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A expansão marítima europeia: Formação dos Estados Ibéricos e pioneirismo

No século VIII, ocorreu o fato de a Península Ibérica ser conquistada pelos muçulmanos (mouros). Porém, os cristãos mantiveram os reinos das Astúrias (futuro reino de Leão) de onde partiram para Reconquista, que só ganhou força a partir do Século XI, com a formação dos reinos cristãos de Leão, Navarra, Castela e Aragão.

Com a luta contra os mouros, o Rei Afonso IV (1069-1109), rei de Leão e Castela, em 1102, casou suas filhas com os nobres e irmãos franceses Raimundo e Henrique de Borgonha, que se destacaram na luta contra os mouros. Como recompensa, receberam, além das filhas de Afonso, terras como dotes. Com isso, Henrique de Borgonha ficou com o condado de Portucalense e iniciou a história de formação do país. Em 1139, Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha, libertou-se de Leão e se proclamou Rei de Portugal. Entretanto, o reino de Leão só reconheceu o fato em 1143. Em 1249, contra os mouros, Portugal conquistou Algarves no sul, com isso, formando o atual mapa do País.

No ponto de vista econômico, o período se notabilizou pelo Comércio Marítimo oriundo das rotas do mediterrâneo e fortalecida no século XIII pela região de Flandres, que faziam de Portugal um porto comercial para o norte da Europa. Outro elemento importante foi a agricultura, agente econômico de Portugal. No século XIV, uma forte crise assolou o continente europeu. Com isso, a Peste Negra (infecção bacteriana transmitida pela pulga do rato, que matou 1/3 da população europeia) atingiu o Estado Português. Dentro de suas consequências, ocorreu uma crise de mão de obra, com isso, aumentando o custo pela sua utilização. Este fato fez que o Rei Afonso IV (1325-57) aplicasse medidas favorecendo a nobreza. Entretanto, em 1383, a morte do Rei Fernando I (1367-1383) agravou a crise. O postulante era D. Pedro I, rei de Castela e casado com Beatriz (filha de Fernando I).

Esta possível união entre as coroas de Portugal e Castela não agradou a burguesia comercial-marítima do país, que, liderada por Álvaro Pais, apoiou D. João de Avis, irmão bastardo de Fernando I, iniciando a Revolução de Avis, que se consagrou com a vitória na Batalha de Aljubarrota em 1385. Após a vitória, D. João permitiu saques e apropriações da nobreza que apoiou Castela e fundou a Dinastia de Avis.

Sua economia era baseada no Mercantilismo, que consistiu no controle do Estado sobre a economia pelo rei ou, mais exatamente, na intervenção do Estado na economia. Com o tempo e o comércio como fonte de renda, Portugal passou a ter uma nova necessidade econômica para romper com o Monopólio italiano de especiarias no Mar Mediterrâneo. Sendo assim, Portugal foi a pioneira no processo de Expansão Marítima e na mudança da Rota Comercial do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. O pioneirismo se deu pela precoce centralização política (desde 1385, Portugal era o único Estado centralizado e ausente de guerras), pela posição territorial favorável, pelo conhecimento marítimo oriundo dos árabes (além da Escola de Sagres), pelo apoio da burguesia, nobreza e clero.

A primeira conquista de Portugal foi Ceuta em 21/8/1415 no norte da África. Para sua dominação, formou-se um Exército cruzadista (para combater os árabes em Ceuta), que marcou a presença de D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique e D. Fernando (filhos de D. João I) e suas ordenações como cavaleiros. A região conquistada era um entreposto Comercial Muçulmano (ouro, escravos e marfim) e importante ponto de ataque dos árabes. As outras conquistas foram as Ilhas do Atlântico, onde foram estabelecidas Capitanias Hereditárias (Madeira, entre 1419 e 1425; Açores, em 1439; Cabo Verde, em 1456).

Em 1415, o conhecimento do litoral africano iria até o Cabo Bojador, que só foi ultrapassado em 1434 por Gil Eanes, que estava motivado em avançar pela África Negra em busca do Ouro desviado de Ceuta. A exploração da Costa Africana foi bastante lucrativa pela presença de Ouro em pó, escravos e marfim trocados por Cavalos, tecidos e trigos, com isso, atraindo interesses de comerciantes e amadores. Com o avançar da conquista do litoral africano houve as instalações de feitorias (entrepostos comerciais e fortificados) para consolidar o domínio luso. Em 1488, no reinado de D. João II, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas, com isso, tornando possível o sonho de chegar às Índias e romper com o monopólio italiano.

A conquista das Índias se deu em 1498 pela chegada de Vasco da Gama a Calicute, na Índia. Sendo assim, Portugal consolidou uma forte hegemonia econômica na primeira parte do século XVII através da rota do Périplo Africano (África e Ásia). Entretanto, a chegada dos Portugueses ao Brasil em 1500 e o avançar pela Ásia ampliou ainda mais as possibilidades portuguesas.

Em 1492, ocorreu a expulsão dos Mouros de Granada e, consequentemente, a unificação do reino espanhol com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Sendo assim, a consolidação política espanhola possibilitou a retomada do projeto expansionista espanhol, que tinha sido iniciado em 1479 com o domínio das Ilhas Canárias (Tratado de Alcaçovas-Toledo oficializou a conquista). Por isso, em 1492, Cristóvão Colombo chegou, a serviço dos Espanhóis, na América. Colombo acreditava na teoria circunavegação para chegar às Índias, mas, acidentalmente, acabou encontrando o continente americano e a presença de metais preciosos na região. Entre 1519 e 1522, Fernão de Magalhães liderou a circunavegação, mas a viagem marcou um fracasso comercial.

Em 1493, por intermédio do Papa Alexandre VI, que era espanhol, houve a formulação da Bula Inter Caetera (1493), que visava dividir o Novo Mundo (América) entre Portugal e Espanha. A bula dizia que as terras que ficam a 100 léguas ao oeste de Cabo Verde seriam da Espanha e, ao leste, seria de Portugal. Porém, Portugal ficou extremamente insatisfeita, porque almejava mais possessões territoriais para afirmar seu MARE CLAUSUM (monopólio das navegações no Atlântico Sul). Sendo assim, em 1494, foi formulado o Tratado de Tordesilhas, que aumentou para 370 léguas ao oeste de Cabo Verde o domínio português.

(Fonte: rotasdasmaravilhasdeportugal.com)

FRANÇA

Deu-se a partir da ascensão da dinastia capetíngia (987 – 1328) com Hugo Capeto, que possibilitou a centralização territorial. Um grande monarca foi Felipe Augusto (1180 – 1223) que, ao burocratizar o Estado por meio dos Bailios e Senescais, configurou-os como elementos fiscalizadores e tributários. Além disso, estabeleceu a lei do “suserano do suserano”, com isso, expandindo suas ações de poder. Outro importante monarca foi Felipe IV (1285 – 1270) que ficou marcado com fortes choques com a Igreja, e por impor a transferência do papado para Avignon (pontificado de Clemente V). Posteriormente, houve a dinastia de Valois (1328 – 1589), que se fortaleceu com a vitória na Guerra dos Cem Anos. Esta dinastia acabou com as famosas guerras de religião, que simbolizaram os seguintes conflitos: A noite de São Bartolomeu (1572), um massacre 5000 protestantes assassinados em Paris por Católicos, e a Guerra dos 3 Henriques (1587 – 1589), que marcou o conflito entre o Rei Henrique III, o protestante Henrique de Bourbon e o católico Henrique de Guise, que culminou na entrada de Henrique de Bourbon ao poder (converteu-se ao cristianismo e se tornou Henrique IV) e iniciou a história da Dinastia de Bourbon. No poder, o rei impôs o Edito de Nantes (1598), que trouxe a paz religiosa com a liberação do culto. O absolutismo francês se consolidou com Luís XIII e o Cardeal Richeleau, que foi o último a convocar a Assembleia dos Estados Gerais. Por último a destacar, houve o reinado de Luís XIV (Rei Sol), que venceu as frondas (levante antiabsolutista) e impôs o colbertismo e o Tratado de Fountainebleau (1685), oficializando mais uma vez o catolicismo na França.

INGLATERRA

Os ingleses iniciaram sua história com a Dinastia Normanda (1066 – 1154) com Guilherme I, que dividiu o território em condados. Em 1154, Henrique II iniciou a dinastia de Plantageneta, que tiveram como fortes nomes: Henrique II, Ricardo Coração de Leão e João Sem-terra. A Commom Law surgiu no reinado de Henrique II, que expandiu leis por todo território inglês e suas fiscalizações seriam feitas por juízes nomeados pelo rei. O reinado de Ricardo Coração de Leão, por sua vez, ficou marcado pela forte tributação e sua atuação nas Cruzadas. Porém, a política tributária criava insatisfações, que só aumentaram com o reinado de João Sem-terra, com isso, ele foi forçado a assinar a Magna Carta (1215), que criou o Grande Conselho, composto pela nobreza a fim de regular os impostos. Em 1265 houve a imposição dos Estatutos de Oxford que colocava a burguesia como membra do Grande Conselho. Por último, em 1295, houve a criação do Parlamento que trouxe o sistema bicameral com a Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns.

Entretanto, a consolidação do Estado Inglês só veio após a Guerra dos Cem Anos, quando a Inglaterra iniciou o conflito interno da Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), na qual duas famílias lutaram pelo trono: Lancaster (nobreza tradicional) e York (nobreza aburguesada). A solução ao longo conflito foi a ascensão de Henrique VII (Lancaster) que casou com uma York, iniciando a dinastia de Tudor.

GUERRAS

A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi um dos mais violentos conflitos militares da história da humanidade, que deixou 8 milhões de mortos e mudou a face da Europa. Contrapôs de um lado a hegemonia da Igreja Católica e, de outro, as novas e vibrantes igrejas evangélicas, também chamadas de protestantes. Com isso, tornando-se o maior conflito religioso da história da humanidade e uma das maiores guerras que o mundo já conheceu. Este conflito marcou de um lado Habsburgos (católicos, que controlavam Áustria e Espanha) e protestantes germânicos pelo controle do Sacro Império. Com o decorrer da guerra, a França entrou no conflito para conter o avanço de Habsburgos e impor a vitória. Com isso, houve a assinatura da Paz de Westfália (1648) composta de dois tratados: Münster e Osnabrük. Sendo assim, houve o reconhecimento das independências da Suíça e da Alemanha. Em 1659, o Tratado de Pirineus deu em definitivo o fim da tensão entre Espanha e França.

A outra grande guerra foi a de Sucessão do Trono Espanhol (1701 e 1714), que começou, pois, antes de morrer, Carlos II aventou alguns possíveis nomes para seu trono, já que não possuía um herdeiro direito. O nome a que chegou Carlos II foi o de Felipe de Bourbon, conhecido como Duque de Anjour, que era neto do rei Luís XIV da França. Após o falecimento de Carlos II, as cortes espanholas reuniram-se nas cidades de Madrid e Barcelona para deliberar e reconhecer o novo rei. O Duque de Anjour foi alçado à categoria de monarca sob o título de Felipe V. Assim sendo, a Espanha passava a ter um rei da casa do Bourbons, a mesma que governava a França. Porém, a Inglaterra liderou a Grande Aliança que não aceitava a união das duas coroas, iniciando-se o conflito. O findar da guerra se deu com a assinatura do Tratado de Paz de Utrecht, que fez Felipe de Bourbon abrir mão do trono espanhol e concedeu novos limites territoriais pelo globo.

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