Segundo o novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda, geopolítica: “Estudo das relações que existem entre os Estados e a sua política, das influências que o meio físico exerce sobre a vida política de uma nação e os dados naturais, o maior desenvolvimento da geopolítica verificou-se na Alemanha, na segunda Guerra Mundial”.

Fonte: Quino-Tira da Mafalda.
O espaço geográfico mundial possui inúmeras regionalizações em função dos objetivos e critérios que são estabelecidos para definir estas áreas. Uma dessas regionalizações diz respeito aos blocos geoeconômicos de poder. Esses blocos de poder são agrupados em acordos estabelecidos entre eles e pode ser dividida em zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica e monetária.
Na zona de livre comércio, há redução ou a eliminação das tarifas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco, como:
- A união aduaneira, além de abrir mercados inteiros, regulamenta o comércio dos países-membros com nações externas ao bloco;
- O mercado comum garante a livre circulação de pessoas, serviços e capitais.
Esses blocos geoeconômicos de poder começaram a surgir em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial e ganhou força nas décadas de 1980 e 1990. O bloco mais antigo e coeso é a União Europeia, UE que reúne atualmente 31 países.

Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras.
Albert Einstein
Com o fim da denominada guerra fria um fruto da grave crise econômica enfrentada pela antiga URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas a partir da década de 1960, escondida do mundo inteiro pelo controle que o governo soviético exercia sobre as informações, além da queda do muro de Berlim, unificando a Alemanha Ocidental da Oriental.
Vários foram os fatores que contribuíram para o colapso do sistema socialista soviético, dentre os quais destacamos:
- Os excessivos gastos nas corridas aeroespacial e armamentista inibiam a capacidade do governo soviético em promover investimentos em setores considerados de grande importância para atender o mercado consumidor local, inclusive de produtos de primeira necessidade;
- A política do pleno emprego e a falta de incentivos aos trabalhadores contribuíram para a ocorrência de enormes prejuízos em inúmeras empresas estatais, que eram financiadas pelo governo;
- A deficiência de liberdade de expressão com o controle excessivo da população gerava um crescente descontentamento popular;
- A falta de produtos de primeira necessidade obrigava a população a comprar esses produtos no mercado negro a preços bem mais altos, também gerando descontentamento;
- O excesso de burocracia emperrava a máquina administrativa do estado nacional, contribuindo para a baixa e ciência das empresas estatais.
Para tentar contornar a grave crise econômica que atingia o país, o então presidente da antiga URSS, Mikhail Gorbachev, promoveu em 1985 as políticas da Perestroika, a reestruturação econômica do país e a Glasnost, na relação de transparência ou liberdade de expressão. As medidas não surtiram o efeito esperado, agravando a situação política e econômica da antiga URSS.
O enfraquecimento da antiga URSS estimulou a ocorrência de uma onda de protestos na Europa Oriental, nos países que viviam na esfera da influência política, econômica e militar da União Soviética.
O crescimento das manifestações pró-democracia e por reformas políticas e econômicas, juntamente com a grave crise na antiga URSS, culminaram com o colapso do sistema socialista, que atinge o seu ápice com a queda do muro de Berlim em 09 de novembro 1989.
Para muitos, este acontecimento marcou o fim da denominada guerra fria, para outros, ela só terminou de fato em 25 de Dezembro de 1991, quando oficialmente a antiga URSS deixou de existir, com a formação da Rússia.
A nova ordem geopolítica mundial implica a revisão dos conceitos tradicionais que, por décadas, serviram para explicar a organização geopolítica e geoeconômica do espaço mundial globalizado.
O deslocamento da natureza do poder dos arsenais nucleares e convencionais para a eficácia, produtividade e influência das economias constituiu um dos mais notáveis fenômenos que acompanharam a dissolução da ordem da denominada guerra fria.
A multipolaridade do poder geográfico global substituiu a rígida geometria bipolar do mundo do pós-guerra. A internacionalização e a integração dos fluxos de capitais e a integração das economias nacionais atingiram um patamar inédito. Como consequência, os polos de poder da nova ordem geopolítica mundial apresentam contornos supranacionais.
Delineiam-se megablocos econômicos de poder organizados em torno das grandes potências do fim do século XX e início do XXI, dividindo o mundo em centrais e periféricos ou mais desenvolvidos e menos desenvolvidos como:
- No Bloco Geoeconômico Americano, constitui-se a formação do NAFTA, MERCOSUL com a proposta da ALCA, polarizada pelos Estados Unidos da América;
- No Bloco Euro-Asiático de Poder, a Alemanha unificada funciona com eixo de ligação entre o leste e o oeste do continente europeu, além do Reino Unido, França e a Itália;
- No Bloco da Bacia do Pacífico a China, a Coréia do Sul e o Japão centraliza uma vasta área de influência.