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A dinâmica da atmosfera: A dinâmica dos ventos

Define-se vento como o ar atmosférico em movimento na superfície terrestre, no sentido horizontal, que se desloca entre dois centros de pressões atmosféricas, correspondendo à transformação da energia recebida pelo Sol em energia cinética, no desigual aquecimento nos diversos pontos do Globo Terrestre.

Sendo assim, quando maior a variação de pressão atmosférica, maior será a intensidade do vento. Embora o vento possa soprar de qualquer direção por um longo período, ele é predominante constante em algumas regiões dos continentes e oceanos, onde os marinheiros costumam depender desse tipo de vento para cruzar os oceanos, como utilizado na expansão marítimo e comercial europeia, para evitar as calmarias, locais com pouco vento ou as jangadas no litoral nordestino

Fonte: Climatempo: Atlas geográfico escolar – MEC.

Existem na atmosfera terrestre feições relativamente permanentes, centros de altas pressões atmosféricas, ocorrem principalmente sobre os polos e em latitudes tropicais, já em regiões equatoriais e temperadas, ocorrem centros de baixas pressões atmosféricas.

Os gradientes de pressões atmosféricas geram três sistemas gerais de ventos na atmosfera terrestre. Os ventos alísios, que ocorrem entre 0º e 30º de latitude norte ou sul, soprando do leste para o oeste; ventos do oeste, entre 30º e 60º de latitude norte ou sul e que sopram do oeste para o leste e o vento do leste nas regiões polares, do leste para o oeste. Tais sistemas de ventos são os principais responsáveis pelo equilíbrio de calor na superfície terrestre.

Fonte: INPE-MEC: Atlas geográfico escolar – MEC

Fonte: INPE-MEC: Atlas geográfico escolar – MEC

Como explicação para a gênese das três células de ventos, nos dois hemisférios, o ar atmosférico com temperatura mais elevada ao se deslocar do equador terrestre, de latitude baixa em direção ao norte ou sul, vão se resfriando e desce a cerca de 30 graus de latitude. Parte desse ar atmosférico completa o giro e retorna, em direção ao equador terrestre, são denominados de ventos alísios.

A porção dos ventos que se deslocam continuamente de 30 graus a 66 graus e 33 minutos, em direção ao norte ou sul são os ventos de oeste. Essas células menores são denominadas de Hadley e Ferreal.

Os ventos que se deslocam dos polos para o equador terrestre, se  aquecem  e posteriormente descendo  nos polos, formando  uma célula maior,  denominada de efeito de Coriolis.  Parte desse ar atmosférico que sai tende a se elevar, retornando em direção ao equador terrestre e parte se desloca em direção aos polos onde novamente forma outra célula, na região polar, o ar atmosférico desce, retornando em direção as latitudes baixas, são os ventos do leste.

Fonte: Atlas geográfico escolar – MEC

Essa explicação vale para os hemisférios norte e sul, todos os movimentos descritos não ocorrem em linha reta no sentido norte e sul ou vice-versa, mas são defletidos pelo fenômeno ou efeito de Coriolis. Na verdade, o padrão de circulação de três células é bem mais complexo, as forças que intervém na formação dos ventos são as Forças do Gradiente e as Forças de Coriolis.

Esse efeito foi descoberto e publicado pelo matemático e engenheiro mecânico Gustav Gaspard de Coriolis, 1792-1843 na França, onde pesquisou a fricção e hidráulica, descobrindo o efeito de Coriolis em 1835.

Nas regiões de encontro das células geralmente não há ventos ou se ocorrem são fracos, irregulares ou moderados, são as regiões mais temidas pelos velejadores. Próximo ao equador terrestre essa região é denominada de doldrum ou calmaria equatorial, denominada também de ZCIT, Zona de Convergência Intertropical.

Fonte: Atlas geográfico escolar. MEC-INPE.

O ar atmosférico quando se desloca do Equador Terrestre para o polo norte, invariavelmente segue uma trajetória curva que oscila para a direita nesse hemisfério norte, sendo assim, para a esquerda no hemisfério sul. Isso ocorre porque o Planeta Terra gira no seu eixo imaginário no sentido anti-horário, de oeste para leste.

Além da ausência de ventos é comum a ocorrência de chuvas causadas pela grande evapotranspiração nas latitudes baixas, próximas ao equador terrestre. O vapor da água ao elevar-se, resfriase rapidamente e se condensa, havendo uma precipitação rápida e intensa, muito típica dos finais de tarde nessas regiões, principalmente em uma floresta de mata densa, como a floresta latifoliada pluvial amazônica, denominada de chuva convectiva ou de convecção.

As regiões próximas aos 30 graus de latitude em ambos os hemisférios, norte e sul são conhecidas como  latitude do cavalo, este nome originou-se do fato de que à época em que só havia embarcações à vela, algumas vezes estas  ficavam “presas”, isto é, praticamente paradas nessas latitudes por meses, devido à ausência de ventos. Assim, com o fim das rações, os cavalos que eram transportados nas embarcações morriam de fome e sede e eram jogados ao mar, para diminuir o peso dessas embarcações.

força ou efeito de Coriolis é aparente que desvia a trajetória de um corpo móvel em um meio giratório, o desvio efetua-se no sentido contrário ao movimento de rotação do meio. Tomemos como exemplo uma plataforma horizontal, girando em torno de um eixo vertical no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e coloquemos um lançador de bolas nessa plataforma.

Uma bola lançada pelo lançador terá em relação à plataforma uma trajetória curvilínea, pois será desviada para a direita, isto é, no sentido dos ponteiros do relógio. No hemisfério sul o sentido do movimento dos ventos está relacionado ao dos ponteiros do relógio, enquanto no hemisfério norte esse sentido é ao contrário, pois no movimento de rotação, o planeta Terra gira de oeste para leste.

Fonte: Demétrio Magnoli e Regina Araújo.

Os ventos das monções ocorrem durante os meses com temperaturas mais elevadas do ar atmosférico, período do verão para o hemisfério norte, se deslocando do oceano, centro de alta pressão atmosférica, anticiclonal, transportando bastante umidade, para o continente, centro de baixa pressão atmosférica ou ciclonal, favorecendo chuvas mais intensas, como no continente asiático ou Ásia das Monções. Nos meses com temperaturas mais baixas, período do inverno o ar atmosférico se desloca do continente para o oceano, com menos umidade relativa, favorecendo a estiagem ou contra-alísio. Esse processo ocorre com mais intensidade no sul e sudeste asiático.

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