segundo mandato em 2007 até 2010. Depois de ter concorrido e perdido três pleitos seguidos, foi eleito com mais de 61% dos votos válidos, no seu primeiro mandato estabeleceu como prioridade o combate à fome, lançando o projeto “Fome Zero”.

A partir de 1969, Luís Inácio começou a se engajar nas atividades do Sindicato dos Metalúrgicos no Estado de São Paulo. Em 1975, foi eleito presidente desse Sindicato, e passou a utilizar o codinome Lula, apelido que adotou como sobrenome. Em 1978, iniciou a Greve do ABCDM paulista que se destacou no ano de 1979, posteriormente com diversos operários fundou o PT, Partido dos Trabalhadores, sendo eleito deputado federal, fazendo parte da Assembleia Nacional Constituinte, participando da elaboração da Constituição de 1988.  

No seu primeiro governo Luís Inácio Lula da Silva prometeu aumentar o número de empregos e o crescimento acentuado da economia. Com alguns programas e projetos de distribuição de renda como o programa Fome Zero, voltado principalmente para atender a redução da fome e da pobreza no Brasil, principalmente nas famílias de baixa renda.

O programa Fome Zero, além do combate à fome, miséria e pobreza no país diretamente relacionado à geração de emprego e renda, incentiva a agricultura familiar, programas de combate à seca no Nordeste e a reforma agrária. Agregado aos seus projetos investe-se na educação e no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, com investimentos em obras de intervenção ao crescimento desordenado das cidades e de infraestrutura, um governo marcado também pela corrupção, com destaque para o denominado mensalão no primeiro governo, e no segundo mandato desvio de verba de empresas como a Petrobras e de grandes obras de infraestrutura, desencadeando a operação lava jato. Nesse período o país implementou grandes obras, projetos e sediou eventos esportivos internacionais, contestados pela população, com obras inacabadas e superfaturadas por empreiteiras, envolvidas em vários escândalos de corrupção.

Foto oficial do presidente Luís Inácio Lula da Silva

Devido a sua popularidade elevada Lula elegeu no segundo turno a primeira mulher à Presidência da República do Brasil, nas eleições de 2010, Dilma Vana Rousseff venceu com 56,05% dos votos válidos, tomando posse em 2011 até 2014, quando foi reeleita ao segundo mandato em 2015, com a queda brusca de sua popularidade, enfrentou um processo de impeachment e perdeu o mandato em 31 de agosto de 2016. Sua Presidência ficou marcada por uma série de medidas intervencionistas na economia.  

No ano de 2002, ela assumiu o cargo de ministra de Minas e Energia no governo Lula, em 2005, passou a ser ministra-chefe da Casa Civil no lugar de José Dirceu, um grande militante do Partido dos Trabalhadores, que deixou o governo acusado de fazer parte do esquema de corrupção no caso do mensalão e da Petrobras. Na Casa Civil, Dilma assumiu o controle do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, um projeto para promover crescimento econômico por meio de grandes obras de infraestrutura no país. Depois foi nomeada presidente do Conselho de Administração da Petrobras, cargo que exerceu até março de 2010.

Após décadas de militância política que incluíram a luta armada contra o regime militar e cargos de primeiro escalão no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma sofreu impeachment no Congresso Nacional, porém, conseguiu manter o direito de assumir cargo público.

Em agosto de 2016, para completar o mandato após o impeachment de Dilma Rousseff, assumiu o vice-presidente de a república Michel Miguel Elias Temer Lulia, até as novas eleições presidenciais, terminou o seu governo com uma popularidade muito baixa.

Foto oficial da Presidente Dilma Vana Rousseff

Após a votação no senado federal para instaurar o impeachment da presidenta Dilma no dia 12 de maio de 2016, com votação aberta no congresso nacional, então vice-presidente Michel Temer do antigo PMDB, agora MDB, assumiu interinamente por 111 dias a presidência da república, no dia 31 de agosto de 2016, para completar o mandato até 2018, aos 75 anos tornou-se o presidente mais idoso da história do país.

No início do seu governo, criou medidas para superar a crise econômica instaurada no país, inclusive diminuindo o número de ministérios de 32 para 23, tentando equilibrar as contas públicas, ativar os programas sociais e dar continuidade as investigações da Operação Lava Jato, um dos maiores escândalos de corrupção no país.

“Eu não gosto do clima de festa. A cegueira que atinge lá atinge nós também.

E isso é perigoso. A comunicação é a alma. Se não está conseguindo falar à língua do povo vai perder mesmo.  

Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil. Tem uma multidão que não está aqui que deveria ser conquistada.

Se nós somos o Partido dos Trabalhadores, o partido do povo tem que entender o que o povo quer.  

Se não sabe, volta para a base e vai procurar saber. Não sou pessimista, sou realista.  

Eu não consigo acreditar que pessoas que me tratavam com tanto carinho.  

Pessoas que me respeitavam, me amavam, que me serviam o café de manhã, que lavava meu carro, que atendia meu filho no hospital se transformara em monstros.

Eu não posso acreditar nisso. Eu não posso acreditar que essas pessoas são tão má assim, o que mata a gente é a cegueira e o fanatismo.

Deixou de entender o povão, já era.

Não vim aqui para ganhar voto porque eu acho que já está decidido”.

Fonte: Rapper Mano Brown, vocalista do grupo Racionais MC’s, no discurso crítico ao PT durante comício do candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, com aliados e artistas na Lapa, no Rio de Janeiro.

Foto oficial do Presidente Michel Miguel Elias Temer Lulia

O próprio governo de Michel Temer foi investigado por essa operação e alguns de seus ministros e correligionários envolvidos, inclusive ele mesmo, sendo preso pela polícia federal posteriormente, o grande marco do seu curto governo foi à proposta da reforma da previdência social.  

Em 2017, Michel Temer se tornou o primeiro presidente da história do Brasil a ser denunciado ao STF, Supremo Tribunal Federal, em pleno exercício do mandato, por suspeita de corrupção passiva.

No ano de 2018 ocorre a eleição do então presidente da república Jair Messias Bolsonaro, capitão reformado da reserva do exército brasileiro, foi deputado federal por sete mandatos de 1991 até 2018. Eleito presidente por um pequeno partido político, o PSL, Partido Social Liberal. Seu governo é marcado por diversas divergências, principalmente provocada pelos seus filhos também políticos, Flávio, Carlos e Eduardo, envolvidos em vários escândalos de corrupção.

Foto oficial do Presidente Jair Messias Bolsonaro

Com medidas impopulares como a reforma da previdência social aprovada na câmara e senado federal, cortes e contingenciamento em alguns setores como na educação, além dos elevados índices de desemprego, que vem se agravando de governos anteriores, além de uma crise interna dentro do seu antigo partido, passou a governar o país sem está filiado a nenhum partido político, com o apoio de uma parcela dos militares, ele vem tentando administrar o país, atualmente governa o país com 35 partidos políticos, ele vem tentando reduzir o número de ministérios e cortando gastos, com medidas para amenizar a concentração cada vez mais intensa de renda no país, com a crise provocada devido à contaminação da corona vírus.

No seu governo o preço de diversos produtos básicos, ligados à alimentação da população, além dos reajustes dos combustíveis, vem trazendo insatisfações nos diversos setores da sociedade. Além da ineficiência governamental e o negacionismo para combater a epidemia da corona vírus, com atitudes reacionárias e negando a ciência, mesmo assim ainda com um bom apoio popular.

A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL

A distribuição geográfica espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração no estado de São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias;

  • capital,  
  • mercado consumidor,  
  • mão de obra,
  • transportes.

Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.

Fonte: IBGE – distribuição espacial das indústrias.

A DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL

O processo de desconcentração espacial das indústrias que já vinha sendo registrada desde a década de 1970 sofre um efeito catalisador a partir desse período, por meio da chamada guerra fiscal, em que cidades em vários pontos do Brasil oferecem incentivos, e até mesmo renúncias fiscais e financiamento do parque industrial de empresas, no intuito de hospedar empreendimentos.

Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, desconcentração indústria ou deseconomia de aglomeração que vem ocorrendo intrarregionalmente e também entre as regiões.

Dentro da região Sudeste há uma tendência de saída do ABCDM Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, na região do Vale do Paraíba ao longo da rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão de obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhores qualidade de vida, o que é vital quando se trata de tecnopolos.

As regiões industriais tradicionais já não atraem grandes investimentos, as principais causas são:

  • A mão de obra é menos qualificada e cara,
  • Existe maior concorrência na logística,
  • Presença de fortes sindicatos organizados, parando a produção,
  • A fiscalização ambiental é mais rigorosa,
  • Os grandes terrenos são escassos e quando são encontrados custam caro,
  • O governo não concede mais incentivos fiscais para regiões com grande desenvolvimento industrial,
  • A violência urbana se intensifica,
  • A deficiência na infraestrutura, saneamento básico e ambiental.

Os novos investimentos industriais estão se dirigindo prioritariamente para as cidades médias do interior dos estados, sobretudo em função da implantação dos ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS, sendo atraídos pelos seguintes fatores:

  • Mão de obra mais qualificada e barata;
  • Menor organização sindical;
  • Os governos implantam distritos industriais, onde oferecem os terrenos com toda infraestrutura e participam em alguns casos dos investimentos para a implantação de indústrias;
  • A concessão de incentivos fiscais;
  • A menor concorrência no processo produtivo,
  • Melhor infraestrutura para escoar a produção.

A LOCALIZAÇÃO DOS TECNOPOLOS NO BRASIL

Os tecnopolos são formados por centros de pesquisas ligados a uma universidade, diversas indústrias e distritos industriais que reúnem indústrias de base ou que desenvolvem tecnologias de ponta, como a biotecnologia, softwares, aeroespacial, microeletrônica, química fina, engenharia genética e a robótica.

PRINCIPAIS TECNOPOLOS DO BRASIL

  • São Carlos, no estado de São Paulo, onde se encontram a USP, Universidade de São Paulo e a UFSP, Universidade Federal de São Paulo. As pesquisas mais avançadas são realizadas no desenvolvimento de materiais supercondutores de eletricidade, utilizando a cerâmica,
  • Campinas, no estado de São Paulo, onde se encontram a UNICAMP, Universidade de Campinas e a PUCCAMP, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. As pesquisas mais avançadas são realizadas nas áreas da informática, biotecnologia e a robótica.
  • São José dos Campos, onde estão localizados o ITA, Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o CTA, Centro Tecnológico da Aeronáutica e o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. As pesquisas mais avançadas estão nos setores da aeronáutica e aeroespacial.
  • No estado do Rio de Janeiro, onde está localizado a UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz e o IME, Instituto Militar de Engenharia. As pesquisas mais avançadas se desenvolvem nas áreas da engenharia e biotecnologia.

FATORES QUE DIFICULTAM A FORMAÇÃO DOS TECNOPOLOS NO BRASIL

  • O governo estadual e federal só aplica 0,7% do PIB no desenvolvimento tecnológico e científico,
  • A deficiência e falta de mão de obra qualificada;
  • As empresas multinacionais não desenvolvem tecnologias de ponta no país;
  • As empresas privadas nacionais promovem poucos investimentos no desenvolvimento de tecnologias

CURSO EEAR 2023

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